ÉTICA E ECO-ESPIRITUALIDADE

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Transcrição da apresentação:

ÉTICA E ECO-ESPIRITUALIDADE NOVA COMOLOGIA E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO ECO- ESPIRITUALIDADE: SER E SENTIR-SE TERRA A DIMENSÃO AMBIENTAL DA EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO AMBIENTAL ANALISADA POR MARÍLIA TOZZONI REIS

Antropologia B Pedagogia Professor: Donizeti 7º período- noturno Anderson Eduardo Almeida RA:10235968  Joelma Cristina RA:10211902 Maria Rosa Dias RA: 10232247 Nilse Helena Marques RA: 10254985

Nova cosmologia e teologia da libertação “A teologia da liberação nasceu ouvindo o grito massivo dos pobres entendidos como injustamente oprimidos. Seu mérito foi ter dado centralidade ao empobrecido, fazendo-o sujeito de sua própria libertação e lugar epistemológico, vale dizer, lugar a partir donde se entende melhor o Deus da revelação como Deus vivo que escuta o grito das vítimas[...]”(BOFF. 2003, p.39) Sensível a realidade dos pobres. Cristo sofredor nos rostos dos irmão sofredores. Prática de libertação, faz dos próprios oprimidos, sujeitos principais de sua libertação. Celebração: Deus agindo nos processos de libertação. Pobres de muitos rostos. Todos voltados com uma pedagogia de libertação. Atuou firmemente nas perseguições, sequestros, nas torturas dos mártires da américa latina. Nunca foi um sistema fechado. Edificou a ação que liberta a partir da fé e dar-lhes uma resposta corajosa e contemporânea. Mudança de paradigma, mundo dos mais sofridos. Debateu temas culturais (índio e afro-latino-americano), e de gênero (mulher). Provocou um desconforto na humanidade em processo.

Agora novo confronto: como situar a reflexão teológica no contexto da nova imagem do mundo, que está surgindo das ciências da terra, da cosmologia contemporânea e da evolução ampliada?

A nova centralidade: o futuro da Terra e da humanidade Novo estado de consciência; Possibilidade de autodestruição (desiquilíbrio dos ecossistemas e da terra): Forças produtivas em destrutivas; Modo de produção: pessoas, classes sociais e a terra, em nome da comodidade e crescimento ilimitado. Resultado: exclusão social da maioria da humanidade e planeta. Esgotamento dos recursos da Terra. O contrato social do passado, não incluía a Terra. “Temos que garantir a Terra e as condições de reprodução da humanidade” (BOFF, 2003, p. 43). Todos oprimidos e empobrecidos. A terra não está garantida. Novo projeto social humano. Construir solidariamente, ou se verá o destino fatal. O maior pobre: terra e humanidade. Precisamos todos ser libertados “Ou mudamos ou morremos”. (BOFF, 2003, p. 44).

Marcos da nova cosmologia : O teatro cósmico “Todos viemos de um grande caos inicial, incomensurável instabilidade e desordem” (BOFF, 2003). Dele provém todas as coisas. Explosões, expansões: momento cósmico. Estrelas e corpos do universo: momento químico. A auto- organização da matéria: momento biológico. Vida humana: momento antropológico (consciência, reflexiva, pela liberdade e autocriação). Os humanos se expandiram por toda terra e adaptando e modificando ecossistemas: momento de globalização. Não acabou de nascer, mas está no início. A evolução perpassa por rupturas e saltos mais complexos e altos. O Todo e uno e dinâmico, porém com diversidade de seres , energias com ordens interdependentes. Essa interdependência revela a cooperação de todos com todos. A evolução é sempre Co-evolução, nunca somente de um ser, de uma espécie ou de um eco-sistema, mas da totalidade que evolui.

Quanto maior for a rede de inter-retro-conexões mais garantida é a sobrevivência no presente e também no futuro. Matéria: massa energia e informação, troca, assimilação, rejeição, composição, aprendizagem. Todos nós marcados por processos de história. Irreversibilidade, interioridade e subjetividade. O universo é rede de relações e todos tem essa unidade de espírito. O propósito do universo não é apenas perpetuar o que existe, mas ocasionar a realização das potencialidades existentes no próprio universo. pensar a realidade como um organismo vivo de sistemas abertos e em redes de relação. Tudo no universo é, pois, co-criativo, co-participativo, ligado e religado a tudo e a todos.

