Profa. Dra. Patrícia da Fonseca Leite

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
São Paulo – 27 de outubro de 2012 O Brasil Olímpico De Londres ao Rio de Janeiro Dr. Gustavo Campos Coordenador de Ações Médicas Comitê Olímpico Brasileiro.
Advertisements

Hipertrofia – Hiperplasia
Validação de métodos analíticos em toxicologia
Amostras utilizadas em Imunoensaios Profa
Metabolismo Bacteriano
Kit Alfa Marcello Cláudio de Gouvêa Duarte.
Gene Doping H. Lee Sweeney
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ENDÓCRINO
Sistema Endócrino CIÊNCIAS 2011
AVALIAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA E PARÂMETROS DE QUALIDADE DE DIFERENTES FORMULAÇÕES ANTI-HIPERTENSIVAS REGISTRADAS COMO MEDICAMENTOS GENÉRICOS E.
DOPING.
IMPLANTAÇÃO DO PLANO DIRETOR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE Oficina 10: O Sistema de Apoio Diagnóstico Laboratorial Prof. Pedro Guatimosim Vidigal.
Leucemia, Hemofilia, Medula óssea e Anemia
Escola de Equitação do Exército
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES
Exercícios Físicos.
Trabalho de Educação Física
FISIOLOGIA HUMANA Eduardo Silva..
ESTERÓIDES ANABOLIZANTES
Proteínas e Aminoácidos
PIRATARIA DE REMÉDIOS.
 NOÇÕES SOBRE O EMPREGO DE ANTIBIÓTICOS
Estresse e Atividade Física
Introdução à Fisiologia
Fisiologia Humana Sistema urinário.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE MEDICINA
Doping de desporto.
Sistema genital masculino
DOPING Bolsista: João Flávio da S. Petruci.
DOPING – 1º tema Educação Física e as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação – disciplina do Curso de Educação Física – Bacharelado, do CEFD da.
Componentes Principais da Carta Olímpica
IDENTIFICAÇÃO LABORATORIAL DO CONSUMO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
Ilha das flores.
Pauta: Doping aspectos físicos e sociais
Fatores que influem na Toxicidade
ENFª DO TRABALHO JAMILIE SENA
Água é Vida!.
Sistema Endócrino I.
Toxicologia analítica
AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE
ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO Profa. Dra. Ana Cristina C. Vianna
ETAPAS DE UMA ANÁLISE QUÍMICA QUANTITATIVA
Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Atividade física e imunologia
Doping. DOPING – INTRODUÇÃO E HISTÓRICO ORIGEM E USO DA PALAVRA: Provavelmente origina-se da palavra holandesa DOP, uma bebida alcoólica feita de casca.
FETRAB /ACEB Exercício Físico Aplicado á Gestantes
FORMAÇÃO ESPORTIVA A LONGO PRAZO - ADOLESCENTES
Planejamento plurianual
Alterações Hormonais no Exercício de Força
Segurança Ocupacional
Características das Análises Toxicológicas Aula Teórico-Prática Profª Larissa Comarella.
ATUAÇÃO DO BIÓLOGO ANÁLISES CLÍNICAS
Anabolizantes.
Helder Cruz do Nascimento Disciplina: DHQ Professor Vasco
Reabilitação no Esporte
BIOENERGÉTICA ENERGIA dos NUTRIENTES  Músculo ENERGIA QUÍMICA
Como desvendar um crime: atuação das ciências forenses
PROGRAMAÇÃO AULAS PRÁTICAS
SISTEMA ENDÓCRINO.
1 Compreender o Corpo Humano 9
Colégio São José Biologia -Professora Vanesca 2º ano- 2015
FISIOLOGIA HUMANA.
CONTROLE HORMONAL E EXERCÍCIO FÍSICO
CT-13 Comissão Técnica de Vazão
Aspectos fisiológicos, indicadores e estratégias de hidratação
DIABETES MELLITUS E EXERCÍCIO FÍSICO
O PLANEJAMENTO DO TREINAMENTO
SISTEMA ENDÓCRINO.
Transcrição da apresentação:

Profa. Dra. Patrícia da Fonseca Leite Doping Profa. Dra. Patrícia da Fonseca Leite

VENCER É MAIS IMPORTANTE QUE COMPETIR!!

