Mercantilismo Conjunto de escritos de pensadores dos sec. XVII e XVIII

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
CONCEITOS PRELIMINARES
Advertisements

MACROECONOMIA.
TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO
Introdução à Microeconomia Pedro Telhado Pereira João Andrade.
Negócios Internacionais Capítulo 3.1 Teoria de Comércio Internacional International Business 10e Daniels/Radebaugh/Sullivan 2004 Prentice Hall, Inc 5-1.
Negócios Internacionais
Exportações e Importações
1. Comente a seguinte frase: “Afirma-se que alguns países pequenos não tem vantagem em comercializar, sobretudo porque não têm vantagem comparativa em.
2. Sejam dois países, Portugal e Alemanha, que produzem automóveis e casacos. Os custos unitários de produção são os seguintes (em dias de trabalho):
A. Introdução 1. Objecto de estudo: empresas, mercados e sistemas; estruturas e comportamentos 1.1. Objecto da Economia Industrial e da Empresa 1.2. Conceitos.
Sumário, aula 6 1) Mercado Curva da Procura Curva da Oferta
Sumário, aula 12 Intervenções do Governo Imposição de um Preço Máximos
Economia Internacional I Versão Provisória 1º Draft
Economia Internacional Objectivo: introduzir abordagem microeconómica dos problemas de economia internacional Abordagem teórica com uso de análise gráfica.
Economia Internacional I Versão Provisória 1º Draft
Modelo de Factores Específicos
Vantagem Absoluta e Comparativa
Argumentos para restringir comércio
Economia Internacional II Sinopse das aulas Versão Provisória 2º Semestre
Política Macroeconómica com câmbios flexíveis
Preços e produto numa economia aberta
O Modelo de Oligopólio de J. Bain
Movimentos Internacionais de Fatores
Balanço de Pagamentos 1- Transações correntes
Introdução Comércio exterior Economia internacional Conceitos básicos
Concorrência Perfeita e Monopólio Natural
Fundamentos de Economia
Comércio internacional
Uma corrida em busca do enriquecimento através do comércio e da criação de colônias.
TEORIAS E EVOLUÇÃO DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Geografia Geral Prof. JORGE.
pelos efeitos da politica protecionista de Colbert;
Balanço de Pagamentos Prof. Ricardo Rabelo
CAP. 2 COMÉRCIO E TECNOLOGIA: O MODELO RICARDIANO 1
CAP. 2 COMÉRCIO E TECNOLOGIA: O MODELO RICARDIANO 1
Os mercantilistas ( ) Cenário histórico:
A LEI DAS VANTAGENS COMPARATIVAS
ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL RUI BARBOSA
Adam Smith ( ) Primeiro modelo abstrato completo do estrutura e do funcionamento do sistema capitalista Interesses individuais, harmonizados pela.
Monopólio natural.
Microeconomia A III Prof. Edson Domingues
2EE117 Economia e Política da Regulação Os Aspectos Financeiros da Regulação Económica Hélder Valente 1.
Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Parte II: Determinantes do Produto
O setor externo.
Economia Internacional
Interdependências e Ganhos de Comércio
COMÉRCIO INTERNACIONAL
TEORIA DA DOTAÇÃO RELATIVA DOS FATORES
Teorias do Comércio Internacional (Revisão)
Introdução à Microeconomia
Introdução à Microeconomia
Introdução à Microeconomia
ECONOMIA ABERTA As transações internacionais permitem uma série de ganhos de eficiência, como: Especialização na produção/ vantagens comparativas Diversificação.
O pensamento liberal Capítulo 18.
Harcourt, Inc. items and derived items copyright © 2001 by Harcourt, Inc. Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos Capítulo 31.
Interdependências e Ganhos de Comércio. Interdependência e Comércio Considere o seu dia típico: Você foi acordado por um despertador feito na Coréia do.
Economia no Antigo Regime
OS CLÁSSICOS Adam Smith ( ) David Ricardo ( )
A teoria do valor-trabalho é uma teoria económica associada maioritariamente a Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx. Segundo essa teoria, o valor económico.
OBSERVATÓRIO DO VINHO Análise de Mercados de Exportação EUA – Canadá – Brasil - Angola.
 O mercantilismo foi uma doutrina económica vigente nos séculos XVI, XVII e XVIII segundo a qual a riqueza e o poderio de um país assentavam na quantidade.
Fases do capitalismo Mercantil (comercial) Financeiro (monopolista)
Taxas de Câmbio e o Mercado de Câmbio Teoria Econômica Prof. Wesley V. Borges.
Inflação Aula 9.
OS GRANDES TEMAS DA ECONOMIA INTERNACIONAL BAUMANN, R, CANUTO O., GONÇALVES, R (2004) – CAP. 1 CAVES, R.E.(2001), Introdução KRUGMAN, P.; OBSTFELD, M.
Mercantilismo Conjunto de escritos de pensadores dos sec. XVII e XVIII
Transcrição da apresentação:

