Universidade Comunitária da Região de Chapecó Disciplina: Política Social I Professora: Elisônia Carin Renk CAPITULO III: KEYSENIANISMO- FORDISMO E A GENERALIZAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL

ATÉ O CAP. II FORAM DISCUTIDOS A ORIGEM DA POLÍTICA SOCIAL E SEU DESENVOLVIMENTO NO PERÍODO COMPREENDIDO DE 1929/ NESSE PERÍODO HOUVE PROFUNDADAS MUDANÇAS NO MUNDO DO CAPITAL. PARALELAMENTE O DESENVOLVIMENTO DESSE PROCESSO NO BRASIL.

NO CAP III APRESENTA OS FUNDAMENTOS DA EXPANSÃO E CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA SOCIAL NO PERÍODO PÓS CRISE DE , APÓS A 2ª GRANDE GUERRA, FASE MADURA DO CAPITALISMO.

ESTA FOI MARCADA EM SEUS PRIMEIROS 30 ANOS POR FORTE EXPANSÃO, COM TAXAS DE JUROS ALTOS E GANHOS DE PRODUTIVIDADE PARA AS EMPRESAS, E POLÍTICAS SOCIAIS PARA OS TRABALHADORES. É QUANDO SURGE O ESTADO SOCIAL. ESSE PERÍODO DE ANOS “GLORIOSOS” OU DE “OURO” DÁ SINAL DE ESGOTAMENTO A PARTIR DE FINS DOS ANOS 1960, QUE SERÁ TRATADO NO CAP. IV.

É FUNDAMENTAL COMPREENDER OS FUNDAMENTOS DA GENERALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS NAQUELAS CONDIÇÕES HISTÓRICAS DETERMINADAS.

O CAPITALISMO TARDIO OU MADURO CARACTERIZA-SE POR UM INTENSO PROCESSO DE MONOPOLIZAÇÃO DO CAPITAL, PELA INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA E NO LIVRE MOVIMENTOS DO MERCADO, CONSTITUINDO-SE OLIGOPÓLIOS PRIVADOS (EMPRESAS) E ESTATAIS (EMPRESAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS), E EXPANDE- SE APÓS A CRISE DE , E SOBRETUDO, APÓS A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

CAP II: LIBERALISMO HETEDOXO DE KEYNES E SEUS SEGUIDORES É A EXPRESSÃO INTELECTUAL SISTEMÁTICA DAS PROPOSTAS DE SAÍDA DA PROFUNDA CRISE CUJO ÁPICE FORAM OS ANOS DE , O QUE SE COMBINOU ÀS MUDANÇAS INTENSAS NO MUNDO DA PRODUÇÃO, POR MEIO DO FORDISMO QUE TAMBÉM SE GENERALIZA NO PÓS GUERRA, COMO NOVOS PRODUTOS E PROCESSOS DE PRODUÇÃO, E TAMBÉM POR MEIO DA INDÚSTRIA BÉLICA, NO CONTEXTO DA GUERRA FRIA. ESSA É A BASE MATERIAL QUE VAI PROPICIAR A EXPANSÃO DOS DIREITOS SOCIAIS.

A BASE SUBJETIVA PARA OS ANOS DE CRESCIMENTO FOI A FORÇA DOS TRABALHADORES E O NOVO PARADIGMA SOCIALISTA QUE SE EXPANDIA A LESTE DA EUROPA, O QUE FORJOU UM GRANDE PACTO SOCIAL ENTRE OS SEGMENTOS DO CAPITAL E DO TRABALHO DO SETOR MONOPOLISTA, COORDENADO E SUSTENTADO PELO ESTADO, COM GOVERNOS SOCIAL-DEMOCRATAS NA EUROPA OCIDENTAL.

ESSAS CIRCUNSTÂNCIAS GERARAM O EMPOLGADO ENSAIO DE MARSHALL (1967) SOBRE A CIDADANIA E SUA SUPOSTA COMPATIBILIDADE COM A DESIGUALDADE DE CLASSES.