O Lugar do ser humano no conjunto dos seres O ser humano é parte e parcela do universo em evolução. A terra já estava 99,98% pronta e não dependeu dele para ser elaborada. Porém, ele pode intervir intencionalmente na natureza, mesmo fazendo parte dela. Assim, ele se torna coo responsável das intervenções. ”Portanto, o ser humano pode intervir no sentido da própria natureza, potenciando virtualidades presentes, como pode intervir freando, frustrando e destruindo virtualidades”. (BOFF, 2003, p. 48). O caos e a desordem são ocasião de surgimento de novas ordens. A decisão vai depender de qual seta irá seguir. Tudo vai depender da autoafirmação que ameaça e a relação com os demais como um todo, com o qual depende para subsistir. Capitalismo: reino do eu. A responsabilidade de assumir o desequilíbrio resultará na intimação dos seres vivos e do sistema da vida. 

O pobre e o excluído, vítima da injustiça ecológica e social O desiquilíbrio ecológico e social afeta a todos os ecossistemas e os seres que os compõem. O sistema capital explora a força de trabalho, sobre povos e países, colonizando-os e sugando suas riquezas, sobre o sistema- Terra esgotando os recursos naturais. A injustiça ecológica – afetando as águas, os solos, os ares, a base físico-química da vida, se transfora numa generalizada degradação da qualidade social de vida. A injustiça social - penalizando principalmente os mais fracos e os pobres. Essa relação dominante predadora se entrelaçam com a lógica da exploração e da devastação da comunidade de vida. A todos importa libertar.

Para esse processo de libertação global e integral busca-se: A libertação da Terra, mudança de pensamento e de relação para com ela. Garantir a continuidade da espécie, preservar as condições de sua reprodução e desenvolvimento já que ele é um ser interativo e coo criador. Enfrentar o empobrecimento injusto das grandes maiorias da humanidade que se encontram debaixo do limite da pobreza, que garanta o suficiente e o decente para todos. Salvar espécies em extinção seja de animais, vegetais e micro- organismos, pois o seu desparecimento empobrece a biodiversidade, afeta a integridade da natureza e reduz recursos talvez necessários para a cura da vida ou para a sustentabilidade das sociedades humanas. Garantir a qualidade de vida de toda a comunidade (seres humanos e outros organismos vivos que constituem a comunidade biótica) no sentido de garantir o patrimônio natural e cultural comum para as gerações presentes e para as gerações futuras.

Conclusão: nova urgência da teologia da libertação Cabe a cada um de nós a grande reflexão entre os co-depedentes e coexistente da grande mãe Terra. O maior tema é a cooperação e a solidariedade como base de todo o universo. Respeita a relativa autonomia de todos e de cada um dos seres, incorpora a espiritualidade porque todos os seres e o universo são portadores de informação, subjetividade e propósito. Ou mudamos na direção que a natureza nos aponta e assim nos salvamos ou vamos ao encontro do pior, a dizimações como jamais vistas na história da humanidade. “Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela pronta luta pela justiça, pela paz e pela alegre celebração da vida” (BOFF, 2003, p. 41).

Eco- espiritualidade: ser sentir-se Terra O futuro da Terra em nossas mãos, somos responsáveis pela vida ou pela morte de nosso planeta vivo. Podemos destruí-la, por meio da irresponsabilidade humana que constroem máquinas de morte que podem destruir a biosfera: como o perigo nuclear e a agressão ecológica ao sistema- Terra. Ou podemos invocar a ecologia ,como meio de salvação da Terra. “Não no seu sentido palmar e técnico como gerenciamento dos recursos naturais, mas como uma visão do mundo alternativa, como um novo paradigma de relacionamento respeitoso e sinergético para com a Terra e para com tudo o que ela contém” (BOFF, 2003, p. 53). A ecologia faz parte de todos os problemas, da educação, das indústrias, da urbanização, do direito e da reflexão filosófica e religiosa. A consciência ecológica pertence a todos, uma humanidade que tenha mias sensibilidade, responsabilidade e cooperação para com a Terra, para a sua preservação.

Somos terra que pensa, sente e ama O ser humano na sua cultura e evolução histórica mostrou-se uma intuição segura: “pertecemos à Terra; somos filhos e filhas da Terra; somos Terra.” Somos Terra no seu momento de auto-realização e de autoconsciência. Humanidade e Terra, formamos uma única realidade esplêndida, reluzente, frágil e cheia de vigor. Nos termos da cosmologia, o ser humano é formado com as mesmas energias e elementos físico-químicos dentro da mesma rede de relações de tudo com tudo. (bing bang: inflação e explosão). Para conhecermos a nós mesmos e a nossa ancestralidade, precisamos conhecer um pouco da história dos cinco grandes atos que são estruturados o teatro universal, são eles: o cósmico ,o químico, o biológico, o humano e o planetário. “Só podemos entender o ser humano-Terra se o conectarmos com todo esse processo universal; nele os elementos materiais e as energias sutis conspiram para que ele lentamente fosse sendo gestado e, finalmente pudesse nascer...”

