ABORTAMENTO Departamento de Tocoginecologia Disciplina de Clínica Obstétrica Dr. Robson Dias
Conceito ABORTAMENTO: término da gravidez < 22 sem/ peso fetal < 500g (OMS) Precoce: < 12 semanas Tardio: 12 – 20 semanas Espontâneo Provocado ABORTO: produto do abortamento ABORTAMENTO INSEGURO
A Importância do Problema Grave problema de saúde pública Aspectos legais, morais, sociais e culturais Abortamento espontâneo: 10% gestações Planejamento reprodutivo insatisfatório: Falta de informação sobre anticoncepção Dificuldade de acesso aos métodos Falhas no uso Ausência de acompanhamento por serviço de saúde 50% das gestações são indesejadas → 1 em 9 abortam (OMS)
A Importância do Problema 31% das gestações terminam em abortamento 9,4 mortes por abortamentos/100000 nascidos vivos (2001) Abortamento inseguro → ↑ complicações (OMS, 2004) → mortalidade materna (4°) Curetagem pós-abortamento: 2° procedimento 243998 internações SUS por curetagens (2004)
▪ 74 óbitos/100.000 nascidos vivos no País ABORTO – PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA ■ MORTALIDADE MATERNA ▪ 74 óbitos/100.000 nascidos vivos no País ▪ 10 óbitos/100.000 nascidos vivos na Europa ▪ Abortos clandestinos e ilegais: 3o causa obstétrica direta de mortes maternas na América Latina (OMS, 2002).
Epidemiologia Fatores de risco: Tabagismo Substâncias tóxicas Multiparidade Extremos de idade Abortamento prévio Cariótipo anormal* Alterações anatômicas Tabagismo Substâncias tóxicas Doença sistêmica Infecção Febre
Formas Clínicas Ameaça de abortamento Abortamento inevitável Abortamento completo Abortamento incompleto Abortamento retido Abortamento infectado/séptico Abortamento habitual Gestação anembrionada*
FORMAS CLÍNICAS Assistência após abortamento Útero x IG Colo Útero x IG Colo Sangramento Dor Ecografia Conduta ameaça de aborto compatível fechado presente + feto vivo obs e repouso aborto inevitável aberto desnecessária esvaziamento uterino aborto completo menor ausente ou discreto - sem conteúdo orientação aborto incompleto restos ovulares aborto retido feto morto aborto infectado compatível ou menor esvaziamento uterino e atb
Formas Clínicas Abortamento habitual Gestação anembrionada Perda de 3 ou mais gestações < 22 semanas Incompetência istmocervical Gestação anembrionada Ameaça de abortamento ou abortamento retido USG: IG > 7,5 semanas ou SG > 15 mm sem embrião
ATENÇÃO AO ABORTAMENTO EM MATERNIDADE DE REFERÊNCIA ROBINSON DIAS; LINS, S; HOLANDA, A A R; OLIVEIRA, M R F P; REBOUÇAS, R A; CAVALCANTE, F J A MATERNIDADE ESCOLA JANUÁRIO CICCO (UFRN); DEPARTAMENTO DE TOCOGINECOLOGIA (UFRN) INTRODUÇÃO: O abortamento representa grave problema de saúde pública em países como o Brasil. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, metade das gestações é indesejada, com uma a cada nove mulheres recorrendo ao abortamento para interrompê-las. OBJETIVOS: Avaliar a epidemiologia do abortamento em maternidade de referência e os aspectos relacionados à saúde reprodutiva. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo de 1526 casos de mulheres que receberam tratamento do aborto no período de dezembro de 2004 a julho de 2005. RESULTADOS: Observou-se que 60% eram casadas ou viviam em união consensual. Em 58% dos casos a atividade sexual foi iniciada com idade inferior ou igual a 17 anos. Referiram mais de um parceiro sexual 43%. Em 25% da casuística havia antecedente de abortamento anterior. Observou-se que 64% das oportunidades o abortamento foi classificado como precoce. O abortamento incompleto foi a forma clínica mais comum representando 81% dos casos. Abortamento retido (10%), inevitável (7%) e infectado (2%). Em 66% dos registros o relato foi de abortamento espontâneo, porém um percentual de 17% das mulheres referiu ter provocado o aborto. Dessas 63% não possuíam emprego ou renda fixa, sendo 72% solteiras. Em 91% dos casos a droga utilizada para provocar o aborto foi o misoprostol. Em 28,6% dos casos, o procedimento realizado foi a aspiração manual intra-uterina (AMIU). O aconselhamento pós-aborto e a oferta de métodos anticoncepcionais foi realizado em 98% dos casos. CONCLUSÕES: O presente trabalho traça um perfil das mulheres submetidas ao tratamento do aborto em maternidade de referência chamando a atenção para questões de saúde reprodutiva.
Técnicas de esvaziamento uterino Abortamento farmacológico Ocitocina Misoprostol – 800µg 1º trimestre 400µg 2º trimestre Aspiração manual intrauterina (AMIU) Gestação 12 semanas Método de escolha (OMS, FIGO) Curetagem uterina
Manejo do abortamento Ameaça de abortamento Repouso físico Abstinência sexual Antiespasmódico e analgésico Abortamento incompleto Internação hospitalar/punção venosa AMIU – 12 semanas Curetagem – após 12 semanas
Manejo do abortamento Abortamento retido Internação hospitalar Indução com análogos PGs e/ou ocitócicos Curetagem uterina
Manejo do abortamento Abortamento infectado Reposição volêmica Antibioticoterapia Curetagem Retração uterina – derivados do esporão do centeio.
OBJETIVO: atenção humanizada Assistência após abortamento OBJETIVO: atenção humanizada Atenção de qualidade ao abortamento e suas complicações, com referencias ético-legais e bioéticos Atenção humanizada às mulheres em abortamento Planejamento reprodutivo Acolher, orientar e informar Integração com os serviços de atenção à saúde da mulher Parceria com a comunidade
Atenção Clínica ao Abortamento Conduta 1. Geral: Suporte e Exames complementares 2. Esvaziamento Uterino 3. Orientação
Atenção Clínica: Exames Complementares Hemograma EAS Coagulograma Classificação sangüínea VDRL Anti-HIV Culturas: Hemocultura e Material vaginal e endometrial, Imagem: Radiografia, USG
Atenção Clínica ao Abortamento 1. Geral: Suporte Internação? Reposição volêmica Antibioticoterapia Alívio da dor Anaerobicida + Aminoglicosídeo • Apoio verbal • Analgesia • Sedação • Anestesia local • Anestesia geral
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino: A. FARMACOLÓGICO Técnica: Comprimidos de Misoprostol → Umedecer → → Fundos de saco laterais da vagina.
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino: CURETAGEM Técnica: Colo aberto (± Dilatadores de Denistonn ou Velas de Hegar) Cureta Raspagem e extração.
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino: AMIU Técnica: Colo semi-aberto Cânulas de Karman (4-12 mm ↔ colo) + Seringa com vácuo Raspagem e aspiração.
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino: AMIU
Atenção Clínica ao Abortamento 2. Esvaziamento Uterino: AMIU Vantagens: Aumenta o acesso da mulher à atenção pós-aborto, Reduz o tempo de espera, Reduz o risco de complicações durante o tratamento, Reduz o custo da atenção pós-aborto, Facilita os vínculos entre a atenção pós-aborto de emergência e os serviços de planejamento familiar.
Planejamento pós-abortamento Orientação em planejamento reprodutivo Oferta de métodos anticoncepcionais Orientação concepcional