A TEORIA SOCIOCULTURAL A TEORIA DO INSUMO- INTERAÇÃO-PRODUÇÃO UNIDADE 3 A TEORIA SOCIOCULTURAL A TEORIA DO INSUMO- INTERAÇÃO-PRODUÇÃO
A teoria sociocultural Baseada no trabalho de Vygotsky e na visão de construção do indivíduo social. A aquisição de L2 é um processo situado contextualmente.
A teoria sociocultural Os processos cognitivos são implementados através da participação do indivíduo em contextos com estrutura cultural, linguística e histórica. A família Escola Trabalho Esporte
Construtos principais Mediação Regulação Internalização Zona de Desenvolvimento Proximal
MEDIAÇÃO Toda atividade humana é mediada por artefatos simbólicos e artefatos materiais. Mediação = interposição do artefato entre o sujeito e o objeto/outro. Artefatos simbólicos: instrumentos culturais de alto nível Linguagem Letramento
MEDIAÇÃO Artefatos materiais: objetos, instrumentos concretos. Artefatos simbólicos fazem a mediação de nossa atividade cognitiva e são usados para controlar nossos processos mentais.
MEDIAÇÃO O principal artefato que possuímos é a linguagem e é através dela que nos conectamos ao ambiente físico e social a nossa volta. Usamos a linguagem para organizar e controlar nossos pensamentos.
MEDIAÇÃO A linguagem é vista como um meio de viabilizar a interação social e de gerenciar a atividade mental. É considerada uma ferramenta fundamental para a construção de conhecimento porque é através dela que as nossas funções cognitivas superiores se desenvolvem.
MEDIAÇÃO O processo de mediação na aquisição de L2 envolve o outro através da interação social, mas também o próprio aprendiz através da fala interna. A mediação pode ocorrer externamente – como um aprendiz de L2 iniciante solicita assistência para desempenhar uma função.
MEDIAÇÃO Pode ocorrer internamente, quando o aprendiz usa seus próprios recursos para controlar uma função. A idéia essencial: mediação externa é o meio pelo qual a mediação interna é alcançada.
REGULAÇÃO Equivale a “controle”. Desenvolvemos nossa capacidade regular linguisticamente nossas próprias ações participando em atividades que são reguladas por outros.
REGULAÇÃO 1º. Estágio: regulação pelo objeto A criança usa objetos ou é controlada por eles para pensar. 2º. Estágio: regulação pelo outro Há mediação implícita e explícita de vários tipos de assistência e direcionamentos por parte dos pais, familiares e professores.
REGULAÇÃO 3º. Estágio: auto-regulação Conseguimos desempenhar funções com pouco ou nenhum apoio externo. Ocorre através do processo de internalização – transformamos a assistência externa em recurso interno.
Para a Teoria Sociocultural, ser proficiente em uma língua, materna ou segunda, é ser auto- regulado.
INTERNALIZAÇÃO Aprendiz de Inglês – vocabulário: verifica em um dicionário eletrônico toda palavra que não souber o significado. REGULAÇÃO PELO OBJETO
INTERNALIZAÇÃO O professor instrui para que o aprendiz use o dicionário de forma mais seletiva REGULAÇÃO PELO OUTRO
INTERNALIZAÇÃO O aprendiz decide que vai usar o dicionário somente para verificar aquelas palavras que comprometem a sua compreensão do texto. AUTO-REGULAÇÃO
INTERNALIZAÇÃO Regulação pelo outro Auto-regulação = Internalização Regulação pelo objeto Regulação pelo outro Auto-regulação = Internalização
INTERNALIZAÇÃO A internalização envolve tanto o controle sobre as formas e funções da L2 quanto a habilidade de usar a L2 para regular o pensamento.
Zona de desenvolvimento proximal “A distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver problemas de forma independente, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela capacidade de resolver problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com parceiros mais capazes.” Vygostky, 1978, p.6
A Zdp na L2 Explica por que há algumas estruturas gramaticais que o aprendiz não consegue reter/incorporar, apesar da mediação externa. O aprendiz não consegue construir a ZDP que permite o uso dessas estruturas. Explica por que o aprendiz consegue utilizar algumas estruturas com assistência, mas não de forma independente: construiu a ZDP mas não passou pelo processo de internalização.
A teoria sociocultural Compreende a aquisição de L2 como um processo social e mental. A atividade mental interna se origina na atividade dialógica externa. A Teoria Sociocultural foi primeiramente proposta para explicar a aquisição de L1.
TEORIA DO INSUMO, INTERAÇÃO E PRODUÇÃO Aquisição de L2 a partir de 3 conceitos principais: Exposição à L2 Produção da L2 Feedback a essa produção
Premissas: 1 – A aprendizagem da L2 é estimulada pela pressão comunicativa. 2 – Há relação entre comunicação e aquisição.
EXPOSIÇÃO À L2: O INSUMO LINGUÍSTICO Variável imprescindível para a aquisição. Insumo = a língua a que o aprendiz é exposto. Deve ser modificado, para ser compreensível, e deve conter evidência negativa na forma de correção.
INTERAÇÃO Conversas em que os aprendizes participam. Durante a interação o aprendiz tem a oportunidade de receber feedback sobre a adequação de sua produção. Feedback interacional e evidência negativa são duas variáveis importantes que desencadeiam a aquisição.
PERCEPÇÃO DO ERRO A teoria aceita a Hipótese da Percepção (Schmidt, 1995). Um item linguístico somente será incorporado à interlíngua se for, antes, percebido. A evidência negativa pode levar a essa percepção.
PRODUÇÃO DA L2 Na teoria, falar ou escrever na L2 desencadeia processes de aquisição. Modelo Monitor: produção resulta da aquisição. Aqui, produção gera aquisição. Produção leva à automatização da L2.
Feedback Variável muito importante para o processo de aquisição. Pode ser explícito e implícito. Explícito: correções e explicações metalinguísticas.
FEEDBACK IMPLÍCITO Confirmações: Foi isso que você quis dizer? Solicitação de esclarecimento: Como? O que você disse?
FEEDBACK IMPLÍCITO Verificação de compreensão: Você entendeu o que eu quis dizer? “Recasts”: reconstruções corretas de um enunciado incorreto.
O feedback geralmente ocorre em situações de negociação de significado. A negociação facilita a compreensão do insumo, atrai a atenção do aprendiz para relação forma-significado, leva à percepção de itens linguísticos. Ferramenta poderosa para a aquisição.