Objetivo Apresentar e discutir as características centrais do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em países latinoamericanos e no Brasil.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Desenvolvimento Local & Territórios
Advertisements

Inovação em Iberoamérica: passado e presente
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
A ECONOMIA INDUSTRIAL DA UNIÃO EUROPEIA
Glauco Arbix Universidade de São Paulo - USP 13 de dezembro de 2006 CGEE – ABDI – FIESP - ANPEI Inovação Tecnológica e Segurança Jurídica Ambiente Institucional.
V Seminário Nacional de APLs de Base Mineral Gestão de APLs Recife, 25 de setembro de 2008 Heloisa Menezes Instituto Euvaldo Lodi – DR MG Nucleo Estadual.
Sistemas Nacionais de Inovação: a experiência internacional e alguns desafios para o Brasil Referência: Linsu Kim & Richard Nelson (2005) (Introdução)
A ORTODOXIA DO DESENVOLVIMENTO ENDÓGENO
Colóquio Internacional O capitalismo com dominância financeira: uma análise comparada dos países avançados e emergentes Integração produtiva Campinas,
São Paulo, 08 de fevereiro de 2006.
JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO ENAP - MARÇO/2006
Carlos Pio Inst. de Relações Internacionais Universidade de Brasília
Seminário SANTA CATARINA ECONOMIA E MEIO AMBIENTE Macro diretriz: Aumentar, de forma sustentável, a competitividade sistêmica do estado Áreas de.
APL – Arranjos Produtivos Locais
ECONOMIA BRASILEIRA ANOS
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Curitiba Transporte Rodoviário Autor: Prof. Arildo Ano: 2007.
Hillegonda Maria Dutilh Novaes 11o Congresso Mundial de Saúde Pública
C&T e Inovação: marco legal e reforma institucional Uma Agenda para São Paulo Carlos Américo Pacheco Campinas, 10 de maio de 2007.
Fundamentos de Economia
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof
GF 115: Economia do Desenvolvimento Prof. Rui Albuquerque SESSÃO 3 – CONCEITOS ECONÔMICOS 17 de agosto de 2005.
Políticas para Promoção de Arranjos e Sistemas Produtivos Locais de MPME: Oportunidades e Desafios na Era do Conhecimento Helena M. M. Lastres Cristina.
Financiadora de Estudos e Projetos Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT.
Planejamento Estratégico
III CONGRESSO INTERNACIONAL BRASIL COMPETITIVO
16 de novembro de 2010, Rio de Janeiro
A proposta inicial e as auto-críticas dos anos sessenta e setenta
A produção do Espaço Geográfico no Capitalismo
COMPETE ES A proposta para a construção do Espírito Santo Competitivo – COMPETE-ES - tem como fulcro principal o conceito de COMPETITIVIDADE SISTÊMICA,
RELAÇÕES DE TRABALHO Curso de Especialização RELAÇÕES DE TRABALHO Curso de Especialização Ciclos Econômicos e Tecnologia (Carlota Perez - Technological.
Políticas de ciência e Tecnologia, Out.-Dez. 2002
Economia Brasileira_19/03/2007
O PLANO DE METAS Expandir e diversificar a indústria
A INFLAÇÃO E O PAEG Em 1964, a inflação acelerou e aumentou o déficit do balanço de pagamentos; No início do governo militar, a estabilização da inflação.
A VALORAÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL DA EMPRESA NA AVALIAÇÃO DE PROJETOS PELO BNDES 64º Congresso da ABM Belo Horizonte 16/07/2009 João Carlos Ferraz.
Secretaria de Inovação Orientações Para Diagnóstico do Mercado de Nanotecnologias no Brasil: (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças)