INCURSÃO AO KEYNESIANISMO E AO FORDISMO, COMO FUNDAMENTOS PARA ESSE PROCESSO, DE MODO A ENTENDER AS CONFIGURAÇÕES DA QUESTÃO SOCIAL, DA LUTA DE CLASSES E AS POSSIBILIDADES E LIMITES DA POLÍTICA SOCIAL.

1- FUNDAMENTOS SÓCIO-HISTÓRICOS DOS “ANOS DE OURO” -JOHN MAYNARD KEYNES ( ), LIVRO TEORIA GERAL DO EMPREGO, DO JURO E DA MOEDA, PUBLICADO EM 1936, DEFENDEU A INTERVENÇÃO ESTATAL COM VISTAS A REATIVAR A PRODUÇÃO.

DEFENDEU MAIOR INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA, EM SINTONIA APENAS DO PONTO DE VISTA DOS FUNDAMENTOS ECONÔMICOS, COM AS SAÍDAS PRAGMÁTICAS DO PERÍODO –NEW DEAL E NAZI-FASCISMO.

O NEW DEAL: A política de intervenção estatal começou a ser adotada primeiro nos Estados Unidos, com o anúncio pelo presidente Franklin Roosevelt de uma série de medidas, que ficaram conhecidas como New Deal (novo acordo) e que passaram a ser concretizadas em Dentre elas: controle sobre bancos e instituições financeiras; construção de obras de infra-estrutura para a geração de empregos e aumento do mercado consumidor; concessão de subsídios e crédito agrícola a pequenos produtores familiares; criação de Previdência Social, que estipulou um salário mínimo, além de garantias a idosos, desempregados e inválidos; controle da corrupção no governo; incentivo à criação de sindicatos para aumentar o poder de negociação dos trabalhadores e facilitar a defesa dos novos direitos instituídos. No setor industrial, a principal medida foi a redução da jornada do trabalho. Percebendo que o fator básico que gerou a crise econômica havia sido a superprodução, Henry Ford estabeleceu a jornadaHenry Ford de oito horas. Além disso, foi responsável por uma importantíssima inovação técnica—a linha delinha de montagemmontagem. Essa inovação permitiu a redução dos custos e, sobretudo, aumento da produtividade. Isto é, o rendimento do trabalho e dos demais agentes da produção. A aplicação das técnicas fordistas em várias indústrias de bens de consumo promoveu uma queda de preços em todo o país, fator que é tido, juntamente com New Deal, como primordial para a recuperação da economia norte- americana.

KEYNES PROPUNHA MUDANÇAS DA RELAÇÃO ESTADO COM O SISTEMA PRODUTIVO E ROMPIA PARCIALMENTE COM OS PRINCÍPIOS DO LIBERALISMO.

KEYNES É ABSOLUTAMENTE SINTONIZADO COM SEU TEMPO, PERSEGUINDO PORTAS DE SAÍDA CAPITALISTAS PARA A CRISE DO PRÓPRIO CAPITALISMO. O ESTADO, COM O KEYNESIANISMO, TORNOU-SE PRODUTOR E REGULADOR, O QUE SIGNIFICAVA O ABANDONO DO CAPITALISMO OU A DEFESA DA SOCIALIZAÇÃO DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, KEYNES DEFENDEU A LIBERDADE INDIVIDUAL E A ECONOMIA DE MERCADO, MAS DENTRO DE UMA LÓGICA QUE ROMPIA COMMA DOGMÁTICA LIBERAL-CONSERVADORA DA ÉPOCA.

KEYNES ERA UM HOMEM PÚBLICO. FOI NEGOCIADOR DO TRATADO DE VERSALHES. (O Tratado de Versalhes (1919)foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial). AFASTANDO- SE DE PERSPECTIVA MAIS RADICAIS. EM ALGUNS ASPECTOS ELE ROMPE COM O LIBERALISMO?

A SITUAÇÃO DO DESEMPREGO E OUTROS, INDICAVAM QUE OS PRESSUPOSTOS CLÁSSICOS E NEOCLÁSSICOS DA ECONOMIA POLÍTICA NÃO CONTRIBUÍAM PARA EXPLICAR OS ACONTECIMENTOS. KEYNES QUESTIONOU A LEI DOS MERCADOS....

