Epistemologia genética – Jean Piaget

Jean Piaget (1896-1980), doutor em Ciências Naturais, foi professor de Psicologia, Sociologia, Filosofia das Ciências e do Pensamento Científico. Seu primeiro artigo foi publicado sobre a biologia em 1907, com 11 anos. Em 1920, aos 24 anos de idade, já havia publicado vinte e cinco trabalhos, todos sobre Biologia. Entretanto, pesquisou e escreveu sobre Biologia, Filosofia, Psicologia, Lógica, Sociologia, História da Ciência, Física e Matemática.

A grande questão: Como os homens constróem conhecimento??? O conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado desde o nascimento (inatismo), nem como resultado do simples registro de percepções e informações (empirismo). Resulta das ações e interações do sujeito com o ambiente onde vive.

Piaget batiza sua teoria de epistemologia (filosofia da ciência – é a parte que estuda o fenômeno do conhecimento) genética (gênese - evolução, construção). Pesquisa crianças porque acredita que elas são as que mais constroem conhecimento.

Epistemologia genética – Jean Piaget Objeto de estudo de Piaget: desenvolvimento da inteligência. Como a inteligência se desenvolve? Como produzimos/construímos conhecimento? A lógica do desenvolvimento é a busca do equilibro e implica adaptação (Piaget).

Como Piaget concebia a inteligência? O autor via a inteligência como função e estrutura. Função: a inteligência é adaptação. A inteligência busca adaptar-se ao meio físico e social. Estrutura: a inteligência é uma organização. É pela inteligência que os indivíduos intelectualmente organizam o meio.

Como a inteligência se desenvolve? Não é pelo acumulo de informações, mas pela qualidade da reorganização mental; Desenvolver é reorganizar a própria inteligência para ter mais possibilidades de assimilação; A inteligência é algo que é construída na troca do organismo como o meio. Tem que haver essa troca senão não há desenvolvimento.

Conceitos centrais de Piaget: assimilação O sujeito ao entrar em contato com o objeto de conhecimento, retira dele certas informações e incorpora às suas estruturas/esquemas já existentes, possibilitando a ampliação de seu universo cognitivo; Estrutura/esquema é a organização interna que a pessoa tem para conhecer o mundo é capaz de se modificar para dar contar de receber o novo objeto. Para assimilar algo é preciso que o sujeito já tenha construídos certas estruturas; Assimilar é tornar seu alguns elementos do mundo; Assimilação significa interpretação. A assimilação é sempre um recorte. Eu assimilo algumas coisas e deixou outras de lado.

No contanto com o novo objeto, todo o meu conhecimento vem à tona No contanto com o novo objeto, todo o meu conhecimento vem à tona. Isso produz desequilíbrio. O sujeito vê-se obrigado a reestruturar o conteúdo de sua mente para dar contar desse novo conhecimento. Feito isso ele equilibra-se e novamente se desequilibra.

Acomodação Acomodação é a modificação de uma estrutura já existente em função das particularidades do objeto a ser assimilado. Conhecer o objeto é assimilá-lo. Mas como esse objeto não se dá a conhecer imediatamente, ou seja, impõe resistências ao conhecimento, a organização mental se modifica para dar conta do novo objeto. A isso dá-se o nome de acomodação. Isto é, acomodação é produto de modificação.

Acomodar significa modificação. A inteligência é produto da relação entre assimilação e acomodação Assimilação e acomodação são os motores da inteligência.

Equilibração O objeto de conhecimento não se deixa conhecer imediatamente, isso cria conflito – desequilíbrio - no sujeito. Assim para dar conta de conhecer esse objeto ele precisa acomodar-se isto é modificar-se. O sujeito que entra em contato com um objeto novo, entra em conflito cognitivo; Aprendizagem e, portanto o desenvolvimento da inteligência, implica um processo de desequilíbrio/reequilibração.

Abstrações empíricas e reflexivas Abstração empírica: informações que eu retiro do meu objeto de conhecimento (Tamanho, cor, aparência, medidas física etc). Abstração reflexiva: é o pensar sobre o agir. São as informações que eu retiro não do objeto, mas da minha ação sobre. O sujeito não esta mais em relação direta como o objeto, ele está operando no plano simbólico.

Estágio: a inteligência cresce por saltos, ela muda de qualidade Estágio: a inteligência cresce por saltos, ela muda de qualidade. O desenvolvimento da inteligência tem uma lógica que segue os estágios.