Infecção do trato urinário Danielle G. Lopes Dayane L. Guida
Introdução PERDA DE FUNÇÃO RENAL! Enfermidade comum Risco de gravidade Sepse Lesão do parênquima renal Uma das enfermidades mais comuns na nosologia pediátrica, uma das infecções mais frequentes na pediatria, juntamente com as respiratórias e digestiva e uma das doenças bacterianas de maior risco na infância, especialmente para lactentes. Mesmo com os avanços ainda podem ocorrer complicações como sepse (RN e crianças mais novas) e lesão do parênquima renal (cicatriz pielonefrítica) – pode levar à perda de função renal. Na maioria dos casos é o primeiro sinal de alerta da presença de malformações do trato urinário cuja correção poderá evitar a insuficência renal crônica. PERDA DE FUNÇÃO RENAL!
Definições / Classificações Bactérias no trato urinário Assintomática Sintomática (bacteriúria significativa) Cistite Pielonefrite aguda Bacteriúria assintomática Presença de bactérias no trato urinário (bacteriúria significativa), leucócitos e citocinas inflamatórias. Pode ser assintomática (infecção subclínica) ou sintomática (doença). BUA em geral não necessita de tratamento, ITU necessita de ATB. Cistite (baixa): infecção sintomática da bexiga. Não é a doença que leva à perda de função renal, mas é importante porque precede a pielonefrite (ascedente) Pielonefrite (alta): infecção sintomática dos rins. Principal diferença: febre.
Definições / Classificações Esporádica: até 2 ITU/6 meses ou 3 ITU/ano Recorrente: mais que 2 ITU/6 meses ou 3 ITU/ano Recrudescimento/recidiva Reinfecção Complicadas Não complicadas Coplicadas: fatores de risco que favorecem o aparecimento, manutenção (tratamento) e gravidade da ITU Esporádica/Recorrente: Cecil Esporádica: até 1 ITU/6 meses e 2 ITU/ano Recorrente: mais que 1 ITU/6 meses e 2 ITU/ano Artigo Reinfecção: cepa diferente Recorrência: mesma cepa anterior, dentro das 6 semanas após suspensão do tratamento
Epidemiologia Picos 1º ano de vida: malformações do trato urinário 2-3 anos: aquisição do controle esfincteriano Adolescência: atividade sexual 1º ano de vida: sexo masculino 4:1 De 1 ano até 50 anos: sexo feminino 10:1 Recorrências frequentes MELHORAR. Meninos: maior frequência de malformações Meninas: menor comprimento da uretra e, secundariamente, abuso sexual Recorrências frequentes: meninas 30% em um ano, 50% em 5 anos, série de recidivas. Meninos: 15-20%, raras após 1º ano de vida. ARTIGO Circuncisão Leite materno Grupo sanguíneo P
Etiopatogenia Escherichia coli Colonização: períneo, prepúcio, introito vaginal e 1/3 externo da uretra Adesinas de superfície: fímbria P Anatomia urinária: distância entre uretra e ânus, tamanho da uretra, malformações Retenção urinária: disfunção miccional Bactérias aeróbias presentes nas fezes. Gram-negativos entéricos Ascenção para a bexiga através da uretra, do ureter até o rim. Fatores microbianos de virulência – adesinas de superfície ligam-se a receptores no uroepitélio. Fímbria P (antígeno de grupo sanguíneo P). Retenção ativa, contração involuntária do detrusor, fluxo turbilhonado até o 1/3 inferior da uretra. Constipação intestinal: marcador e angulação da bexiga.
Quadro clínico geral Cistite Pielonefrite aguda Disúria Polaciúria Dor supra-púbica Urgência Incontinência Hesitação Hematúria macroscópica Febre Calafrios Dor lombar Dor abdominal Manifestações gerais de infecção aguda Sintomas da cistite Localizatórios
Quadro clínico na infância Manifestações inespecíficas Febre Irritabilidade Letargia Má aceitação alimentar Anorexia Ganho de peso inadequado Náuseas e vômitos Dor abdominal Diarreia Icterícia
Sinais e sintomas na infância < 2 anos > 2 anos Recém-nascidos Inespecíficos Quadro séptico Lactentes Febre Raramente: Localizatórios Pré-escolares e escolares Localizatórios Febre Possível: Inespecíficos Adolescência Heterogênea, idade, tipo, estado nutricional, alterações anatômicas no TU, número de ITU anteriores e intervalo da última ITU. Quanto menor a idade, menos específica as manifestações. Manifestações gerais: irritabilidade, letargia, má aceitação alimentar, ganho de peso inadequado, anorexia, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdome, icterícia! (DD icterícia colestática do RN). DD obrigatório de sepse. Frequente a associação de ITU gestacional ou puerperal nas mães dos RNs acometidos. Febre isolada é frequente, principalmente até os 6 meses. Choro às micções, alterações na cor/odor da urina (não valorizar muito). Com o crescimento, o QC adquire maiosr especificidade na apresentação. Disúria, polaciúria, cor e dor da urina. Dor abdominal. Febre isolada menos frequente. Presença associada a dores lombares sugere PN.
