Gestão e preservação de documentos digitais: a experiência da Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos Fórum de Gestão e Preservação de Documentos Digitais.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Políticas públicas pela diversidade. fundamentos legais Constituição de 1988 emenda nº 48, de 2005: Plano Nacional de Cultura.
Advertisements

Aula 4 (material copilado:Maria Rosangela da Cunha)
O contexto da América do Sul
GESTÃO ARQUIVÍSTICA DE DOCUMENTOS ELETRÔNICOS
MEIO AMBIENTE O Patrimônio Genético
21ª Jornada da AMIMT 23/11/2007 Sandra Gasparini
Procedimentos Gerais Necessários à Regulamentação da LAI no Município
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Currículo MERCOSUL, 1997 Área 1 – Fundamentos de Biblioteconomia e Ciência da Informação Área 2 – Processamento da Informação Área 3 – Recursos e Serviços.
Prof. Dr. Josemar Henrique de Melo Aula 1
Documentos Digitais Aula 14.
Prof. Josemar Henrique de Melo Aula 3
Documentos Digitais Aula 7.
Documentos Digitais Aula 6.
Marfin sobre o Documentador;. Marfin sobre o Documentador;
A Lei de Arquivos: 8.159, de 8 de janeiro de 1991
Fórum Arquivos Médicos: Gestão e Pesquisa Científica
E-ARQ Brasil: especificações técnicas e funcionais para sistemas confiáveis de gestão de documentos Fórum de documentos digitais Unicamp 21 de junho Campinas.
ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO CASA CIVIL
E-ARQ Requisitos para gestão arquivística de documentos digitais no Brasil Conarq - Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos Arquivo Nacional Fórum UNICAMP,
UNICAMP – Arquivo Central Conhecimento & tecnologia da informação
BIBLIOTECA DIGITAL DA UFRGS
Infra-estrutura de Chaves Públicas
Lei Nº12.527/2011 Acesso à Informação Pública Principais pontos da lei brasileira e desafios para sua implementação nos Municípios. Controladoria-Geral.
SEÇÃO DE GESTÃO DE DOCUMENTOS
InterPARES INTERNATIONAL RESEARCH ON PERMANENT AUTHENTIC RECORDS IN ELECTRONIC SYSTEMS PESQUISA INTERNACIONAL SOBRE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS AUTÊNTICOS.
Desenvolvimento de aplicativos com base em modelo de requisitos e metadados Conselho da Justiça Federal 9/10/2007 Cláudia Piovesan Macedo.
ESTRUTURA E FUNÇÃO SOCIAL.
Conceitos Básico de Gerenciamento Eletrônico de Documentos
Registro Eletrônico para Acompanhamento Médico de Pacientes em uma UTI Rafael Charnovscki (1), Jacques R. Nascimento Filho (2,3) Giancarlo Bianchin.
Ações de Preservação de Documentos Arquivísticos Digitais da UNICAMP
TABELA DE TEMPORALIDADE SEMINÁRIO DE VICE-PRESIDENTES
GESTÃO DOCUMENTAL DCAR / SETOR DE ARQUIVO E MICROFILMAGEM 2004.
Ministério de Minas e Energia
Grupo Técnico de Geoprocessamento Governo do Estado de São Paulo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Curso: Biblioteconomia
Portaria de Treinamento TÍTULO DO TRABALHO
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
G ESTÃO DA M EMÓRIA E P OLÍTICAS DE I NFORMAÇÃO Prof. Elmira Simeão Universidade de Brasília Faculdade de Ciência da Informação.
Monitoramento e Avaliação do Plano Plurianual
GESTÃO DOCUMENTAL Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991
Fórum de Secretários Executivos
XV Congresso Brasileiro de Arquivologia Goiânia 30 de junho de 2008 Arquivos de laboratórios: a preservação de documentos sob o ponto de vista dos cientistas.
1 Rodrigo Flecha Superintendente de Apoio à Gestão de Recursos Hídricos.
Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica
PORTAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Projeto de Banco de Dados
Ciclo de Planejamento PPA.
1º Colóquio Internacional Sobre Epistemologia e Educação em Engenharia
RAFAEL BRAGA – COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO E MONITORAMENTO DE MÍDIA DO MINISTÉRIO DA DEFESA Mar/2014.
Repositórios digitais para documentos arquivísticos
Criação dos Conselhos Somente após a criação dos Sistemas Municipais de Ensino pela CF de 1988, registrou-se um estímulo à criação de Conselhos Municipais.
Oficina de capacitação de Multiplicadores para implantação e utilização do Prontuário SuAS
Tabela 1 Totalização das expressões pesquisadas nas atas do CONARQ 1995 (3) 1996 (3) 1997 (3) 1998 (2) 1999 (4) 2000 (4) 2001 (4) 2002 (4) 2003 (4) 2004.
Uma visão dos arquivos do Poder Executivo face às demandas da sociedade Cristiane Basques Julho, 2008.
Documentos Digitais Aula 14.
A participação do Brasil no Projeto InterPARES XV Congresso Brasileiro de Arquivologia II Seminário de Documentos Eletrônicos 4 de julho de 2008.
Aula 5 (material copilado:Maria Rosangela da Cunha)
Documentos Digitais Aula 5 (material copilado:Maria Rosangela da Cunha)
Política Nacional do Meio Ambiente
Gestão de Documentos e Arquivos
Documentos Eletrônicos
Documentos Digitais Aula 6.
PROJETO GESTÃO DE VIAGEM Conceitos Treinamento Processo Digital &
GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA
Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados
TREINAMENTO CADA 2015 PLANO DE CLASSIFICAÇÃO E TABELA DE TEMPORALIDADE DE ATIVIDADES-MEIO DA UNESP Me. Maria Blassioli Moraes Profa. Dra. Maria Leandra.
Coordenação de Gestão Editorial/Editora MS/CGDI Brasília, 13 de abril de 2010.
GESTÃO DE DOCUMENTOS LEGISLAÇÃO SUELY FERREIRA DA SILVA.
Instrumentos de Gestão de Documentos
Transcrição da apresentação:

