FAM - PSO II - Exclusão Social

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Profa. Gilvanete Correia Bezerra
Advertisements

Os sentidos sociais Os meios utilizados para analisar o sentido social não se limita a uma única disciplina.
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
da palavra/do diálogo/ de visão crítica
A Psicologia Sócio-Histórica
Curso de Especialização em Educação de Jovens e Adultos
Disciplina: Educação Formal e Não-Formal 3º ano Psicologia 2007
Unidade iii Marxismo Slides utilizados na disciplina – Sociologia Aplicada para o Curso de Administração/UFSC Por Prof. Juliana Grigoli.
Situação 1: pais ao serem chamados à escola afirmam que o(a) filho(a) não leva jeito para os estudos, nasceu assim como os demais membros da família. “Um.
Ms. Edimar Sartoro - O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE O FRACASSO ESCOLAR ( ): UM ESTUDO INTRODUTÓRIO Ms. Edimar.
Quadro geral das Ciências da Educação.
Teorias Pós-críticas do Currículo
Identidade dos Indivíduos nas Organizações
BEM-VINDO À DISCIPLINA
Pedagogia Histórico-Crítica (Dermeval Saviani)
EDUCAÇÃO POPULAR: Desafio à Democratização da Escola Pública
Filosofia
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA SOCIOLOGIA Profª. Cleide Ap. Martins Barillari
MATERIALÍSMO HISTÓRICO PROF: CRISTIANO ALMEIDA
Solidarismo: da doutrina ao discurso de campanha
CULTURA POPULAR, CULTURA ERUDITA E CULTURA DE MASSA
A produção do fracasso escolar
Os processos psicossociais da exclusão
Perfil do Profissional
AULA 1 – Relações de Poder (Cap 21, pág 267)
ÉMILE DURKHEIM ( ): TEORIA DOS FATOS SOCIAIS
Fundamentos Sócio Antropológicos da Educação
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
GÊNERO.

Aula 01 – Relações de Poder (Capítulo 21, pag 267)
Perspectivação Económico-Ética da Educação
Desigualdade Social Nome: Caroline nº 11; Juliana nº 15. 2º EM B.
NÃO ME CONCEBO EDUCADORA SE NÃO FOR INVESTIGADORA. A SALA DE AULA É UM ESPAÇO RIQUÍSSIMO DE POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM. O APROVEITAMENTO DO QUE SUCEDE.

Aula 8 - Multiculturalismo e Direitos
Emile Durkheim e o fato social
Ideologia um conceito complexo
FILOSOFIA. TURMA: 3206  PROF. JOSÉ LUÍZ LEÃO  ALUNOS: ANDRÉIA EMÍDIO RODRIGUESANDRÉIA EMÍDIO RODRIGUES EDRIANE SILVA PEREIRAEDRIANE SILVA PEREIRA JULIANA.
DESIGUALDADES SOCIAIS
Professor Romildo Tavares – Filosofia/Sociologia
A Psicologia ou as Psicologias
Indivíduo, cultura e sociedade Parte 03
O QUE É FILOSOFIA ?.
A representação social dos adolescentes do bairro Potecas,São José, sobre a AIDS e a liberação da distribuição de preservativos em escolas públicas. Autora.
1 Filosofia Grupo ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE GOIÁS COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA  PROF.: JOSÉ LUIZ LEÃO  TURMA  - Djalma.
Sociologia: uma ciência da sociedade Parte.01
Metodologia Científica
Consciência /Alienação: a ideologia no Nível Individual. Identidade
Karl Marx: História, Dialética e Revolução
Professor: Karina Oliveira Bezerra
IDEOLOGIA.
Modos de Produção Em Karl Marx.
Prof. Gabriela LottaPMCS Apresentação da disciplina e introdução Problemas Metodológicos em Ciências Sociais.
AS TEORIAS DA EDUCAÇÃO E O PROBLEMA DA MARGINALIDADE
Metodologia Científica Prof. Marcel Dupret Fatec Osasco Fevereiro/2014
CAP 20 – As teorias socialistas e o marxismo
A tirania da informação e do dinheiro e o atual sistema ideológico
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA A PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL
QUALIDADE DE VIDA: UMA MERA REPRESENTAÇÃO SOCIAL? SIM E NÃO Sim: através dos elementos da subjetividade e de incorporação cultural. Não: existem parâmetros.
Karl Marx e o materialismo histórico
Ser coordenador Ser Coordenador. Diálogo “Não há, realmente, pensamento isolado, na medida em que não há homem isolado” Paulo Freire Elaboração do pensamento:
GÊNERO Gênero - Psicologia Social - Profa. Ma. Beatriz Baptista Tesche.
Tendências atuais ou pós LDB: interacionistas/ cognitivistas
As bases do pensamento de Marx
Aula 8 - A teoria de Karl Marx Karl Marx ( ) As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã Socialismo utópico francês Economia política clássica.
Somos todos seres sociais
Flávia Motta Representações Sociais do Desenvolvimento Humano Flávia Encarnação Motta Mestranda do PPGP - UFES UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA.
Aula 1- Parte I Somos todos seres sociais
Transcrição da apresentação:

