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A TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA O fim da década de 60 assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por senhores rurais e grupos.

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1 A TERCEIRA GERAÇÃO: CONDOREIRA O fim da década de 60 assinalou o início de uma crise que atingiu a classe dominante, composta por senhores rurais e grupos de exportadores. As primeiras indústrias, o encarecimento do escravo como mão-de-obra e a utilização de imigrantes nas fazendas de café de São Paulo indicavam mudanças na ordem econômica. Por esta época, começaram a se manifestar as primeiras fraturas na até então sólida visão das elites dirigentes. O nacionalismo ufanista começou a ser questionado. Estudantes de Direito, intelectuais da classe média urbana, escritores, jornalistas e militares se davam conta da existência de uma considerável distância entre os interesses escravocratas e monarquistas dos proprietários de terras e os interesses do resto da população. Foi então que a literatura assumiu uma função crítica. Antônio de Castro Alves superou o extremado individualismo dos poetas anteriores, dando ao Romantismo um sentido social e revolucionário que o aproxima do Realismo. O padrão poético já não é Chateaubriand ou Byron, mas sim o francês Vitor Hugo, burguês progressista, cantor da liberdade e do futuro.

2 CASTRO ALVES Vida: Descendente de uma família tradicional e poderosa do interior baiano - seu pai era médico, formado na Europa - Antônio de Castro Alves nasceu na Fazenda das Cabeceiras, perto da cidade de Curralinho. Quando tinha sete anos, a família mudou-se para Salvador. Lá estudou no Colégio Abílio, que revolucionara o ensino brasileiro pela eliminação dos castigos físicos aplicados aos alunos. Em 1858, morreu-lhe a mãe. Seu irmão mais velho, José Antônio, ficou muito abalado, suicidando-se alguns anos depois. Mas já no início de 1862, Castro Alves estava no Recife, fazendo os preparatórios para a Faculdade de Direito, ainda em companhia do irmão. Conheceu então a famosa atriz portuguesa Eugênia Câmara, de quem se tornou amante aos dezenove anos. Na Faculdade, parecia mais interessado em agitar idéias abolicionistas e republicanas e produzir versos (que obtinham grande repercussão entre os colegas) do que propriamente estudar leis.

3 Após concluir um drama em prosa, Gonzaga, especialmente composto para Eugênia Câmara, seguiu com a atriz rumo a Salvador. Ali os dois receberam espetacular consagração com a estréia da peça no Teatro São João. Estando ele disposto a retornar ao curso de Direito, viajaram para São Paulo, antes parando dois meses no Rio de Janeiro, onde foram celebrados por José de Alencar e Machado de Assis. A temporada paulista durou apenas um ano. O nome de Castro Alves tornara-se uma legenda: ótimo declamador de seus próprios poemas, recitou O navio negreiro e Vozes d'África sob a ovação dos estudantes. Um colega escreveu que Castro Alves "era grande e belo como um deus de Homero". Sua vida afetiva, no entanto, entrou em crise pelas constantes traições à orgulhosa Eugênia Câmara. Ela terminou por abandoná-lo definitivamente. Para esquecer a ruptura, o poeta começou a se dedicar à caça, ferindo-se casualmente no pé, que infeccionou. Levado para o Rio, foi submetido a uma amputação sem anestesia. Depois disso, debilitado, retornou à Bahia, onde viveu por pouco mais de um ano, até que sobreveio a tuberculose fatal. Morreu em fevereiro de 1871, antes de completar vinte e quatro anos. Obras: Espumas Flutuantes (1870); A cachoeira de Paulo Afonso (1876); Os escravos (1883); Gonzaga ou A Revolução de Minas (drama - 1875). Sua obra se abre em duas direções: Poesia social - causas liberais e humanitárias. Poesia lírica - natureza e amor sensual.

4 POESIA SOCIAL Castro Alves é um caso típico do intelectual convertido em homem de ação. Não apenas realizou uma poesia humanitária, como participou ativamente de toda a propaganda abolicionista e republicana. Esse engajamento político muitas vezes prejudica a sua literatura - que se torna mais denúncia do que arte - embora tal problema seja secundário diante da generosidade social do poeta. O jovem baiano tinha consciência de sua posição e de sua situação de letrado, e do papel que poderia exercer dentro da sociedade. Compreendia o significado da educação num país constituído por analfabetos, e foi o primeiro dos grandes românticos a valorizar a imprensa, o livro e a instrução, conforme diz no poema O livro e a América: Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o povo pensar! O livro caindo n'alma É germe - que faz a palma, É chuva - que faz o mar.

5 Castro Alves cantou todas as causas libertárias - a poesia como arma de combate a serviço da justiça e da igualdade - mas o que ficou na memória popular são os seus poemas abolicionistas. A base econômica da sociedade agrária brasileira, na década de 1860, ainda era o escravo, porém as pressões internacionais, somadas às críticas das classes urbanas nacionais e à perspicácia de certos proprietários - que viam a escravidão como anti-econômica - possibilitaram o surgimento das primeiras vozes contestadoras. Castro Alves será a encarnação mais retumbante desse protesto.