O Que é a dimensão - Terra em nós? Segundo Boff, significa que “somos parte e parcela da Terra. Somos produto de sua atividade evolucionária, temos no corpo, no sangue, no coração, na mente e no espírito elementos-Terra.” Ou seja, somos um com ela. A Terra não é um objeto estranho diante de nós, ela faz parte do ser humano. Em outro momento, o qual pensamos na Terra e de como intervir nela, nos distanciamos para vê-la melhor, mas nem por isso rompemos o cordão umbilical com ela. O esquecimento desta união com a Terra é um equívoco do racionalismo em todo as suas formas, gerando a ruptura com a Mãe . Dando origem ao antropocentrismo, o qual se dá na ilusão de que se pensamos e intervirmos na Terra, podemos dominá-la e dispor-se dela a seu bel prazer. Conservar a natureza é condição de nossa imortalidade e condição também para que possam nascer novos seres humanos e fazer seu percurso no tempo. Sentir-se Terra, faz nos perceber tudo da Terra, seu frio e calor, sua força que ameaça bem como sua beleza que encanta. Ser Terra é sentir habitante de certa porção de terra. Por fim, sentir-se Terra é perceber-se dentro de um complexa comunidade de outros filhos e filhas da Terra. A Terra não produz somente a nós humanos, mas também uma miríade de micro-organismos que compõem 90% de toda a rede da vida, os insetos que constituem a biomassa mais importante da biodiversidade.

A experiência de que somos Terra constituiu a experiência da humanidade no paleolítico: produziu uma espiritualidade e um política. Primeira espiritualidade: por todas as partes, a começar pela África, há alguns milhares de anos, de 7000 a 6000 anos antes da nossa era, quando era ainda uma terra verde, rica e fértil. A espiritualidade era de uma profunda união cósmica e de uma conexão orgânica com todos os elementos como expressões do Todo. Surgiu a espiritualidade política: as instituições matriarcais. As mulheres formavam os eixos organizadores da sociedade e da cultura. Sociedades sacrais decorridas de reverência, de enternecimento e de proteção à vida. O ser humano precisa refazer essa experiência espiritual de fusão orgânica com a Terra, a fim de recuperar suas raízes e experimentar sua própria identidade radical. Ressuscitando também a memória política do feminino, para que a dimensão da “animá” entre na elaboração de políticas com mais igualdade entre os sexos e com maior capacidade de integração.

Questão em aberto: Será que toda a luta pela terra que o Movimento dos Sem-Terra, os Zapatistas e outros movimentos pelo mundo afora levam avante não vive dessa mística inconsciente, de que se trata não apenas de um luta por um meio de produção (que nunca deixa de ser), mas, acima de tudo, por uma compreensão diferente do ser humano como um ser da Terra, pela Terra, com a Terra? A consciência coletiva incorpora mais e mais a ideia e o valor de que o planeta Terra é a nossa Casa Comum e a única que temos. Importa, por isso, cuidar dela, torná-la habitável para todos, conservá-lo em sua generosidade e preservá-la em sua integridade e esplendor. Nascendo um “ethos” mundial compartido por todos, capaz de unir os seres humanos para além de suas diferenças culturais, sentindo-se de fato como filhos e filhas da Terra que a amam e respeitam como a sua própria Mãe.

A dimensão ambiental na educação A proposta do autor é de ajudar os educadores e futuros educadores conhecerem sobre o tema Educação Ambiental. No primeiro capítulo, o autor apresenta uma questão que é levada e respondida por todo o texto, “Por que educação ambiental?”, um dos motivos está na condição de que a evolução das espécies viventes acontece num planeta em constante movimento, o surgimento do ser humano primitivo, ocorreu na natureza. (p.11). Por outro lado o autor cita que houve um afastamento do homem em relação à natureza, e também nas sociedades, chegando ao auge do individualismo exacerbado, provocando com isso um desequilíbrio ambiental, pois estas agindo de forma desarmônica com o ambiente. Segundo Guimarães, o sentimento de poderio, juntamente com a maneira egocêntrica de visão de dominação presente na sociedade moderna para maior acumulação de capitais e bens, tem desvirtuado transformando e contaminado a humanidade diante da natureza, pois o objetivo esta no crescimento econômico, por meio da extração descontrolada de recursos naturais, renováveis, ou não.

