Síndrome de Waardenburg Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Síndrome de Waardenburg Seminário Genética II Pedro Nunes Boechat
Histórico Em 1951, Petrus Johannes Waardenburg descreveu uma síndrome com as seguintes características: Distopia canthorum (deslocamento lateral do canto medial dos olhos e dos pontos lacrimais) Blefarofimose (estreitamento da fenda palpebral) Raiz nasal larga e proeminente Hipertricose da parte medial das sobrancelhas Mecha branca frontal Heterocromia Surdez
Classificação 4 tipos: Tipo I: mais comum Tipo II: apresenta surdez e heterocomia Tipo III: Síndrome de Klein-Waardenburg Tipo IV: Síndrome de Shah-Waardenburg
Etiologia-WS1 Herança autossômica dominante Mutação no gene PAX3 (2q35): importante na formação do tubo neural
Etiologia
Etiologia Expressividade variável Penetrância baixa Prevalência: 1 : 20.000 a 1 : 40.000 Desprovida de preferência por sexo, grupos étnicos, cor, idade.
História Clínica A perda auditiva neurossensorial de 47% -58% Heterocromia 15% -31% Olhos azuis hipoplásicos15% -18% Mecha branca frontal 43% -48 Envelhecimento precoce 23% -38 Leucodermia 22% -36% Raiz nasal proeminente 52%
História clínica Outros achados: Fendas palatinas e labiais Espinha bífida Vertigem Tontura
Diagnóstico Clínico Critérios: 2 maiores ou 1 maior + 2 menores
Diagnóstico Clínico Critérios Maiores: Perda auditiva neurossensorial congênita Mecha branca frontal ou hipopigmentação do cabelo Heterocromia Parente de primeiro grau afetado Distopia canthorum, o índice W >1,95
Diagnóstico Clínico Cálculo da distância cantal: X = (2a – 0.2119c + 3.909)/c Y = (2a – 0.2479b + 3.909)/b W = X + Y + a/b distância cantal interna (a), distância interpupilar (b), e a distância cantal exterior (c)
Diagnóstico Clínico Critérios Menores: Hipopigmentação da pele (leucodermia congênita) Hiperplasia da porção medial do supercílio(sinofris) Fronte nasal proeminente Cabelo cinza prematuro (antes dos 30 anos)
Diagnóstico Audiometria (determina a extensão da lesão) Biópsia do cólon Testes genéticos: -análise da sequência de DNA -análises de duplicações/deleções: PCR, PCR-t, MLPA
Estratégia Para confirmar o diagnóstico clínico: -seqüenciamento PAX3 é executada em primeiro lugar. -teste de exclusão agora é recomendado para aqueles indivíduos que preencham os critérios clínicos de diagnóstico para WS1 e não têm a mutação detectada por seqüenciamento PAX3.
Diagnóstico diferencial Piebaldismo Outras causas de surdez congênita
Manejo Clínico Principal foco do tratamento: surdez Equipe multidiscilplinar: - Otorrinolaringologista - Pediatra - Fisioterapeuta - Geneticista - Fonoaudióloga
Manejo Clínico Prevenção: ácido fólico na gravidez para mulheres com risco aumentado de ter um filho com WS1, dado o risco possivelmente maior de defeitos do tubo neural
Aconselhamento genético Maioria tem pais afetados. Nos caos em que não há pais afetados(minoria) presume-se que exista uma mutação nova. Cada criança de um indivíduo com WS1 tem 50% de chance de herdar a mutação causadora da doença. O risco para os irmãos depende do status genético dos pais. Se um dos pais é afetado, o risco para os irmãos é de 50%. Se nenhum dos pais tem quadro clínico de WS1, o risco é baixo.
Teste pré-natal Diagnóstico pré-natal em gestações de risco é possível pela análise de DNA extraído de células fetais obtidas por amniocentese realizada normalmente em cerca de 15-18 semanas de gestação ou biópsia de vilo corial (BVC), cerca de 10-12 semanas de gestação. Teste pré-natal raramente é solicitado, tendo em conta a variabilidade clínica, mesmo dentro das famílias.
www.scielo.br/pdf/rboto/v69n1/a19v69n1.p df http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fc gi?book=gene&part=ws1 http://img.medscape.com/pi/emed/ckb/der matology/ http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/ar ticle/001428.htm