A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

COMPLEXIDADE: UM NOVO PARADIGMA PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS?

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "COMPLEXIDADE: UM NOVO PARADIGMA PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS?"— Transcrição da apresentação:

1 COMPLEXIDADE: UM NOVO PARADIGMA PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS?
(Uma leitura a partir da Geografia Política)

2 BIBLIOGRAFIA CASTELLS, M. A sociedade em rede. SP, Paz e Terra, 1999, pp CASTORIADIS, C. A instituição imaginária da sociedade. SP, Brasiliense, 1982. FEYERABEND, P. Contra o método. RJ, Francisco Alves, 1977. FONT, J.N. e RUFÍ, J.V. “Geopolítica da complexidade”, in Geopolítica, identidade e globalização. SP, Annablume, 2006. FOUCAULT, M. A ordem do discurso. SP, Loyola, 1996. KUHN, T. A estrutura das revoluções científicas. SP, Perspectiva, 1974. MONOD, J. O acaso e a necessidade. Petrópolis, Vozes, 1976. MERLEAU-PONTY, M. As aventuras da dialética. MORIN, Edgar. Introduction à la pensée complexe. Paris, Seuil, 2005. MORIN, E. e Outros. O problema epistemológico da complexidade. Lisboa, Europa-América, 1991. MORIN, E. e Outros. Educar na era planetária. SP, Cortez/Unesco, 2003. NASCIMENTO, E.P. e PENA-VEGA, A. (Org.). O pensar complexo. RJ, Garamond, 1999. PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas. SP, Unesp, 1996.

3 O PENSAMENTO COMPLEXO: um novo paradigma e/ou método?
1. O cartesianismo e a ênfase no método 2. O positivismo e o fetiche dos fatos 3. A dialética e a visão teleológica do real 4. Os debates entre Razão analítica e Razão dialética 5. A mecânica quântica, o teorema de Gödel, a teoria do caos e o indeterminismo na física e na matemática 6. Khun e a teoria dos paradigmas; Feyerabend e o anarquismo metodológico; Castoriadis, Morin e outros criticando tanto a dialética quanto a lógica identitária

4 O positivismo lato sensu, de Decartes, Laplace, Comte e outros
* Ênfase no método [do grego, methodos, met' hodos que significa literalmente "caminho para chegar a um fim“] como critério de cientificidade, além da crença num único método científico; * A Física como modelo (Sociologia, segundo Comte, seria uma “Física do social”)

5 Para René Descartes o método consistia numa série de regras simples:
a dúvida; a decomposição em partes menores (análise); a hierarquia do simples até o complexo;  e a sistematização.

6 Para o positivismo comteano as ciências teriam fronteiras rígidas, cada uma tendo o seu “objeto de estudos” particular e único. Mas a realidade no fundo seria uma só, perscrutável pelo método científico As ciências deveriam se ater aos “fatos” e somente a eles, evitando qualquer metafísica.

7 “Nem todos concordam com o que seja método científico
“Nem todos concordam com o que seja método científico. E nem todos acreditam que ele possa estender seu braço além do seu berço, a ciência da natureza. Seu pai, Galileu, não se conforma com a observação pura e tampouco com a conjectura arbitrária. Galileu propõe hipóteses e as submete à prova experimental. Galileu engendra o método científico moderno, mas não enuncia seus passos e nem faz sua propaganda (...) A partir de Galileu introduziram-se várias modificações no método científico. Uma delas é o controle estatístico dos dados (...) Uma investigação procede de acordo com o método científico se cumpre as seguintes etapas: (1) Descobrimento do problema ou lacuna num conjunto de conhecimentos. (2) Colocação precisa do problema. (3) Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema. (4) Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados. (5) Invenção de novas idéias. (6) Obtenção de uma solução. (7) Investigação das conseqüências da solução obtida. (8) Prova (comprovação) da solução. (9) Correção das hipóteses.” (MARIO BUNGE)

8 “Na realidade, a crença de que podemos começar com observações puras, sem nada que se pareça com uma teoria, é absurda. A observação sempre é seletiva. Necessita um objeto elegido, uma tarefa definida, um interesse, um ponto de vista ou um problema (...) O problema ‘O que vem primeiro, a hipótese ou a observação?’, é solúvel como o problema ‘Quem vem primeiro, o ovo ou a galinha?’. A resposta à última interrogação é ‘Um tipo primitivo de ovo’, e a resposta ao primeiro é ‘Um tipo primitivo de hipótese’ (...) A ciência, assim, deve começar com mitos e com a crítica de mitos; não com o resultado de observações nem com a invenção de experimentos, mas sim com a discussão crítica de mitos e de técnicas e práticas mágicas (...) É possível resumir tudo o que foi dito afirmando que o critério para estabelecer o status científico de uma teoria é a sua refutabilidade ou sua testabilidade. O que temos proposto, então, é que não existe um procedimento mais racional do que o método do ensaio e erro, de conjecturas e refutações: de propor teorias intrepidamente; de fazer todo o possível para provar que estão erradas; e de aceitá-las provisoriamente, se nossos esforços críticos fracassam.” (KARL POPPER)

