TRATAMENTO DA SILICOSE E DE SUAS COMPLICAÇÕES

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
BRONQUIECTASIA CONCEITO ETIOLOGIA FISIOPATOLOGIA
Advertisements

Definição de asma - GINA 2008
SÍNDROMES PULMONARES II
SPTDT REUNIÃO CLÍNICA ABRIL
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Condutas Médicas no Paciente com Dispnéia
Grupo de Doenças Obstrutivas
ANTONIO NELSON CINCOTTO PUC.SP.SOROCABA 2001
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOMICILIAR EM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
CARDIOPATIA GRAVE Gicela Rocha
Trombose Venosa Profunda
ASMA DE DIFÍCIL CONTROLE
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
PNEUMOTÓRAX CONCEITO ACÚMULO DE AR NO ESPAÇO PLEURAL.
Considerações Gerais e Principais Definições
Manejo do DPOC Na Exacerbação
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
Emergências Respiratórias ASMA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
DERRAME PLEURAL LOCULADO PERIFÉRICO
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
Emergências Respiratórias ASMA
Casos Clínicos Antibióticos
Bronquiolite aguda Ana Paula Rosa
Reunião Mensal Anátomo-Patológica
TABAGISMO.
É necessário expandir as indicações?
Tuberculose na Infância
Ouro Minas Belo Horizonte 2007
Mônica Corso Pereira Unicamp PUC - Campinas
Doença Pulmonar Avançada
Utilidade Prática dos Testes Avançados
Padronização ATS Fases
Avaliação Pulmonar Pré operatória
XII Curso Nacional de Atualização em Pneumologia
Eficácia do sulfato de magnésio no tratamento inicial da asma aguda grave em crianças, realizado em um Hospital Universitário de nível terciário. Um estudo.
III Curso Nacional de Infecções Respiratórias
CASO CLÍNICO Lilian Tiemi Kuranishi
O IMPACTO DA FUNÇÃO PULMONAR NA AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA EM DPOC
Katia Emi Nakaema 21 de maio de 2009
Radiografia do Tórax I Dr. José Acúrcio Macedo.
Antibioticoterapia na era pós-Anthonisen
DPOC.
Trabalho realizado no Hospital de Messejana, Fortaleza (CE) Brasil.
Sandro Schreiber de Oliveira
Pneumonia ADQUIRIDA NA ComuniDADE
Provas de função respiratória Prof. Agnaldo José Lopes Thiago Mafort Prof. Agnaldo José Lopes Thiago Mafort.
Fatores confundidores ou menos característicos em indivíduos expostos à poeiras minerais Exposição prolongada à sílica ou asbesto Distúrbio ventilatório.
Síndrome do bebê chiador
Anemia Falciforme -Complicações Pulmonares
Bronquiolite INTERNATO EM PEDIATRIA
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
CASO CLÍNICO 4 – ASMA/DPOC
Curso de Patologia II Prof. Jarbas de Brito
DERRAMES PLEURAIS PARAPNEUMÔNICOS Maurícia Cammarota Unidade de Cirurgia Pediátrica do HRAS/SES/DF 18/4/2008.
PROFª MÔNICA I. WINGERT TURMA 301 DISPLASIA PULMONAR.
INSUFICIENCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA - DIAGÓSTICO
PECADOS NO MANEJO DA EXACERBAÇÃO AGUDA DE ASMA BRÔNQUICA
EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO
Tuberculose na Infância
COMPLICAÇÕES RELACIONADAS À ANESTESIA
Distúrbio ácido-básico Enf a Rita Nascimento. Quanto maior for a concentração dos íons de hidrogênio mais ácido será a solução e menor será o pH. Quanto.
Transcrição da apresentação:

TRATAMENTO DA SILICOSE E DE SUAS COMPLICAÇÕES Dr. Paulo Gurgel

Formas da silicose Simples Complicada RxT: nódulos pulmo-nares e adenopatias Prognóstico: bom Complicada RxT: conglomerados, fibrose maciça pro-gressiva e enfisema Prognóstico: mau Clínica – IMC<18,5 Clínica Espirometria Gasometria arterial Ecocardiograma / TECP Outros exames

Não existe tratamento efetivo Silicose simples Não existe tratamento efetivo Abstenção do fumo Vacina anti-influenza Antioxidantes N acetil cisteína, vitaminas C e E Sedativos da tosse Codeína Broncodilatadores Aminofilina Vigilância das complicações

Complicações da silicose Inerentes Silicoproteinose Distúrbios ventilatórios Insuficiência respiratória Extrapulmonar Associadas Infecções brônquicas / pulmonares Tuberculose / outras micobacterioses Pneumotórax Cor pulmonale, crônico Doenças auto-imunes Câncer