Gestão e preservação de documentos digitais: a experiência da Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos Fórum de Gestão e Preservação de Documentos Digitais UNICAMP 10 de março de 2005

Conselho Nacional de Arquivos - Conarq órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional da Casa Civil da Presidência da República. Missão: definir a política nacional de arquivos públicos e privados, como órgão central de um Sistema Nacional de Arquivos; exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos documentos de arquivo. Câmaras técnicas e câmaras setoriais – desenvolver estudos e apresentar resoluções e normas ao plenário

Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos Histórico 1995 - Portaria nº 8 do Conarq, de 23/8/1995 criação da CTDE 2002 - Portaria nº 60 do Conarq, de 7/3/2002 reformulação da CTDE

Composição da CTDE Representantes de vários setores do governo e da sociedade civil: Casa Civil /PR Ministério do Planejamento Marinha Câmara dos Deputados Arquivo Nacional Biblioteca Nacional Museu do Índio /FUNAI CNEN PUC-RJ Unicamp Pesquisadores Composição multidisciplinar: Arquivologia Biblioteconomia Ciência da Informação Tecnologia da Informação Direito Administração

Objetivo da CTDE: Sugerir normas, procedimentos técnicos e instrumentos legais, para a gestão arquivística e a preservação dos documentos digitais das instituições públicas e privadas.

Conceitos básicos O documento arquivístico é informação registrada, independente da forma ou do suporte, produzida ou recebida no decorrer das atividades de uma instituição ou pessoa, dotada de organicidade, que possui elementos constitutivos suficientes para servir de prova dessas atividades. O documento arquivístico digital é um documento arquivístico, em formato digital, produzido, processado e armazenado por um computador. Estas definições constam das FAQs na página da CTDE Redigir em meio eletrônico não significa produzir documento eletrônico

Documentos digitais - Problemas Fragilidade intrínseca do armazenamento digital – degradação física do suporte. Rápida obsolescência da tecnologia digital: hardware, software e formatos; Dificuldade em garantir a integridade dos documentos – fácil acesso; Complexidade e custos da preservação digital; Dependência social da informação digital: dependência do documento digital como fonte de prova das funções e atividades de indivíduos, instituições e governos.

Os documentos processados por um computador podem ser manipulados sem deixar qualquer vestígio, sendo instáveis e extremamente vulneráveis à intervenção humana e à obsolescência tecnológica  O documento de arquivo em ambiente tradicional se caracteriza primordialmente pela sua estabilidade (permanência e durabilidade). A autenticidade do documento arquivístico está ligada à sua estabilidade.

O principal desafio Como fazer? Necessidade de produzir, manter e preservar documentos digitais fidedignos, autênticos e acessíveis. Como fazer? Gestão Arquivística de Documentos Preservação digital

Gestão arquivística de Documentos Definição: Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente. (Lei 8159 / 91) Finalidade: Assegurar que os documentos produzidos sejam os melhores testemunhos de uma atividade. Somente um sistema de gerenciamento arquivístico de documentos é capaz de garantir a produção e a manutenção de documentos eletrônicos fidedignos e autênticos Redigir em meio eletrônico não significa produzir documento eletrônico

As realizações da CTDE - o que já foi feito: Estudo dos resultados e conclusões dos projetos internacionais: InterPARES, Pittsburgh, MoReq, DoD, DIRKS, OAIS.

As realizações da CTDE - o que já foi feito: Sítio da CTDE : Atas, Textos de gestão e preservação, Glossário, Carta para preservação Perguntas mais freqüentes, Legislação, Referências bibliográficas e sítios de interesse. http://www.arquivonacional.gov.br/conarq/cam_tec_doc_ele/index.asp

As realizações da CTDE - o que já foi feito: Elaboração de glossário de termos relacionados aos documentos digitais Carta para preservação do patrimônio arquivístico digital do Conarq Resolução nº 20 do Conarq, de 16 de julho de 2004 - gestão de documentos digitais Divulgação dos trabalhos em eventos nacionais e junto ao governo

As realizações da CTDE - o que está em andamento: Especificação de requisitos funcionais e metadados para sistemas eletrônicos de gestão arquivística de documentos, que atendam às especificidades da legislação e práticas arquivísticas brasileiras Diretrizes para recolhimento e transferência de documentos digitais às instituições arquivísticas

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Após um processo de ampla divulgação e discussão pública, o Anteprojeto da Carta da CTDE, foi aprovado pelo Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ - em 6 de julho de 2004, no Rio de Janeiro.