Mercantilismo Conjunto de escritos de pensadores dos sec. XVII e XVIII Ligado ao absolutismo. Doutrina política e militar, mais do que verdadeira teoria do comércio

Mercantilismo: Objectivo Objectivo principal: Acumular Metais preciosos Metais preciosos vistos como riqueza. Objectivos militares e imperiais (metais preciosos essenciais à manutenção dos exércitos para manter poder)

Mercantilismo: Politicas Seguidas Saldo positivo da Balança Comercial Restringindo Importações (proteccionismo) Estimulando exportações Desenvolvimento de indústrias de bens de luxo Monopólios no Comércio com as Colónias

Mercantilismo: Critica Acumulação de Ouro e Riqueza Não se traduz em Bem Estar… Acumulação de ouro resulta em Inflação (Dutch Desease) Visão do Comércio como Jogo de Soma Nula

Mercantilismo e Teorias do Comércio Teoria do Comércio tenta explicar Padrão de trocas (o que cada país exporta e importa). Ganhos das trocas comerciais Distribuição dos Ganhos (Ganhadores e Perdedores) Mercantilistas não abordavam nenhuma destas questões… Daí deverem se considerados mais como uma doutrina militar. Actualidade Preconceitos (forma desinformada como ainda muita gente olha para as relações económicas internacionais) Relações comerciais e militares

Adam Smith e David Ricardo Explicam o que cada País deve Exportar Defendem Especialização De acordo com Vantagens Absolutas (Adam Smith) De acordo com Vantagens comparativas (D. Ricardo) Ganhos de Comércio (por especialização)

Producão depende apenas de Nº Horas de Trabalho aij : Coeficientes unitários de trabalho: Nº de Trabalhadores (ou Horas) necessários para produzir uma unidade de output (1 tonelada, etc) No país i , Na indústria j Nº trabalhadores/produção total (em TN)

Coeficientes unitários para cada país e produto Nº Horas de Trabalho necessárias para produzir uma unidade de cada bem em cada país EXEMPLO: Quadro 1: Vantagem Absoluta: País mais eficiente a produzir Vinho: País mais eficiente a produzir Roupa: Vinho Roupa Portugal 4 Inglaterra 6 2

Coeficientes unitários para cada país e produto Nº Horas de Trabalho necessárias para produzir uma unidade de cada bem em cada país Que país deve produzir cada bem? Vinho Roupa Portugal 8 Inglaterra 6 2

Produção depende apenas de Nº Horas de Trabalho Preços relativos Dependem apenas dos custos de produção (Nº de horas de trabalho)… São o que determina o que é exportado e importado: Portugal Exporta Vinho e Importa Roupa Inglaterra Exporta Roupa e Importa Vinho Vinho Roupa PV/PR Portugal 4 1 Inglaterra 6 2 3

Eij = 1/aij Eficiência Relativa Quanto mais eficiente for um país menor número de horas terá de despender para produzir cada unidade de cada bem: Eficiência igual ao inverso do coeficiente Unitário para cada produto: Eij = 1/aij

Eficiência Relativa: Comparação entre os dois países Comparando a eficiência relativa para cada produto nos dois países obtemos: Ei.UK/Port = Ei.UK/Ei.Port = 1/ai.UK /1/ai.Port = ai.Port /ai.UK Esta relação diz-nos qual é a relação entre a produtividade Inglesa e Portuguesa para cada produto…

Ei.UK/Ei.Port Eficiência Relativa Portugal 4 1 Inglaterra 6 2 3 0,66 Portugal é mais eficiente a produzir vinho (eficiência inglesa é apenas 0,66 da Portuguesa). Inglaterra é 2x mais eficiente a produzir roupa. Relação entre eficiência relativa em Roupa e Vinho da Inglaterra face a Portugal (2/0,66=3) Inglaterra é relativamente mais eficiente a produzir Roupa. Vinho Roupa PV/PR Portugal 4 1 Inglaterra 6 2 3 Ei.UK/Ei.Port 0,66

Relação entre eficiência relativa em Roupa e Vinho… (2/0,66=3) (4/1,33=3) A Inglaterra é relativamente mais eficiente a produzir Roupa Vinho Roupa PV/PR Portugal 4|8 1 Inglaterra 6 2 3 0,66|1,33 2|4

Eficiência Relativa e Preços Relativos Que país tem vantagem comparativa em X e em Y… Que país exporta X e que país exporta Y X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 Ei.A/Ei.B

Eficiência Relativa e Preços Relativos País A Exporta: País B exporta: X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Modelo de Ricardo 2 Países 2 Bens 1 Factor de produção (L - Trabalho) Oferta de Trabalho Fixa (L = L ) Perfeita mobilidade do L entre sectores - L Imóvel entre países Coeficientes unitários fixos Não há custos de transporte nem barreiras ao comércio Condições de concorrência Perfeita (preços dependem dos custos)

Diferença entre os países Modelo de Ricardo Diferença entre os países Produtividade relativa do L nos dois sectores... aAj  aBj , com j = X,Y e (aA.X / aA.Y)  (aB.X / aB.Y) Diferença de Tecnologia ; Recursos naturais, Etc??

