FEBRE PELO VÍRUS ZIKA José Wilson Zangirolami Infectologista GVE XXI

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FEBRE PELO VÍRUS ZIKA José Wilson Zangirolami Infectologista GVE XXI Faculdade de Medicina da UNOESTE.
FEBRE PELO VÍRUS ZIKA José Wilson Zangirolami Infectologista GVE XXI
Transcrição da apresentação:

FEBRE PELO VÍRUS ZIKA José Wilson Zangirolami Infectologista GVE XXI Faculdade de Medicina da UNOESTE

CVE-SP nota informativa maio 2015 Introdução doença causada pelo vírus Zika (ZIKV) arbovírus do gênero flavivírus filogeneticamente próximo ao vírus da dengue, ao vírus da febre amarela, à encefalite por Saint Louis ou ao vírus do Nilo Ocidental vírus RNA com duas linhagens Africana e Asiática. CVE-SP nota informativa maio 2015

CVE-SP nota informativa maio 2015 Histórico isolado em 1947, na floresta Zika em Uganda 2007: o primeiro surto fora da África e Ásia 185 casos suspeitos na ilha de Yap, na Micronesia. 2013: Polinésia Francesa e diversas ilhas da Oceania. cerca de 10.000 casos 70 casos graves com complicações neurológicas (síndrome de Guillain Barre, meningoencefalite) auto-imune (púrpura trombocitopênica, leucopenia) CVE-SP nota informativa maio 2015

Distribuição geográfica África Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quênia, Somália e Burkina Faso Ásia Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia Oceania Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook Casos importados de febre pelo vírus Zika Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, Austrália e Chile SVS Min. Da Saúde boletim epidemiológico nº26 2015

SVS Min. Da Saúde boletim epidemiológico nº26 2015

Distribuição geográfica Américas Desde o ano passado, 18 países e territórios com circulação autóctone: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, São Martinho, Suriname e Venezuela.  novembro de 2015 a janeiro de 2016: transmissão local detectada em 14 novos países. OPAS/OMS atualização epidemiológica 17/01/2016

OPAS/OMS atualização epidemiológica 17/01/2016

Distribuição geográfica Brasil 29/04/2015: Universidade Federal da Bahia (UFBA) identifica ZIKAV por meio de RT-PCR em oito de 25 amostras da região de Camaçari/BA. 09/05/2015: Fiocruz/PR identifica ZIKAV, pela mesma técnica em oito de 21 amostras, provenientes de Natal/RN. 20/05/2015: Instituto Adolfo Lutz/SP notifica detecção de um caso em Sumaré/SP, e posteriormente outro em SJRP. A partir dessa data, outros estados vêm identificando a circulação de casos suspeitos de febre do Zika Vírus. Até a SE 52: 19 Unidades da Federação confirmaram laboratorialmente autoctonia da doença Ministério da Saúde – boletim epidemiológico 47-3 2016

Transmissão e Incubação principal vetor é o Aedes aegypti. também é descrita: ocupacional em laboratório de pesquisa perinatal e sexual. Após a picada de mosquito, os sintomas da doença aparecem de três a doze dias. CVE-SP nota informativa maio 2015

Quadro Clínico febre baixa, artralgia, mialgia, cefaleia, sinais e sintomas mais comuns menor frequência febre baixa, artralgia, mialgia, cefaleia, exantema maculopapular, edema de membros inferiores, hiperemia conjuntival não purulenta. dor retro-orbital, anorexia, vômitos, diarreia, dor abdominal pode ser assintomática. CVE-SP nota informativa maio 2015

CVE-SP nota informativa novembro 2015 Definição de Suspeito pacientes que apresentem exantema maculopapular pruriginoso acompanhado de DOIS ou mais dos seguintes sinais e sintomas: Febre Hiperemia conjuntival sem secreção e prurido Poliartralgia Edema periarticular a confirmação de um caso autóctone de infecção por ZIKV será suficiente para considerar que o município tem a transmissão CVE-SP nota informativa novembro 2015