Silicoproteinose (forma aguda) Corticóides Lavagem broncopulmonar (com heparina e N-acetilcisteína) PAP – etiologia desconhecida, material proteináceo e lipídico nos espaços aéreos, P. carinii, lembra edema pulmonar e pulmão urêmico, diagnóstico por biópsia, corticóides+IK+lavagem, morte em 1/3

Distúrbios ventilatórios Espirometria DV: obstrutivo / restritivo / misto / inespecífico

Espirometria Graus de disfunção (*) RESTRIÇÃO OBSTRUÇÃO DISFUNÇÃO % CVF % VEF1 Ausente > LI Leve 60 - LI Moderada 51 - 59 41 - 59 Grave < 50 < 40 (*) Diretrizes para Testes de Função Pulmonar - 2002

Silicose & DPOC Na ausência da espirometria, considerar: Prescrever: História de asma Tabagismo prévio / atual Expiração prolongada com sibilância Hiperinsuflação pulmonar Prescrever: Broncodilatadores: beta 2 adrenérgicos e anticolinérgicos Conferir resposta clínica

Medida do peak-flow Valores de referência (parâmetros: sexo, idade, estatura) H: 450 – 650 L/s M: 350 – 475 L/s Aumentos a partir de 60 L/s, pós-BD, são considerados significativos

Silicose & Insuficiência respiratória SaO2 (%) PaO2 (mmHg) 97,5 100 96 81 95 74 90 58 80 45 70 37 IR Sao2 em 88 e PaO2 em 55 IR

Silicose & Insuficiência respiratória Oxigenioterapia O2 portátil Cilindro Concentrador Transplante pulmonar O2 portátil – dispositivo poupador de consumo

Indicações da oxigenioterapia Nocturnal Oxygen Therapy Trial Group (NOTT). Continuous or nocturnal oxygen therapy in hypoxemic chronic obstructive lung disease. A clinical trial. Ann Intern Med 1980; 93:391-398 PaO2  55 mmHg ou SaO2  88%, com ou sem hipercapnia, ou PaO2 56 – 59 mmHg ou SaO2 89% associada a: edema causado por insuficiência cardíaca congestiva descompensada; evidência de cor pulmonale; hematócrito  56% Tempo mínimo aceitável: 15 horas por dia, incluindo as horas de sono

Silicose extrapulmonar (disseminação LHG) Rins (lesão glomerular) Fígado Baço Gânglios Medula óssea

Silicose & Infecções Diagnóstico Piora clínica / novos sintomas e sinais Secreção respiratória purulenta / mais abundante RxT: infiltrados pulmonares novos Exames diretos do escarro: Gram Giemsa BAAR Culturas Lavado bronco-alveolar Sangue Líquido pleural Gram: microrganismo predominante, ausência de células epiteliais escamosas, neutrófilos 10 a 15/c, PMN 10 a 25 / 1 CE, bactérias no interior dos PMN, pesquisa de elastina / Giemsa

Silicose & Infecções Tratamento ANTIBIÓTICOS Beta-lactâmicos (*) Novos macrolídeos (*)(*) Fluorquinolonas (*)(*)(*) TMP + SMX Ciclinas (*) amoxicilina + ácido clavulânico e cefalosporinas de 2ª e 3ª gerações (*)(*) exemplos: azitromicina, claritromicina e roxitromicina (*)(*)(*) exemplos: ciprofloxacina e levofloxacina

Silicose & Tuberculose Manual Técnico para o Controle da Tuberculose Esquemas de Tratamento (ítem 4.3): I, IR, II e III Quimioprofilaxia (ítem 8.3, sub-ítem f – reatores fortes à tuberculina sem sinais de tuberculose ativa mas com condições clínicas associadas ao alto risco de desenvolvê-la): isoniazida 300 mg / dia x 6 meses

Silicose & Pneumotórax Drenagem pleural, fechada (sob selo d’água) Toracotomia fechamento de fístula pleurodese Repouso Analgesia

Silicose & Cor pulmonale Oxigênio Restrição hidrossalina Diurético Digital (se fibrilação atrial está presente)

Silicose & Doenças auto-imunes Esclerodermia (Escócia, 1914) Artrite reumatóide Lupus eritematoso sistêmico CORTICÓIDES Risco x Benefício

Silicose & Câncer Em 1966, a sílica livre foi classificada pela IARC no grupo 1 (dos carcinógenos para os seres humanos)

GRATO PELA ATENÇÃO pgcs@ig.com.br