Seminário para disciplina de Nematologia Prof. Dr. César Bauer Gomes

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Transcrição da apresentação:

Seminário para disciplina de Nematologia Prof. Dr. César Bauer Gomes INSERCÃO DO CONTROLE BIOLÓGICO DE INSETOS POR NEMATÓIDES Seminário para disciplina de Nematologia Prof. Dr. César Bauer Gomes Sandra Salazar da Rosa

Diversidade de inimigos naturais O que Controle Biológico? - vírus - bactérias - fungos - micoplasmas - protozoários - insetos - riskéstias - ácaros - aranhas - peixes - anfíbios - répteis - aves - mamíferos Diversidade de inimigos naturais naturais: Ricéttsias: microrganismos que podem ser encontrados associados a insetos promovendo danos nas glândulas salivares, aparelhos reprodutores e sistema nervoso.

HISTÓRICO século III a. C - os chineses usaram formigas preda- doras contra pragas de citros; século XVIII na Europa - pássaros predadores e joa- ninhas foram usados como agentes de controle natu- ral; 1830 - fungos, bactérias e protozoários foram identi- ficados como agentes causais de doenças em insetos;  século XX - descoberta dos vírus  Década de 60 na Austrália - nematóide Deladenus siricidicola, introduzido da Europa para controlar a vespa da madeira, Sirex sp.

 Parasito (Parasitologia) TERMINOLOGIA  Parasito (Parasitologia)  Predador  Parasitóide (Entomologia) (PARRA et al., 2002)

MECANISMOS DE CONTROLE BIOLÓGICO * PARASISTISMO * PREDAÇÃO * COMPETIÇÃO * ANTIBIOSE (Rel. Ecológica: Amensalismo) * INTERFERÊNCIA EM PROCESSOS VITAIS

TIPOS DE CONTROLE BIOLÓGICO Controle Biológico Clássico: caracteriza-se pela importação e colonização de parasitóides ou predadores visando controle de pra- gas exóticas (eventualmente nativas). Liberações inoculativas por uma ou mais vezes em um mesmo local (culturas semi-perenes ou perenes) Controle Biológico Natural: atende a um preceito básico do contro- le biológico – a conservação. A população de inimigos naturais de- Vem ser preservadas através da manipulação do ambiente de uma forma favorável. Controle Biológico Aplicado (CBA): caracteriza-se por liberações inundativas de parasitóides ou pradadores após a criação massal em laboratório, com o objetivo de reduzir rapidamente a população da praga para seu nível de equilíbrio. (BOSCH, et al, 1982)

NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS Relações Ecológicas entre Nematóides e Insetos: 1) Forética: - os insetos servem somente como tansportadores de nematóides; - os nematóides causam pequenos ou nenhum dano ao inseto; - é um importante fator de disseiminação de nematóides; Ex. Rhabditidae, Diplogasteridae, Chambersiellidae, Chephalobidae, Aphelenchidae etc... 2) Parasitismo Facultativo: - os nematóides parasitam insetos vivos; - os nematóides podem completar seu ciclo fora do inseto; Ex. Gêneros: Rabditis e Neoplectana (HARRY et al., 2003)

 3) Parasitismo Obrigatório: - os nematóides não possuem estádios livres, todo seu ciclo ocorre dentro do hospedeiro; Ex. Rabditidae e Doplogasteridae  Mais de 30 famílias estão associadas de algum a forma aos insetos. Entretanto, somente três são utilizadas efetivamente no controle biológico de insetos pragas: * Phaenopsitylenchidae * Steinernematidae * Heterorhabditidae * Mermithidae * Iotonchiidae Associação mutualística com bactérias, o que aumenta sua patogenicidade, capacidade de produção massal e sobrevivência no campo.  (HARRY et al., 2003)

Ordem: Rhabditida - todos os memebros desta ordem são bacte- Famílias: Steinernematidae e Heterorhabditidae Ordem: Rhabditida - todos os memebros desta ordem são bacte- riófagos, e muito têm associação forética com insetos. Sua propriedade entomopatogênica está associada a simbiose com bactérias. Steinernema  Xenorhabdus Heterorhabditis  Photorhabdus Obs. Formas de entrada no hospedeiro Steinernematidae - Gêneros: Steinernema Neosteinernema Heterorhabditidae - Gênero: Heterorhabditis (HARRY et al., 2003)