Por isso, “a Educação ambiental tem o importante papel de fomentar a percepção da necessária integração do ser humano com o meio ambiente”, (GUIMARÃES, p.15) Em Estocolmo (1972), houve a conferência das Nações Unidas, que apresentou na época o problema ambiental. No ano de 1995 em Belgrado, houve o Seminário Internacional sobre Educação Ambiental e suas finalidades, ficando determinado o seu caráter contínuo e multidisciplinar, além da centralidade na problematização sobre os tipos de desenvolvimentos econômicos. Mas somente na década de 1980, que surgiram produção de perfil acadêmico que abordava e tratava sobre o tema no Brasil, e as produção que mais de destacaram foram, LIMA, Maria José (Ecologia Humana – 1984); GONÇALVES, Dalva (Educação Ambienta, garantia de vida – 1984); Keim, Ernesto Jacob (Abordagem da relação entre os componentes ambientais nos livros didáticos – 1984). O tema Educação Ambiental, se firma no Brasil no início dos anos 1990, mesmo ainda pouco conceituada para educadores e população em geral. Diante disso vem a questão de para que Educação Ambiental? Qual é o papel do educador e seus caminhos de atuação? (Guimarães).

Para o autor, “É necessário que se elabore a visão que comporta tanto a rosa quanto o espinho: a visão da roseira” (p.30), ou seja, para Guimarães, será necessário trabalhar positivamente a integração homem/ambiente, fazendo-o entender que o homem e a natureza são únicos, e não partes desmembradas ou somente parte dela já que tudo que o homem desfruta provem da natureza. Segundo Guimarães, “a Educação Ambiental postula (...) a ampliação para uma consciência planetária, comprometida com a melhoria da qualidade do ambiente”. Sendo assim o planejamento deve ter início a partir da realidade local, considerando que os diferentes conteúdos de conhecimentos serão o ponto de partida para a reelaboração de outros novos conhecimentos aplicados na realidade no sentido de transformá-las”. (p.42). Guimarães afirma que “a ação de planejar implica a participação ativa de todos os elementos envolvidos no processo de ensino; deve priorizar a busca da unidade entre a teoria e a prática; o planejamento deve partir da realidade concreta (alunos, escolas, contextos sociais...); de vê estar voltados para atingir o fim mais amplo da educação”. (p.43).

E por fim na terceira fase a execução do plano de ação. O planejamento deve ser dividido em três fases, como forma melhor de sistematização: A primeira fase está em desenvolver um levantamento da realidade local vinculando a escola com a situação ambiental e o envolvimento da comunidade intra e extra-escolar. A segunda fase é o plano de ação, onde deverão ser estabelecidos os procedimentos necessários para aquisição, reestruturação de conhecimentos a serem aprendidos e buscados pelos educados. E por fim na terceira fase a execução do plano de ação. A ONU apresenta uma proposta de execução através de um manual “Meio Ambiente e Desenvolvimento”, (pags. 62 á 102). Este manual propões diversos exemplos para sala se aula (I,II e III), contendo tema geral, objetivos, temas/textos de debate para os estudantes e atividades pedagógicas.

Dimensão Epistemológica/ Dimensão Pedagógica Educação Tradicional: coloca o conhecimento como elemento central do processo educacional, relaciona-se com a subjetividade humana. Ignora a experiência coletiva dos indivíduos em sociedade. O individuo espiritualmente equilibrado, produz uma sociedade. Abordagem Naturalista: a educação é reduzida ao papel de adaptadora dos sujeitos ao mundo predeterminados pelos processos naturais; a educação tem como função de reintegração do indivíduo a natureza, esvazia a função dos educadores como mediadores na interação dos indivíduos com o meio natural,social e cultural; supervaloriza as experiências sensíveis, sugerindo a submissão do sujeito ao domínio natural da natureza; as mudanças pessoais internas de caráter espiritualista são metas educativas e a adaptação do individuo ao ambiente natural e harmônico é principio educativo; sugere a dominação da natureza sobre o homem; justifica atitudes autoritárias de controle social.

Abordagem Racionalista: Educação Nova: a educação ambiental é identificado como aquisição do conhecimento. Tem caráter informativo, preparação estritamente intelectual. As ideias predominantes identificam-se com o referencial científico de educação e ensino. Abordagem Racionalista: educação reduzida à função de transmissão dos conhecimentos técnico- científicos; educação como preparação intelectual dos indivíduos para a vida em sociedade, utilização racional dos recursos; tem a função de adaptar os indivíduos à sociedade e esses as condições limitadas do meio ambiente; aos educadores, cabe a função de transmissão mecânica de conhecimentos.  Abordagem Sócio Histórica: Educação crítica: ênfase aos aspectos sociais, históricos e culturais do processo educativo, cujo principal indicativo é a de educação como conscientização .Valorização do individuo em sua dimensão coletiva, articulação entre os conhecimentos e as questões sociais, além dos conhecimentos técnicos científicos.

Abordagem Sócio Histórica é determinada pela história da organização dos homens em sociedade, ou seja, suas ideias principais identificaram as relações sociais historicamente estabelecidas como definidoras da relação homem-natureza e educação; a educação é um instrumento de luta social; a educação tem como função produzir sujeitos históricos e sociais plenos como resultado coletivo e consciente de sua própria vida; ciência e sociedade são indissociáveis.