A Teoria do Comportamento Verbal e a Terapia Analítico Comportamental

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A Teoria do Comportamento Verbal e a Terapia Analítico Comportamental Ant. Maia Olsen do Vale UFC/Sobral – Psicologia LANAC – Laboratório de Análise do Comportamento

As queixas de um cliente frequentemente versam sobre comportamentos e situações que ocorrem fora do campo de observação do terapeuta. De forma que este tem seu acesso, a princípio, limitado ao que ele pode observar dentro do consultório; principalmente a relação terapeuta-cliente e ao comportamento verbal do cliente.

1. Causalidade Múltipla do Comportamento Verbal Uma verbalização pode estar sob controle (ocorrendo em função) de diversos processos históricos e contextuais diferentes. Estas fontes de controle funcional podem ser óbvias ou sutis.

2. Comportamento Verbal Autoclítico “O autoclítico é um comportamento verbal que depende de e modifica os efeitos de outro comportamento verbal.” (Meyer et al, 2008, p.106) “O comportamento verbal bruto, sem ou com poucos autoclíticos, dificilmente é emitido, uma vez que a fala seria menos inteligível.” (Meyer et al, 2008, p.106)

2. Comportamento Verbal Autoclítico O autoclítico pode alterar o efeito no ouvinte de uma ação verbal do falante de várias formas, tais como: a) Descrevendo (autoclítico descritivo): “A função de tais autoclíticos é simplesmente indicar ao ouvinte as condições sob as quais o comportamento está sendo emitido.” (Meyer et al, 2008, p.106)

2. Comportamento Verbal Autoclítico O autoclítico pode alterar o efeito no ouvinte de uma ação verbal do falante de várias formas, tais como: b) Qualifica como Mando uma ação verbal. c) Autoclíticos qualificadores: “mudam o valor de determinada resposta e assim a reação do ouvinte.” (Meyer et al, 2008, p.106) d) Autoclíticos quantificadores.

3. Edição A formulação da ação verbal pode ser manipulada, “(...) de acordo com os efeitos que esta manipulação já exerceu e, portanto, poderia exercer sobre o ouvinte, (...)” (Meyer et al, 2008, p.106)

3. Edição “Esta é uma atividade adicional do falante. O comportamento verbal escrito pode afetar o falante antes de chegar até o ouvinte e assim pode ser cortado, rasurado, cancelado, arrancado, editado. Já no comportamento verbal vocal a edição é mais efêmera e de difícil descrição.” (Meyer et al, 2008, p.106) Por que um cliente edita sua fala?

Autoconhecimento como ação verbal Consciente (e a inconsciência?) É um fenômeno perceptivo e verbal. Ou seja, envolve ações de auto-observação (perceber) e autodescrição (verbalizar). Como ocorrem na terapia? Como estas ações são construídas? Como são modificadas?

Autoconhecimento como ação verbal Consciente (e a inconsciência?) “Diz-se amiúde, particularmente os psicanalistas, que o behaviorismo não pode haver-se com o inconsciente. O fato é que, para começar, ele não se avém com outra coisa. As relações controladoras entre o comportamento e as variáveis genéticas e ambientais são todas inconscientes, uma vez que não são observadas (isto é, serem conscientes) para serem eficazes.” (Skinner, 1974, p. 133).

Autoconhecimento como ação verbal Algumas possibilidades para inconsciência Dano ao aparato biológico necessário para realizar auto-observação e ou autodescrição. “(...) inconsciência devida à falta de exposição a um ambiente verbal gerador de conhecimento sobre o que se fez, o que se está fazendo, o que se tende a fazer ou sobre as variáveis controladoras de um dado comportamento (Skinner apud Silveira e Almeida, 2010, p.66) [ex.p67]

Autoconhecimento como ação verbal Algumas possibilidades para inconsciência Ações de auto-observação e/ou autodescrição expostos à punição. “Eles têm estreita relação com o que a literatura chama de “repressão” ou de “inconsciente reprimido”. (Silveira e Almeida, 2010, p.67) Ações de auto-observação e/ou autodescrição que não estão sendo realizados em decorrência do seguimento de instrução verbal.

Autoconhecimento como ação verbal Algumas possibilidades para inconsciência Ações de auto-observação e/ou autodescrição expostos à punição. “Eles têm estreita relação com o que a literatura chama de “repressão” ou de “inconsciente reprimido”. (Silveira e Almeida, 2010, p.67) “Uma outra forma de responder fugindo/esquivando-se de algum aversivo é o uso de símbolos, das metáforas e, em alguns casos, do sonhar.” (Borloti apud Silveira e Almeida, 2010, p.67).

Autoconhecimento como ação verbal A Racionalização Pode ser uma forma de fuga/esquiva da punição “Então, os adultos tendem a dizer “Eu apliquei o castigo para o bem da criança. Bati para que ela aprendesse o jeito correto de fazer as coisas.” Ao racionalizar assim, evita a punição.” “Se um adulto disser “Bati mesmo! Aproveiteime do fato de ser maior que ela e me vinguei!”, sofreria reprimendas.” (Silveira e Almeida, 2010, p.69)