Internato Pediatria – Julianna Passos Preceptoria – Dra Carmen

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Transcrição da apresentação:

Internato Pediatria – Julianna Passos Preceptoria – Dra Carmen ASMA Internato Pediatria – Julianna Passos Preceptoria – Dra Carmen www.paulomargotto.com.br Brasília,6 de novembro de 2014

Definição Doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual muitas células e elementos celulares têm participação. A inflamação está associada à hiper-responsividade das vias aéreas que leva a episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse Tais episódios são consequência da obstrução ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com tratamento.

Epidemiologia Um problema mundial de saúde e acometendo cerca de 300 milhões de indivíduos. Estima-se que, no Brasil, existam aproximadamente 20 milhões de asmáticos, se for considerada uma prevalência global de 10%. Os gastos com asma grave consomem quase 25% da renda familiar dos pacientes da classe menos favorecida, sendo que a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que esse montante não exceda a 5% da renda familiar.

FISIOPATOGENIA Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, na qual diversas células e seus produtos estão envolvidos. Entre as células inflamatórias, destacam-se os mastócitos, eosinófilos, linfócitos T, células dendríticas, macrófagos e neutrófilos. Entre as células brônquicas estruturais envolvidas na patogenia da asma, figuram as células epiteliais, as musculares lisas, as endoteliais, os fibroblastos, os miofibroblastos e os nervos. Dos mediadores inflamatórios já identificados como participantes do processo inflamatório da asma, destacam-se quimiocinas, citocinas, eicosanóides, histamina e óxido nítrico.

FISIOPATOGENIA O processo inflamatório tem como resultado as manifestações clínico- funcionais características da doença. O estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado pela contração do músculo liso brônquico, pelo edema da mucosa e pela hipersecreção mucosa A hiper-responsividade brônquica é a resposta broncoconstritora exagerada ao estímulo que seria inócuo em pessoas normais. A inflamação crônica da asma é um processo no qual existe um ciclo contínuo de agressão e reparo que pode levar a alterações estruturais irreversíveis, isto é, o remodelamento das vias aéreas.

Tipos de Asma Sibilância Recorrente: Pré-escolar. Desencadeada por infecções virais comuns no trato respiratório. Asma Crônica: Associada à alergia. Hipersensibilidade a poluentes comuns do ar. Exposições “ocupacionais” (animais domésticos, fazenda). Persiste durante a idade escolar e frequentemente até a idade adulta. Asma típica do sexo feminino quando desenvolvem obesidade e puberdade precoce. Por volta dos 11 anos.

QUADRO CLÍNICO Dispneia, tosse crônica, sibilância, opressão ou desconforto torácico, sobretudo à noite ou nas primeiras horas da manhã. Em crianças maiores : dispneia e pressão no peito associados. Crianças menores: “dor” no tórax não localizada. Sintomas diurnos associados a atividades: bem frequentes.

Diagnóstico Clínico Exame físico: normalmente inespecífico A presença de sibilos é indicativa de obstrução ao fluxo aéreo, Pode não ocorrer em todos os pacientes. História de outras doenças alérgicas História Familiar de asma. Os testes diagnósticos disponíveis na prática clínica incluem espirometria (antes e após o uso de broncodilatador), testes de broncoprovocação e medidas seriadas de PFE. HF = PAIS PRINCIPALMENTE

Diagnóstico Quando exame físico sintomático: Tosse seca persistente. Sibilância. Fase expiratória prolongada. ↓ MV (+ comum no lobo posterior inferior direito). Estertores creptantes (ou subcreptantes) e roncos. Dispnéia e esforço respiratório com retrações supra-esternais e intercostais, batimento da asa do nariz e uso de musculatura acessória.

Diagnóstico Testes de função pulmonar Medidas de fluxo expiratório forçado – monitorizar e avaliar eficácia terapêutica. ESPIROMETRIA Medida objetiva da limitação do fluxo aéreo. Estabelece o diagnóstico, documenta a gravidade da obstrução e monitora o curso da doença e as modificações decorrentes do tratamento. Crianças > 6anos (manobra expiratória prolongada forçada). Normalidade não exclui doença. A confirmação do diagnóstico de asma usualmente é feita através da espirometria, a qual fornece duas medidas importantes para o diagnóstico de limitação ao fluxo de ar das vias aéreas: VEF1 e CVF.

