A crise terminal dos anos 60 do século XIX e o fim do primeiro Rotativismo. A Regeneração 1 2013 / 03/ 06.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
© 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard
Advertisements

TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Os sectores de actividade
25 de Abril de 1974.
a monarquia absoluta no tempo de d. José i
C.3 - Portugal na Segunda Metade do Século XIX (1ª Parte)
Realismo - Naturalismo
Fundamentos de Economia
Fundamentos de Economia
ESCOLA E DEMOCRACIA A TEORIA DA CURVATURA DA VARA
CONTEÚDO: Definição e objeto da economia
A indepêndencia do Brasil
3.1. Mudanças nos transportes, nas comunicações e no ensino
A INFLAÇÃO Saindo da recessão
SOBRE ELE … Manuel José de Arriaga Brum da Silveira. Nasceu em 8 de Julho de 1840, na cidade da Horta, filho de Sebastião de Arriaga e de D. Maria Antónia.
Regime de Financiamento das Autarquias Locais Propostas Legislativas
Balanço da Atuação do Governo
ESTREMADURA E RIBATEJO
A Regeneração Economia versus política 2013 / 02/ 06.
As Linhas de Força da Política da Regeneração
A economia da Regeneração
ROMANTISMO CONTEXTO HISTÓRICO.
Políticas para o Crescimento Prof. Jorge Mendes de Sousa
Economia Brasileira_26/02/2007
A Regeneração A crise terminal dos anos 60 do século XIX e a Janeirinha. O regime dos pequenos partidos 2013 / 03/ 13.
1871 – 1889 – Uma segunda Regeneração?
1865 / 1867 – Perturbações Internas
Escola Secundária Morgado de Mateus
Os sectores de actividade
Instituto de Economia – UFRJ
MICROECONOMIA.
Material de Literatura Prof. HIDER OLIVEIRA
A REPÚBLICA NO PARANÁ E A REVOLUÇÃO FEDERALISTA. Vários fatores facilitaram a difusão das ideias republicanas: a velhice do monarca, o isolamento da monarquia.
Arcádia Lusitana.
Revisão – professora Margarete
1. 2 Economia Brasileira O Desafio da Estabilidade e do Crescimento Sustentado.
A 1ª fase da Regeneração ( ) e a crise do final dos anos 60 A Regeneração / 02/ 20.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
PRIMEIRA REPUÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRAZIL
Índice Introdução Transportes: Estradas Mala-posta ou diligência
A questão dos Juros no Brasil
Realismo - Naturalismo
Profª. Graziele Maciel Estratégias para ambientes organizacionais Estrutura industrial: histórico evolutivo Da Revolução Industrial aos dias atuais
REALISMO PORTUGUÊS Prof. Karen Olivan.
- - O impacto do encerramento das Conferências do Casino na política portuguesa - - O regresso ao regime dos grandes partidos; - - o Partido Progressista.
CAPÍTULO 1 – A PRIMEIRA DÉCADA REPUBLICANA
Como a atual política econômica e fiscal afeta o varejo
De Julho de 1847 a Abril de 1851 De Gramido à Regeneração / 03 / 14.
O estilo pombalino Sebastião José de Carvalho e Melo,
QUESTÃO COIMBRÃ / REALISMO / EÇA DE QUEIRÓS
Escola Básica e Secundária da Povoação
BIOGRAFIA DO MARQUÊS DE POMBAL
História de Portugal Aula n.º 9 A Conquista do Território
BRASIL REPÚBLICA -Com a República, o Brasil mudou a forma de governo, trocou de bandeira, nova Constituição e separou a Igreja do Estado, sem, contudo,
Distritos de Portugal.
Emigração E Cultura no sec. XIX.
A Vinda da Família Real para o Brasil
História B 11.º Ano A – 2010/2011 Prof. Margarida Martins Aulas do dia 23/27 de Setembro.
Goiânia, 3 de abril de Variação real da economia goiana, por meio da evolução física de seus principais setores de atividade: Agropecuária, Indústria.
Revisões (continuação)
1ª Fase (1851 – 1868) – O desenvolvimento na nova situação A Regeneração /12/12.
A Crise de 1929 Contexto histórico:
Apoios sociais e funcionamento político- económico A Regeneração /11 /28.
Literatura Medieval (séc. XII a XV)
Oficina – Cine Geo / redes de capitalismo
REVOLUÇÃO RUSSA 1917.
Mutações Económicas e Evolução Política A Regeneração /01/30.
Eça de Queirós Trabalho realizado por: Francisco Palas nº 8 Madalena Prestes nº 16 Professora: Cristina Pimentel Disciplina: Português Escola.
Bruno Carreira Marco Matos 11ºG Março 2010 Disciplina – Português Docente: Cristina Pimentel.
Transcrição da apresentação:

