OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio,

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
QUEM SÃO OS EDUCADORES HOJE?
Advertisements

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
SEMINÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO
Profª Simone Cabral Marinho dos Santos
IV Encontro dos Coordenadores dos Fóruns de eja/mt 22 e 23/04
Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
O Professor de Educação Física e os
Atuação do nutricionista no Sistema Único de Saúde
I- Concepção de Educação
O PROJETO PEDAGÓGICO PRESSUPÕE UM MOVIMENTO DE CONSTRUÇÃO COLETIVA, COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS ENVOLVIDOS NA AÇÃO EDUCATIVA, É A “CARTA DE INTENÇÕES”.
Apresentação do Projeto
Fórum Arquivos Médicos: Gestão e Pesquisa Científica
Inserção da Economia Solidária no Processo de Construção da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis Miguel Juan Bacic[1] Lucirléia Alves Moreira[2]
Ministério da Cultura.
FORO DE ECONOMIA SOLIDARIA Y COMERCIO JUSTO
ASSESSORIA DE FORMAÇÃO
ACESSIBILIDADE FATOR HUMANO
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO FUNDAMENTOS DA GESTÃO
DIREITOS CULTURAIS ESTADO E SOCIEDADE
Conhecendo a Carta da Terra
POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL, ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Objetivos do Trabalho Mapa Estratégico - Senado Federal
CAPÍTULO III DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO Seção I DA EDUCAÇÃO
Saboneteria: uma oficina de geração de renda
OFICINA ESTADUAL DE ACOMPANHAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE INCLUSÃO DIGITAL DOS CONSELHOS DE SAÚDE - PID COMISSÃO INTERSETORIAL DE COMUNICAÇÃO.
O Livro e a Leitura nos Planos Estaduais e Municipais. Apresentação:
Superintendência de Recursos Humanos da Saúde
Rio de Janeiro, 14 de julho de Prof. Dr. Alcindo Antônio Ferla.
Observatórios Sociais
Intervenção Participativa dos Atores: uma abordagem pedagógica para fortalecer o poder local i n p a.
Gestão do Conhecimento em Saúde no Brasil – Avanços e Perspectivas
Conceito de Cultura A Cultura é produto e meio da vida em suas
Curso Direito à Memória e à Verdade
Cooperação ENSP/ FIOCRUZ/ SES/ RJ
PLANEJAMENTO MDA Ministério do Desenvolvimento Agrário.
O que é ensinar história?
CONSELHO DELIBERATIVO DA COMUNIDADE ESCOLAR: A RELEVÂNCIA DE SEU PAPEL NA COORDENAÇÃO DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA  
GESTÃO SOCIAL COM FAMÍLIAS Darlene de Moraes Silveira
Oficina Nacional de indicação de políticas públicas culturais para inclusão de pessoas com deficiência Rio de Janeiro 17 de outubro de 2008.
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2010 EIXO VI – JUSTIÇA SOCIAL, EDUCAÇÃO E TRABALHO: INLCUSÃO, DIVERSIDADE E IGUALDADE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONTEXTUALIZAÇÃO.
EIXO - 02 – SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: PERSPECTIVAS PARA UM OUTRO MODELO DE DESENVOLVIMENTO. Utopia Concreta1 –
SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA Brasília, dezembro de 2005.
3a. OFICINA DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA Desenvolvimento de Atividades de Educação Corporativa e Sistemas de Informação Profa. ELEONORA JORGE RICARDO Universidade.
Conferência Nacional de Educação Básica – Brasília.
MARCELE MARTINS PROVINCIATTI TEREZINHA H. SCHIGAKI TESSARIM
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDESE Coordenadoria Especial de Apoio e Assistência à Pessoa com Deficiência.
Democracia.
PENSANDO O LIVRO DIDÁTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO DE HISTÓRIA
PLANO ESTRATÉGICO NACIONAL DE ÁREAS PROTEGIDAS - PNAP
Uma Escola do Tamanho do Brasil
1) ACOLHIDA LITERÁRIA (poema, conto, texto literário)
IX CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE TEMA: Mobilizando, Implementando e Monitorando a Política e o Plano Decenal de Direitos.
Plano Nacional de Cultura
Curso Direito à Memória e à Verdade
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência
OS DEZ DIREITOS SOCIOASSISTENCIAIS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação
ATUAÇÃO DE PSICÓLOGOS NO CRAS
Disciplina : Psicopatologia Professora: Luciana Monteiro
REDIRP Red Iberoamericana de Relaciones Públicas DIFUSÃO REDIRP – BRASIL/ARGENTINA 2016.
Antecedentes Outubro de Acordo de Cooperação Técnica que formalizou a parceria entre os Ministérios da Cultura e da Saúde – Editais Cultura e Saúde.
AS REDES EM MULTIPLICAÇÃO REDES DE INFORMAÇÃO, INCLUSÃO DIGITAL E PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUAS REDES A EDUCAÇÃO ESPECIAL FRENTE.
"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo.
Para entender o que é política pública Produção cultural
LDB Leis Diretrizes e Bases da Educação
twitter.com/funasa.
A AGENDA 21 Profª MS. Milena Beatrice Lykouropoulos.
PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS EIXO II CONCRIANÇA2012 Ped. Maria Salete Venhofen. SETAS/CPSE.
Transcrição da apresentação:

OFICINA NACIONAL DE INDICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS PARA INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA Rio de Janeiro – outubro de 2008 Mesa redonda: Patrimônio, Difusão, Fomento e Acessibilidade JORGE MÁRCIO PEREIRA DE ANDRADE

Apresentação/Agradecimentos Médico, Psicanalista, Analista Institucional Fundador do DEFNET – Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais e Editor Responsável pelo InfoATIVO DefNet, boletim eletrônico (via Internet) há 12 anos. Psiquiatra do Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira – CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Estação e Secretário da Comissão de Ética Médica – Campinas – SP Preceptor R2 do Programa de Residência Médica do SSCF – responsável pela disciplina Bioética, Ética Médica e Direitos Humanos em Saúde Mental Coordenador do VI Seminário Educação, Políticas Públicas e Pessoas com Deficiência, ocorrido no XVII Congresso de Leitura do Brasil – COLE, promovido pela ALB/Unicamp, julho de 2007. Militante de Direitos Humanos (ex- integrante do GTNM-RJ) Indicado para o Prêmio Santos Dias de Direitos Humanos (2006) pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Somos diferenças e/ou diversos-múltiplos? Ser humano é entender que a Diversidade leva à unidade, Que a unidade leva à solidariedade, Que a solidariedade leva à igualdade, Que a igualdade leva à liberdade, Que a liberdade leva à diversidade. Kitab-ul-Kutub (Livro dos Livros) Uma diversidade que reconheça as Diferenças...

ARTE, CULTURA, DIFERENÇA E AUTONOMIA quando a pessoa com deficiência inventa na primeira pessoa.... Inventar é preciso, viver não é preciso... Segundo o Projeto Além dos Limites (Funarte): “O fortalecimento da cidadania amplia-se na medida em que se multiplicam as oportunidades, as fontes do conhecimento e a vivência artística...” E SE EQUIPARAM AS OPORTUNIDADES COM POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS...

Políticas públicas e direitos humanos A necessidade de políticas públicas estruturais e ‘saudáveis’ A intersetorialidade das políticas e seus ‘bloqueios’ e ‘resistências’ no campo social e político... A quebra dos preconceitos sobre Arte e Pessoas com Deficiência... Para além da arte como terapia e reabilitação... No caminho da Arte-Educação... Para além da Arte-Ilimitada

Um olhar para além do Olhar “Respeitar a diversidade de culturas e de identidades subjetivas (e coletivas) é outra forma de interpretar a liberdade, a justiça e a eqüidade...” e estando preocupados com as diferenças, vamos ter de reconhecer o direito à igualdade, mas continuando obrigados ao reconhecimento para todos das diferenças culturais... Fonte - Educar e conviver na Cultura Global - As exigências da Cidadania - J. Gimeno Sacristán - Artmed - P.Alegre - 2002.

Construindo e inventando uma Cultura da cidadania e da Acessibilidade Sensível A cidadania é algo mais que um status que se concede aos membros de uma comunidade, que os define como iguais e lhes outorga uma série de direitos... Consiste em uma CULTURA A CONSTRUIR... Assim como não bastam os Decretos e as Leis para que o sujeito com deficiência passe de “objeto” de políticas, com sua indispensável presença, fruição, acesso garantido, participação, e respeito à suas singularidades... Com SENSIBILIDADE...

Cultura e Cidadania

Formulação de políticas e direitos humanos A ausência ou a insuficiência dos direitos sociais, como trabalho (renda), educação, saúde, moradia, alimentação, bem como a existência de circunstâncias e arranjos sociais que dificultam o acesso a esses direitos e à vida digna, criam sérios obstáculos ao exercício de todos os outros DIREITOS HUMANOS e fundamentais, das liberdades. Para que os direitos humanos não sejam violados, então, é necessária a adoção de medidas concretas, planejadas e bem definidas para realização desses direitos...”

Políticas Públicas e cidadania “ A RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE POLÍTICAS PÚBLICAS E A REALIZAÇÃO DE DIREITOS, ESPECIALMENTE OS DIREITOS SOCIAIS, É POR ISSO DIRETA, PORQUE DEMANDA PRESTAÇÕES POSITIVAS POR PARTE DO ESTADO...” IN PATRICIA HELENA MASSA ARZABE, Direitos Humanos e Políticas Publicas – São Paulo, SP, Pólis, 2001.

