Introdução ao Serviço Social

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Transcrição da apresentação:

Introdução ao Serviço Social Aula 3 Flávia Abade

Objetivos da aula Contextualizar historicamente o surgimento do Serviço Social no Brasil. Descrever a criação das primeiras escolas brasileiras de Serviço Social. Analisar as instituições assistenciais criadas durante o Estado Novo.

O surgimento do Serviço Social no Brasil Início do século XX: industrialização. População operária: minoria formada (na sua maioria) por imigrantes. Condições de vida e de trabalho precárias: moradias insalubres; carência de água tratada, rede de esgoto e iluminação elétrica; frequentes acidentes de trabalho; baixos salários; trabalho infantil e jornadas de trabalhos elevadas.

O surgimento do Serviço Social no Brasil Organização do proletariado: lutas por leis sociais que reconhecessem sua cidadania. Ocorrência de greves e manifestações. Surgem as Ligas Operárias e as Caixas Beneficentes, com fins assistenciais e cooperativos, que dão origem, posteriormente, às Sociedades de Resistência e aos Sindicatos.

O surgimento do Serviço Social no Brasil Ano de 1919: participação do governo brasileiro na Convenção da OIT, da qual tornou-se signatário. Transformação das recomendações da Convenção em leis a partir da década de 1920. Anos de 1926 e 1927: aprovadas a lei de férias, acidente de trabalho, seguro-doença, o código de menores e trabalho feminino.

O surgimento do Serviço Social no Brasil Assim, no decorrer da Primeira República, o saldo acumulativo das conquistas do movimento operário é bastante estreito. Da mesma forma, o balanço de medidas estatais e particulares visando à reintegração, ou simples repressão do movimento operário, tendem largamente para esta última. (IAMAMOTO, CARVALHO, 2014, p. 144)

O surgimento do Serviço Social no Brasil “Revolução de 1930” Oligarquias cafeeiras foram depostas do poder: fim da República Velha e início da República Nova. Getúlio Vargas assumiu o poder, a princípio, provisoriamente dando início à Era Vargas. O Estado tomou para si a incumbência de diminuir as tensões provenientes das manifestações trabalhistas com amplo apoio da Igreja Católica e de alguns grupos dominantes.

O surgimento do Serviço Social no Brasil A Igreja Católica passa a intervir na vida social, colaborando com a Revolução Constitucionalista de 1932, organizando o sindicalismo católico e criando os Círculos Operários. Ampliação das instituições católicas laicas, criando instituições centralizadoras do apostolado social, através da Ação Católica Brasileira, fundada em 1935.

O surgimento do Serviço Social no Brasil As encíclicas Rerum Novarum e Quadragesimo Anno influenciaram as respostas aos problemas sociais formuladas por essas instituições, buscando os princípios da cristandade para realizar a justiça social.

O surgimento do Serviço Social no Brasil Constituição de 1934: oficializa a parceria Estado-Igreja, explicitando o catolicismo como religião oficial. O surgimento do Serviço Social no Brasil é marcado pela influência da Igreja Católica.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil Associação das Senhoras Brasileiras (1920), no Rio de Janeiro. Liga das Senhoras Católicas (1923), em São Paulo. Ações de conteúdo assistencial e paternalista antecederam a expansão da ação social e o surgimento das primeiras escolas de Serviço Social.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil Ano de 1932, em São Paulo: criação do Centro de Estudos de Ação Social (CEAS) e a realização do primeiro curso de qualificação de agentes da prática social. Curso Intensivo de Formação Social para Moças e foi ministrado pela assistente social belga Adèle de Loneuax, da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil CEAS: formação de seus membros voltados para a doutrina social da Igreja com aprofundamento a respeito dos problemas sociais e intervenção direta junto ao proletariado visando afastá-lo de influências subversivas. Cursos promovidos pelo CEAS: filosofia, moral, legislação do trabalho, doutrina social, enfermagem de emergência, etc.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil Ano de 1936 é fundada a Escola de Serviço Social de São Paulo. Em 1940, surge o Instituto de Serviço Social de São Paulo destinado à formação de trabalhadores sociais especializados para o Serviço Social do Trabalho. No decorrer da década de 1940, surgem diversas escolas de Serviço Social nas capitais dos Estados.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil A demanda por assistentes sociais no mercado de trabalho era maior do que o número de profissionais disponíveis. Instituições passaram a oferecer bolsas de estudo aos alunos. Modificação do perfil dos assistentes sociais: de assistentes sociais mulheres da classe dominante para assistentes sociais mulheres da classe média alta e parcelas da pequena burguesia urbana.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil Fase embrionária do Serviço Social: baseada no pensamento católico europeu. Fundamentação teórica orientava-se para a reprodução da força de trabalho do proletariado e de sua reprodução enquanto classe social. Intervenções focadas na família com caráter assistencial complementar à renda obtida através da venda da força de trabalho.

As primeiras escolas de Serviço Social no Brasil Ações médico-sanitaristas de caráter profilático e encaminhamentos a serviços diversos. Representação do proletariado era a representação produzida pela classe dominante. Reprodução das relações sociais de produção capitalista.

O Estado Novo e as instituições assistenciais Estado Novo: busca superar a luta de classes através da repressão e tortura. Concomitantemente e inversamente apresenta uma postura política voltada para as massas: atende parcialmente algumas reivindicações dos setores populares. Em 1942, criação da LBA, especializada em assistência social. Em 1942, criação do SENAI: escolas para formação e qualificação de industriários.

O Estado Novo e as instituições assistenciais respondiam às reivindicações da classe trabalhadora com a oferta de benefícios; continham um aspecto político-ideológico acoplado a suas propostas; impunham hábitos próprios da classe dominante e transmitiam a ideia de aceitação das relações sociais vigentes.

O Estado Novo e as instituições assistenciais A legitimação e institucionalização do Serviço Social ocorreu concomitantemente ao desenvolvimento das instituições assistenciais, ampliando-se o mercado de trabalho e consolidando a profissão enquanto um grupo de trabalhadores assalariados com práticas sociais institucionalizadas.

Serviço Social: identidade atribuída O Serviço Social se desenvolveu a partir da identidade atribuída pelo capitalismo e pela Igreja. Despolitizado e desprovido de consciência social. Agir imediato alienante e alienado (fetiche da prática). Sem consciência das contradições inerentes à sociedade capitalista.

Serviço Social: identidade atribuída A categoria profissional respondia aos interesses da classe hegemônica e não se engajou em um projeto coletivo de ação profissional. O Serviço Social aproximou-se da burguesia e se afastou da classe trabalhadora. Suas ações profissionais atendiam muito mais aos interesses do capital do que às reinvindicações da classe trabalhadora e visavam à manutenção da ordem social.

Introdução ao Serviço Social Atividade 3 Flávia Abade

Agora que você conhece melhor as instituições brasileiras de assistência social pioneiras do Brasil, procure refletir sobre o papel social que elas desempenharam na sociedade e seus impactos junto à população trabalhadora.

Resolução Representam estratégias da burguesia para lidar com a questão social. Procuravam ajustar o trabalhador à ordem capitalista. Reforçavam a divisão social do trabalho, a obediência e a dominação de classes. Oferta de benefícios para manutenção da capacidade produtiva do trabalhador. Imposição de hábitos próprios da classe dominante.