A crise terminal dos anos 60 do século XIX e o fim do primeiro Rotativismo. A Regeneração / 03/ 06

1851 / 1871 – Os Governos em Portugal 2013 / 03/ 06 2 Períodos Cronológicos - Maio de 1851 / Janeiro de Janeiro de 1868 / Setembro de 1871 Número de Governos 6 Governos -1ª Fase da Regeneração – relativa estabilidade política; - Rotativismo político - P. Regenerador versus P. Histórico e Governo de Fusão -1ª Fase da Regeneração – relativa estabilidade política; - Rotativismo político - P. Regenerador versus P. Histórico e Governo de Fusão

2013 / 03/ 06 3 Imagens da cerimónia inaugural do troço de caminho-de- ferro Lisboa/Carregado – 28 de Outubro de 1856

2013 / 03/ Inauguração da Estação de Santa Apolónia 1863 A linha do Norte chega a Gaia A Linha do Sul chega a Évora Concluída a Linha de Leste até à fronteira 1861 / 1862– inauguradas as linhas Barreiro – Vendas Novas Pinhal Novo - Setúbal A Linha do Norte chega a Santarém 1858 A Linha do Norte estende-se até Asseca Progressos do Caminho-de-ferro durante a primeira fase da Regeneração

2013 / 03/ 06 5  Noventa e duas léguas de excelentes estradas foram construídas e estão prontas em vários distritos e vinte e quatro léguas se acham actualmente em construção, em várias localidades. Fizeram-se dezassete pontes importantes e trabalha-se em vinte e oito; está-se montando um telégrafo eléctrico. Criaram-se escolas de instrução primária. Organizou-se o ensino da primeira e mais útil das artes, a agricultura.” Discurso do Ministro das “Obras Públicas, Comércio e Indústria”, Fontes Pereira de Melo, em 1856, perante as duas Câmaras (continuação)

Escolas Primárias 2013 / 03/ – fundação da Escola Normal Primária

ensino técnico 2013 / 03/ 06 7

O sexto governo da Regeneração - Governo de Fusão ( ) 2013 / 03/ 06 8 Joaquim António de Aguiar, o Presidente Situações específicas: /66 – Questão Coimbrã; – construção do Palácio de Cristal para a Exposição Internacional do Porto; - inauguração dos serviços de telégrafo eléctrico novo Código Civil abolindo a pena de morte para os crimes civis. - agravamento da crise económico- financeira e política;

A Questão Coimbrã 2013 / 03/ 06 9 Nesta polémica quais as entidades em confronto? Duas correntes da intelectualidade portuguesa, correspondentes a duas gerações… … uma, mais velha, que crescera com a estética do romantismo … uma, mais jovem, englobando vários estudantes de Coimbra, proponentes de uma estética renovada.

Romantismo – uma estética revolucionária e politicamente empenhada – anos 20, 30, / 03/ ROMANTISMO

Romantismo – uma estética petrificada – anos 50, / 03/ À medida que o Liberalismo se estabelece e institucionaliza o Romantismo vai perdendo a articulação intima com as transformações políticas Valoriza-se excessivamente a forma e determinados conteúdos já desfasados dos ideais político e das transformações sociais. A estética romântica vai petrificando numa valorização excessiva: Do sentimentalismo Do idealismo amoroso Do subjectivismo

O início da polémica / 03/ Manuel Pinheiro Chagas – Poema da Mocidade Antero de Quental – Odes Modernas António Feliciano de Castilho

Folheto Bom Senso e Bom Gosto – uma nova atitude mental 2013 / 03/ Acima do indivíduo impõe-se a sociedade cuja problemática tem de ser reflectida nas obras literárias - A estética deve mergulhar raízes no pensamento filosófico de cada época, que fornece a base e as metodologias para o verdadeiro conhecimento - Para isso a literatura deve debruçar-se sobre o devir histórico e não pode, portanto, limitar-se a ser um acervo de “futilidades insignificantes”; - Cabe à literatura, nomeadamente à poesia, ser arauto das grandes transformações de cada época;

O sexto governo da Regeneração - Governo de Fusão ( ) 2013 / 03/ Joaquim António de Aguiar, o Presidente Situações específicas: /66 – Questão Coimbrã; – construção do Palácio de Cristal para a Exposição Internacional do Porto; - inauguração dos serviços de telégrafo eléctrico novo Código Civil abolindo a pena de morte para os crimes civis. - agravamento da crise económico- financeira e política;