DOPING “Utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudiciais à saúde do atleta ou a de seus adversários, ou contrário ao espírito do jogo” (WADA)

FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O DOPING Frequência, duração e intensidade dos treinos e competições Período de recuperação insuficiente Condições atmosféricas desfavoráveis Pressão por parte do público, treinadores e patrocinadores

ASPECTOS HISTÓRICOS Durante a guerra uso de anfetamina para melhorar a capacidade, eliminar sono, fome, sede e fadiga No pós guerra os homens usavam a testosterona para reestruturar os músculos dos prisioneiros Em seguida, verificaram que este hormônio aumentava a massa muscular e logo esta informação se espalhou no meio esportivo

ASPECTOS HISTÓRICOS 1960 – Roma morte de um ciclista finlandês por overdose de anfetamina 1964 – Japão uso massivo de esteróides anabolizantes 1967 – Comissão médica do COI - primeira lista: narcóticos e estimulantes 1998 – Criado a WADA (Word Anti-Doping Agency) 2003 – Criado o Código Mundial Antidoping pela WADA, o Brasil foi o primeiro país a assinar 2011 – Autoridade Brasileira de Controle da Dopagem (ABCD – Ministério do Esporte) substitui a Agência Brasileira Antigoping (ABA – Comitê Olímpico Brasileiro)

CONTROLE LABORATORIAL DA DOPAGEM

TIPOS DE CONTROLES ANTIDOPING Em competição Realizado imediatamente após a competição Fora de competição A qualquer momento Controle de saúde Antes da competição: ciclismo, esqui e patinação de velocidade

RESULTADOS ADVERSOS EM 2008 Esporte Amostras analisadas Resultados adversos % Olímpicos 202.067 1.974 0,98 Não-olímpicos 72.542 982 1,35 Total 274.615 2.956 1,08 Esporte % Boxe 2,21 Levantamento de peso 2,05 Ciclismo 1,89 Basquete 1,56 Hóquei sobre o gelo 1,33 Luta 1,19 Beisebol 1,11

GRUPOS DE SUBSTÂNCIAS ENCONTRADAS NOS RESULTADOS ADVERSOS

CONTROLE LABORATORIAL DA DOPAGEM Grande desafio da toxicologia analítica Matrizes complexas Concentração baixa Número grande de substâncias químicas

MATRIZES BIOLÓGICAS Urina é a matriz mais empregada Coleta não invasiva Substâncias inalteradas ou metabólitos Sangue também é utilizado em alguns casos Coleta invasiva Matriz mais complexa

CONCENTRAÇÃO BAIXA Necessidade de técnicas analíticas com alta sensibilidade: CG/EM, CLAE/EM, CG-CG bidimensional

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Critérios de inclusão Risco à saúde do atleta Aumento artificial do desempenho Violação do espírito esportivo Quando dois critérios são atendidos a substância é incluída na lista de proibidas

SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Fora de competição Em competição Abreviatura Compostos S0. Substâncias não aprovadas S1. Agentes anabólicos S2. Hormônios peptídicos, fatores de crescimento e substâncias afins S3. β-2-agonistas S4. Moduladores hormonais e metabólicos S5. Diuréticos e outros agentes mascarantes S6. Estimulantes S7. Narcóticos S8. Canabinóides S9. Glicocorticosteróides P1. Etanol P2. β-bloqueadores Fora de competição Em competição Esportes específicos

S1. AGENTES ANABÓLICOS Substâncias endógenas e exógenas Aumento de massa muscular e força Substâncias mais constantes em RAA Testosterona Testosterona????