9 “A idéia de que a ciência pode e deve ser elaborada com obediência a regras fixas e universais é quimérica e perniciosa (...) Os cientistas não resolvem problemas por possuírem uma metodologia, mas porque estudaram o problema por longo tempo e conhecem bem a situação, porque não são tolos (embora caiba duvidar disso hoje em dia, quando quase qualquer pessoa pode tornar-se um cientista) e porque os excessos de uma escola científica são quase sempre contrabalançados pelos excessos de alguma outra escola. Além disso, os cientistas só raramente resolvem os problemas; eles cometem erros numerosos e oferecem, freqüentemente, soluções impraticáveis (...) A ciência é um empreendimento essencialmente anárquico. O único princípio que não inibe o progresso é: vale tudo. Devemos recorrer a todas as idéias, todos os métodos e não apenas a um número reduzido deles. A asserção de que não há conhecimento fora da ciência moderna é outro conto de fadas. As tribos primitivas faziam classificações de animais e plantas mais minuciosas que as da zoologia e da botânica de nosso tempo; conheciam remédios cuja eficácia espanta os médicos (e a indústria farmacêutica já aqui fareja uma nova fonte de lucros); dispunham de meios de influir sobre os membros do grupo que a ciência por longo tempo considerou inexistentes; resolviam difíceis problemas por meios ainda não perfeitamente entendidos (construção de pirâmides, viagem dos polinésios).” (PAUL FEYRABEND)

10 Problemas da dialética hegelo-marxista:
1. Teleologia = a história com um sentido e com um agente realizador pré-definidos 2. Essencialismo = existiria uma “essência” nos fenômenos, captável pela teoria 3. Crença numa totalidade fechada e esquematizável 4. Pretensão vã de denegar a lógica formal “Quando se lê a Crítica da Razão Dialética [de Sartre] é difícil deixar de sentir que o autor hesita entre duas concepções de dialética. Ora ele opõe razão analítica à dialética como o erro e a verdade, como o diabo e o bom Deus; ora as duas razões aparecem complementares: caminhos diferentes que conduzem às mesmas verdades. Além da primeira concepção desacreditar o saber científico (...) ele contém um paradoxo, por que a obra é o resultado do exercício, pelo autor, de sua própria razão analítica: ele define, distingue, classifica e opõe.” (Claude LÉVI- STRAUSS)

11 “A palavra dialógica não é uma palavra que permite evitar os constrangimentos lógicos e empíricos como a palavra dialética. Ela não é uma palavra-chave que faz com que as dificuldades desapareçam, como fizeram, durante anos, os que usavam o método dialético. “ Edgar MORIN)

12 A dialética denega o espaço em prol do tempo (da História) supervalorizado:
“Dever-se-ia fazer uma crítica dessa desqualificação do espaço que reina há numerosas gerações. O espaço é o que estava morto, congelado, não dialético, imóvel. Em contrapartida, o tempo era rico, fecundo, vivo, dialético (...) Quando se falava em termos do espaço era porque se era contra o tempo, se “negava a história” como diziam os tolos (...) [Na verdade] a descrição espacializante abre para a análise dos efeitos do poder.” (Michel FOUCAULT)

13 Principais traços da complexidade (I):
Pluralismo; - Aceitação do acaso e da indeterminação; Admite o simples (eventualmente), mas critica a simplicação e também a complicação; [Simples não é o oposto de Complexo e sim de Complicado. E complexo não é o contrário de simples e sim de simplista]

14 Principais traços da complexidade (II):
Busca de uma unidade (globalidade) mais aberta e indefinida que a totalidade hegelo-marxista; - Todo sistema é inacabado ou “aberto”;

15 Principais traços da complexidade (III):
- Apesar de valorizar a razão (racionalismo) e a lógica, não aceita o seu predomínio absoluto, admitindo a importância epistemológica das emoções, da intuição, da sensibilidade, da criatividade, etc., além de aceitar o fato de que algumas características do real podem ser contraditórias ou diferentes do pensamento lógico (seja ele formal ou dialético).