Quais políticas para quais sujeitos? Sugestões para esta Oficina: Incluir na criação e elaboração destas políticas de valorização dos patrimônios materiais e imateriais, a importância da avaliação e monitoramento destas políticas públicas; Afirmar a ativa participação de todos os atores (Ongs, Governos, etc...), a partir do lema: “Nada sobre nós, sem nós”, no projeto de mudanças culturais acerca e com as pessoas com deficiência;

Outras sugestões... Ampliar, progressivamente, os recursos materiais e financeiros, com incentivo à participação da Sociedade Civil, na implementação de políticas públicas culturais; Incluir os temas relacionados com os Direitos Humanos e pessoas com deficiência, seguindo o novo paradigma que a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Onu- 2006) nos orienta... Tomando as manifestações artístico-culturais com um fértil campo de difusão desses direitos fundamentais.

E para a sua Difusão na Terra Brasilis.... Realizar Oficinas Regionais de indicação de políticas públicas culturais para pessoas com deficiência... Capacitar ‘avaliadores’ dessas políticas que serão produzidas e difundidas a partir desse importante encontro... Fomentar e aprimorar um levantamento nacional, com indicadores de profissionalização, dos artistas produtores/incentivadores/ animadores culturais que estão implicados com o campo das deficiências ...

Na construção de novas Redes Tendo uma noção ‘rizomática’ de redes, sugiro a criação de um OBSERVATÓRIO independente e socializado sobre políticas públicas culturais para pessoas com deficiência, com a realização de um SITE ou BLOG, utilizando-se do ciberespaço inclusivo da Internet para a difusão, de forma criativa, de recursos, projetos, realizações, leis, movimentos, ações educativas, direitos humanos, artistas de todas as áreas, construindo, coletivamente, uma interlocução permanente nessas políticas... Exigir o cumprimentos das Leis, Decretos e portarias que protejam os Direitos Sociais e Culturais de pessoas com deficiência, a começar pelo próprio Estado...

A acessibilidade como meta fundamental... Diz a apresentação do Decreto 5.296/2004 : “O sonho, a militância e a determinação do movimento das pessoas com deficiência no Brasil alcançam um novo patamar, com a assinatura de regulamentação das leis de acessibilidade”. Direitos humanos, democracia e acessibilidade são indissolúveis, pois representam o respeito e a valorização da diversidade humana, como instrumento de bem-estar e de desenvolvimento inclusivo.

Novos paradigmas e revoluções moleculares A respeito do novo paradigma social desejo que nos interroguemos, se seremos apenas participantes ou espectadores? da mesma forma que para os documentos legais que desejamos sejam promulgados e se tornem efetivos, interrogaremos: QUE TAL SERMOS ATORES DE MAIS UMA REVOLUÇÃO MOLECULAR? E partindo, à deriva, possamos, juntos construir novos paradigmas éticos, estéticos, políticos e afetivos de relação com o Outro e os Outros na Diferença

Por um paradigma ético-estético-político Félix Guattari, psicanalista francês, a quem estimo e sou a ele devedor de algumas descobertas sobre paradigmas, nos propõe a expressão PARADIGMA ÉTICO-ESTÉTICO-POLÍTICO para se contrapor ao paradigma científico. Ético porque potência ativa que surge na imanência das práticas para coordenar a vida e escolher a forma de vivê-la; Estético porque criação permanente, subvertendo a pretensa unidade do mundo capitalístico; e Político porque implica a escolha de modos de mundo que se quer viver.

Oswaldoandradianamente Por nosso Manifesto Neo-Antropofágico Só a Antropodiversidade nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente... Tupi or not tupi that is another question... Contra todas as catequeses homogeneizantes... Pela livre-arte dos contrários... As singularidades me interessam A nós interessa o que não sou eu... Interessa o que é o OUTRO e os Múltiplos do OUTRO... A ALEGRIA É A PROVA DOS NOVE... Fonte inesgotável – Oswald de Andrade – A utopia Antropofágica – pág. 47-52 (maio de 1928)

Onde encontrar artigos do palestrante? Políticas Públicas: Educação, Tecnologias e Pessoas com Deficiência – Ed. Mercado de Letras/ALB - 2003 A Reforma Psiquiátrica no Cotidiano II – Ed. Hucitec – 2007.

Pelo Direito ao Livro Acessível e ao LETRAMENTO UMA LUZ NO FIM DO LIVRO Jorge Márcio Pereira de Andrade – XVI COLE – Congresso de Leitura do Brasil – Unicamp, promovido pela ALB UM SEMI-CONTO ou UM MANIFESTO SEMENTE SOBRE UMA OUTRA LEITURA

Para ser encontrado... Fazendo CONTATOs: jorgemarcio@mpc.com.br. jorgemarcio2007@ig.com.br. Tele fax: (19) 32844317 Internet: www.defnet.org.br Rua Clóvis Bevilacqua, 185 sala 05, Campinas, SP, Cep 13075-040. A VIDA PODE TER MAIS POSSIBILIDADES QUE LIMITES ... OBRIGADO A TODOS E TODAS.