Cap. 13 – A busca da verdade (2ª parte)

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Transcrição da apresentação:

Cap. 13 – A busca da verdade (2ª parte)

Aristóteles: a metafísica Desde o momento em que a razão se separou do pensamento mítico, os filósofos gregos criaram conceitos para instrumentalizá-la no esforço de compreensão do real. Entre as diversas contribuições destaca-se a de Aristóteles, pela elaboração dos princípios da lógica e dos conceitos que explicassem o ser em geral, área da filosofia que hoje reconhecemos como metafísica. Filosofia primeira.

A teoria do conhecimento É exposta nas obras Metafísicas e Sobre a alma. Aristóteles define a alma como a forma, o ato, a perfeição de um corpo. Os sentidos são a primeira fonte do conhecimento. Aristóteles critica a teoria da reminiscência platônica. Indução/dedução para abstrair as ideias. Adequação do conceito à coisa real – chegará a verdade.

A filosofia primeira estuda o ser enquanto ser. Trata-se da parte nuclear da filosofia. É a metafísica que fornece a todas as outras ciências o fundamento comum, o objeto que elas investigam e os princípios dos quais dependem.

O conhecimento pelas causas Aristóteles define a ciência como conhecimento verdadeiro, conhecimento pelas causas. Recusa a teoria das ideias de Platão e sua interpretação radical sobre a oposição entre mundo sensível e mundo inteligível. Existem três distinções fundamentais realizadas pelo filósofo: Substância-essência-acidente; Ato-potência; Forma-matéria. Servem para compreender a teoria das quatro causas.

Substância-essência e acidente Reuniu o mundo sensível e o inteligível no conceito de substância. A substância é “aquilo que é em si mesmo”, o suporte dos atributos. Esses atributos podem ser essenciais ou acidentais: A essência é o atributo que convém à substância de tal modo que, se lhe faltasse, a substância não seria o que é. O acidente é o atributo que a substância pode ter ou não, sem deixar de ser o que é. Aristóteles diria que a racionalidade é a essência do ser humano, enquanto ser gordo, velho ou belo, seriam acidentes.

Matéria e forma Todo ser é constituído de matéria e forma – princípios indissociáveis. Matéria é o princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, é “aquilo de que é feito algo”. Trata-se da matéria indeterminada. Quando nos referimos à matéria concreta, trata-se de matéria segunda. Forma é “aquilo que faz com que uma coisa seja o que é”.

A forma é o princípio inteligível enquanto a matéria é pura passividade e contém a forma em potência. Para Aristóteles, todo ser tende a tornar atual a forma que tem em si como potência. Por exemplo: a semente quando enterrada, tende a se desenvolver e se transformar no carvalho que é em potência.

Potência e ato Explicam como dois seres diferentes podem entrar em relação, atuando um sobre o outro. Potência é a capacidade de tornar-se alguma coisa. Todo ser precisa sofrer a ação de outro já em ato. Ato é a essência (a forma) da coisa tal como é aqui e agora. O feto se transforma em criança e, na sequência, em adolescente, jovem, idoso e assim por diante.

Recapitulando conceitos aristotélicos Todo ser é uma substância constituída de matéria e forma; a matéria é potência, o que tende a ser; a forma é o ato. O movimento é, portanto, a forma atualizando a matéria, é a passagem da potência ao ato, do possível ao real.

A teoria das quatro causas As considerações anteriores tornam mais claro o princípio de causalidade de acordo com Aristóteles: “tudo o que move é necessariamente movido por outro”. O devir consiste na tendência que todo ser tem de realizar a forma que lhe é própria. Há quatro sentidos para causa: material, formal, eficiente e final.

Por exemplo numa estátua: A causa material é aquilo de que a coisa é feita (o mármore); A causa eficiente é aquela que dá impulso ao movimento (o escultor que a modela); A causa formal é aquilo que a coisa tende a ser (a forma que a estátua adquire); A causa final é aquilo para o qual a coisa é feita (a finalidade de fazer a estátua: a beleza, a glória, a devoção religiosa etc.).