6 O condoreirismo Os seus poemas sociais são conhecidos também como condoreiros. "A praça, a praça é do povo, assim como o céu é do condor" - escreve num de seus primeiros trabalhos. É uma metáfora exuberante: o condor voa altaneiro e livre por sobre os Andes. Como exuberantes, indignados e patéticos são parte considerável de seus versos. Ele quer inebriar os jovens liberais com a força bombástica de um discurso metrificado. Quer comover e convencer. Por isso, nem sempre se contenta em dizer o essencial. Acaba caindo na retórica, provocada pelo excesso verbal, por antíteses e hipérboles* em demasia e por várias imagens de mau gosto. É possível, no entanto, compreender que o tom oratório dessas composições tinham uma finalidade pedagógica: feitas para serem declamadas em público, elas deviam se parecer a um discurso que conscientizasse as massas. Daí sua redundância e sua ênfase emocional. Mesmo assim, em vários textos condoreiros, o poeta atingiu uma eloquência pura, vibrátil, "de poderosa sugestão visual e impressão auditiva". O navio negreiro e Vozes d'África se constituem nos mais soberbos monumentos de poesia social do século XIX. E ainda que a escravidão tenha acabado, e este tema não pertença mais a experiência atual, é impossível ao leitor ficar indiferente diante de tamanha densidade dramática. * Hipérbole: figura do exagero

7 O navio negreiro, cujo título geral é Tragédia no mar, começa com uma longa e belíssima descrição do oceano, até que o poeta, postado nas alturas, avista um barco que parece navegar alegremente. Então o poeta solicita ao albatroz ("águia do oceano") que lhe dê suas asas para se aproximar da embarcação. Ao mergulhar por sobre o navio, descobre a realidade em todo o seu horror. As cenas que se sucedem são impressionantes: a violência opressiva dos traficantes; as apóstrofes* exasperadas do poeta, tanto a Deus quanto às forças mais grandiosas da natureza; o repúdio à bandeira nacional que cobre tanta iniqüidade; e, por fim, o apelo aos heróis do Novo Mundo para que dêem um basta à espantosa tragédia: Era um sonho dantesco...O tombadilho

8 Que das luzernas* avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros...estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite Horrendos a dançar... Negras mulheres suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães. Outras, moças... mas nuas, espantadas No turbilhão de espectros arrastadas Em ânsia e mágoa vãs. E ri-se a orquestra, irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doidas espirais... Se o velho arqueja... se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala E voa mais e mais...

9 Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali... Um de raiva delira, outro enlouquece... Outro, que de martírios embrutece, Cantando, geme e ri... No entanto o capitão manda a manobra... E após, fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar, Diz, do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar." (...) Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus! Se é loucura... se é verdade Tanto horror perante os céus... Ó mar! por que não apagas Com a esponja de tuas vagas De teu manto este borrão?... Astros! noite! tempestades! Rolai das imensidades! Varrei os mares, tufão! (...)

10 E existe um povo que a bandeira empresta P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!... E deixa-a transformar nessa festa Em manto impuro de bacante* fria!... Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta Que impudente* na gávea tripudia?!... Silêncio!... Musa! Chora, chora tanto, Que o pavilhão se lave no teu pranto... Auriverde pendão* de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra, E as promessas divinas da esperança... Tu, que da liberdade após a guerra Foste hasteado dos heróis na lança, Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!... (...)

11 ...Mas é infâmia demais... Da etérea plaga* Levantai-vos, heróis do Novo Mundo... Andrada! arranca este pendão dos ares! Colombo! fecha a porta de teus mares!" * Apóstrofe: interpelação direta a alguém * Luzernas: clarões * Bacante: mulher devassa * Impudente: sem pudor * Pendão: bandeira * Plaga: região, país

12 OUTROS POEMAS Curioso é o poema narrativo A cachoeira de Paulo Afonso, composto por uma série de quadros, onde se fundem o lírico e o social. É a história de amor entre dois escravos, Lucas e Maria, que termina com o suicídio de ambos na cachoeira. Uma história melodramática, mas pontilhada de excepcionais descrições da natureza brasileira, como esse Crepúsculo sertanejo: A tarde morria. Nas águas barrentas As sombras das margens deitavam-se longas! Na esguia atalaia* das árvores secas Ouvia-se um triste chorar de arapongas. A tarde morria! Dos ramos, das lascas, Das pedras, do líquen, das heras, dos cardos* As trevas rasteiras com o ventre por terra Saíam, quais negros, cruéis leopardos. A tarde morria! Mais funda nas águas Lavava-se a galha do escuro ingazeiro... Ao fresco arrepio dos ventos cortantes Em músico estalo rangia o coqueiro. (...) Somente por vezes, dos jungles* das bordas, Dos golfos enormes daquela paragem, Erguia a cabeça, surpreso, inquieto, Coberto de limos - um touro selvagem. Cardo: planta espinhosa, Jungle: mata espinhosa

13 Um Verdadeiro Defensor dos Escravos? Nas últimas décadas, tornou-se moda acusar Castro Alves de ter apenas piedade do escravo e de não vê-lo integrado no processo produtivo. Sendo assim, seu condoreirismo estaria impregnado dos preconceitos da burguesia branca contra o negro. Tal visão é ridícula. Basta atentarmos para poemas como Saudação a Palmares e Bandido Negro. No último, há inclusive um refrão verdadeiramente revolucionário para uma época em que o escravo que levantasse o braço contra o seu senhor era punido com ferocidade: Cai, orvalho de sangue do escravo, Cai, orvalho, na face do algoz. Cresce, cresce, seara vermelha, Cresce, cresce, vingança feroz.

