Epilepsias Gustavo Ganne
Conceito Epilepsia: Conjunto de doenças que cursam com crises epiléticas recorrentes sem relação com condições tóxicometabólicas ou febris. Crise epiléptica: Descarga elétrica anormal excessiva e transitória das células nervosas, resultantes da movimentação iônica através da membrana celular
Epidemiologia 5% da humanidade terá uma crise epiléptica durante a vida Epilepsia: Prevalência de 2% em países em desenvolvimento e de 1% em países desenvolvidos Incidência bimodal: Infância e 55 a 75 anos.
Fisiopatologia Descargas anormais síncronas de uma rede de neurônios Membranas neuronais anormais/desequilíbrio entre excitação e inibição Epilepsia distúrbio de redes neuronais
Crises epilépticas Parcial simples: Sem alteração da consciência, podem haver sintomas sensoriais, autonômicos ou psicoilusórios. Fenômenos motores: abalos clônicos, crises tônicas focais. Com ou sem paresia de membro afetado no estado pós-ictal
Parcial complexa: Alteração da consciência: não responsividade, olhar distante. Automatismos oroalimentares (mastigar, estalar os lábios e engoli) Perseveração Estado pós ictal: Confusão e desorientação
Ausência (pequeno mal) Lapsos curtos e sucessivos da consciência (< 10s) Pode ocorrer diversas vezes ao dia
Crise tônico-clônico generalizada (Grande mal): Perda da consciência Fase tônica seguida de fase clônica Salivação e liberação esfíncteriana Duração < 90s Estado pós-ictal com letargia e confusão mental
Crise mioclônica: Abalos clônicos bilaterais e simétricos Sem perda da consciência
Crise atônica: Atonia súbita de todo o corpo levando à queda Consciência é preservada
Síndromes epilépticas Epilepsia secundária Convulsões febris Epilepsia parcial benigna da infância: 4 a 13 anos, crises parciais simples durante o dia e TCG durante a noite. Desaparecimento dos sintomas após a fase aguda.
Pequeno mal epiléptico: 4 a 12 anos. Crises de ausência Pequeno mal epiléptico: 4 a 12 anos. Crises de ausência. Está associada ao Grande Mal Epiléptico em 30 a 50% dos casos. Grande Mal Epiléptico: 10% dos casos, crises TCG não precedidas por crises parciais
Epilepsia Mioclônica Juvenil: 7% dos casos, incidência dos 8 aos 20 anos. Crises mioclônicas pela manhã que frequentemente evoluem para uma crise tônico-clônica generalizada. Epilepsia do Lobo temporal: Sd. Epiléptica mais comum do adulto (40% dos casos). Crises parciais complexas recorrentes. Alguns pacientes podem apresentar amnésia anterógrada crônica e distúrbios da personalidade. Esclerose hipocampal é o marco da doença
Sd. Lennox-Gestaut: Crises mistas associadas ao retardo mental e encefalopatias infantis pós anóxia. Sd. West: Espasmos Infantis
Diagnóstico Anamnese: Foco em início e tipo da crise EEG: Confirma diagnóstico, classifica síndromes e crises, monitora evolução Neuroimagem: detecta tumores e alterações anatômicas como atrofia hipocampal
Tratamento medicamentoso Pequeno mal epiléptico: Etossuximida ou valproato Pequeno mal + Grande mal: Valproato Grande mal: Carbamazepina, fenitoína, lamotrigina ou valproato Parcial simples ou complexa: Carbamazepina, fenitoína, lamotrigina ou valproato Parcial com generalização secundária: Carbamazepina, fenitoína, lamotrigina ou valproato Mioclônica Juvenil: Valproato que pode ser associado ao clonazepam
Falha no tratamento medicamentoso 25 a 30% dos pacintes são refratários ao tratamento medicamentoso Amígdalo-hipocampectomia, lobectomia temporal anterior Dieta cetogênica: Epilepsias refratárias da infância Estimulação do nervo vago pode reduzir frequencia das crises em pacientes sem indicação cirúrgica