O LIBERAL INSURGIU DIZENDO QUE A ECONOMIA É UMA CIÊNCIA MORAL, POSTO QUE A INTERMEDIAÇÃO DA MOEDA POSSIBILITA ESCOLHAS E OPÇÕES, ROMPENDO COM A NATURALIZAÇÃO DA ECONOMIA, UM DOGMA DA ECONOMIA TRADICIONAL. UM DOS PONTOS DE APROXIMAÇÃO ENTRE KEYNES E MARX.

MARX VIA A ECONOMIA COMO A MAIS MORAL DAS CIÊNCIAS, PROPONDO UMA CRÍTICA DA ECONOMIA POLÍTICA E DA SOCIEDADE BURGUESA.

SEGUNDO A ANÁLISE KEYNESIANA, A OPERAÇÃO DA MÃO INVISÍVEL DO MERCADO NÃO NECESSARIAMENTE PRODUZIRIA A HARMONIA ENTRE O INTERESSE EGOÍSTA DOS AGENTES ECONÔMICOS E O BEM-ESTAR GLOBAL, COMO DEMONSTRARAM A GRANDE DEPRESSÃO E A GUERRA....

PARA KEYNES O ESPIRITO ANIMAL DOS EMPRESÁRIOS, COM SUA VISÃO DE CURTÍSSIMO PRAZO E QUE TEM FORTES IMPLICAÇÕES PARA O INVESTIMENTO E RENDA, O ESTADO – COMO UM AGENTE EXTERNO EM NOME DO BEM COMUM, O QUE SUPÕE UMA VISÃO DE ESTADO NEUTRO E ÁRBITRO - TEM LEGITIMIDADE PARA INTERVIR POR MEIO DE UM CONJUNTO DE MEDIDAS ECONÔMICAS E SOCIAIS, TENDO EM VISTA GERAR A DEMANDA EFETIVA, OU SEJA,

DISPONIBILIZAR MEIOS DE PGTO E DAR GARANTIAS AO INVESTIMENTO, ATÉ MESMO CONTRAINDO DÉFICIT PÚBLICO, PARA CONTROLAR O VOLUME DE MOEDA DISPONÍVEL E AS FLUTUAÇÕES DA ECONOMIA.

PARA KEYNES, AO ESTADO CABE O PAPEL DE RESTABELECER O EQUILIBRIO ECONOMICO, POR MEIO DE UMA POLÍTICA FISCAL, REALIZANDO INVESTIMENTOS OU INVERSÕES REAIS QUE ATUEM NOS PERÍODOS DE DEPRESSÃO COMO ESTÍMULO À ECONOMIA.

A POLÍTICA KEYNESIANA, PREVÊ QUE A PARTIR DA AÇÃO DO ESTADO, DE ELEVAR A DEMANDA GLOBAL, ANTES DE EVITAR A CRISE, VAI AMORTECÊ-LA ATRAVÉS DE ALGUNS MECANISMOS:

-A PLANIFICAÇÃO INDICATIVA DA ECONOMIA, NA PERSPECTIVA DE EVITAR OS RISCOS DAS AMPLAS FLUTUAÇÕES PERIÓDICAS; -A INTERVENÇÃO NA RELAÇÃO CAPITAL/TRABALHO ATRAVÉS DA POLÍTICA SALARIAL E DO CONTROLE DE PREÇOS; -A DISTRIBUIÇÃO DE SUBSÍDIOS; -A POLÍTICA FISCAL; -A OFERTA DE CRÉDITOS COMBINADA A UMA POLÍTICA DE JUROS; -E AS POLÍTICAS SOCIAIS.

ESSE CONJUNTO DE ESTRATÉGIAS E TÉCNICAS ANTICICLICAS, REALIZADAS PELOS SETORES PÚBLICOS, OBJETIVA CONTER A QUEDA DA TAXA DE JUROS, ASSIM, O CONTROLE SOVBRE O CICLO DO CAPITAL....

