Surtos de Infecção Hospitalar associados a Nutrição Parenteral

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Transcrição da apresentação:

Surtos de Infecção Hospitalar associados a Nutrição Parenteral Maria Clara Padoveze Divisão de Infecção Hospitalar Colaborou na elaboração desta aula: Edison I. Manrique.

Modalidades de via de nutrição Oral Naso-Gástrica Naso-Enteral Gástrica Enteral Parenteral Periférica central

Nutrição Parenteral Particularidades: Cateteres de uso por tempo prolongado Soluções permitem a proliferação de vários microrganismos, por ser meio rico em nutrientes Pacientes que utilizam NP em geral são bastante debilitados e mais susceptíveis a infecção hospitalar

Investigação preliminar Quantos e quais pacientes utilizando NP no serviço. Calcular a taxa de ataque entre os usuários de NP

Investigação preliminar Quando deve haver a suspeita de surto associado a NP: fator de risco mais comum é o uso de NP Paciente não tem outra fonte provável de bacteremia e apresenta reação aparentemente associada com a infusão. Definição de caso: Pacientes com uso de NP Há um agente específico? Infecção associada a NP com diferentes agentes? Sinais e sintomas sugerem associação com infecção no local do cateter?

Investigação preliminar Data e horário da ocorrência: Aumento de casos em vários dias seguidos ou alternados? Casos ocorreram em um único dia ou plantão? Local da ocorrência: Pacientes acometidos em uma única enfermaria? Pacientes acometidos em diferentes unidades dentro do hospital? Serviço terceirizado: pode haver ocorrências em outros hospitais – comunicar a Vigilância Municipal.

Avançando na investigação Característica do paciente: Adultos ou crianças? Doença de base tem foco provável para infecção em outro local? (ex.: infecções abdominais, sepse) Via de administração: Periférica? central? Neste caso, onde foram inseridos os cateteres? Pelo mesmo profissional? Quanto tempo de permanência do cateter? Quanto tempo após o início da administração da solução de NP? Imediatamente? No final da administração?

Avançando na investigação Componentes da NP dos pacientes: Aminoácidos Lipídeos Micronutrientes

Possíveis agentes Infusões lipídicas usados com NPP têm sido associados como risco de infecção da corrente sanguínea relacionada ao uso de cateter: SCN e Malassesia furfur, candidemia e Pichia anomala.

Possíveis agentes Gram-negativos (Enterobacter spp, Burkholderia cepacea) podem ser associados com a contaminação durante a manipulação ou contaminação de produtos

Fontes em surtos Falha técnica na preparação das soluções: Contaminação por diferentes agentes: sugere falhas grosseiras no processo produtivo Contaminação por único agente sugere: contaminação de um componente Ou Contaminação por profissional que atua como reservatório de um agente específico (ex.: S. aureus) Contaminação do sistema: Cateteres Equipos próprios (ex.: bombas de infusão) Anti-sépticos utilizados para inserção

Fontes em surtos Falhas técnicas no manuseio durante a administração, na assistência direta ao paciente: Em geral o surto neste caso, apresenta diferentes agentes etiológicos envolvidos Contaminação por um único agente sugere profissional que atua como reservatório para o microrganismo (menos comum, neste caso)

Verificar Avaliar as condições de manuseio da NP no hospital, na assistência direta. Na inserção do cateter No cuidado durante a administração Avaliar as condições de manipulação durante o preparo do produto, se realizada no hospital Avaliar se há amostra de reserva para análise de esterilidade, e encaminhar para análise microbiológica Avaliar a procedência dos componentes.

Orientar Interromper a infusão Colher hemocultura periférica de pacientes que apresentarem sinais e sintomas associados a infusão Encaminhar todo o sistema para análise microbiológica (incluindo o equipo e exceto o cateter central). Manter a observação das condições do local de inserção do cateter Atenção: avaliar se o paciente não tem outro foco possível de bacteremia antes de suspeitar da infusão!

Legislação Portaria nº 272, de 08 de abril de 1998 Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Parenteral

Referências Bibliográficas: ANVISA. Portaria n. 272, de 8 de abril de 1998. [www.anvisa.gov.br]. MARTINS, DP; KFOURI FILHO, M. Nutrição Parenteral. In: FERNANDES, AT. Infecção Hospitalar e Suas Interfaces na Área da Saúde. Cap. 61. p. 1103.