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Por que uma carta de preservação dos documentos arquivísticos digitais? Carta de preservação do patrimônio digital da UNESCO. Constata-se a existência de um patrimônio arquivístico digital em perigo de desaparecimento e de falta de confiabilidade. Instrumento oficial sobre a importância e necessidade de ações para a preservação de documentos digitais

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Diretrizes para tratar a questão: ações arquivísticas para a preservação incorporadas em todo o ciclo de vida dos documentos, desde a etapa de planejamento e concepção de sistemas eletrônicos para que não haja perda nem adulteração; Ações de preservação que garantam o acesso contínuo aos conteúdos e funcionalidades Necessidade de participação ativa dos arquivistas e das instituições arquivísticas no processo de gestão de documentos digitais.

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital A Carta apresenta três proposições principais Elaboração de estratégias e políticas Gestão arquivística de documentos; Instrumentalização das organizações arquivísticas; Governo eletrônico; Ações cooperativas.

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Estabelecimento de normas Padrões e protocolos Requisitos funcionais Metadados de preservação Segurança da informação digital

Carta para a Preservação do Patrimônio Arquivístico Digital Promoção do conhecimento Agenda de pesquisa científica; Ensino e Formação de recursos humanos; Disseminação do conhecimento

Resolução nº 20 do Conarq 16 de julho de 2004

Resolução nº 20 Dispõe sobre a inserção dos documentos digitais em programas de gestão arquivística de documentos dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos.

Resolução nº 20 Identificação dos documentos digitais Art. 1º – Os órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Arquivos deverão identificar, dentre as informações e os documentos produzidos, recebidos ou armazenados em meio digital, aqueles considerados arquivísticos para que sejam contemplados pelo programa de gestão arquivística de documentos. O programa de gestão é único tanto para os documentos digitais como para os não digitais. Art. 2º - Um programa de gestão arquivística de documentos é aplicável independente da forma ou do suporte, em ambientes convencionais, digitais ou híbridos em que as informações são produzidas e armazenadas.

Resolução nº 20 O sistema eletrônico de gestão deve prever requisitos arquivísticos, de acordo com as orientações do Conarq Art. 3º - A gestão arquivística de documentos digitais deverá prever a implantação de um sistema eletrônico de gestão arquivística de documentos, que adotará requisitos funcionais, requisitos não funcionais e metadados estabelecidos pelo Conselho Nacional de Arquivos, que visam garantir a integridade e a acessibilidade de longo prazo dos documentos arquivísticos. Requisitos funcionais Requisitos não funcionias Metadados

Resolução nº 20 Participação dos profissionais de arquivo em todo o processo Art. 4º - Os profissionais de arquivo e as instituições arquivísticas devem participar da concepção, do projeto, da implantação e do gerenciamento dos sistemas eletrônicos de gestão de documentos, a fim de garantir o cumprimento dos requisitos e metadados previstos no artigo 3º.

Resolução nº 20 Eliminação Art. 5º – A avaliação e a destinação dos documentos arquivísticos digitais devem obedecer aos procedimentos e critérios previstos na Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, e às Resoluções do CONARQ, nº 5, de 30 de setembro de 1996, nº 7, de 20 de maio de 1997, e nº 14, de 24 de outubro de 2001. Parágrafo único – A eliminação de documentos arquivísticos submetidos a processo de digitalização só deverá ocorrer se estiver prevista na tabela de temporalidade do órgão ou entidade, aprovada pela autoridade competente na sua esfera de atuação e respeitado o disposto no art. 9º da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.

Requisitos Funcionais para Sistemas Eletrônicos de Gestão Arquivística de Documentos

Requisitos Funcionais definição É um conjunto de condições a serem cumpridas pela organização produtora de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos a fim de garantir a sua autenticidade ao longo do tempo, ou seja, o seu valor como fonte de prova das atividades desenvolvidas por uma dada instituição. objetivos garantir a autenticidade dos documentos tradicionais e/ou digitais; facilitar o acesso, a utilização, a legibilidade e a compreensão dos documentos digitais; garantir a preservação a longo prazo.

Requisitos Funcionais Os requisitos tratam de: Captura Código de classificação Tramitação Avaliação e destinação Recuperação da informação Segurança: física (backup) e lógica (controle de acesso) Armazenamento Preservação Metadados

Metadados Dados relativos a outros dados, isto é, dados estruturados e codificados que descrevem e permitem encontrar, gerenciar, compreender ou preservar outros dados ao longo do tempo. (I) Metadata, (F) métadonnée

Como acessar a CTDE http://www.arquivonacional.gov.br/conarq/cam_tec_doc_ele/index.asp http://www.arquivonacional.gov.br/