O papel das Universidades no processo de expansão e consolidação de competências nacionais e no avanço do conhecimento científico e tecnológico nas áreas.
Glauco Arbix Presidente do IPEA
Políticas Públicas para APLs de Base Mineral
Crescimento da Produtividade Todos sabemos que este é o caminho para conseguir uma melhora no desenvolvimento econômico, porem não sabemos como alcança-lá;
Premissas Dados das Microrregiões.
OS DESAFIOS DO FINANCIAMENTO DA INVESTIGAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO DOS BENS INTANGÍVEIS DA PI Ana Comoane Nampula, de Fevereiro de 2006.
Benefícios da participação em CGV
INOVAÇÃO NA POLÍTICA INDUSTRIAL
Escola de Formação Política Miguel Arraes
INOVAÇÃO – O BRASIL E O MUNDO
Seminário Nacional de Gestão Estadual da Educação Profissional
AGENDA 2020 O Rio Grande que queremos. Crescimento econômico Elevação da qualidade de vida Eqüidade social e regional Referência em inovação e tecnologia.
‘NÃO VAMOS REINVENTAR A RODA’
Regionalização mundial segundo o nível de desenvolvimento
MATRIZ BCG.
UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DA ECONOMIA BRASILEIRA O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕE Aula 1 CURSO COMEX-UNIS Prof. Ms. Frade.
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
Objetivos da aula: - discutir a institucionalização da PCT e a construção do sistema de CT&I no Brasil - apresentar o sistema de C,T&I atual e os principais.
A Sociedade em Rede Manuel Castells
Universidade de Brasília. CDT Criação do CDT Ato da Reitoria nº 011/86 de 24 de Fevereiro de 1986, assinado pelo Reitor Cristovam Buarque. Regimento Interno.
 Formado em economia política pela Universidade de Lausame, suíça. Doutor em ciências econômicas pela escola central de planejamento e estatística.
Oficina – Cine Geo / redes de capitalismo
MECANISMOS DE INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
O ESPAÇO DA PRODUÇÃO E DO CONSUMO
3ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE CT&I Reunião Preparatória do DF GT – Inclusão Social Brasília – DF, 29/07/2005.
Painel: Polos de Inovação e Agenda CNPq Aléssio Trindade de Barros Setembro de 2013.
Prof. Dr. Cândido Ferreira da Silva Filho BRASIL século XX Até os anos 1930 do século XX a atividade econômica que predominava no Brasil era a monocultura.
Setor Industrial e Competitividade. Componentes: Alex J. Lorenzoni Paulo Cesar Pacheco Julio Cezar Morellato.
1 A pesquisa: Procurou identificar as concepções, formatos, abrangência, e instrumentos das políticas, procurando avaliar o desenvolvimento e as possibilidades.
Seminário Internacional: A Nova Geração de Políticas para o Desenvolvimento Produtivo: Sustentabilidade Social e Ambiental Brasil: o novo impulso de desenvolvimento.
A Industrialização Brasileira:
C,T&I COMO ESTRATÉGIA DE INSERÇÃO NO CENÁRIO INTERNACIONAL Ester Vilela de Andrade Gomide Coordenadora de Pesquisa Universidade Tiradentes - Sergipe.
1 Ciência e Tecnologia para a sociedade: um casamento difícil Simon Schwartzman Seminário Rio além do petróleo: conhecimento e desenvolvimento 12 de junho.
Secretaria de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 16 a 18 de novembro de 2005 Brasília.
Transcrição da apresentação:

GN 101 Ciência, Tecnologia e Sociedade Sistema de C,T&I em países menos desenovolvidos e no Brasil

Objetivo Apresentar e discutir as características centrais do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação em países latinoamericanos e no Brasil

O processo de desenvolvimento e a constituição do sistema de C,T&I Porque a industrialização na AL não teve efeitos de crescimento dinâmico e de melhores condições de distribuição de renda? precária liderança do empresariado local e o protecionsimo frívolo (empresariado débil e estado protetor) elevadas taxas de rentabilidade internas favorecidas pelo protecionismo atraso da indústria de bens de k estratégias das empresas MNs aqui instaladas contínua e inevitável erosão da competitividade Processo de industrialização não criou um núcleo industrial endógeno, competitivo e dinâmico

Gap é quantitativo e qualitativo Não se processa o movimento contínuo de interação entre as técnicas produtivas e as atividades científicas Anos 70 aceleração da deterioração das relações de troca entre países: a) redução da importânica das matérias-primas tradicionais e sua substituição; b) melhoria das condições técnicas de explorar mananciais de mps antes considerados inexploráveis; c) automação reduz importância de fontes baratas de mão-de-obra.

Diagnóstico “O atraso científico dos pmds não é resultado de uma carência, de uma falta que pode ser corrigida com ajuda externa, mas uma conseqüência da estrutura econômica e social existente” (Herrera, 1995)

Diagnóstico Razão de alguns países menos desenvolvidos investirem relativamente menos em C&T do que outros (%PIB) As deficiências quantitativas são menos graves que a desconexão com a sociedade a que pertencem P.e., o investimento em pesquisa aplicada e em desenvolvimento nos pds é muito maior que em pesquisa básica. Por aqui é o contrário…

Diagnóstico 3 fatores sobre o atraso: Culturais (hábitos, costumes, educação, rrhh) Relacionados com o sistema de produção (tipo de demanda) Institucionais (instituições débeis e representantes de interesses conservadores

Características dos sistemas de inovação em países menos desenvolvidos Sistemas de C&T são relativamente menos conectados aos sistemas produtivos Demandas sociais desencontradas com as demandas do sistema Sistema produtivo com baixa densidade tecnológica Setor público participa com mais de 60% dos gastos e com maior parte da execução Instituições fragmentadas Regime de propriedade fraco Estrutura de fianciamento inadequada

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Fonte: RICYT – Rede Iberoamericana de Indicadores de C&T

Competitividade e países menos desenvolvidos “A globalização não reduz a necessidade de que as economias de baixos salários se tornem competitivas…à medida que mais locais com salários baixos competem pelos recursos móveis e que a mudança técnica desgasta a vantagem competitiva da m.o. não especializada, a qualidade das potencialidades e das instituições locais torna-se o determinante primordial da possibilidade de atrair recursos externos” (Lall, 2002)

Competitividade e países menos desenvolvidos “O isolamento dos mercados e tecnologias globais já não é um opção viável para nenhum país em desenvolvimento” (Lall, 2002) As atividades de alta tecnologia são as que mais crescem e as que mais geram spillovers, emprego e renda Quais são então as implicações para pmds?

Inserção nas redes A lógica da formação de redes na economia global permite integrar tudo o que é valioso numa rede e, ao mesmo tempo, desligar tudo o que não tem valor. O mundo hoje já não se divide entre Norte e Sul, mas entre áreas ligadas a essas redes e outras delas desligadas A infra-estrutura essencial começa pelos recursos humanos, instrução

Agir em várias áreas simultaneamente P&D concentrada em áreas específicas (foco) para entrar nas redes globais de C&T Desenvolvimento de aplicações específicas de novas tecnologias ligadas às necessidades de desenv do país – nichos Criar financiamento adequado para investimento em pesquisa e inovação Política de formação de pessoal e de universalização dos sistemas educacionais Infra-estrutura de telecomunicações e sistemas de informações

Mais do que nunca, na economia global e em rede, baseada no conhecimento, faz-se necessário, na AL, um agente do interesse público capaz de promover o novo paradigma do desenvovlvimento nas condições específicas de inserção de cada país na economia global, um agente que possa servir de interface entre o Estado e a sociedade civil, entre os fluxos globais de capital e as empresas nacionais, e entre as instituições existentes de educação e pesquisa e as novas necessidasdes desses fatores de produção.” (Castells, 2002)

BRASIL

Frases "Nos dias de hoje e cada vez mais, a independência econômica implica a posse de uma tecnologia avançada, condizente com os progressos da técnica e da ciência moderna.“ mensagem ao Congresso Nacional de Costa e Silva, 1968 A "ciência requer, para poder ser realmente efetiva na promoção do progresso de uma sociedade, condições econômicas, políticas e sociais que ela mesma não pode criar e que só podem dar-se mediante uma profunda transformação das estruturas sócio-econômicas que estão na base do subdesenvolvimento." Amilcar Herrera, 1971

