ENSINO PARA O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS A Estratégia Brasileira para o Uso Racional de Medicamentos Clarice Alegre Petramale Anvisa: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Conteúdo desta apresentação Evolução das Exigências Sanitárias para o Registro de Medicamentos Desafios na área de Medicamentos Propostas em Andamento Algumas estatísticas mundiais sobre EA a Medicamentos Fatores que propiciam a Ocorrência de EA a Medicamentos Ensino para o Uso Racional de Medicamentos Progressão da estratégia URM no Brasil
Registro de Medicamentos no Brasil: evolução e desafios
Exigências Sanitárias para Registro de Medicamentos Anterior a 1976: somente Licença Sanitária (local) 1976: Autorização de Funcionamento (federal) 1994: Ensaios Clínicos para produtos novos 1995: Inspeção de Boas Práticas de Fabricação 1999: Inspeção de Boas Práticas de Fabricação anual 1999: Notificação de lotes pilotos + Equivalência farmacêutica + Bioequivalência para Genéricos 2003: Bioequivalência e Disponibilidade para Similares
ANVISA Medicamentos: Desafios Similares X Genéricos Fitoterápicos Homeopáticos Medicamentos inespecíficos Associações Irracionais Registro de medicamentos novos Bulas Apresentação Hospitalar Propaganda de Medicamentos
ANVISA: Propostas em Andamento Biodisponibilidade + Bioequivalência para Similares Revisão de Associações Medicamentosas Registro de “tipo 1” Medicamentos Inespecíficos Registro para homeopáticos e fitoterápicos Farmácias de Manipulação: controle de produção Harmonização de Bulas: nacionais e internacionais Bulas para consumidor e profissional de saúde Monitoramento de Propaganda Ensino para o Uso Racional de Medicamentos
O Uso Racional de Medicamentos é preocupação mundial!
Algumas estatísticas mundiais sobre EA relacionados a Medicamentos- EAD Em 1994, nos EUA, 48.000-98.000 pacientes hospitalizados morreram por causas atribuíveis a eventos adversos. São a 8a causa de morte nos EUA, depois do IAM, câncer e AVC (Bonn, 1998). Eventos adversos a drogas são o tipo mais freqüente de evento adverso não cirúrgico (20%)
Algumas estatísticas mundiais sobre EA relacionados a Medicamentos- EAD Em 1993, 7.000 americanos morreram por erro de medicação, contra 6.000 por acidentes de trabalho Em cada 100 admissões, há 6,5 eventos adversos a drogas comprovados e 5,5 eventos potenciais. 40 a 70% dos EA são evitáveis.
Algumas estatísticas mundiais sobre EADs 18% dos EAD comprovados ocorrem por prescrição médica ou administração inadequadas (Leape et al, 1991) Erros de prescrição causam 56% dos EAD evitáveis (Bates et al, 1995) A maioria dos erros de prescrição são de dosagem (Leape et al, 1995)
Distribuição das RAM por Classe Terapêutica (Medical Care, 38:261-271,2000.) Antibióticos 24,9% Agentes Cardiovasculares 17,4% Analgésicos 8,9% Anticoagulantes 8,6% Sedativos e hipnóticos 2,6% Agentes Antineoplásicos 1,4% Anti-asmáticos 1,3 Antidepressivos 0,9% Antipsicóticos 0,6% Anti-hipertensivos 10,4% Anticonvulsivos 0,4% Potássio Outros 18,1% Desconhecidos 14,1%
Fatores que propiciam a Ocorrência de EADs Interação de fármacos: 3 ou mais fármacos Prescrição de medicamentos novos A falta de uma disciplina de terapêutica clínica nas escolas médicas/odontologia/farmácia/enfermagem Ausência de Farmacêutico clínico em áreas críticas Prescrição manual/ilegível/incompleta Falta de esclarecimentos dos pacientes sobre a prescrição Atitude passiva dos pacientes Ausência de prescrição de medidas não medicamentosas( estilo de vida) Baixa Qualidade do processo produtivo, de distribuição e de armazenamento de Medicamentos
Estratégias para a o Uso Racional de Medicamentos Ensino de Terapêutica Clínica nas escolas de medicina, farmácia, odontologia Seleção e aquisição de medicamentos com base em evidências clínicas e na qualidade dos fornecedores Farmácia Hospitalar Farmácia Clínica ( em áreas críticas) Auditoria de prescrição Prescrição eletrônica Farmacovigilância
A Prescrição de Medicamentos na vida real! Onde o profissional de saúde aprende a prescrever? No ambulatório; na enfermaria; no PS Quem o ensina a prescrever? O médico de plantão; o preceptor; o residente Quando o médico aprende a fazer uma prescrição de forma sistematizada, levando em conta os preceitos de segurança, eficiência e custo? EM NENHUM MOMENTO DE SEU CURSO DE GRADUAÇÃO OU RESIDÊNCIA!