16 ALGUMAS CITAÇÕES “O caminho se faz ao caminhar” (Antonio Machado)
“O pensamento complexo reconhece simultaneamente a necessidade e a impossibilidade de uma totalização, ou unificação, ou síntese. Ele tende a essa unificação ou totalização ao mesmo tempo em que luta contra essa pretensão, com a consciência plena e irremediável do inacabamento de todo conhecimento” (Edgar Morin) “Toda descoberta real determina um método novo, portanto deve arruinar um método anterior” (Gaston Bachelard)

17 “Durante muito tempo pensou-se que o conhecimento científico era o espelho da realidade, o espelho do mundo. Havia três idéias poderosas, hoje questionadas: ordem, separabilidade e razão. O universo seria ordenado, numa ordem mecânica (baseada na física clássica), e se existisse algum acaso, isso seria apenas o fruto do nosso conhecimento ainda insuficiente, pois o acaso não existiria na realidade, seria irracional. O princípio da separação, formulado por Descartes, estabelecia uma necessidade de decompor ou separar a realidade para melhor a conhecer. Disso resultou na separação das disciplinas umas em relação às outras, sem levar em conta as interferências entre os problemas estudados. Também o observador, o sujeito, era visto como separado ou fora da sua observação, a realidade ou o objeto. E por fim o primado absoluto da Razão, com base na lógica clássica e na matemática [vista como “conhecimento exato”], encontrou os seus limites quando Godel mostrou que algumas formulações matemáticas avançadas são ilógicas ou contraditórias, quando Heisemberg estabeleceu o princípio da indeterminação na física, quando Eisntein mostrou que não existe velocidade absoluta e nem separação entre tempo e espaço, quando vários cientistas descobriram que existe o acaso ou a indeterminação no real(...) Caminhamos hoje em direção a uma razão aberta, tentando penetrar nesse universo novo. Não se trata de substituir a certeza pela incerteza, a separação pela inseparabilidade ou a lógica clássica por não sei o que... Trata-se de um diálogo entre a certeza e a incerteza, entre separação e inseparabilidade, entre o acaso e a necessidade.” (Edgar Morin)

18 “A lógica clássica é insuficiente, mas não podemos prescindir dela num pensamento complexo. Complexidade não é simplificação ao contrário [isto é, complicação]. Não devemos cair na armadilha hegeliana de um pensamento “superador” das contradições, como se elas necessariamente tivessem que ser “resolvidas” num processo unívoco. Nenhuma lógica pode tornar “lógica” a contradição. Mas podemos aceitá-las. Devemos pensar com e contra as contradições. Não podemos eliminar as contradições e tampouco a incerteza(...)” “Totalidade e Globalidade não são a mesma coisa. Totalidade evoca algo completo em si mesmo, num sentido absoluto, fechado. Por outro lado o termo globalidade sublinha a natureza relacional do pensamento sistêmico-organizacional, portanto um pensamento de abertura. Não existem sistemas fechados e tampouco podemos clausurar [fechar, encarcerar] totalmente os conceitos.” (Emílio Roger).

19 “Não há uma pergunta que resida em nós e uma resposta que esteja nas coisas, um ser exterior a descobrir e uma consciência observadora: a solução está também em nós e o próprio ser é problemático. Há algo da natureza da interrogação que se transfere para a resposta.” (Maurice Merleau-Ponty) “Se o método, no sentido profundo do termo, pudesse ser unificado por toda a parte, a diversidade das regiões [do real, do conhecimento] se reduziria a algo aparente. Uma tal unificação mais ou menos direta dos métodos [científicos] parece fora de questão hoje e talvez para sempre.” (Cornelius Castoriadis)

20 Na Geografia Política o paradigma da complexidade implica em:
1. No político há uma lógica (determinações) e uma contingência (acaso, a criação do novo, o livre-arbítrio...) 2. Existem elementos nomotéticos (“leis”, conceitos gerais) e idiográficos (o único e irrepetível) 3. O espaço não é só “palco”ou condições mais ou menos favoráveis (localização absoluta e relativa, dimensões, meio ambiente e recursos naturais, relações com a cultura e a história...), mas também um instrumento para as lutas: exercício do poder no/com o espaço, lutas no/com o espaço


Carregar ppt "COMPLEXIDADE: UM NOVO PARADIGMA PARA AS CIÊNCIAS HUMANAS?"

Apresentações semelhantes


Anúncios Google