FAM - PSO II - Exclusão Social FAM – Curso de Psicologia Disciplina: Psicologia Social II Profa. Carolina Freire de C. de Carvalho JODELET, D. Os Processos Psicossociais da Exclusão. In: SAWAIA, B. (org.) As Artimanhas da Exclusão. Petrópolis: Vozes, 1999, pp. 53-66. LESSER DE MELLO, S. A Violência Urbana e a Exclusão dos Jovens. In: SAWAIA, B. (org.) As Artimanhas da Exclusão. Petrópolis: Vozes, 1999, pp. 129-140. GUARESHI, P. A. Pressupostos Psicossociais da Exclusão: Competitividade e Culpabilização. In: SAWAIA, B. (org.) As Artimanhas da Exclusão. Petrópolis: Vozes, 1999, pp. 141-156. Profª Carol Freire

FAM - PSO II - Exclusão Social A relação entre a Psicologia Social e a Exclusão Social é inegável, pois a exclusão ocorre no nível das interações entre pessoas e grupos; O estudo das relações sociais deve revelar os processos marcados por diferentes alternativas de exclusão; “A exclusão induz sempre uma organização específica de relações interpessoais ou intergrupos, de alguma forma material ou simbólica, através da qual ela se traduz” (JODELET, 1999, p.53) “A exclusão induz sempre uma organização específica de relações interpessoais ou intergrupos, de alguma forma material ou simbólica, através da qual ela se traduz” (JODELET, 1999. p.53) As formas materiais e simbólicas que operam a exclusão são a segregação, o preconceito, a competitividade, etc. A Psicologia Social ao estudar as relações sociais apresenta duas características: Tenta focalizar as dimensões sociais e simbólicas e os processos psicológicos que se articulam aos fundamentos materiais dessas relaçoes; Aborda as dimensões e processos anteriores, considerando o espaço de interação entre pessoas e grupos. Os modelos sócio-cognitivos oferecem o risco de descontextualização dos fenômenos geradores da exclusão. Profª Carol Freire

FAM - PSO II - Exclusão Social A psicologia social tenta compreender de que maneira as pessoas ou grupos que são objetos de uma distinção, são construídos como uma categoria à parte; A propensão para prejudicar o outro encontra justificativas nas concepções de senso comum, sobretudo aquelas que dizem respeito à explicação causal e à atribuição de responsabilidade das situações nas quais a pessoa se acha vitimizada; Neste processo, a educação determina um estilo cognitivo que se utiliza de estereótipos, de maneira rígida, generalizando-os a todas as pessoas de uma mesma categoria. Profª Carol Freire

