A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL: reflexões Prof. Marco Polo Ribeiro.

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Transcrição da apresentação:

A CRISE FINANCEIRA INTERNACIONAL: reflexões Prof. Marco Polo Ribeiro

Crises são eventos interessantes pela sua riqueza e complexidade. Crises inauguram novas épocas. São coveiras dos velhos tempos e parteiras dos novos. São períodos de ajustes de contas com o passado.

As falácias, os equívocos, a má fé, os interesses inconfessáveis por detrás dos discursos, posturas teóricas, ideológicas, doutrinárias, visões de mundo, tudo, é desnudado. Nesses momentos aquela frase, aparentemente banal do Manifesto Comunista de Marx e Engels, TUDO QUE É SÓLIDO DESMANCHA NO AR, soa tonitruante.

Crises ressuscitam mortos que se julgavam enterrados e, por isto, superados. A recorrente referência a Keynes, Himan Minsky e tuti quanti, indica que suas obras devem ser relidas. Crises desconstroem discursos. Torna-os obsoletos. Crises obriga, ironia das ironias, as mãos de muitos, fazerem aquilo que a cabeça (e o interesse) condena, e afrontarem o próprio discurso. Vide Henri Paulson.

Crises contestam posturas teóricas que reivindicam a eficiência suprema dos mercados e as insuperáveis virtudes. Contestam a racionalidade dos agentes econômicos quando, de repente, descobre-se que uma enorme parcela do que se supunha serem operações financeiras privadas, revelaram-se GASTOS PÚBLICOS.

Crises desmistificam falácias ao subverterem discursos de sacralização da mão invisível do mercado e da sata6nização da mão visível do Estado. Crises convocam pensadores a tecer novos pensamentos; e convocam lutadores a novas batalhas. Nos momentos de crise vejo o futuro repetir o passado. Vejo um museu de grandes novidades (Cazuza)

ASPECTOS A CONSIDERAR NA ATUAL CRISE: Origens: O fim de Bretton Woods (fim do padrão ouro- dólar); os choques do petróleo; a reciclagem dos petrodólares pelos bancos comerciais americanos (principalmente);

o choque dos juros americanos, a substituição do keynesianismo (e das políticas fiscais ativas) pelo Reaganomics e Tacherismo e a simultânea demonização do Estado juntamente com a divinização do Mercado; a crise das dividas externas latino-americanas e a quebra do sistema bancário comercial note americano (principalmente);

o papel da auditor terceirizado do Tesouro Americano executado pelo FMI; a longa agonia das economias latino- americanas nos anos 80 e as tentativas de solução da crise das dívidas externas: O plano Backer out/1985 e o plano Brady, fev/1989;

a queda do Muro de Berlim como prova (!?) do triunfo do mercado sobre o intervencionismo estatal; o Consenso de Washington a RENEGOCIAÇÃO DAS DIVIDAS EXTERNAS LATINO-AMERICANAS via processo de SECURITIÇÃO;

a conseqüência fundamental: os bancos comerciais são substituídos pelos bancos de investimento e corretoras como atores centrais do processo financeiro em todos os níveis.

> A disseminação dos derivativos e das novas formas de se fazer finanças e de gestão do risco. Os novos produtos financeiros: - CDOs ( Collateralized Debt Obligation) - CDS (Credit Default Swaps) - SIV (structured Investiment Vehicles)

. Fim dos anos 80 O mercado de títulos e capitais (bancos de investimento e corretoras) substitui em volume, valor e importância o mercado de crédito bancário (bancos comerciais); Bancos passam a vender seus riscos de crédito a terceiros;

a disseminação e consolidação da utilização dos derivativos em larga escala e o florescimento de uma vasta gama de produtos financeiros estruturados (exóticos?);

tudo isto em um ambiente de extrema desregulamentação e liberalização financeira respaldada pela hegemonia do discurso hegemônico (mercados eficientes, expectativas racionais, auto- regulação dos mercados, etc., etc., etc.,), e no contexto de uma revolução (3ª) revolução tecnológica.

Alteração do contexto geral de determinação dos preços fundamentais: Trabalho Salários Moeda Nacional Taxa de Juros Moeda estrangeira Taxa de câmbio