FERRO Anemia é a redução da taxa de hemoglobina circulante atribuída a condições patológicas, dentre as quais a deficiência de ferro é a mais comum (Unicef/UNU/WHO/MI, 1999). É o resultado de uma insuficiência de hemoglobina na circulação, provocando diminuição da habilidade de transporte de oxigênio para os tecidos (Sigulem et al., 1985).

FERRO Atualmente, no Brasil, sabe-se que a prevalência de anemia ainda é alta, principalmente entre crianças lactentes, pré-escolares e escolares. em estudo realizado em dez capitais brasileiras ficou demonstrado uma prevalência nacional de anemia em torno de 54%, com dados de maior incidência na região Sudeste (53,7%), seguidos da região Sul (52,7%), Nordeste (44,5%) e Norte (34,3%), demonstrando o grave problema de saúde pública que representa (Fisberg, 2001).

FERRO A carência ocorre quando existe um desequilíbrio entre a absorção e as necessidades orgânicas do mineral, que acarretam uma diminuição da taxa de hemoglobina, caracterizando a anemia (Demaeyer et al., 1989).

FERRO Conseqüências a longo prazo: alterações no desenvolvimento cognitivo; comportamental e na coordenação motora; o período de maior crescimento cerebral e formação de novas conexões neuronais coincide com o período de maior prevalência da anemia ferropriva (Lozoff et al., 1987).

FERRO Os fatores que predispõem a maior vulnerabilidade à anemia ferropriva são: a prematuridade, o baixo peso ao nascer; a interrupção precoce do aleitamento materno nos lactentes os fatores socioeconômicos; consumo alimentar insuficiente em ferro em crianças menores de seis anos de idade, tanto qualitativa como quantitativamente; aumento do requerimento de ferro, devido às necessidades do crescimento acelerado no primeiro ano de vida; o período da adolescência; os períodos de gestação e lactação; o período da senilidade.

FERRO Medidas preventivas e curativas para o combate à anemia ferropriva: incentivo ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida; profilaxia com doses diárias de sais de ferro até 24 meses; fortificação de alimentos que são habitualmente consumidos pelas crianças.

FERRO A fortificação de alimentos é uma estratégia eficaz na redução das deficiências por micronutrientes, para os chamados grupos populacionais de risco. Pelos resultados de várias pesquisas realizadas, conclui-se que programas de fortificação de alimentos podem, também no Brasil, contribuir na prevenção e diminuição de deficiências nutricionais, especialmente de alta prevalência, como é o caso da anemia ferropriva.

Programa Nacional de Suplementação de Sulfato Ferroso Suplementação medicamentosa de ferro para crianças de 6 a 18 meses de idade, gestantes a partir da 20ª semana e mulheres até o 3º mês após o parto, com distribuição gratuita. Tem o objetivo de prevenir a anemia, mas está aliado à ações educativas como a educação alimentar, com orientação sobre os alimentos fonte de ferro e vitamina C, e a não ingestão de alimentos que poderiam interferir na biodisponibilidade (iogurtes, coalhada, mate, chá preto, café) junto com os alimentos fonte de ferro.

Vitamina A É uma vitamina essencial para o desenvolvimento do ser humano, atua na manutenção da visão, mantém saudáveis as mucosas, atua como barreiras contra infecções e a deficiência é a principal causa de cegueira e mortalidade em crianças.

Vitamina A A vitamina A é uma vitamina lipossolúvel, armazenada predominantemente no fígado e ela se origina de dois grupos de compostos: carotenóides pró-vitamina A, proveniente dos alimentos de origem vegetal e o retinol ou vitamina A pré-formada encontrada nos alimentos de origem animal. A deficiência é resultado da ingestão baixa e prolongada de alimentos fontes.

Vitamina A A fortificação é feita com a utilização de carotenóides pelo fato de apresentarem toxicidade menor do que a vitamina A. O uso de óleo vegetal fortificado com vitamina A é uma técnica estabilizada, simples e de baixo custo(ZACUL, M. S., 2004). Outros alimentos com a margarina, açúcar, bolachas e bebidas fortificadas com vários micronutrientes

Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A É destinado para crianças nas faixas etárias de 6 meses a 4 anos e 11 meses. Áreas endêmicas: nordeste, e Minas Gerais (região do norte do estado, Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri).

ÁCIDO FÓLICO Constitui parte de um complexo enzimático que destina unidades de carbono nos processos metabólicos, que ajuda a converter a vitamina B12 para um forma de coenzima muito importante na sítese de DNA. A deficiência prejudica a divisão celular, comprometendo os glóbulos vermelhos e o tecido epitelial intestinal. Provocando então anemia macrocítica, diarréia e refluxo gástrico.

ÁCIDO FÓLICO A deficiência leva a uma hiperhomocisteinemia a qual está relacionada com o retardo mental em crianças, osteoporose, desordens oclusivas e alterações cardiovasculares precoces. Está relacionada com a prevenção de alterações do tubo neural no embrião. RDC Nº344 DE 2002: obrigatoriedade de adição de 4,2mg de ferro e 150mcg de ácido fólico nas farinhas de trigo e nas farinhas de milho pré-embaladas.

ÁCIDO FÓLICO Produtos fortificados: a estabilidade depende das quantidades de ácido ascóbico e oxigênio. Estocagem de produtos fortificados com o leite em pó observaram-se uma perda acentuada nos níveis, mas com menos significância em leites esterilizados e bebidas lácteas (LIMA, J. A., et al, 2004).

Efeitos da fortificação de alimentos sobre a biodisponibilidade de minerais Fatores fisiológicos e nutricionais podem interferir no processo de utilização dos minerais. As interações podem ocorrer de forma direta ou indireta (LOBO, A.S.;TRAMONTE, V. L. C., 2004)

Efeitos da fortificação de alimentos sobre a biodisponibilidade de minerais: Fortificação com cálcio As pesquisas indicam interferência na absorção de FERRO; Relação cálcio, fitato e zinco; Comprometimento do equilíbrio entre o cálcio e o fósforo

Efeitos da fortificação de alimentos sobre a biodisponibilidade de minerais: Fortificação com Ferro Não existem estudos conclusivos sobre a diminuição da absorção de zinco em alimentos fortificados com ferro

BIOFORTIFICAÇÃO Técnica de engenharia genética, que consiste em adicionar os micronutrientes na semente dos alimentos. Não requer mudança no comportamento de produtores e consumidores, pois não modificam a aparência, o gosto, a textura ou o preparo do alimento. Exemplos: Golden rice, batata doce laranja (fortificados com vitamina A).

“O desejável seria que toda a população do mundo tivesse acesso e informação suficientes para que a alimentação fosse capaz de suprir todas as suas necessidades nutricionais.” (ZANCUL, M.S., 2004)