Diagnóstico Demonstração de bactérias na urina Técnicas de coleta da urina: Punção supra-púbica Sondagem vesical Jato médio Saco coletor PSP:técnica mais confiável na criança sem controle vesical, escolha para a menor de 1 ano, + EG ruim (ATB rápido). CI: distúrbio da coagulação, adbome agudo, íleo. Cateterização uretral: crianças sem controle volitivo da micção, evitar com há vulvovaginites ou balanopostite ou se anel prepucial não expor meato. Jato médio: crianças que urinam com comando Saco coletor: menos onfiável; indicado se PSP ou CAT não são possíveis
Demonstração de bactérias na urina Diagnóstico Demonstração de bactérias na urina Urocultura Aspiração supra-púpica: crescimento bacteriano em qualquer número Catetrização uretral: entre 10.000 e 50.000 UFC/ml Jato médio: mais de 100.000 UFC/ml Saco coletor: mais de 100.000 UFC/ml Agente geralmente único, exceto alterações estruturais ou funcionais complexas. Signifcante Técnica CAT >10. Psp QUALQUER g- (1000 se g+
Diagnóstico EAS Bioquímica: Sedimentoscopia Gram Esterase leucocitária Nitrito Hemoglobina Sedimentoscopia Piúria Bacteriúria Hematúria Gram
Quadro clínico + EAS sugestivo Tratamento Quadro clínico + EAS sugestivo Solicitar urocultura Iniciar tratamento Sintomáticos ANTIOBIOTICOTERAPIA Rápido, quanto mais novo. Ideal: antibiograma, mas a demora pode ser prejudicial, principalmente em RN e lactentes.
Tratamento da Cistite Ambulatorial, 3-5 dias Sulfametoxazol-trimetoprim Nitrofurantoína 7 dias. Elevada concentração urinária
Tratamento da Pielonefrite Aguda Hospitalar: < 3 meses Grave Falha terapêutica
ATB VO Sulfametoxazol-trimetoprim Cefadroxil Cefalexina Ácido nalidíxico Aoxicilina-clavulanato
ATB Parenteral Ceftriaxona Gentamicina Amicacina
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU HIDRONEFROSE Estenose de JUP Litíase Renal Compressão Ureteral Cálculo Ureteral
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU HIDRONEFROSE Ureterocele
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU HIDRONEFROSE Refluxo Vesicoureteral (RVU) Primário: malformação da junção ureteropélvica Secundário: disfunção vesical ou Válvula de uretra posterior (VUP)
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU HIDRONEFROSE Classificação do Refluxo
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU HIDRONEFROSE Atonia Vesical (SÍNDROME DE PRUNE BELLY) Estenose de Uretra Válvula de Uretra Posterior (VUP)
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Ultrassonografia Primeiro exame a ser solicitado Avalia trato urinário alto e baixo
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Uretrocistografia Miccional Melhor exame para avaliar o trato urinário baixo
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Urografia Excretora Em desuso na avaliação de rotina Indicações: anomalias ureterais, pré-cirurgia e na falha dos outros métodos.
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Cintilografia com DTPA Principal indicação: estudo da hidronefrose Diferenciação entre obstrução mecânica e fisiológica
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Cintilografia com DMSA Avaliação morfológica e funcional do córtex renal Cicatriz renal - 4 a 6 meses após episódio agudo
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU Algoritmo após 1º episódio de ITU
AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL DO TU Tratamento do RVU Tratamento Conservador Tratamento Cirúrgico RVU grau III que não responde ao tratamento conservador RVU grau IV e V Piora da função renal ou aparecimento de novas lesões renais 2 episódios de pielonefrite em 1 ano Refluxo em meninas na adolescência RVU Grau I e II
Obrigada!