Fator de risco e poder da ação humana Paulo Vaz
O sentido do sofrimento Sofrimento é castigo Agir segundo a verdade é prevenção Futuro na forma da relação crédito-dívida Sofrimento voluntário evita sofrimento involuntário Controle do corpo e domesticação do futuro
A morte na distância do evitável Nunca é cedo demais para começar a cuidar de si Nunca é tarde demais para começar a cuidar de si Necessidade da morte e abertura de possibilidades
Modernidade como secularização Ação humana é responsável direta pelo sofrimento Causa de morte: acontecimento necessário a evento contingente Da vida após à morte ao empenho por não morrer
Causa – doenças infectocontagiosas Agente patógeno como causa suficiente e necessária Proximidade temporal entre exposição e sintoma Saúde – doença + intervenção – cura Limitação temporal e espacial da ascese
Clínica, saúde pública e mídia 1 Intervenção a partir da demanda do paciente Causalidade estrutural Doente que não sabe ou que foge Higiene e vacinação Doença na mídia durante epidemia
Causa – doenças crônico-degenerativas Sintoma, morte ou incapacitação física Amplia a probabilidade de contrair doença Distância entre exposição e advento do sintoma Nem saúde, nem cura: o portador
Clínica, saúde pública e mídia 2 Intervir antes de haver sintoma Causalidade e escolha individual Dirigida aos que podem adoecer Mudança no estilo de vida Doença cotidianamente na mídia Morte como ausência atual e presença longínqua, a ser cada vez mais recuada através de atos cotidianos
O coração na Folha de São Paulo
Verdade e comportamento 83% das notícias tem medicina como fonte Não há referência à medicinas ou terapias alternativas 88% das notícias não têm contradição na matéria 78% só mencionam uma dada descoberta 10% usa o argumento do progresso 12% discute resultados contraditórios (12 notícias em 20 anos) Esquecimento e temporalidade da mídia
O poder do indivíduo diante da doença 75% apresenta nexo entre doença e estilo de vida 22% medicina é o principal agente 3% fatores de risco extra-individuais
Menções a fatores de risco
Conceito de risco Rischio, risicare: navegações. Século XV Dupla contingência Inversão temporal do arrependimento Incerteza sobre eventos e sobre quem seremos
Dificuldades em seguir recomendações Vacância do divino – nexo probabilístico Doença pode nunca advir, pode-se morrer de outra Duvidar da própria ciência Ascese diante da oportunidade de prazer
Moralidade moderada e hedonista Sacrífício moderado Não há restrições maiores aos prazeres sexuais Os exercícios físicos devem ser moderados Recompensa para além do futuro domesticado A recompensa pode ser a beleza Sonhar com um mundo repleto de prazeres