FAM - PSO II - Exclusão Social A exclusão social deve ser pensada a partir da noção de relações de exclusão; A respeito das relações de exclusão é importante destacar que: São relações que são construídas ao longo das transformações históricas de uma sociedade; Esta nova forma de relação se torna mais definidora do tipo de sociedade em que passamos a viver Relações de Exclusão: Tal diferenciação faz-se necessária pois todo a conceituação dos fenômenos sociais, na PSB, fazem-se a partir da perspectiva histórico crítica. A exclusão deve ser estudada dentro do contexto que a produz, pois a sociedade contemporânea se organiza de forma a impossibilitar a o acesso das pessoas aos meios de garantia de sua sobrevivência. Profª Carol Freire

FAM - PSO II - Exclusão Social Possuem seu início na divisão social do trabalho Pois estas são relações que surgem na relação estabelecida entre as pessoas e bens materiais. Uma das características do pensamento que fundamenta a atua divisão social do trabalho é a noção de Liberdade. apesar de haver uma liberdade declarada, no sistema Liberal, são tiradas das pessoas as possibilidades de obter meios de produção necessários para que elas possam sobreviver; A Liberdade passa a ser vista como uma qualidade individual e espiritual e deixa de ser concebida em sua materialidade histórica. Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras A. PRECONCEITOS E ESTEREÓTIPOS: O preconceito é um julgamento positivo ou negativo, formulado sem exame prévio a propósito de uma pessoa ou coisa; Sobre esta temática “atenção (da Psicologia Social) está voltada para as representações que fundam os preconceitos, nos processos de comunicação e nos contextos sócio-históricos em função dos quais seus conteúdos se formam, muito mais do que na sua forma”. (JODELET, 1999, p.59) Todos os aspectos psico-sociais gerados pela exclusão social são fundamentalmente ideológicos. CATEGORIZAÇÃO SOCIAL: “Os estereótipos de deslegitimação visam a excluir moralmente um grupo do campo de normas e valores aceitáveis, por uma desumanização que autoriza a expressão do desprezo e do medo e justifica as violências e penas que lhe infringimos” (JODELET, 1999, p.64) Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras B. CATEGORIZAÇÃO SOCIAL: Em Psicologia, o termo categorização possui dois significados: Classificação em uma divisão social; Atribuição de característica a alguém. Neste sentido podemos estabelecer uma relação com a estigmatização ou o estereótipo. Todos os aspectos psico-sociais gerados pela exclusão social são fundamentalmente ideológicos. CATEGORIZAÇÃO SOCIAL: “Os estereótipos de deslegitimação visam a excluir moralmente um grupo do campo de normas e valores aceitáveis, por uma desumanização que autoriza a expressão do desprezo e do medo e justifica as violências e penas que lhe infringimos” (JODELET, 1999, p.64) A relação entre estes dois sentidos é a de que o fato de “imputar uma característica a um conjunto de objetos pode servir para constituí-lo em uma classe definida pela divisão desta característica; inversamente, basta ser afetado por uma categoria para que se veja atribuir-se a si mesmo uma característica que é típica dela.” (JODELET, 1999, p.60) Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras C. COMPETIÇÃO: É um dos fenômenos surgidos e estimulados pela ideologia liberal; O problema da competitividade é o de que ela só é possível na existência de diferenças e exclusões; “O pressuposto do liberalismo é o de que o progresso e o desenvol-vimento só são possíveis através da competitividade” (GUARESHI, 1999, p.146) “... a competitividade exige a exclusão de alguns e o privilegiamento de outros, para que sejam estabelecidos parâmetros de oposição que vão forçar as pessoas, na competição, a ter de lutar para não serem rejeitadas e excluídas.” (GUARESHI, 1999, p.146) Todos os aspectos psico-sociais gerados pela exclusão social são fundamentalmente ideológicos. Competição: É uma necessidade surgida da noção de livre mercado; Um dos aspectos perversos da noção de competição e da individualização dos problemas sociais é a a construção da noção de Estado como bem privado; “quando se fala em competitividade, dificilmente se assumem as conseqüências que tal prática pressupõe, principalmente na construção do mundo da