Diagnóstico ESPIROMETRIA Relação VEF1/CVF < 0,80  obstrução significativa do fluxo aéreo. Diagnóstico feito também pela demonstração de significativa reversibilidade, parcial ou completa, após a inalação de um broncodilatador de curta ação Valores normais de VEF1 estipulados via estatura, gênero e raça das crianças. VEF1 < 80% (asma moderada) e VEF1 < 60% (asma grave). Broncodilatador aumentando VEF1 é considerado significativo: VEF1 ≥ 12% ou ≥ 200ml de seu valor pré-broncodilatador OU 200ml de seu valor pré- broncodilatador e 7% valor previsto. Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma. A repetição do exame após o uso de broncodilatador nesses casos pode revelar uma resposta significativa

Diagnóstico VERIFICAÇÃO HIPER-REATIVIDADE Otimizar controle. Pacientes com espirometria normal ou sem resposta broncodilatadora significativa. Resultado negativo + indivíduos sintomáticos  exclui asma. Resultado positivo  avaliar outras doenças (como rinite). TESTES COM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Substâncias broncoconstritoras (matacolina, histamina, carbacol) - alta sensibilidade e elevado valor preditivo negativo PROVOCAÇÃO COM EXERCÍCIO Esforço aeróbico ou corrida 6-8min. Piora ≥ 15% VEF1.

Diagnóstico Crianças < 5 anos As manifestações clínicas mais sugestivas de asma são: Episódios frequentes de sibilância (mais de uma vez por mês). Tosse ou sibilos que ocorrem à noite ou cedo pela manhã, provocados por riso ou choros intensos e exercício físico. Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias. Presença de atopia (especialmente rinite alérgica ou dermatite atópica). HF de asma e atopia. Boa resposta clínica a b2-agonistas inalatórios, associados ou não a corticoides orais ou inalatórios.

Diagnósticos Diferenciais Quadro 1: DD da asma

Manejo Ambulatorial

Classificação de Gravidade Dias com sintomas Noites com sintomas Persistente grave Contínua Frequentes Persistente moderada Diária > 1/semana Persistente leve > 2/semana, mas < 1x/dia > 2/mês Intermitente ≤ 2/semana < 2/mês

Manejo Ambulatorial Componente 1: parceria médico- paciente Componente 2: Identificação e controle dos fatores de risco. Componente 2: identificação e controle dos fatores de risco

Manejo Ambulatorial Componente 3: avaliar, tratar e manter controle da asma. Etapa 1 = educação e medicação --β2-agonista de rápido início de ação (salbutamol, fenoterol ou formoterol). As alternativas são anticolinérgico inalatório, β2-agonista oral ou teofilina oral, mas esses têm um início de ação mais lento e um maior risco de efeitos adversos Em pacientes que irão iniciar o tratamento, deve-se fazê-lo na etapa 2 ou, se o paciente estiver muito sintomático, iniciar pela etapa 3. • Independentemente da etapa de tratamento, medicação de resgate deve ser prescrita para o alívio dos sintomas conforme a necessidade. • Em crianças menores de cinco anos de idade, não é recomendado o uso de β2-agonista de ação prolongada, porque os efeitos colaterais ainda não estão adequadamente estudados nessa faixa etária.

Manejo Ambulatorial Tratamento deve ser ajustado de acordo com o estado de controle. Se a asma não estiver controlada com o tratamento atual: subir uma etapa até que o controle seja alcançado. Controle: manter pelo menos três meses. Medicamentos podem ser reduzidos para minimizar custos e diminuir possíveis efeitos colaterais. Tratamento deve ser ajustado periodicamente em resposta a uma perda de controle.

Manejo Ambulatorial Componente 4: prevenção e controle riscos futuros. Componente 5: situações especiais. Rinite, sinusite, pólipos nasais, refluxo gastroesofágico...

Referências Bibliográficas NELSON. Tratado de Pediatria - Richard E. Behrman, Hal B. Jenson, Robert Kliegman. 18ª Edição. Elsevier. 2009. SBPT. Diretrizes para o manejo da asma. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Vol 38. Abril de 2012. TOY. Eugene C, et al. Casos Clínicos em Pediatria (Lange). 4ª edição. McGraw-Hill.2014. < http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=202 > Acesso em 1/08/2014