INTRODUÇÃO A DRENAGEM URBANA

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Transcrição da apresentação:

INTRODUÇÃO A DRENAGEM URBANA Prof. Tauana da Rosa

O sistema de drenagem deve ser entendido como o conjunto da infraestrutura existente em uma cidade para realizar a coleta, o transporte e o lançamento final das águas superficiais. Inclui ainda a hidrografia e os talvegues. É constituído por uma série de medidas que visam a minimizar os riscos a que estão expostas as populações, diminuindo os prejuízos causados pelas inundações e possibilitando o desenvolvimento urbano de forma harmônica, articulada e ambientalmente sustentável.

O sistema pode ser dividido em:

Os sistemas de drenagem urbana são sistemas preventivos de inundações, principalmente nas áreas mais baixas das comunidades sujeitas a alagamentos ou marginais aos cursos d’água. A enchente é um fenômeno natural do regime do rio, e todo rio tem sua área de inundação. As inundações passam a ser um problema para o homem quando ele deixa de respeitar os limites naturais dos rios, ocupando suas áreas marginais. As inundações urbanas podem ser: • em áreas ribeirinhas; • devido à urbanização:

ASPECTOS HISTÓRICOS Ao longo da história da humanidade sempre houve uma profunda ligação das cidades com os cursos d’água, sendo estes determinantes no processo de sedentarização das populações; Essa proximidade entre cidades e cursos d’água, entretanto, fez aparecer frequentes problemas de excedente de água (inundações); Até meados do século XIX, as inundações eram consideradas como “um preço a pagar” devido a proximidade com os rios;

Porém no século XIX, com as grandes epidemias de cólera e tifo na Europa, a preocupação com o “saneamento das cidades” aumentaram... Assim preconizou-se que as águas pluviais fosses conduzidas através de tubulações (preferencialmente subterrâneas), funcionando por gravidade para facilitar a circulação viária e o desenvolvimento urbano. Esses conceitos foram adotados de forma quase sistemática no Mundo Ocidental, e de certa maneira continuam a vigorar até hoje, mesmo que com alterações, constituindo o que chama-se de sistemas clássicos de drenagem.

PROBLEMÁTICA ATUAL E TENDÊNCIAS DA DRENAGEM URBANA Um fenômeno global significativo observado no século XX é a intensa concentração da população em áreas urbanas. No Brasil por exemplo, a população em áreas urbanas já é da ordem de 80%

A urbanização acarreta impactos hidrológicos significativos, como vistos na Figura

No que diz respeito a drenagem, os impactos se traduzem essencialmente em aumento das vazões de pico. Do ponto de vista ambiental os impactos da urbanização são também significativos. A carga de poluição das águas pluviais (supostas “limpas”), mostra-se, bastante expressiva, sendo muitas vezes equivalente, e eventualmente superior às cargas poluentes dos esgotos sanitários

Do ponto de vista de desenvolvimento tecnológico da drenagem urbana, pode-se citar as seguintes opções: Implementação de um planejamento integrado do sistema de drenagem, com a adoção de medidas não estruturais; Adoção de tecnologias alternativas ou compensatórias objetivando o controle do impacto da urbanização; Utilização de sistemas de previsão de cheias visando a operação em tempo real do sistema de drenagem.

SISTEMAS CLÁSSICOS E ALTERNATIVOS Os sistemas clássicos de drenagem são constituídos, essencialmente, de dispositivos de captação das águas superficiais, estruturas de condução das águas captadas, na forma de canais abertos ou condutos enterrados .

