Laboratório de Radiojornalismo II

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Transcrição da apresentação:

Laboratório de Radiojornalismo II Msc. Leticia Sangaletti

Rádio meio de expressão comunicação difusão. Características expressivas do rádio Reivindica para o meio uma função estético-comunicativa. (BALSEBRE, 1994)

Função estético-comunicativa beleza do sonoro interação comunicativa Emissor Receptor

Linguagem radiofônica Conjunto de formas sonoras e não sonoras representadas pelos sistemas expressivos da palavra, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio. O processo de significação da linguagem radiofônica depende do conjunto de recursos técnico-expressivos da reprodução sonora e dos vários fatores que caracterizam o processo de percepção sonora e imaginativo-visual dos ouvintes.

Através do tempo, cristalizou-se a idéia de que rádio é sinônimo de superficialidade. Engano de acadêmicos apressados? Instantaneidade, linguagem clara e direta e popularidade não são necessariamente pré-requisitos de informação superficial, sem conteúdo. (ALMEIDA, 2001)

Variedade de formatos radiofônicos que permitem aprofundar os vários tipos de assunto que estejam nos noticiários, sem desconsiderar a oralidade e o alcance social do veículo. Documentário Grande reportagem Entrevista Debate Crônica Comentário

Modelo excessivamente comercial de exploração Por que o rádio parece cada vez mais indigente em termos de programação jornalística? Modelo excessivamente comercial de exploração Leva em conta o baixo custo de produção.

“... És cierto que los programas dinámicos son mas caros en términos de dinero y de recursos humanos. Requieren más personal y maior dedicación de tiempo. Pero hay que ver la relacion costo-beneficio. En radio, como en todo medio de comunicación de massas, el costo real no está dado por el presupuesto de la emisión em cifras absolutas, sino por el costo relativo, per cápita, resultante de dividir el monto de la inversión por el número de oyentes alcanzado (cobertura). Si un programa cuesta el triple de otro, pero atrai e logra nuclear e interessar a una audiencia seis veces más numerosa, su costo real (costo per cápita) es, en realidad, dos veces menor” (KAPLUN, 1978, p. 158)

O debate é um dos formatos de baixo custo Privilegia o como e o por quê, O debate é um formato geralmente apresentado ao vivo, o que lhe empresta uma credibilidade particular, na medida em que o ouvinte tem acesso ao depoimento integral do entrevistado. Não há edição e os cortes do apresentador são percebidos pelo ouvinte.

Barbosa Filho (2003): mesas-redondas ou debates (são espaços de discussão coletiva em que os participantes apresentam idéias diferenciadas entre si) Magaly Prado: mesa de debate (três ou quatro convidados discutem, de diferentes pontos-de-vista, determinado assunto) Alves (1988):tanto o debate quanto o painel e a mesa-redonda necessitam de um moderador, vários microfones e personagens convidados, em geral especialistas que não recebem por sua participação. No caso do debate propriamente dito, o moderador interage com duas pessoas que representam pontos de vista divergentes e faz com que esses dois se enfrentem; 10) painel: os especialistas podem chegar a cinco. Os entrevistadores podem ser até dois. Há acesso do ouvinte do programa com perguntas por telefone

Informar para formar Almeida (2001) afirma que o rádio é uma ferramenta de educação para a cidadania; Processo sócio-educativo: “La radio se ha mostrado eficaz como médio para informar, para transmitir conocimientos y para promover inquietudes. Es posible asimismo através de la radio llevar a uma reflexion sobre valores y actitudes, estimular el raciocínio, favorecer la formación de uma conciencia crítica.” (KAPLUN, 1978, p. 158)

É necessário estabelecer conexões com o cotidiano, mostrar os fatos dentro do contexto em que aconteceram, numa relação de causa e efeito não somente a curto, mas principalmente a médio e longo prazo. Ou então há um real empobrecimento de conteúdo do veículo, repetindo notícias, sem levar a nenhuma reflexão sobre elas. “Quem sabe faz ao vivo”. Escolha de uma boa pauta Teoria do espelho, colocar-se no lugar do ouvinte e perguntar : o que eu gostaria de saber sobre esse assunto? De que modo tais fatos interferem na minha vida?