Encargos da dívida pública (em contos de reis) 2013 / 03/ 06 15

Gráfico comparado da tonelagem de matéria-prima e maquinaria importada para a indústria em 1861 e / 03/ 06 16

1867 – a conjuntura económica nacional ( Glória - Vasco Pulido Valente – pág. 284 e seguintes) 2013 / 03/  Por causa de uma longa seca o ano agrícola de 1867 fora um dos piores do século. Perderam-se quase totalmente as colheitas de cereais no Alentejo, no Ribatejo, nas Beiras, e em Trás-os-Montes. Mesmo a colheita de milho falhou em todo o norte, com excepção de certas áreas do Minho. Por outro lado, as vindimas, do Douro a Trás-os-Montes, da Estremadura ao Ribatejo e ao Alentejo ficaram abaixo das previsões mais pessimistas. O que a seca poupou, destruiu o oídio, que alastrava por Portugal inteiro. Hortas, olivais e pomares eram igualmente um espectáculo “desgraçadíssimo”

/ 03/  As cidades naturalmente não escaparam. As exportações diminuíram. A de vinho do Porto, por exemplo, baixou 50% entre Janeiro e Outubro. A indústria têxtil quase parou. A quantidade de fretes e passageiros nos caminhos-de-ferro estacionou o que nunca antes sucedera. A isto juntava-se o crédito caro, com a taxa de juro a oscilar pelos 8% e a dificuldade crescente do desconto de letras, provocado pelos problemas internos, a crise financeira no Brasil e os rumores de uma crise internacional, que abalara a banca de Paris. O entesouramento da moeda metálica, sintoma clássico de falta de confiança, reforçava a paralisia dos negócios. (continuação)

/ 03/ (continuação)  As fábricas e oficinas que não faliram logo, ou reduziram os salários, ou despediram pessoal, ou as duas coisas. Em Outubro, altura tradicional de renovar os contratos de arrendamento, os senhorios, coagidos pela inflação, exigiram aumentos substanciais, que levaram milhares de famílias ao despejo. A miséria urbana, que habitualmente não preocupava ou afligia ninguém, era agora tão visível que até os jornais a comentavam. Um órgão circunspecto da opinião radical achou mesmo necessário condenar “a mania dos suicídios” e revelou que subira “a procura de cabeças de fósforo”, um “veneno económico”

/ 03/  O governo não conseguira dominar o deficit ou consolidar a dívida. (…) Para equilibrar o orçamento Fontes tomou medidas que seriam a sua perda.  (…) Um esforço para disciplinar as confusas finanças dos municípios e limitar a sua tendência para contrair dívidas, que o Estado central depois pagava.  (…) Extinguiam-se quatro distritos: Portalegre, Santarém, Leiria e Braga. [e depois mais três - Viana do Castelo, Aveiro e Guarda] - E estabelecia-se um critério geral: não haveria municípios com menos de 3000 fogos (…) o que implicava a supressão de 178 dos 302 existentes. Suprimiam-se quase 1000 freguesias, em cerca de (continuação)

/ 03/ (continuação)  No orçamento de , Fontes resolveu ir às do cabo: partindo do razoável pressuposto de que esperar o equilíbrio da fazenda pública só da redução das despesas era “uma utopia” que nenhum “espírito prático aceitava”, avançou com uma reforma fiscal para aumentar as receitas.  O orçamento de extinguia os impostos municipais sobre certos géneros (…) e substituía todos eles por um imposto único de consumo, que passava a constituir receita exclusiva do Estado. (…)

/ 03/ (continuação) O novo imposto incidia sobre todos os géneros vendidos ao público e não destinados ao estrangeiro. Mas não se aplicava aos géneros vendidos por grosso para exportação ou revenda. In Glória - Vasco Pulido Valente – pág. 284 e seguintes

Os partidos políticos pré-existentes Alterações políticas face à Fusão – fragmentação do espectro partidário e secundarização dos antigos partidos 2013 / 03/ Avilistas (apoiantes do então Conde de Ávila) Penicheiros (grupo liderado pelo Conde de Peniche, Marquês de Angeja) Reformistas (liderados pelo Bispo de Viseu, Alves Martins. Constituem-se como partido em 1870) Constituintes (grupo liderado pelo jurisconsulto José Dias Ferreira) Partido Histórico (debilitado por cisões internas) Partido Regenerador (conserva coesão interna)

A Janeirinha 2013 / 03/ Tinha como objectivo Derrubar o Governo Trazer para o plano governativo as novas correntes políticas Desencadeado por … Agremiações comerciais/ alguns corpos militares Camadas populares Eclodiu em várias cidades do País Lisboa Porto; Braga Movimento revolucionário de … 1 de Janeiro de 1868 … … até 4 do mesmo mês