O Romance Experimental

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Transcrição da apresentação:

O Romance Experimental Naturalismo O Romance Experimental

O Romance Experimental A presença marcante da ciência de da industrialização na vida cotidiana das pessoas lança novos desafios para os escritores. Qual deve ser o papel da literatura diante dessa presença? Os naturalistas procuraram responder a essa questão com o romance experimental.

Émile Zola (1840-1902) Inaugurou o Naturalismo quando, em 1867, publicou o romance Thérese Raquin. Decidido a acompanhar, através de uma série de romances, os efeitos do meio em uma mesma família, Zola escreveu vinte romances. Da série, as obras mais conhecidas são Naná, Germinal, A besta humana e A taberna.

Novas Perspectivas Ao lado de todo o desenvolvimento tecnológico, a Europa presenciou, na segunda metade do século XIX, um avanço científico muito significativo. Nesse campo, a publicação em 1859 do livro A origem das espécies, do biólogo inglês Charles Darwin, causou espanto e revolta de setores mais conservadores da sociedade inglesa.

Charles Darwin Após observar uma série de espécies da fauna e da flora nas ilhas Galápagos, Darwin voltou à Inglaterra convencido de que as teorias criacionistas estavam equivocadas. Segundo ele, o ser humano não era fruto da criação divina, mas resultado de um longo processo de evolução e adaptação por que passaram todos os seres vivos.

Defesa do Evolucionismo A defesa do evolucionismo causou revolta ao afirmar que seres humanos e primatas tinham um ancestral em comum. Dos estudos de Darwin, duas ideias merecem atenção, porque influenciaram a definição de características da estética naturalista.

1ª A constatação de que o ser humano é um animal como outro qualquer (“uma coisa sórdida, nua, bufante, sem qualquer alusão ao divino”)

2ª A crença de que a natureza promove um processo de seleção natural no qual sobrevivem os mais adaptados e os mais fracos são eliminados (“da guerra da natureza, da fome e da morte segue-se a produção de animais superiores”).

Negação da origem divina Para uma sociedade com fortes valores religiosos, essa duas ideias soavam como uma negação da origem divina dos seres humanos. Entre cientistas e filósofos, porém, as ideias de Darwin foram bem acolhidas e deu origem ao que se passou a chamar de “darwinismo social”.

O Naturalismo Nesse contexto, o Naturalismo surge como um desdobramento da estética Realista, voltado para a valorização da ciência como instrumento para análise e compreensão da sociedade. Ao lado de Darwin, outros dois intelectuais influenciaram de modo definitivo a estética naturalista: Auguste Comte e Hippolyte Taine.

Positivismo Comte criou a filosofia positivista, que apontava o saber positivo, baseado nas leis científicas, como superior ao teológico ou ao metafísico, muito valorizado em momentos históricos anteriores.

Determinismo Hippolyte Taine era um crítico literário e, em seus trabalhos sobre a literatura inglesa, utilizou pela primeira vez o termo determinismo para explicar quais fatores deveriam ser considerados na apreciação das obras literárias de um povo.

Determinismo - 3 fatores Segundo Taine, o indivíduo era socialmente condicionado por 3 fatores: 1. A raça da qual ele fazia parte e que lhe garantiria uma determinada herança; 2. O meio no qual se encontrava; 3. O momento em que vivia.

A visão determinista Aquela que apresenta o ser humano como produto do meio em que se encontra, da herança (cultural, social e biológica) recebida e das condições históricas características do momento em que vive.

Ciência e Literatura Inspirados pela teoria da evolução, os naturalistas acreditavam que o impulso para a transformação das espécies era a seleção natural.Ressaltavam que os seres humanos não estão livres das leis que regem a natureza, mesmo sendo dotados de razão.

A personagem naturalista A personagem naturalista age movida por desejos de ordem sexual que quase sempre superam sua capacidade racional de controlá-los.

O Projeto literário Pretendia colocar a literatura a serviço da ciência. Para cumprir esse projeto, os escritores buscavam olhar para a realidade através da lente do determinismo e das teorias evolucionistas.

Romance experimental Émile Zola chega a definir o Naturalismo como uma aplicação, na literatura, do método de observação e de experimentação descrito por Claude Bernard no livro Introdução ao estudo da medicina experimental. Cria, assim, o que chama de romance experimental.

Interesse de Zola Ele acredita que, compreendendo o comportamento humano e suas motivações, é possível atuar na transformação dos indivíduos para alcançar o melhor estado social.

Traços do Realismo Os naturalistas deixam de lado a análise psicológica que marcou a literatura realista. Para eles, os traços individuais não interessam. Dedicam-se à análise dos fenômenos coletivos, que caracterizam melhor a tese determinista por eles defendidas.

O proletariado Os naturalistas voltam seu olhar para uma classe social que, até aquele momento, não havia merecido destaque nos romances: o proletariado.

Obras naturalistas Nas obras naturalistas vemos trabalhadores das minas de carvão, das pedreiras, marinheiros, todos convocados a demonstrar uma mesma ideia: o ser humano é fruto do meio em que vive e das pressões que sofre.