* Em testes de laboratório o nametóide Steinernema carposae, infectou mais de 250 espécies de insetos de 75 famílias e 11 ordens. (GREWAL et al, 2001) * Somente da cavidade do corpo do hospedeiro é que o nematóide libera as bactérias que se multiplicam rapidamente matando o in- seto dentro de 22 a 48 horas. O nematóide alimenta-se das bac- térias, decompondo o tecido do hospedeiro, atinge a forma adulta e produz sua progênie. * Quando a fonte de alimento se esgota, é produzido o estadio infectivo do nematóide. Eles saem do hospedeiro e movem-se através do solo e procuram novos hospedeiros. O ciclo completo da infecção até a liberação de formas infectivas, varia de 7 a 12 dias (THIOHOD, 1993)

* A atividade do nematóide no hospedeiro leva a exaustão nutricional * A morte rápida do hospedeiro permite aos nematóides explorarem uma variedade de insetos que transpõe quase todas as ordens de insetos, um espectro de atividade que vai bem além de qualquer outro agente de controle microbiológico. (GREWAL et al, 2001) * A atividade do nematóide no hospedeiro leva a exaustão nutricional ou desorganização dos tecidos. Como conseqüência o hospedeiro tem sua atividade reduzida, crescimento retardado, baixa fcundidade e esterilidade. (COPPEL et al., 1977)

* Especificidade- funciona em três níveis: 1- provisão de fatores que aumentem a recuperação de um juvenil infectivo para um estádio de não alimentação; 2- provisão de nutrientes essenciais para o nematóide através das bactérias; 3- capacidade de retenção do nematóide juvenil infectivo que não se alimenta. (GREWAL et al, 2001)

UTILIZAÇÃO DE NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS (NEPs) NO CONTROLE DE INSETOS

Instituto Biológico da Agência Paulista de Tecnologia Ceib Duas pragas sob combate: a cigarrinha da raiz da cana e o gorgulho da goiaba .

• O Ceib (cento experimental do Instituto Biológico) em Campinas/SP Instalação da primeira biofábrica (bioinseticida) de nematóides do Brasil para controle biológico de insetos noscivos às lavouras. • As pesquisas utilizam Steinernema, que ataca larvas de insetos em viveiros, e Heterorhabditis, que ataca larvas de besouro e mariposas no campo. Projetos - controle de insetos do solo que atacam raízes da cana, de mudas de citros, plantas ornamentais e cogumelos; - seleção de nematóides e desenvolvimento de meios para cultivo em laboratório, além de técnicas para produção em larga escala. Luís Garrijó Leite Fonte: Jornal o Estado de São Paulo

Bicudo da cana-de-açúcar, Sphenophorus levis Larva Adulto

Juvenis infectivos do nematóide Seinernema sp. emergindo do adulto de Shenophorus levis morto pela combinação nematóide-thiamethoxam

Larva de Sphenophorus levis infectada pelo nematóide Heterorhabditis sp., dentro do rizoma da cana-de-açúcar.

EFEITO DOS AGROQUÍMICOS NOS NEPs Universidade Federal de Lavras (UFV) • uso de nematóides para controle de pragas subterrâneas do cafeeiro (cochonilha da raiz do café). A multiplicação é feita em larvas da mariposa Gelleria mellanella EFEITO DOS AGROQUÍMICOS NOS NEPs * Os NEPs parecem ser compatíveis com muitos, mas não todos os fungicidas, herbicidas, acaricidas, nematicidas. Infectivos juvenis são tolerantes a uma cura exposição (2-6h) a maioria dos agroquímicos. Alguns pesticidas podem diminuir seu poten- cial de infectividade e sobrevivência (GREWAL ET AL., 2002)

Considerações Finais Os NEPs têm enorme potencial para utilização no controle de insetos. Especialmente os gêneros Steinernema e Heterorhabditis, já amplamente utilizado em muitos países no controle biológico de pragas. Entretanto, especialmente no Brasil, é necessário mais pes- quisas para uma aplicação mais ampla e efetiva no controle de pragas. O controle Biológico é de suma importância, uma vez que é somente através do manejo adequado dos seres vivos envolvidos no processo de produção agrícola, bem como do ambiente onde vivem, é que possível resgatar o equilíbrio dos ecossistemas. Isto conseqüen- temente irá reverter em produção de alimentos mais saudáveis e com ganho na produtividade.