14 REALISMO E NATURALISMO

15 Diferença entre "realismo“ e "Realismo" Pode ser empregado toda vez que a arte/artista procura expressar o mundo de maneira objetiva, deixando a imaginação e o subjetivismo em segundo plano. Assim, pode- se falar em realismo sempre que uma obra procura reproduzir de forma objetiva a vida real, tendo como assunto o mundo contemporâneo do artista. Um exemplo desse realismo é a obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, que, apesar de ser classificada, devido as suas características, como uma obra Modernista, procura retratar a dura realidade do sertão nordestino. Pode-se dizer que essa obra é incidentalmente realista, uma vez que mostra a imagem crua da realidade, sobretudo aquela que diz respeito à vida e aos instintos.

16 Já "Realismo" e "Realista” definem o movimento literário, surgido em meados do século XIX, em oposição ao Romantismo e aos excessos do lirismo e da imaginação. Isto significa que esse movimento se baseia em um preciso programa estético, que pressupõe estreito vínculo entre a Arte, a Ciência e A Filosofia. O termo Realismo é de origem francesa. Ele foi usado pela primeira vez em 1855 pelo pintor Gustave Courbet, que intitulou sua exposição de arte, realizada em Paris, como Le Réalisme. O primeiro romance que refletiu essa nova tendência foi Madame Bovary(Realismo -1857) de Gustave Flaubert, seguido por Thérèse Raquim (Naturalismo -1867), de Emile Zola.

17 O vagão de terceira classe – J. B. Daumier. Em primeiro plano, a penúria; no plano posterior, de costas para o sofrimento, os que viajam em outras classes. As diferenças sociais foram em tema frequente nas obras realistas e naturalistas.

18 Características Objetividade: o que interessa é o objeto, o não-eu. Retratar as personagens como eram por meio de análises, descrição, observação (valorização da ciência, da pesquisa). Racionalismo: em oposição à emoção e ao sentimentalismo, havia uma preocupação com a verdade; Impessoalidade (ou impassibilidade): o escritor deve manter a neutralidade diante daquilo que está narrando, e, dentro de alguns limites, jamais confundir sua visão particular com a visão e os motivos das personagens. Por isso mesmo, há um predomínio das narrativas em terceira pessoa ("Raskolnikov puxou o ferrolho, entreabriu a porta...") sobre as narrativas em primeira pessoa ("Eu puxei o ferrolho..."). A terceira pessoa favorece a impressão de que as personagens realizam seus destinos sem a interferência do sujeito que as criou. Flaubert diz que o autor, em sua obra, deve ser como um Deus no universo: onipresente e invisível.

19 Características Contemporaneidade: retrata o presente Crítica à burguesia: Descrição da realidade externa, tal como é. Ataque à burguesia conservadora – casamento, a família, o amor, a religião são colocados em xeque e ironizados; reinam o pessimismo ( Shopenhauer – viver é sofrer), final infeliz, o adultério, a hipocrisia e as segundas intenções. Narrativa lenta, minuciosa e a ação e o enredo perdem a importância para a caracterização das personagens; (predomínio da descrição sobre a narração). Predomínio da denotação – a metáfora é colocada em segundo plano. Preocupação formal – busca-se a clareza, o equilíbrio, a harmonia de composição (estilo baixo, porém sério) Exaltação sensorial – o romântico apreendia o mundo com o coração, com o sentimento; o realista é sensorial: precisa ver, apalpar, cheirar, experimentar fisicamente.

20 Características Sexualização do amor – o amor perde a conotação espiritualizante e dá-se ênfase ao aspecto físico. Personagens esféricas (redondas) – enquanto no Romantismo as personagens tendiam a ser lineares (planas), ou seja, construídas ao redor de uma única ideia ou qualidade - o Realismo valoriza as personagens esféricas, que apresentam várias qualidades, que repelem qualquer simplificação.

21 Pontos divergentes O romance naturalista começa onde para o realista. Ex: Adultério Realista - cerra as cortinas, uso imaginação; estaca, julga moralmente asqueroso; Naturalista - vai além, acompanha com minúcias, detalhes, mas com interesse de cientista (não como voyeur), sociólogo; invade. Realista analisa problemas sociais – binóculo de um camarote; ou, aproximando-se, com luva de pelica; náusea. Naturalista – coloca luvas de cirurgião, arma-se de instrumentos para perfurar as pústulas para libertar sociedade de graves opressões.

22 NC - 10% (prova do livro) Prova Mensal - 35% Bimestral (T)- 15% Bimestral (D)- 40%


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