Fronteira de Possibilidades de produção Modelo de Ricardo Produção Qi.j = (1/ai.j ) Li.j Restrição Li.X + Li.Y = Li  Fronteira de Possibilidades de produção Qi.X = L/ai.x - (ai.Y /ai.x)Qi.Y

Eficiência Relativa e Preços Relativos País A Exporta: País B exporta: X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Fronteira de Possibilidades de Produção nos dois Países Qy Qx LA/aAy = LA/1 LA/aAx = LA/2 (Px/Py)B = 6/5 LB/aBy = LB/5 LB/aBy = LB/6

Oferta e procura Mundial (Gráfico desenhado no Quadro) Modelo de Ricardo Oferta e procura Mundial (Gráfico desenhado no Quadro) Preço Máximo e Minimo que poderão vigorar no mercado mundial… Preço de equilíbrio e especialização completa e incompleta…

Modelo de Ricardo: Introdução de salários e de taxas de câmbio Salários => Custos => preços… WA = 10$/hora => C(X;A) = PX.A = 20$ e C(Y;A) = PY.A = 10$ WB = 10$/hora => C(X;B) = PX.B = 60$ e C(Y;B) = PY.B = 50$ Se os salários forem iguais (WA = WB = 10$)… Só existe produção em A… pois é mais caro produzir ambos os bens em B… Situação não sustentável… País B não exporta nada não tem como pagar importações… Como não produz => descida dos salários… até… X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Modelo de Ricardo: Introdução de salários e de taxas de câmbio Os salários em B têm de baixar até 3,33$ por hora… WA = 10$/hora => C(X;A) = PX.A = 20$ e C(Y;A) = PY.A = 10$ WB = 3,33$/hora => C(X;B) = PX.B = 20$ e C(Y;B) = PY.B = 16,66$ Para que B apresente custos idênticos na produção do Bem X (continuando a ter custos maiores na produção de Y) X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Modelo de Ricardo: Salários e Eficiência Relativa Os salários Relativos têm de acompanhar a eficiência relativa dos dois países… EAX/EBX =aBX/aAX =6/2=3≤WA /WB ≤ 5= aBY/aAY = EAY/EBY Para salários relativos (WA /WB) acima de 5 (salário de A 5 vezes superior ao do país B), o país A deixa de ser competitivo não conseguindo exportar nenhum bem… Para salários relativos abaixo de 3 o país A produz ambos os bens a menor preço… X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Modelo de Ricardo: Taxas de câmbio Salários => Custos => preços… WA = 10$/hora => C(X;A) = PX.A = 20$ e C(Y;A) = PY.A = 10$ WB = 10€/hora => C(X;B) = PX.B = 60€ e C(Y;B) = PY.B = 50€ Se a taxa de cambio for 1€ para 1$ (e=1) o país B não será competitivo… Situação não sustentável… País B não exporta nada não tem como pagar importações… Como não produz => descida dos salários… até… ou … desvalorização … diminuição do valor do €… para Um terço do valor do dólar (1€=0,33$) ou (3,33€=1$)… Para os salários dados (WA = 10$/hora e WB = 10€/hora) A taxa de câmbio tem de se situar no intervalo 3,33 ≤ e ≤ 5

Modelo de Ricardo: Introdução de salários e de taxas de câmbio Salários => Custos => preços… WA = 10$/hora => C(X;A) = PX.A = 20$ e C(Y;A) = PY.A = 10$ WB = 10$/hora => C(X;B) = PX.B = 60$ e C(Y;B) = PY.B = 50$ Se os salários forem iguais (WA = WB = 10$)… Só existe produção em A… pois é mais caro produzir ambos os bens em B… Situação não sustentável… País B não exporta nada não tem como pagar importações… Como não produz => descida dos salários… até… X Y Px/Py A 2 1 B 6 5 6/5 Ei.A/Ei.B 6/2=3 5/1=5

Modelo de Ricardo: Salários e Eficiência Relativa Com “N” Bens… Os salários Relativos têm de continuar a acompanhar a eficiência relativa dos dois países… Os salários relativos vão determinar que bens é que cada país exporta e importa… EAj/EBj > WA /WB País A exporta o bem “j” Se País A importa o bem “j” Bens aij País A País B Aj Ei.A/Ei.B 1 12 2 3 24 8 4 5 6 9 0,66

Conclusões Como é que um país como Portugal Pode competir com países com produtividade mais elevada como a Alemanha ou os EUA? Como é que um país como Portugal pode competir com a China ou com a India que têem salários muito inferiores?

O modelo de Ricardo mostra que existem ganhos de comércio. Conclusões De acordo com o modelo de Ricardo o que determina o que cada país exporta e importa são as vantagens comparativas O modelo de Ricardo mostra que existem ganhos de comércio. De acordo com este modelo um país pode ser competitivo com Salários elevados desde que: Tenha elevada produtividade Tenha uma especialização adequada