S1. AGENTES ANABÓLICOS

S1. AGENTES ANABÓLICOS Resultado > 4 = RAA Método analítico Matriz: urina Técnica: CG/EM Preparo de amostra: extração em fase sólida, seguida de derivatização Testosterona Epitestosterona Relação = Resultado > 4 = RAA

S2. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS Eritropoietina, insulina, hormônio de crescimento, gonadotrofina coriônica e LH, etc Diversas finalidades: Eritropoietina: aumenta eritrócitos Gonadrotrofinas: estimula a síntese de testosterona Insulina: administrado junto com glicose Substâncias naturalmente presentes no organismo humano

S2. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS Método analítico para eritropoietina 1. Preparo da amostra de urina por ultracentrifugação 2. Técnica: Focalização isoelétrica 3. Técnica: Double Blotting” 4. Revelação: detecção por quimiluminescência

S2. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS Tempo de coleta da urina Sensibilidade da técnica

S2. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS

S3. β-2-AGONISTAS Métodos analíticos Como são substâncias exclusivamente exógenas, são mais fáceis de serem determinadas Técnicas: CG/EM, CLAE/UV, CLAE/EM

S4. MODULADORES HORMONAIS E METABÓLITOS Substâncias que aumentam a testosterona por inibirem sua conversão em estrógeno (inibidores da aromatase), inibir o feed back negativo (moduladores seletivos de estrogênio)

S4. MODULADORES HORMONAIS E METABÓLITOS Métodos analíticos Como são substâncias exclusivamente exógenas, são mais fáceis de serem determinadas Técnicas: CG/EM, CLAE/UV, CLAE/EM

S5. DIURÉTICOS E OUTROS MASCARANTES Furosemina e hidroclorotiazida são os mais encontrados Redução de peso Diluição da urina Redução de edema causado pelos esteróides anabolizantes

S5. DIURÉTICOS E OUTROS MASCARANTES Método analítico Matriz: urina Técnica: CLAE/UV (Arranjos de Diodo) Preparo de amostra: extração líquido-líquido (ELL) CLAE ELL

S5. DIURÉTICOS E OUTROS MASCARANTES

DEMAIS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS S6. Estimulantes S7. Narcóticos S8. Canabinóides S9. Glicocorticóides P1. Álcool P2. Beta Bloqueadores Substâncias exclusivamente exógenas Métodos analíticos seletivos

Proibidos em competição e fora de competição MÉTODOS PROIBIDOS M1.Aumento da transferência de oxigênio Dopagem sanguínea Aumento da captação, transferência, aporte com produtos a base de hemoglobina M2. Manipulação química e física Diluição ou adulteração da urina Substituição do material biológico M3. Doping genético Transferência de ácidos nucleicos Uso de células geneticamente modificadas Proibidos em competição e fora de competição

DOPING GENÉTICO Métodos diretos Métodos indiretos Identificação do vetor Avaliação do material genético modificado Avaliação da proteína modificada Métodos indiretos Avaliação de parâmetros hematológicos/ imunológicos alterados

PASSAPORTE BIOLÓGICO DO ATLETA Células vermelhas Volume corpuscular Hematócrito Hemoglobina Hemoglobina corpuscular Concentração média de hemoglobina corpuscular Leucócitos Plaquetas Porcentagem de reticulócitos

PROGRAMA DE TESTES ANTIDOPING Seleção Notificação Coleta da amostra Análise da amostra Controle de resultados

COLETA DE AMOSTRA - ABCD

COLETA DE AMOSTRA - ABCD

COLETA DE AMOSTRA - ABCD

COLETA DE AMOSTRA - ABCD

COLETA DE AMOSTRA - ABA

COLETA DE AMOSTRA - ABCD Envio das amostras ao laboratório credenciado pela WADA A maior parte das organizações esportivas adotam a lista de substâncias proibidas da WADA

LABORATÓRIO CREDENCIADO No Brasil o laboratório credenciado é o: Laboratório de Controle de Dopagem do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LABDOP – LADETEC/IQ - UFRJ)

LABORATÓRIO CREDENCIADO

CONTROLE DOS RESULTADOS Os resultados são enviados a organização do evento, uma cópia a WADA e outra a federação internacional Em caso de resultados adversos, a equipe pode solicitar reanálise da amostra B, sendo que se for confirmado o resultado, o custo desta análise é repassado a equipe/atleta O Superior Tribunal de Justiça Desportiva é o responsável pelo julgamento

CONTROLE DOS RESULTADOS http://www.fmfnet.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=361:modulo-i-controle-de-dopagem&catid=1:cat-ultimas-noticias&Itemid=18

ISENSÃO PARA USO TERAPÊUTICO Preenchimento de formulário com laudo do médico que indicou o medicamento justificando a sua necessidade terapêutica