O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
CURSO COMEX-UNIS Prof. Ms. Frade
Advertisements

CURSO COMEX-UNIS Prof. Ms. Frade
Política Fiscal e Déficit Público
Macroeconomia Aula 2.
O GOVERNO MILITAR E O PAEG
MACROECONOMIA INTRODUÇÃO.
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
Anos 1980: Rumo perdido.
1964 – 1973: Da Recessão ao Milagre Econômico
ECONOMIA EMPRESARIAL.
Macroeconomia: O produto e a renda nacional
A INFLAÇÃO Saindo da recessão
Profa. Daniela Scarpa Beneli
Balanço da Atuação do Governo
Instrumentos de Política Macroeconômica
MACROECONOMIA Fundamentos de Economia para a Gestão Financeira
SISTEMA TRIBUTÁRIO Diagnóstico e Elementos para Mudanças
Evolução do Sistema Financeiro Brasileiro
Caso 3 – política fiscal e monetária
RESPOSTAS DAS QUESTÕES CAP. 12 E 16
Finanças Públicas BNDES Provas ( 2009 e 2011)
POLÍTICAS ECONÔMICAS PRÉ PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo)
Economia Brasileira_19/03/2007
O PLANO DE METAS Expandir e diversificar a indústria
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
A INFLAÇÃO E O PAEG Em 1964, a inflação acelerou e aumentou o déficit do balanço de pagamentos; No início do governo militar, a estabilização da inflação.
Economia Brasileira_26/02/2007
O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE POUPANÇA E INVESTIMENTO
Finanças Públicas Incentivos, Equilíbrio Orçamentário e Bem- Estar: Os Efeitos da Guerra Fiscal Grupo: Carlos Roberto Pereira da Silva Tatiana Mesquita.
Macroeconomia Política Fiscal
MEDIDAS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Política monetária Por política monetária entende-se o conjunto de ações do Banco Central, que define a quantidade ofertada de moeda numa economia, ou.
Empresas Multinacionais
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
Capítulo 14 O Setor Público
TRANSFORMAÇÕES DA ECONOMIA BRASILEIRA: ANOS 70/90 PARTE 3
Professor Julio Cesar da Silva Tavares
Macroeconomia ..
Indicadores Econômicos.
Mercado do Títulos Público
POLÍTICA MONETÁRIA - COMPLEMENTO
Introdução à Macroeconomia
A MACRO E MICRO ECONOMIA
Déficit Público e Dívida Pública
ECONOMIA E FINANÇAS Quinta Aula Professor Dr. Jamir Mendes Monteiro.
APRESENTA.
Mercado Financeiro: noções
Mercado de Capitais Políticas Econômicas
Mecanismos das Instituições Financeiras Unidade I
A Política Econômica do Governo Lula: avaliação e agenda de reformas
Mecanismos das Instituições Financeiras
POLÍTICAS ECONÔMICAS Cézar Augusto Pereira dos Santos 1.
POLÍTICA MONETÁRIA Moeda e Crédito.
Mudança no Regime Fiscal: Proposta para discussão Bernard Appy dezembro de 2013.
ESTABILIDADE DE PREÇOS VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO POLÍTICAS MACROECONÔMICAS PARA ATINGÍ-LAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS E POSITIVAS PARA A ECONOMIA.
EQUIPE:ANDREY ANTHONY CLAUDIA SEABRA DANIELE MOREIRA DONALDO JÚNIOR ELIDiMAR GAIA.
Políticas econômicas > Função de controlar e regular a atividade econômica brasileira > Objetivo de fomentar o crescimento e a estabilidade econômica e.
MECANISMOS DE INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
Bresser e Mailson: o fim do governo Sarney Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea.
POLÍTICA FISCAL Ações do governo do lado dos gastos públicos e da arrecadação tributária.
“O índice de cálculo para atualização monetária das dívidas dos Estados e Municípios” Audiência Pública – Senado Federal Comissão de Direitos Humanos e.
Objetivos e Instrumentos
Inflação Aula 9.
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Paulo Safady Simão – Presidente da CBIC Brasília 19/03/2008 CONSTRUÇÃO CIVIL E A CRISE NO BRASIL.