exclusão” (Guareshi, 1999, p.150) Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras C. COMPETIÇÃO (continuação): Quando se instala entre homens, caracteriza-se por um novo tipo de guerra Devido à desigualdade de condições, exigir competição entre desiguais, é ganhar de antemão; Na legitimação da exclusão é necessário encontrar uma vítima expiatória para atribuir a culpa pela marginalização: esta vítima é o próprio excluído. Nesta guerra o Homem, em função dos pressupostos do Liberalismo, é tido como um ser isolado e egoísta que tem que competir, tanto para sobreviver quanto para trazer progresso. Todos os aspectos psico-sociais gerados pela exclusão social são fundamentalmente ideológicos. Competição: É uma necessidade surgida da noção de livre mercado; Um dos aspectos perversos da noção de competição e da individualização dos problemas sociais é a a construção da noção de Estado como bem privado; “quando se fala em competitividade, dificilmente se assumem as conseqüências que tal prática pressupõe, principalmente na construção do mundo da exclusão” (Guareshi, 1999, p.150) Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras D. CULPABILIZAÇÃO: Este fenômeno surge a partir do momento que o individualismo torna-se uma representação coletiva; A decorrência desta representação é a atribuição do sucesso ou do fracasso exclusivamente à pessoas particulares, abandonando-se as causalidades históricas e sociais dos fenômenos. Culpabilização: As Pessoas são individualmente responsabilizadas por uma situação econômica adversa e injusta. Uma conseqüência disso é o grande número de teorias psicossociais que explicam o desemprego sistêmico vivido atualmente, que leva à exclusão de milhões de pessoas Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras E. EXCLUSÃO DOS SABERES: Uma das formas comuns de exclusão é a deslegitimação dos saberes populares; Enquanto as práticas de exclusão forem hegemônicas e estes saberes forem impedidos de se legitimarem, dificilmente poder-se-á falar em uma sociedade democrática. Culpabilização: As Pessoas são individualmente responsabilizadas por uma situação econômica adversa e injusta. Esta prática mascara-se por um menosprezo dos conhecimentos populares que ocorre sempre que um conhecimento desse tipo ameaça a expansão capitalista. Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras F. COMUNICAÇÃO DE MASSA: Os meios de comunicação de massa são um dos responsáveis pela geração e divulgação dos universais abstratos que contém as normas e valores que devem ser seguidos por uma sociedade; “Esses veículos denominam-se órgãos de comunicação de massa, por que a escolha e o modo de apresentar a informação que passam devem nortear-se pelo fato primário de estarem se dirigindo a um espectador, um ouvinte ou leitor ordinário, comum.” (LESSER DE MELLO, 1999, p.132) No que diz respeito à violência urbana, a mídia é parcial, pois não se limita a informar, julga e condena. Ao assim fazerem, aprofundam o temor e a ignorância do público que deveriam informar, usando mensagens e códigos profundamente estereotipados. (LESSER DE MELLO, 1999, p.138); . O Papel da Mídia deveria ser o de esclarecer as raízes sociais, culturais, políticas e econômicas que permeiam a violência nas relações sociais Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras G. A VIOLÊNCIA: A idéia veiculada pelos meios de comunicação é a da culpabilização coletiva dos pobres pela violência; “A especialização dos espaços na cidade impõe uma ordenação à vida social que atinge, também, os habitantes, formando uma população humana altamente diferenciada” (LESSER DE MELLO, 1999, p.133) No caso das classes subalternas, a aquisição de identidade é problematizada pelo forte sentido de discriminação vivido sob a forma de humilhação que situa seus integrantes, em relação ao poder, como cidadãos de segunda categoria. Profª Carol Freire

Exclusão Social – Fontes Geradoras FAM - PSO II - Exclusão Social Exclusão Social – Fontes Geradoras G. A VIOLÊNCIA (continuação): Para as classes dominantes é difícil reconhecer um igual nas personagens da pobreza. Reconhece-se o diferente como desigual. Da desigualdade, reconhecida como inferioridade e do desconhecimento ao temor, do ponto de vista psicológico, não há, também, grande distância. Profª Carol Freire