Ensino para o Uso Racional de Medicamentos Baseado em Evidências Clínicas Segurança, Efetividade e Custo Consciência Crítica ( ensino , pesquisa e assistência) Problematização: relação médico-paciente ou gestor-comunidade Co-participação: o cliente faz parte do problema e da solução
Receita Padrão!
Prescrição eletrônica e URM “A prescrição eletrônica constitui o sistema em que o médico pode redigir a prescrição medicamentosa diretamente no computador e enviá-la, por via eletrônica, para a farmácia, evitando assim as indesejáveis dificuldades com letras ilegíveis ou prescrições ambíguas e incompletas. Aproximadamente 80% dos erros de medicação podem ser prevenidos através da prescrição eletrônica. (Bates, 1999).
Prescrição Eletrônica: Vantagens Orienta quanto a dosagem, efeitos colaterais interações, através de tutoriais Elimina o problema da legibilidade Minimiza os erros de transcrição Desenvolve espírito crítico para prescrição Pode ser uma ferramenta de ensino
Prescrição Eletrônica: Obstáculos Falta de habilidade para utilizar plenamente a informática em Serviços de Saúde Pode ser utilizada com restrições em prescrição ambulatorial As orientações não medicamentosa serão feitas individualmente Tem investimento inicial alto para nosso meio, que se paga ao longo do tempo
O papel do Farmacêutico no URM Farmácia Clínica: Farmacêutico compondo a equipe assistencial em áreas críticas Comissões de Farmácia Hospitalar: seleção, padronização, sistema de compras, testes com produtos, exigências de qualidade Processo de trabalho da Farmácia Hospitalar: dose unitária, fracionamento, produção, controle de qualidade de produtos... Controle de erros de prescrição e preparação Informatização: estatísticas gerenciais/ custo/consumo, prescrição eletrônica CIM: Consulta sobre medicamentos a médicos, enfermeiros
Farmacêuticos em Hospitais e URM A presença do farmacêutico clínico nas enfermarias, ambulatórios e UTIs intervindo na visita médica através de esclarecimento das prescrições, informações sobre o medicamento, recomendação de terapia alternativa e identificação de interações medicamentosas diminui significantemente o número de EAD (58% dos EAD evitáveis/economia de US$ 270.000,00 por ano, Leape 1999).
Quantos farmacêuticos trabalham em seu hospital? Você acha que essa quantidade é adequada para cumprir todas as atividades do farmacêutico hospitalar?
Ensino para o Uso Racional de Medicamentos “Curso Internacional sobre o Uso Racional de Medicamentos”, WHO, Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Gröningen, Holanda “Enseñanza de Farmacoterapéutica Racional”, WHO, La Plata, Argentina, 1999 e 2000.
A ANVISA e o Ensino para o URM I Curso Nacional sobre Ensino para o Uso Racional de Medicamentos, Petrópolis, RJ, Maio 2002 ANVISA- Projeto de Hospitais Sentinela/Ministério da Saúde NAF- Escola de Saúde Pública- Fiocruz OPAS Escolas de Medicina e Hospitais Sentinela Formou multiplicadores ( 40) de 20 universidades públicas Intervenção semelhante nas regionais brasileiras
URM no Brasil 8 Cursos para docentes multiplicadores 440 docentes capacitados Cursos para Residentes: FAMEMA/Marília, PUC/Campinas e Passo Fundo Cursos para Graduação: UNESP/Botucatu, USP/Ribeirão Preto, PUC/Sorocaba, Federal de Rio Preto e Federal Fluminense Curso virtual: UNESP/Botucatu PSF: Marília e Botucatu Projetos de Avaliação de impacto Portal Bireme Anvisa Uso Racional de Medicamentos e Tecnologias I Congresso Brasileiro URM 13 a 16 de outubro POA
Perspectivas de Aplicação do URM Cursos URM na Graduação de Medicina, Odontologia e Farmácia Residência Médica Cursos para multiplicadores/ docentes e Avaliação Resultados Gerenciamento racional de medicamentos e boas práticas de prescrição em hospitais sentinela Capacitação de profissionais da rede básica e PSF Capacitação de gestores do SUS Estudos e pesquisas
Obrigada! Contatos Clarice Alegre Petramale: GVISS/Anvisa clarice.petramale@anvisa.gov.br Fone (61) 3448 1466/1282