Gerar Vida, construir o Futuro

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Transcrição da apresentação:

Gerar Vida, construir o Futuro M. Patrão Neves

1. Celebrar a “família” e a “vida” A celebração da “semana da vida”, do “dia internacional da família”, à semelhança de outros dias, semanas e anos dedicados a uma causa, são testemunho (1) não só da relevância social dessa realidade que assim se destaca e se promove (2) mas também da existência ou de ameaças que pendem sobre essas causas ou da insuficiência da sua promoção na sociedade

1. Celebrar a “família” e a “vida” (1) Relevância social A família é o núcleo de toda a sociedade na qual se constrói o futuro da própria sociedade e também de todo o indivíduo o qual é indelevelmente moldado na e pela família A sociedade influencia os modelos e dinâmicas familiares; mas é na família que, primeiramente, se forma o futuro cidadão A vida é condição absoluta da existência e de todo o futuro, sem a qual cairíamos numa aniquilação total A vida humana é condição da singularidade de cada individuo, das suas partilhas em comunidades humanas, da sua evolução como Humanidade (do futuro mesmo construído pelas gerações)

1. Celebrar a “família” e a “vida” (2) Ameaças ou insuficiência da sua promoção A família é hoje um conceito tão amplo que se tornou também vago: por um lado, desvaloriza-se a realidade familiar, tanto na sua fundamentação biológica, como na sua dimensão de estabilidade e duração; por outro, hipervaloriza-se a realidade familiar ao designar como tal toda a relação humana A vida está hoje sob o poder do homem e, por isso, entregue à sua prerrogativa: este, por um lado reivindica o poder de dispor da vida que não quer; por outro, reivindica o poder de querer a vida de acordo com os seus desejos

1. Celebrar a “família” e a “vida” Celebramos, pois, a vida e a família num mundo e num tempo que habitamos marcados por contrários. E é neste sentido que afirmamos que a família e a vida estão em crise e exigem que nos lhe dediquemos, conjuntamente, na sua interdependência: A família é o berço da vida e é a geração da vida que vai constituindo as famílias Retomamos assim o mote da nossa reflexão de hoje aqui “gerar vida, construir o futuro”…

2. Gerar vida: “direito” versus “responsabilidade” Partimos da realidade recente dos novos poderes adquiridos pelo homem sobre a vida, sobre a vida humana, na sua geração, como no seu decurso e no seu processo de extinção ou morte Este “poder” tem-se exercido como “direito”, orientado pela liberdade, negligenciando a sua contraparte constituída pelo “dever”, orientado pela responsabilidade. Eis o que inquina a questão desde a origem Gerar vida (1) não decorre de um direito, mas incumbe uma responsabilidade infinita, (2) não é um mero acto biológico mas um ambicioso projecto afectivo

2. Gerar vida: “direito” versus “responsabilidade” A reivindicação do direito a gerar vida tem-nos conduzido a realidades que atentam contra o valor incondicionado da vida e o respeito pela dignidade da vida humana, na sujeição do outro-a-ser aos interesses/desejos de quem faz ser “Gerar vida” é o acto mais divino acessível ao Homem porque, através dele, realiza a passagem do nada ao ser. Ser-se absolutamente autor de, ser-se mãe, pai, é ser-se total e infinitamente responsável por quem se fez ser. Gerar vida é assumir a responsabilidade pela nova vida

2. Gerar vida: “direito” versus “responsabilidade” (1) Biologia versus Afectividade Ao nível humano, a geração da vida não decorre de um instinto, mas exige uma vontade, por isso também não se esgota num acto biológico mas exige um projecto de amor, qual berço espiritual da vida Ao nível humano, a geração da vida não se confina ao nascimento mas estende-se - à educação da criança - à orientação do jovem - ao acompanhamento do adulto - à assistência ao idoso

2. Gerar vida: “direito” versus “responsabilidade” Gerar vida, ao nível humano estende-se ao ciclo biológico do homem, ao “arco da vida humana” na medida em que, como seres infinitamente perfectíveis que somos, o projecto de realização de si vai-se concretizando nas várias etapas da vida, no seio da família, na pertença à comunidade, ao longo de gerações… “Gerar”, ao nível humano, não é só fazer ser “ser humano”, mas sobretudo fazer ser “pessoa” Em todo o caso, não há desenvolvimento da “vida pessoal” sem a existência de “vida humana”…

3. Crise de Natalidade A realidade de hoje no mundo ocidental, na Europa e sobretudo em Portugal compromete seriamente as gerações do futuro devido a taxas de natalidade insuficientes para se assegurar a renovação das gerações, o que exige uma taxa mínima de 2,1 filhos por casal Em Portugal deixou de haver renovação desde 1982, mantendo-se a nossa taxa de natalidade em 1,3 - uma das mais baixas da União Europeia

3. Crise de Natalidade

3. Crise de Natalidade

3. Crise de Natalidade

3. Crise de Natalidade As causas para este declínio da natalidade são bem conhecidas e genericamente atribuem-se a: - independência da mulher e presença efectiva no mercado de trabalho - prolongamento do período de estudo e de formação profissional - adiamento da idade para a maternidade, uso prolongado de anticonceptivos, aumento da infertilidade - ausência/deficiência (familiares) de redes de apoio - hoje agravadas pelo desemprego e abaixamento dos salários

3. Crise de Natalidade As estratégias para aumentar a natalidade têm sido essencialmente: - facilitação da imigração - apoios à parentalidade - subsídio por nascimento E a evidência é que têm fracassado!

3. Crise de Natalidade Considero que importa investir em: - estímulos para famílias numerosas (“majorando as deduções fiscais”, entre outros incentivos ) - flexibilização do trabalho (diferentes modelos de trabalho – online, part-time – e de horários – bancos de horas) - rede de creches, jardins de infância, apoio para tempos livres - estímulos para as empresas com ambiente “amigo da natalidade” - facilitar a adopção - promover a procriação medicamente assistida homóloga

Feliz Dia Internacional da Família Gerar Vida, construir o Futuro O Governo criou uma comissão multidisciplinar, chefiada por Joaquim Azevedo, da Universidade Católica, para, em três meses, preparar um plano de acção na área da natalidade que talvez ultrapasse as medidas atomistas e desarticuladas do passado O nosso futuro como sociedade, como país depende efectivamente da nossa capacidade de criarmos um contexto favorável a gerar vida, sendo que uma política de natalidade só será consistente e eficaz se integrada num política família Feliz Dia Internacional da Família