MANICÔMIOS & CONVENTOS

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Transcrição da apresentação:

MANICÔMIOS & CONVENTOS

INSTITUIÇÕES TOTAIS 1. criadas para cuidar de pessoas incapazes e inofensivas – órfãos, velhos, indigentes, cegos; 2. incapazes de cuidar de si mesmas e que ameaçam a comunidade de maneira não intencional – sanatórios para tuberculosos, doentes mentais e leprosos. 3. para proteger a comunidade contra perigos intencionais e o bem-estar das pessoas assim isoladas não constitui o problema imediato –cadeias, penitenciárias, campos de prisioneiros de guerra, campos de concentração. 4. estabelecida com a finalidade de realizar algum modo mais adequado alguma tarefa de trabalho – quartéis, escolas internas, campos de trabalho, colônias, vilas de funcionários. 5. estabelecimentos destinados a servir de refúgio do mundo, algumas vezes locais de instrução religiosa - abadias, mosteiros, conventos (GOFFMAN, 1974, p.16 -17).

- Manicômios: Asile, madhouse, asylum, hospizio, denominam as instituições cujo fim é abrigar, recolher ou dar algum tipo de assistência aos "loucos”. designa o hospital psiquiátrico, com a função de dar atendimento médico sistemático e especializado aos doentes mentais.

Os asilos manicomiais surgiram durante o período do Renascimento e do Iluminismo. No século XVII os hospícios se multiplicaram. Abrigavam doentes mentais juntamente com outras pessoas consideradas marginalizadas na época. Até o século XVIII os hospitais tinham o intuito de “higienizar” o espaço urbano público, retirando das ruas prostitutas, doentes, bêbados, mendigos, loucos e qualquer pessoa que fosse considerada uma ameaça à ordem social. No Brasil, desde a segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, os asilos passaram a ser chamados de hospitais psiquiátricos, para evitar o estigma e assumir um aspecto de estabelecimento médico.

Os internados nestas instituições são vítimas da solidão, do abandono e da impessoalidade. O tempo é considerado morto, os doentes tem como único caminho a seguir aquele determinado pelo hospital. Seus objetivos são unicamente o bom funcionamento da instituição e acabam por serem responsáveis também pela morte do indivíduo, da pessoa como um ser humano. Segundo Goffman (1974), os pacientes internados nos manicômios eram submetidos a uma série de rebaixamentos, degradações, humilhações e profanações do “eu”, sendo muitas vezes mortificados. Ainda segundo Goffman (1974), o indivíduo começava a passar por mudanças radicais que afetavam profundamente sua consciência moral, gerando uma deformação pessoal decorrente do fato de a pessoa perder seu conjunto de identidade.

O interior destes hospitais era baseado no isolamento e organizado como um espaço asilar, assemelhando-se com instituições prisionais. Constituía-se nestes locais uma relação terapêutica baseada na autoridade.

Devido a inexistência de medicamentos adequados, a alienação mental era tratada com convulsoterapias (tratamento com choques), camisas-de-força, amarras, cadeiras giratórias, hidroterapia, castigos corporais, como lobotomias (estratégias ‘terapêuticas’ que acarretavam grande sofrimento), e até morte. Hoje existem propostas de reformas que visam à ‘humanização’ da estrutura hospitalar, da vida dos internos, denunciando a internação como fator de risco na constituição da doença mental. Discute-se também a necessidade de desconstruir o paradigma psiquiátrico e atribuir novos conceitos de saúde e de doenças mentais.

Conventos: De acordo com Miguel de Molinos (1628-1696), os conventos foram instituições religiosas de enclausuramento nas quais a sexualidade era bastante presente, determinando-se em confessionários devido as limitações dos encontros furtivos nas igrejas. Alguns conventos foram construídos com o intuito de retirar do convívio social os indivíduos indesejáveis ao equilíbrio da ordem pública e acabaram por se transformar em estabelecimentos vistos negativamente pela sociedade .

A Igreja (principalmente católica) realizava atividades com o objetivo de diminuir a situação de pobreza e de indigência, em primeiro lugar como forma de justiça social e em segundo, como uma sublimação espiritual.

Mulheres das classes média e alta que se envolviam em casamentos apressados ou maridos arranjados eram internadas em conventos pelas suas famílias para livrarem-se dos escândalos, preservando sua imagem pública. Os conventos da idade moderna revelam que muitas jovens eram lá internadas mesmo sem ter vocação religiosa. Tais jovens acabavam por adquirir visões e comportamento que lhes proporcionava autoridade, num contexto dominado por homens. Existem relatos de mulheres que se destacaram por suas visões místicas e dedicação ao amor divino, como por exemplo, Teresa de Ávila, considerada Santa pela Igreja Católica.