Fontes Assim, a pluralidade de fontes é fundamental ao desenvolvimento de um programa de aprofundamento. Cada convidado deve representar um aspecto importante do tema a ser tratado e ter saber reconhecido sobre o assunto. Pesquisadores, estudiosos, autores de alguma teoria nova são sempre bem-vindos. Ministros, secretários, dirigentes de estatais e outros ligados ao poder público são bem-vindos, entretanto é preciso que haja multiplicidade de pontos de vista para não correr o risco de o debate (ou mesa-redonda) descambar para a repetição do discurso oficial. É preciso também variar as fontes

Walter Alves, em La Cocina Electrónica: “Cuando los participantes son de primera, una mesa redonda puede ter una relevancia extraordinária. Pienso solamente em lo que sucede em las mesas redondas sobre el fútbol. Ocurren escenas casi de pugilato. Al día siguiente, la prensa expande las opiniones emitidas. Cabe que nosotros le demos tanta relevancia al esporte así como a la medicina, la astronomia, la investigación biológica o las matemáticas aplicadas. Duro, pero no imposible”

No ar O apresentador pode enfrentar muitos problemas ao vivo. É com o programa no ar que se descobre que um convidado é gago, outro tem um forte sotaque estrangeiro e o terceiro não domina muito bem o assunto, mas veio ao programa substituir aquele participante que teve um problema de última hora. Convidados que não aparecem são muito mais freqüentes do que se imagina. Por isso é importante garantir sempre um número maior de participantes. Um debate pode acontecer com apenas dois convidados, mas o manual dos jornalistas escaldados recomenda chamar no mínimo quatro pessoas, já prevendo as eventuais desistências. Elas acontecem até por telefone.

O condutor do programa ao vivo deve estar sempre muito bem informado e levar para o estúdio material sobre o tema enfocado. Também é importante acrescentar ingredientes ao formato básico, como a música Usar a reportagem também contribui para dar ritmo e manter o interesse dos ouvintes. Mas e quando você chama o repórter e ele não entra? Manter a tranquilidade, explicar aos ouvintes que aconteceu um problema com a ligação telefônica e a produção já está tentando novo contato com o repórter. O programa segue em frente.

Nunca se deve chamar o entrevistado sem ter a certeza absoluta que ele está na linha. E quando a linha telefônica cai em meio a uma entrevista? Pedir desculpas aos ouvintes (eles merecem) e garantir que a produção do programa já está tentando retomar a ligação. Isso é um compromisso! Se o problema técnico que originou o problema foi responsabilidade da companhia telefônica, você pode dizer isso no ar e pedir providências para o restabelecimento das linhas do estúdio. Se foi da equipe da rádio, o melhor é ser honesto e dizer: falha nossa! (ALMEIDA, 2001)

A técnica de perguntar O apresentador do debate ao vivo é o responsável por manter o ritmo do programa, propor novas linhas de discussão, contemporizar, mediar, acrescentar informações e, principalmente, perguntar. Deve estar muito bem preparado sobre o tema que está sendo abordado. A técnica de entrevista em rádio é basicamente a mesma aplicada em outras áreas do jornalismo, respeitando as principais características da linguagem do veículo; clareza, concisão e coloquialismo. As perguntas devem ser diretas, sem tom de enciclopédia. O entrevistador também não acha, e nem faz perguntas do tipo “o senhor acha”, pois corre o risco de ouvir como resposta apenas um “acho”.

A pauta de qualquer entrevista deve ser básica, conter apenas algumas perguntas-chave. A entrevista vai sendo conduzida à medida que acontece. Uma resposta do convidado deve ser a base de uma nova pergunta. Em rádio se conversa e o tom do programa deve ser natural como um papo na sala de estar. As perguntas devem ser feitas uma de cada vez Quando o assunto é complicado ou muito específico é bom pedir ao entrevistado para explicar certos conceitos Tentar sempre traduzir para o concreto certas grandezas. Quanto representava em volume um bilhão de dólares: se fossem colocadas notas de um dólar em pilhas, um bilhão de dólares corresponderiam a 10 prédios de 10 andares (ou algo assim). Grandezas precisam ser “visualizadas” e o melhor caminho é a comparação com coisas concretas.

Evitar as perguntas feitas na medida para o convidado aparecer. Evitar as perguntas que trazem juízo de valor. O apresentador também não deve falar mais do que o entrevistado. O apresentador deve usar seus conhecimentos sobre o assunto para preencher possíveis “silêncios”. O mais difícil na entrevista ao vivo é cortar a fala do entrevistado, mas necessário.

Os debates ao vivo são também programas de grande interatividade. A participação dos ouvintes é sempre bem-vinda. O ideal é que haja uma espécie de triagem feita.

Referências ALMEIDA, Alda. O gênero Debate e o mito da superficialidade no rádio – A experiência do programa Além da Notícia. Intercom, Campo Grande/MS, 2001. ALVES, Walter- La cocina electrónica, Quito, Ediciones CIESPAL, 1994. KAPLUN, Mario- Produccion de programas de radio- El Guion, la realizacion, Quito, Ediciones CIESPAL,1978.