Disciplina: Lexicografia II – Professora Responsável: Profa. Dra

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Tipologias de dicionários: registros de léxico, princípios e tecnologias Disciplina: Lexicografia II – Professora Responsável: Profa. Dra. Cláudia Zavaglia Discente: Eloísa Moriel Valença

Lexicografia Produção de dicionários Face aplicada milenar Explicar o significado das palavras difíceis por meio de glosas (Idade Média) Vasto universo tipológico de obras denominadas de glossários e dicionários (nem sempre adequadamente) Domínio da lexicografia: obras que, “como um modelo canônico, sistematizam o léxico de um idioma trazendo informações gramaticas e semânticas sobre as palavras de uma língua [...]” (p. 141)

Dicionário: “Obra que nasce para atender a necessidades específicas das coletividades linguísticas.” (p. 142) “[...] lugar formal e unitário de registro do componente léxico de um idioma.” (p. 142) “[...] paradigma linguístico modelar dos usos e sentidos das palavras e expressões de uma coletividade linguística, desempenhando o papel de código normativo da língua.” (p. 142) “[...] cumpre papel de memória diante do dinamismo do léxico que se transforma ao longo do tempo [...]”. (p. 144)

Lexicografia Domínio da Linguística Aplicada Baseado no pressuposto de que a dicionarização do léxico resulta da aplicação de um paradigma teórico baseado na linguística. A lexicografia exige um saber teórico (definição de unidades lexicais, tipologia das definições, etc.) que depende de uma semântica lexical (ou de uma lexicologia semântica). Interfaces: lexicologia e semântica, estudos sociolinguísticos e discursivos, linguística de corpus, metalexicografia, entre outros.

Diferenças tipológicas: Objetivos de cada dicionário; Necessidades dos usuários previstos; Amplitude do repertório léxico; Escolha das informações registradas.

Da tipologia de dicionários Obras de referência linguística: obras que registram o léxico de forma sistemática e são, consequentemente, consideradas como paradigmas linguísticos, independente de sua extensão. Dicionário linguísticos com temáticas específicas: verbos e regimes, sinônimos, antônimos, morfológicos, etimológicos... Dicionários técnico-científicos ou terminológicos x dicionário geral

Dicionários técnico-científicos/terminológicos x dicionário geral Os primeiros repertoriam os termos de alguma área do conhecimento, repertoriam o que é convencionalmente chamado de léxico especializado Os dicionários terminológicos selecionam seus objetos com critérios específicos, consideram sua importância conceitual. Já o dicionário geral recebe essa denominação por cobrir a totalidade das realizações léxicas de um idioma. Cobrem a totalidade da língua tendo como critério a frequência de uso da palavra ou expressão.

Critério: a extensão da macroestrutura dos Thesaurus: chegam a possuir em torno a 400.000 verbetes. Está vinculado à ideia de exaustividade histórica de registro. Cobre desde palavras antigas até os neologismos. Tipo padrão: o de maior cobertura no Brasil, segundo Krieger chega a 200.000 entradas Minidicionários: 20.000 a 35.000 entradas

O fato dicionário: Proposta de “repertoriar o conjunto das palavras e expressões de uma língua e oferecer inúmeras informações sobre a gramática da palavra-entrada, seus sentidos e seus usos. O modelo completo cobre ainda fonética, a história, via etimologia, os dados do funcionamento linguístico e discursivo das palavras-entrada.” (p. 144) A constituição tradicional da nomenclatura na obra lexicográfica monolíngue é de caráter qualitativo e não apenas quantitativo.

A heterogeneidade constitutiva do léxico: Fatores que determinam a variada formação do conjunto léxico de um idioma, o tempo, o espaço e o registro. Variação diacrônica: palavras antigas e neologismos Variação diatópica: características individuais do falar de diferentes regiões geográficas. Variação denominativa: ocorre tanto dentro de um país, quanto na relação de dois países que falam o mesmo idioma (Portugal e Brasil). Variação diastrática: o léxico constitui-se de maneira horizontal, esses estratos sociais correspondem ao uso diferenciado das palavras, determinando registros como: culto, popular, literário, vulgar, coloquial.

Lexicografia e tecnologias informáticas Mudanças de natureza epistemológica e pragmática. Novos fundamentos epistemológicos: priorização de cortes sincrônicos (dicionários de uso); os percentuais de frequência seguem parâmetros gerais determinados pela e para a lexicografia dessa natureza (uso de corpus representativo dos enunciados linguísticos).

O uso de Corpora Agilizou o trabalho lexicográfico, que tem se beneficiado do grande número de aplicativos que identificam rapidamente as palavras e seus percentuais de ocorrência. Princípios de seleção lexical Escolha das fontes de coleta Apoio logístico das tecnologias informatizadas identificam a nova fase da lexicografia, que busca a cientificidade, e mantém um diálogo incessante com a Linguística de Corpus.

Etimologia e morfologia: a origem e a formação do léxico nos dicionários Dicionários: estruturas e metodologias distintas; finalidades distintas. A organização dos verbetes: comporta informações gramaticais e linguísticas sobre a palavra-entrada, alguns trazem informações etimológicas. O registro do étimo (1. Informação sobre as bases lexicais que deram origem à palavra que passou a integrar o vocabulário de um idioma; 2. A verdade sobre esta palavra) não se restringe a dicionários de língua de modelo canônico, mas também está presente em dicionários específicos.

Estrutura do Dicionário Morfossemântico da Língua Portuguesa (p. 146) Dosagem Relativo a quantidade Dos-ag-em S Dosar Dos-a-r V Dose Dos-e Doseamento Dos-e-a-ment-o Dosear Dos-e-a-r Dosificar Dos-i-fic­­-a-r V do latim facere ‘fazer’ Dosimetria Dos-i-metr­-i-a S do grego métron ‘medida’ Dosimétrico Dos-i-metr-ic-o A   Origem: do grego dósis ‘quantidade de medicamentos ministrada ao doente’, derivado de dídomi ‘dar’. Veja a família dação.

Organização da microestrutura: 1. Facilita o estudo da morfologia da Língua Portuguesa; 2. Facilita o estudo de aspectos morfossemânticos pela disposição das palavras em famílias lexicais, dando conta, portanto, dos vocábulos cognatos. 3. A organização dos verbetes revela a organização em evidenciar a forma de constituição de cada item léxico, com os mecanismos de produtividade lexical. 4. O conteúdo dos vocábulos e as correlações semânticas entre os cognatos estão projetados nesse tipo de obra, que permite evidenciar que o componente léxico de um idioma possui regras orgânicas de formação. O que nos faz reverter a equivocada ideia de que o léxico é inorgânico e idiossincrático.

Referências Bibliográficas KRIEGER, M. da G. Tipologias de dicionários. In Calidoscópio, vol. 4, n. 3, 2006. p. 141-147