O PROGRAMA ERA FUNDADO EM DOIS PILARES: PLENO EMPREGO E MAIOR IGUALDADE SOCIAL, O QUE PODERIA SER ALCANÇADO POR DUAS VIAS A PARTIR DA AÇÃO ESTATAL: -GERAR EMPREGOS DOS FATORES DE PRODUÇÃO VIA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, ALÉM DA PRODUÇÃO PRIVADA; -AUMENTAR A RENDA E PROMOVER MAIOR IGUALDADE, POR MEIO DA INSTITUIÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, DENTRE ELEAS AS POLÍTICAS SOCIAIS

O ESTADO (FUNDO PÚBLICO) PASSA A TER UM PAPEL ATIVO NA ADMINISTRAÇÃO MACROECONÔMICA (NA PRODUÇÃO E REGULAÇÃO DAS RELAÇÕES ECONÔMICAS E SOCIAIS). MESMO ASSIM, O BEM ESTAR DEVE SER BUSCAOD INDIVIDUALMENTE NO MERCADO, MAS SE ACEITAM INTERVENÇÕES DO ESTADO EM ÁREAS ECONÔMICAS, PARA GARANTIR A PRODUÇÃO, E NA ÁREA SOCIAL, SOBRETUDO PARA AS PESSOAS CONSIDERADAS INCAPAZES PARA O MERCADO: IDOSOS, PCD E CRIANÇAS.

AO KEYNESIANISMO AGREGOU-SE O PACTO FORDISTA- DE PRODUÇÃO EM MASSA PARA O CONSUMO DE MASSA E DOS ACORDOS COLETIVOS COM OS TRABALHADORES DO SETOR MONOPOLISTA EM TORNO DOS GANHOS DE PRODUTIVIDADE DO TRABALHO. O FORDISMO, É MAIS DO QUE UMA MUDANÇA TÉCNICA, COM A INTRODUÇÃO DA LINHA DE MONTAGEM E DA ELETRICIDADE FOI TAMBÉM UMA FORMA DE REGULAÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS, EM CONDIÇÕES POLÍTICAS DETERMINADAS.

O FORDISMO: EM 1914 A JORNADA DE OITO HORAS A CINCO DÓLARES PARA OS TRABALHADORES DA LINHA MECÂNICA DE MONTAGEM NAS FÁBRICAS DE HENRY FORD FOI UMA NOVIDADE, MAS QUE CONSOLIDAVA TENDÊNCIAS EM CURSO NO MUNDO DA PRODUÇÃO, COM A INTRODUÇÃO DOS PRINCÍPIOS TAYLORISTAS E DE FAYOL, OS QUAIS PRECONIZAVAM UM BRUTAL AUMENTO DA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO A PARTIR DA DECOMPOSIÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO EM MOVIMENTOS RIGOROSAMENTE ESTUDADOS, TENDO EM VISTA O CONTROLE DO TEMPO, E UM COJUNTO DE ESTRATÉGIAS DE GESTÃO, MONITORANDO O FLUXO DE INFORMAÇÕES E DA AUTORIDADE.

A PERSPECTIVA DE FORD PRESSUPUNHA UM NOVO SISTEMA DE REPRODUÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO. EM 1916 FORD CONTRATOU ASSISTENTES SOCIAIS PARA FAZER O CONTROLE SOBRE O MODO DE VIDA E DE CONSUMO DOS TRABALHADORES.

SEUS MÉTODOS FORAM ADOTADOS NOI SEGUNDO PÓS GUERRA, COLABORANDO PARA O DISCIPLINAMENTO DOS TRABALHADORES NAS NOVAS FORMAS DE ORGANIZAÇÃO RACIONAL DA PRODUÇÃO, CUJO OBJETIVO FINAL ERA DIMINUIR A POROSIDADE DE TEMPO NOÂMBITO DA JORNADA DE TRABALHO, OTIMIZANDO O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DO CAPITAL

APÓS 1945, COM O INCREMENTO DA TECNOLOGIA HAVERÁ UM BOOM DE PRODUÇÃO DE BENS DE CONSUMO DURÁVEIS, COMBINADO COM A URBANIZAÇÃO E SUBURBANIZAÇÃO NAS CIDADES, RELAÇÃO COM A EXPANSÃO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILISTICA. PG. 88