A intensificação dos processos de urbanização evidencia os limites das soluções clássicas de drenagem no tocante à sua real eficácia: Ao retirar das áreas urbanizadas as águas de drenagem pluvial o mais rapidamente possível, transferem-se para jusante os problemas de inundação; Como resultado, novas obras de drenagem devem ser construídas a jusante; A canalização de cursos d’água gera na população uma falsa idéia de segurança com respeito a inundações, facilitando a ocupação de áreas ribeirinhas. Normalmente as soluções clássicas não contemplam os problemas de qualidade de água. As soluções clássicas conduzem a situações irreversíveis que limitam outros usos presentes ou futuros da água em meio urbano

Sistemas alternativos A partir dos anos 70, uma outra abordagem para tratar o problema vem sido desenvolvida, sobretudo na Europa e na América do Norte. Trata-se do conceito de tecnologias alternativas ou compensatórias de drenagem, que buscam neutralizar os efeitos da urbanização sobre os processos hidrológicos, com benefícios para a qualidade de vida e a preservação ambiental. Estas tecnologias são alternativas porque consideram os impactos da urbanização de forma global, controlando na fonte, a produção de excedentes de água decorrentes da impermeabilização.

As soluções mais adotadas são as seguintes: bacias de detenção, também conhecidas por bacias de amortecimento de cheias; armazenamento temporário em telhados, áreas de estacionamento, terrenos esportivos e áreas livres em geral; pavimentos porosos, em áreas de estacionamento e no sistema viário; estruturas que favorecem a infiltração e a percolação, tais como trincheiras, poços, valas, etc.; tratamento de fundos de vale, com zoneamento de planícies de inundação e delimitação de áreas non aedificandi destinadas ao armazenamento temporário; canalizações de cursos d’água com técnicas que favorecem o escoamento lento ou mesmo a detenção temporária das águas.

Pelo seu enfoque na compensação dos efeitos da urbanização, essas soluções apresentam inúmeras vantagens com relação ao enfoque tradicional. Tais vantagens dependem, naturalmente, da solução adotada e da sua adequada inserção no ambiente urbano.

Dentre as alterações ambientais decorrentes da urbanização mais relacionadas com a Hidrologia Urbana destaca-se a degradação da qualidade das águas, a erosão e assoreamento dos corpos d’água, o consequente aumento dos volumes escoados superficialmente e a redução da recarga de aquíferos

Impactos da urbanização sobre os processos do ciclo hidrológico

Um escopo da atual situação... Ações necessárias em função dos impactos da urbanização Controle de inundações Controle de poluição Gestão de recursos hídricos

Plano Diretor de Drenagem Urbana O Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU é o conjunto de diretrizes que determinam a gestão do sistema de drenagem cujo objetivo é minimizar o impacto ambiental devido ao escoamento das águas pluviais. O PDDU deve priorizar as medidas não-estruturantes, incluir a participação pública, ser definido por sub-bacias urbanas e ser integrado ao plano diretor de desenvolvimento urbano. Objetiva ser o instrumento orientador do poder executivo não só nas questões pontuais como inundações mas também nas medidas de macrodrenagem como contenções de encostas e cabeceiras.

A elaboração do PDDU consiste em: estudar a bacia hidrográfica como um todo, com o cadastro da macrodrenagem e inventário das ocorrências de inundações, controle de erosão, controle de vetores causadores de doenças; estabelecer normas e critérios de projeto uniformes para toda a bacia hidrográfica; elaborar o zoneamento dos fundos de vale e das várzeas de inundação; valorizar o curso d’água com sua integração na paisagem urbana e fonte de lazer; articular o plano diretor com os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, sistema viário; envolver a comunidade na discussão dos problemas e soluções propostas; adotar medidas preventivas em vez de corretivas.

Legislação As legislações que envolvem a drenagem urbana estão relacionadas com recursos hídricos, uso do solo e licenciamento ambiental. RECURSOS HÍDRICOS - A Constituição Federal estabelece os princípios básicos da gestão por meio de bacias hidrográficas, que podem ter o domínio estadual ou federal. USO DO SOLO - Visa ao disciplinamento do uso do solo para a proteção ambiental, controle de poluição, saúde pública e da segurança. O macrozoneamento urbano nos planos diretores deverá contemplar os aspectos relativos à drenagem. LICENCIAMENTO AMBIENTAL - Estabelece critérios e diretrizes para as obras hidráulicas de drenagem.