Transcrição da apresentação:

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 Cenário da economia Brasileira PRÉ-PAEG: ESTAGFLAÇÃO Estagnação da atividade econômica, acompanhada de aumento da inflação. Após um crescimento real médio de 8,8% ao ano no período 1957 a 1962, o PIB brasileiro cresceu apenas 0,6% em 1963, enquanto a inflação (IGP) elevou-se da média de 32,5% ao ano para 79,9% em 1963. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 O movimento Militar de 1964 destitui o Governo Goulart e coloca na presidência da república o Marechal Castelo Branco – 15/04/1964; Em novembro de 1964 foi lançado o PAEG: - Plano de Estabilização de Preços de Inspiração Ortodoxa - OBJETIVOS: Combate gradual da inflação durante 1964 e 1965, objetivando equilíbrio de preços a partir de 1966; Atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais, assim como as tensões criadas pelos desequilíbrios sociais, através da melhoria das condições de vida; Retomada do Crescimento, interrompido no biênio 1962/1963; Assegurar pela política de investimentos oportunidades de emprego produtivo à mão-de-obra que chega ao mercado de trabalho; Corrigir a tendência a déficit descontrolados do balanço de pagamentos que ameaçam a continuidade do processo de desenvolvimento econômico, pelo estrangulamento periódico da capacidade de importar. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 O diagnóstico sobre a INFLAÇÃO: Pressionada pelos déficits governamentais; Pressionado pelos salários. O déficit alimentava a expansão dos meios de pagamento (monetização da economia) que, por sua vez, pressionava e sancionava aumentos de salários. NATUREZA DAS MEDIDAS TOMADAS 1) Programa de ajuste fiscal, buscando aumentar a receita (via aumento dos tributos e tarifas públicas) e cortar despesas; 2) Reduzir expansão dos meios de pagamentos – quantidade de moeda na economia; 3) Controle do Crédito ao setor privado, pelo qual o Crédito total cresceria às mesmas taxas de expansão dos meios de pagamentos; 4) Correção salarial, através de revisão sobre a forma de correção (regra de correção do salário pela média do bimestre anterior, inicialmente aplicado aos salários do setor público e posteriormente aos do setor privado). Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 PORTANTO, para se obter as medidas desejadas, O PAEG teria como pano de fundo importantes: REFORMAS ESTRUTURAIS: Da Estrutura Tributária (FISCAL); Do Sistema Financeiro; Do Mercado de Trabalho. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA TRIBUTÁRIA: OBJETIVO: Aumentar a arrecadação do governo e racionalizar o sistema tributário, eliminando impostos de pouca relevância financeira e definir uma estrutura capaz de incentivar o crescimento econômico. MEDIDAS: Instituiu a arrecadação de impostos através da rede bancária; Criação do ISS, a ser arrecadado pelos municípios; Substituição do imposto estadual sobre vendas, incidente sobre o faturamento das empresas, pelo ICM, incidente sobre o valor adicionado a cada etapa de comercialização do produto, eliminando a cobrança em cascata; Ampliação da base de incidência do imposto sobre a renda de pessoas físicas; Criação do FPEM, no qual parte dos impostos arrecadados no nível federal era repassado às demais esferas de governo. Incentivo e isenção em atividades prioritárias ao governo – aplicações financeiras e investimentos em capital fixo. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA TRIBUTÁRIA: IMPACTOS: Resultou em elevação da carga tributária, passando de: 16% do PIB em 1963 para; 21% em 1967. Do ponto de vista distributivo, foi uma reforma REGRESSIVA, uma vez que a maior parte da arrecadação tributária foi através dos impostos indiretos. Foi uma reforma CENTRALIZADORA, já que coube ao governo federal a maior “fatia do bolo”, além de poder para decidir sobre o percentual das transferências através do FPEM e destinação do recurso. A reforma tributária alcançou seu objetivo de aumentar a carga tributária e preparar as condições para o crescimento econômico que se daria a partir de 1968, mas seu perfil REGRESSIVO e CENTRALIZADOR só foi possível acontecer em razão do regime autoritário da ocasião. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA FINANCEIRA: OBJETIVO: Complementar o SFB (Sistema Financeiro Brasileiro) constituindo um segmento PRIVADO de longo prazo. COMO ERA CONSTITUÍDO: Bancos comerciais privados e financeiras que atuavam provindo capital de giro para as empresas; Caixas Econômicas Federais e Estaduais que atuavam no crédito imobiliário; Bancos Públicos (BB e BNDE) que atuavam na intermediação de longo prazo. QUAL A GRANDE DEFICIÊNCIA DA ESTRUTURA DE FINANCIAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO QUE FICOU EXPLÍCITO DURANTE O PLANO DE METAS ?????? QUAIS AS FONTES DE FINANCIAMENTO DO PLANO DE METAS ??? Emissão de moedas Arrecadação tributária Empréstimo externo Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA FINANCEIRA: Era preciso mecanismo de financiamento capaz de sustentar o processo de industrialização sem causar inflação. Era preciso estabelecer regras claras de funcionamento do mercado de capitais; Havia pouco retorno ativos de longo prazo no Brasil, desmotivando sua procura em razão da INFLAÇÃO alta e JUROS LIMITADOS (LEI DA USURA QUE IMPEDIA A INDEXAÇÃO DE CONTRATOS). Era preciso a criação de um mecanismo de proteção do RETORNO REAL DOS ATIVOS. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA FINANCEIRA: MEDIDAS: Para os títulos públicos foi criada a ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) que em: JULHO DE 64 - Instituiu a CORREÇÃO MONETÁRIA DA DÍVIDA PÚBLICA com base na inflação ocorrida ao longo de cada período de pagamento de juros; 1965 - Para os ativos privados de renda fixa (título e empréstimos), foi autorizado a emissão de diversos instrumentos financeiros com CORREÇÃO MONETÁRIA. Quanto aos ativos de Renda Variável, foram concedidas isenções de impostos para as empresas emissoras de ações e para os poupadores. Abertura ao capital externo, permitindo captação direta de recursos externos por empresas privadas nacionais. Resolução 63 – regulamentando a captação de empréstimos externos pelos bancos nacionais para repasse às empresas domésticas. Mudança na legislação para facilitar remessa de lucros ao exterior, a fim de tornar o mercado mais atraente a investimentos diretos. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 A REFORMA DO MERCADO DE TRABALHO: OBJETIVO: Impedir que os reajustamentos salariais desordenados realimentassem a inflação. MEDIDAS (inicialmente adotadas pelo s. público e depois adotadas pelo s. privado): (1965) Reajuste do salário pela média real dos últimos 24 meses anteriores ao mês do reajustamento, não mais repondo o salário pelo pico, ou seja correção integral da inflação ocorrida desde o último reajuste (o valor do salário a ser corrigido não seria o salário do último reajuste já após ter obtido o reajuste, ou seja, do pico, seria uma média do salário real no período de 24 meses) Assim reduz o conflito distributivo entre trabalhador e empresário. (1966) Decreto Lei – determinou que as correções salariais fossem calculadas com base na inflação prevista pelo governo (ex: em 1966 a previsão foi de 10% e a real foi de 39,1%). Portanto, os salários eram achatados por 2 lados. Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 RESULTADOS E CUSTOS DA ESTABILIZAÇÃO: RESULTADOS: Pressões inflacionárias de diagnosticadas foram combatidas com as reformas citadas: demanda = gasto público e forma de financiamento do déficit. custos = baixos preços das tarifas públicos (agora corrigidos monetariamente) e salários. Ajuste fiscal e externo da economia foi realizado. CUSTOS: Forte redução do crescimento em relação à taxa histórica de 7%; Forte crescimento do passivo das empresas, resultando em crescimento da insolvência. Setores mais atingidos foram vestuário, alimentos e pequenas e médias empresas, além do setor de construção civil, grande empregador de mão-de-obra. Acentuação da concentração de renda Ec.Bras.Contemp._05/03/2007

O PAEG (Programa de Ação Econômica do Governo) – 1964 a 1966 Número de Falências e Concordatas requeridas por Ramo de Atividade Comparação da Distribuição de Renda no Brasil Ec.Bras.Contemp._05/03/2007