CVE-SP nota informativa maio 2015

CVE-SP nota informativa novembro 2015 Diagnóstico pesquisa do RNA viral do ZIKV por Reação em Cadeia da Polimerase, com Transcriptase Reversa, em Tempo Real (RT-PCR). Não há ainda testes sorológicos disponíveis para pesquisa de anticorpos. CVE-SP nota informativa novembro 2015

SVS Min. Da Saúde boletim epidemiológico nº26 2015

CVE-SP nota informativa maio 2015 Tratamento doença autolimitada com duração de 4 -7 dias não há tratamento específico sintomático e de suporte: repouso, ingestão de grandes quantidades de fluidos uso de acetaminofeno para febre e dor Antihistamínicos para erupções pruriginosas Não recomendável ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórias por risco de hemorragia, como ocorre com outros flavivírus. CVE-SP nota informativa maio 2015

Complicações neurológicas 18/01/2016: OPAS/OMS aumento de anomalias congênitas, Síndrome de Guillain Barré e outras manifestações autoimunes em áreas onde circula o ZKV julho de 2015: Bahia 76 pacientes com síndromes neurológicas, dos quais 55% (42) confirmados como Síndrome de Guillain Barré. 62% (26) tinham histórico de sintomas compatíveis com infecção pelo ZKV. novembro de 2015: Pernambuco encontradas infecções por zika em sete amostras de pacientes com síndrome neurológica. janeiro de 2016: El Salvador aumento incomum de casos de Síndrome de Guillain Barré de 14 por mês para 46 casos dos quais dois morreram Em 22 pacientes cuja informação estava disponível, 54% (12) tiveram doença exantemática febril entre sete e 15 dias antes do início da SGB. OPAS/OMS atualização epidemiológica 17/01/2016

Casos de microcefalia 2010 2014

SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia 28/11/2015: Ministério da Saúde reconheceu a relação entre o aumento na prevalência de microcefalias no Brasil com a infecção pelo vírus Zika durante a gestação identificação do vírus em líquido amniótico de duas gestantes da Paraíba identificação de vírus Zika em tecido de recém-nascido com microcefalia que evoluiu para óbito no estado do Ceará 29/11/2015 mudou a classificação desse evento para potencial Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

Microcefalia Microcefalia relacionada ao ZKV está sendo descrita pela primeira vez na história com base no surto que está ocorrendo no Brasil. Caracteriza-se pela microcefalia com ou sem outras alterações no Sistema Nervoso Central (SNC) em crianças cuja mãe tenha histórico de infecção pelo vírus Zika na gestação. O período embrionário é considerado o de maior risco para as complicações da infecção, mas podem ocorrer durante toda a gestação. O perfil de gravidade das complicações da infecção pelo vírus Zika na gestação dependerá de um conjunto de fatores: estágio de desenvolvimento do concepto, relação dose-resposta, genótipo materno-fetal e mecanismo patogênico específico de cada agente etiológico. A microcefalia pode ser acompanhada de: epilepsia, paralisia cerebral, retardo no desenvolvimento cognitivo, motor e fala, problemas de visão e audição SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

Microcefalia As vigilâncias dos estados e municípios deverão realizar a detecção de casos de: Gestante com possível infecção pelo vírus zika durante a gestação Feto com alterações do SNC possivelmente relacionada a infecção pelo vírus Zika durante a gestação Aborto espontâneo decorrente de possível associação com infecção pelo vírus Zika, durante a gestação Natimorto decorrente de possível infecção pelo vírus Zika durante a gestação Recém-nascido vivo (RNV) com microcefalia possivelmente associada a infecção pelo vírus Zika, durante a gestação SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

Microcefalia Investigação laboratorial. Recomenda-se os seguintes exames complementares: Hemograma Dosagem sérica de AST/TGO e ALT/TGP Dosagem sérica de bilirrubinas direta/indireta Dosagem de ureia e creatinina Dosagem sérica de lactato desidrogenase e outros marcadores de atividade inflamatória (proteína C reativa, ferritina) Ecocardiograma Avaliação oftalmológica com exame de fundo de olho Exame de emissão otoacústica Ultrassonografia de abdômen Tomografia de crânio computadorizada sem contraste Pesquisar STORCH Sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus e herpes simplex. SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

SVS MS protocolo de vigilância e resposta à microcefalia

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