Trabalho de Língua Portuguesa.

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Transcrição da apresentação:

Trabalho de Língua Portuguesa

Vidas Secas Graciliano Ramos Discentes: Alessandra, Ana Carolina, Luciana, Luiz Henrique, Matheus Henrique e Rafael Martins Nº.: 01, 03, 05, 16, 17, 18 e 25 Série: 9º ano “C” Profº: Marcos

Vidas Secas Vidas Secas, romance publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época. O estilo seco de Graciliano Ramos, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.

Estrutura da seca O livro consegue desde o título mostrar a desumanização que a seca promove nos personagens, cuja expressão verbal é tão estéril quanto o solo castigado da região. A miséria causada pela seca, como elemento natural, soma-se à miséria imposta pela influência social, representada pela exploração dos ricos proprietários da região. Os retirantes, como o próprio nome indica, estão alijados da possibilidade de continuar a viver no espaço que ocupavam. São, portanto, obrigados a retirar-se para outros lugares. Uma das implicações dessa vida nômade dos sertanejos é a fragmentação temporal e espacial. Graciliano Ramos conseguiu captar essa fragmentação na estrutura de Vidas Secas ao utilizar um método de composição que rompia com a linearidade temporal, costumeira nos romances do século XIX. A proposital falta de linearidade, ou seja, de capítulos que se ligam, temporalmente, por relações de causa e de consequência, dá aos 13 capítulos de Vidas Secas uma autonomia que permite, até mesmo, a leitura de cada um de forma independente.

Enredo O enredo, marcado por essa falta de linearidade temporal, tem dois capítulos bem definidos: o primeiro (“Mudança”) e o último (“Fuga”). “Mudança” narra as agruras da família sertaneja na caminhada impiedosa pela aridez da caatinga, enquanto em “Fuga” os retirantes partem da fazenda para uma nova busca por condições mais favoráveis de vida. O romance estrutura-se por meio da sequência retirada/permanência em terras alheias/retirada. Nos 11 capítulos intermediários, a família de retirantes não se estabelece em um local próprio, mas na propriedade de um fazendeiro, onde Fabiano, o chefe dessa família, assume a condição de meeiro, lavrador que planta em sociedade com o dono do terreno, tendo direito à metade da colheita.   Merece destaque, no romance, o capítulo “Baleia”. Foi o primeiro escrito por Graciliano Ramos e o que mais tem autonomia em relação aos demais. Se em todos os outros capítulos há certa independência, e eles podem ser lidos fora da sequência proposta pelo autor, nesse caso a leitura pode até ser feita isoladamente. Essa possibilidade se deve a sua estrutura, que se assemelha mais à de um conto.

Narrador A escolha do foco narrativo em terceira pessoa é emblemática, uma vez que esse é o único livro em que Graciliano Ramos utilizou tal recurso. Trata-se, na verdade, de uma necessidade da narrativa, para que fosse mantida a verossimilhança da obra. Por causa da paupérrima articulação verbal dos personagens, reflexo das adversidades naturais e sociais que os afligem, nenhum parece capacitado a assumir o posto de narrador. O autor utilizou também o discurso indireto livre, forma híbrida em que as falas dos personagens se mesclam ao discurso do narrador em terceira pessoa. Essa foi a solução para que a voz dos marginalizados pudesse participar da narração sem que tivessem de arcar com a responsabilidade de conduzir de forma integral a narrativa.

Espaço A narrativa é ambientada no sertão, região marcada pelas chuvas escassas e irregulares. Essa falta de chuva – somada a uma política de descaso do governo com os investimentos sociais – transforma a paisagem em ambiente inóspito e hostil.

Tempo Além da falta de linearidade do tempo, em Vidas Secas há nítida valorização do tempo psicológico, em detrimento do cronológico. Essa opção do narrador de ocultar os marcadores temporais tem como principal conseqüência o distanciamento dos personagens da ordenação civilizada do tempo.

Climax Vidas Secas é um dos maiores expoentes da segunda fase modernista, a do regionalismo. O diferencial desse livro para os demais da época é o apuro técnico do autor. Graciliano Ramos, ao explorar a temática regionalista, utiliza vários expedientes formais – discurso indireto livre, narrativa não-linear, nomes dos personagens – que confirmam literariamente a denúncia das mazelas sociais.

Dados Biográficos Graciliano Ramos nasceu no dia 27 de outubro de 1892, na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, filho primogênito dos dezesseis que teriam seus pais, Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos. Viveu sua infância nas cidades de Viçosa, Palmeira dos Índios (AL) e Buíque (PE), sob o regime das secas e das suas que lhe eram aplicadas por seu pai, o que o fez alimentar, desde cedo, a idéia de que todas as relações humanas são regidas pela violência. Em seu livro autobiográfico "Infância", assim se referia a seus pais: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura". Em 1894, a família muda-se para Buíque (PE), onde o escritor tem contacto com as primeiras letras.

Em 1904, retornam ao Estado de Alagoas, indo morara em Viçosa Em 1904, retornam ao Estado de Alagoas, indo morara em Viçosa. Lá, Graciliano cria um jornalzinho dedicado às crianças, o "Dilúculo". Posteriormente, redige o jornal "Echo Viçosense", que tinha entre seus redatores seu mentor intelectual, Mário Venâncio. Em 1905 vai para Maceió, onde freqüenta, por pouco tempo, o Colégio Quinze de Março, dirigido pelo professor Agnelo Marques Barbosa. Com o suicídio de Mário Venâncio, em fevereiro de 1906, o "Echo" deixa de circular. Graciliano publica na revista carioca "O Malho" sonetos sob o pseudônimo de Feliciano de Olivença.