Deus: Primeiro Motor Imóvel A descrição das relações entre as coisas leva ao reconhecimento da existência de um ser superior e necessário, ou seja, Deus. Se as coisas são contingentes, todo ser contingente foi produzido por outro ser, que também é contingente, e assim por diante. Para não ir ao infinito na sequência de causas, é preciso admitir uma primeira causa, por sua vez incausada, um ser necessário (e não contingente).

Esse Primeiro Motor Imóvel é também um ato puro (sem nenhuma potência). Segundo Aristóteles, Deus é Ato Puro, Ser Necessário, Causa Primeira de todo existente. Deus não é o primeiro motor como causa eficiente, mas sim como causa final: Deus move por atração, ele tudo atrai, como “perfeição” que é.

Crítica de Aristóteles aos antecessores Com esses princípios lógicos e os conceitos metafísicos, criticou os filósofos que o antecederam, sobretudo Heráclito, Parmênides e Platão. Contra Heráclito, demonstra que em toda transformação há algo que muda e permanece. Critica Parmênides, por ter afirmado que o ser é imóvel, reduzindo o movimento ao mundo sensível. Igualmente, rejeitou a teoria das ideias de Platão.

A filosofia medieval: razão e fé A Idade Média compreende mil anos de história (do séc. V ao XV). Após a queda do Império Romano, formaram-se os novos reinos bárbaros. Lentamente foi introduzida a ordem feudal, de natureza aristocrática, em cujo topo da pirâmide encontravam-se os nobres e o clero. A Igreja Católica consolidou-se como força espiritual e política.

A Igreja representava um elemento agregador. Do ponto de vista cultural, atuou de maneira decisiva, pois a herança greco-latina foi preservada nos mosteiros. A grande questão discutida pelos intelectuais da Idade Média era a relação entre razão e fé, entre filosofia e teologia.

Patrística A patrística é a filosofia dos chamados Padres da Igreja, que teve início no período de decadência do Império Romano, quando o cristianismo se expandia a partir do século II. Durante toda a Idade Média, a aliança entre fé e razão na verdade significava reconhecer a razão como auxiliar da fé e, portanto, a ela subordinada. Agostinho sintetiza essa tendência com a expressão “Creio para que possa entender”.

Os Padres recorreram inicialmente à obra de Plotino (204-270), um neoplatônico. Adaptando o pensamento pagão, realizaram uma grande síntese com a doutrina cristã. O principal nome da patrística foi Agostinho (354-430), bispo de Hipona. Agostinho retomou a dicotomia platônica do “mundo sensível e mundo das ideias”, mas substituiu este último pelas ideias divinas.

Segundo a teoria da iluminação, recebemos de Deus o conhecimento das verdades eternas: tal como o Sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Na primeira metade do período medieval, conhecida como Alta Idade Média, foi enorme a influência dos Padres da Igreja.

Escolástica No segundo período medieval, conhecido como Baixa Idade Média, ocorreram mudanças fundamentais no campo da cultura já a partir do século XI, sobretudo em razão do renascimento urbano. Criação de inúmeras universidades por toda a Europa. Persistiu a aliança entre razão e fé, em que a razão continua como “serva da teologia”. O principal representante da escolástica foi Tomás de Aquino (1225-1274).

Tomás de Aquino: apogeu da escolástica A partir do século XIII – no período do apogeu da escolástica -, Tomás de Aquino, monge dominicano, utilizou traduções de Aristóteles feitas diretamente do grego. Sua obra principal, a Suma Teológica, é a mais fecunda síntese da escolástica. Conhecida como filosofia aristotélic0-tomista.

Tomás de Aquino não desconsidera a importância do “conhecimento natural”. Se a razão não pode conhecer, por exemplo, a essência de Deus, pode, no entanto, demonstrar sua existência ou a criação divina do mundo. Uma dessas provas é baseada na Metafísica de Aristóteles, quando o movimento do mundo em última instância é explicado por Deus, causa incausada. Tal como Aristóteles, Aquino reconhece a participação dos sentidos e do intelecto.

Daí em diante, a influência de Aristóteles tornou-se bastante forte, sobretudo pela ação dos padres dominicanos e, mais tarde, dos jesuítas, que desde o Renascimento, e por vários séculos, empenharam-se na educação dos jovens. No Renascimento e na Idade Moderna a escolástica tornou-se entrave para a ciência.