Frases Deve-se dar “prioridade à articulação do sistema de ciência e tecnologia com o setor produtivo, com a programação governamental e com as realidades da sociedade brasileira atual. A integração entre aquele sistema e as diferentes dimensões da sociedade em mudança permitirá a conseqüente e fecunda interação” “A interação indústria-pesquisa-universidade (será) impulsionada mediante realização de programas conjuntos de pesquisa, em setores prioritários e, em grande dimensão, com participação de instituições governamentais de pesquisa, universidades e setor privado (...)” trechos extraídos do Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (1972-74) e do Plano Básico de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (1973-74)

Alguns marcos da institucionalização da C&T I Virada do século XIX – XX: Museu Goeldi (1885), IAC (1887), I. Bacteriológico (1893), manguinhos (1900), I. Biológico (1928) Não havia uma política, era mais reativo para problemas específicos de saúde pública e de agricultura. Pesquisa aplicada Sistema ensino / perquisa se institucionaliza nos anos 30 na USP, apesar de univ. anteriores como RJ e MG Entre 30 e 49 criam-se 160 estabelecimentos de ensino superior no Brasil, sem entretanto estarem ligados à pesquisa

Alguns marcos da institucionalização da C&T II A partir da segunda guerra vem uma politica para a ciência: 1948 SBPC; 49 o CBPF Institucionaliza-se a política científica e de formação de pessoal superior: CNPq e CAPES (1951) IPEN (1956) Preocupãção estratégica com energia nuclear e consolidação de várias associações científicas

Alguns marcos da institucionalização da C&T III Vinculação explícita da política científica com o desenvolvimento e crescimento econômico só na segunda metade dos anos 60 1965 Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas, no BNDE 1967 Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP 1968 primeiro plano governamental associando C&T e desenvolvimento - Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED) do período 1968 a 1970 Incluia-se o setor privado e a coordenação governamental do desenvolvimento tecnológico

Alguns marcos da institucionalização da C&T IV 1969 criado o Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – SNDCT Mesmo ano o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FNDCT I PBDCT 1973-74 II PBDCT 1976-79 III PBDCT 1980-85 1973 Embrapa 1985 criação do MCT

A seqüência… 1983 63% dos gastos com ped industrial em empresas estatais, das quais 8 concentravam mais da metade 92% dos pesquisadores em 1986 estavam no setor público, sendo 62% nas universidades criou-se uma base de serviços tecnológicos correntes e oferta de ped dissociada do sistema produtivo a industrialização brasileira não exerceu pressão direta sobre a oferta interna de tecnologia… …mas gerou infraestrutura de cet e formação de pesquisadores segmentos das empresas estatais houve sim experiências bem sucedidas, especialmente em petróleo, aeroespacial, telecomunicações, petroleo energia eletrica e siderurgia. No setor privado ligas especiais e automação bancária.

Conclusões

Principais pontos de estrangulamento Baixa participação do setor privado (cerca de 30% do esforço nacional) e foco na pesquisa acadêmica Baixa efetividade em transformar capacidade acadêmica em benefícios sócio-econômicos Muito baixo número de patentes (menor que 100/ano – 30 vezes menos que Coréia do Sul) Concentração regional Déficit na balança tecnológica Crédito impróprio Pequeno mercado de capitais Pequeno volume de k risco

O que deveria ser feito? Adotar um conceito amplo de inovação Gerenciar a inerente divisão de trabalho no sistema Explorar as economias de escala e de escopo Explorar ativos complementares (e.g. PI, informação etc) Aproximar público e privado na definição de diretrizes Ampliar a coordenação e a governança do sistema

O que estava sendo feito… criando um novo quadro institucional para remover obstáculos ao processo inovativo Flexibilização das regras na academia para fomentar o empreendedorismo Criar novos instrumentos financeiros Rebaixar as taxas de juros Estimular o investimento privado em C,T&I Promover k risco e fundos mútuos de investimento