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Ensinar o Português a Lusodescendentes: problemas e desafios Rosa Maria Faneca Apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia Co-financiamento.

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1 Ensinar o Português a Lusodescendentes: problemas e desafios Rosa Maria Faneca Apoio financeiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia Co-financiamento do POCI 2010 União Europeia - Fundo Social Europeu Universidade de Aveiro 08/07/2011 Departamento de Educação Mesa redonda: Português Língua Não Materna: investigação e ensino

2 Projeto LEIP Desenvolvimento de competências em língua do território - para uma educação em Português.  Linha 2 – LP e variação: PLNM no sistema educativo português e noutros sistemas educativos; apropriação da variedade normalizada por locutores/aprendentes de outras variedades.

3 Plano da intervenção  Enquadramento teórico;  Objetivos da investigação;  Questões de investigação;  Metodologia;  Corpus de análise;  Síntese dos resultados:  …em relação ao ensino-aprendizagem;  …em relação à LP;  …em relação aos lusodescendentes;  Estratégias de aprendizagem;  Conclusão.

4 Enquadramento teórico (I) Do fenómeno migratório às políticas linguísticas para as Comunidades O fenómeno migratório A especificidade da emigração portuguesa em França Políticas linguísticas do Conselho da Europa

5 In Observatório da Emigração (organização criada em 2008)

6 Enquadramento teórico (II) Contextualização das Associações Associações: funcionamento e finalidades Lusodescendente e desenvolvimento da(s) identidade(s) O professor associativo

7 Enquadramento teórico (III) Ensino do português em contexto associativo (1) Ensino- aprendizagem do Português em França A caminho do conceito de língua A caminho do conceito de representações

8 O caminho do conceito de língua Língua Materna (LM) Língua Não Materna (LNM) Língua Segunda (L2) Língua Estrangeira (LE)

9 O conceito de língua mista Língua Materna (LM) Língua mista Língua Não Materna (LNM) Língua Segunda (L2)Língua Estrangeira (LE)

10 O conceito de língua mista língua francesa língua portuguesa língua mista

11 Conceito de língua Consciência metalinguística

12 Enquadramento teórico (IV) Ensino do português em contexto associativo (2) BilinguismoPlurilinguismoInterculturalidade

13 Objectivos de investigação  Identificar as representações que os lusodescendentes têm do ensino-aprendizagem;  Identificar o perfil linguístico do lusodescendente;  Analisar uma variedade mista da LP - Portu-Francês - realizada por lusodescendentes;  Analisar o processo de aquisição de sua variedade e do estatuto da LP em um contexto francês.

14 Questões de investigação Quais as representações de alunos existentes acerca do ensino/aprendizagem do português? Qual é o estatuto da LP privilegiado pelas Associações? Que tipo de dificuldades tem o lusodescendente em LP? Qual é o grau de competência de comunicação/e a performance linguística dos lusodescendentes em LP? A que competências poderá o professor de LP recorrer para definir estratégias que lhe permitam motivar os seus alunos para a aprendizagem da LP?

15 Metodologia (1) Estudo de cariz qualitativo Estudo de caso Estudar a forma como os sujeitos interpretam e dão sentido à realidade Estudo de cariz quantitativo Analisar intensivamente uma situação particular na sua complexidade Obter generalizações quantificáveis: (sistematização e rapidez de análise)

16 Metodologia (2) PROCEDIMENTO QUESTIONÁRIO Análise de conteúdoProcedimentos estatísticos ENTREVISTA SPSS Análise de conteúdo PRODUÇÕES ESCRITAS Análise de conteúdo

17 Metodologia (3) Designação da Associação ABCD Nome “Os Mensageiros de Portugal” “Instituto Lusófono” “Communauté Portugaise de Formation Culturelle » “Associação Bocage” Localização Lagny-sur- Marne, Seine et Marne Pontault Combault, Seine et Marne Le Raincy, Seine Saint Denis Paris 16 e Anos de escolaridade abarcados Do 5.º ao 12.º Currículos especiais Do 5.º ao 12.º Currículos especiais Do 5.º ao 12.º Currículos especiais Número de professores 1 professor 5 professores3 professores Número de alunos 71

18 Síntese de resultados (1)...em relação ao ensino-aprendizagem da LP

19 O ensino associativo:  surgiu como propulsor de um ensino em paralelo ao ensino francês;  facilita a preservação linguística, cultural e identitária;  existe por vontade dos pais que querem a (re)apropriação e a conservação da LP e a valorização da expressão bilingue;  é a melhor forma de dar continuidade à sua origem, ajuda a manter a língua da família e a integração em Portugal;  preenche uma falta de estruturas de proximidade;

20  transmite uma língua utilitária, facilita a flexibilidade linguística, comunicativa e cognitiva e, nesse sentido, faculta aos lusodescendentes instrumentos e meios que possibilitem o desenvolvimento harmonioso, a motivação, o desejo e o orgulho de aprenderem português;  ajuda na gestão da bi-culturalidade e na bi-escolaridade;  carece de reconhecimento, legitimidade e apoio orçamental;  é objeto de diversas polémicas;  A finalidade da Associação foi e é a promoção da LP, o desenvolvimento do lusodescendente e da sua harmonia social...

21 Síntese de resultados (2)...em relação à LP

22 A LP  deixou de ser uma língua utilitária mas ainda é LM para muitos, é a língua da afectividade;  continua minorizada, a comunidade Portuguesa tem incorporado o francês ao seu corpo identitário; PL lhes é familiar;  está enfraquecida face à francesa mas não há a perda da língua e ingredientes como a música e a cultura aglutinaram boa parte da vontade de ser uma comunidade portuguesa;  é uma língua mista (interferências)que permite reviver todo um passado da história e tradição portuguesas;  continua a acompanhar e expressar a identidade portuguesa em França;

23 Síntese de resultados (3)...em relação aos lusodescendentes

24 Identidade

25 Línguas maternas

26 Estatuto da LP

27 Factores inerentes à LP

28  distinguem-se dos da 1.ª e da 2.ª gerações porque têm representações da língua e da cultura pouco negativas; Os lusodescendentes  possuem um repertório langagier próprio e heterogéneo;  praticam alguma alternância de códigos (razões de ordem familiar, geográfica, social, psicológica geraram uma interlíngua de origem materna, a saber, uma cristalização de uma alternância de códigos);  mostram ter consciência do uso de cada uma das línguas no momento do acto comunicativo, em função do locutor com quem o partilham;  possuem uma relação positiva com a língua e cultura portuguesas, sentindo honra em falar português, não revelando qualquer tipo de barreira em usá-la, mesmo se, em alguns casos, têm consciência que não pronunciam corretamente;

29  compreendem muito bem a LP mas a produção oral é limitada, oscilam entre a alternância e a mistura de códigos mais por desconhecimento paralinguístico do que linguístico;  a maioria possui um capital linguístico pobre porque, apesar de a LP ser utilizada no seio familiar, alterna sistematicamente entre dois idiomas co-presentes submetidos a adaptações próprias: uma língua mista com pouca performance a nível da pronúncia e presença de marcas fonéticas de francês, formando uma melodia francesa que se sobrepõe à articulação das palavras em português.

30 Falar híbrido: causas  Diminuição do contacto com Portugal; (distância geográfica, distância social)  Contacto de duas línguas;  Vestígios linguísticos familiares; provoca diferenciação linguística e o surgimento de “ falares mistos ” (variedades socioculturais). Socialmente são atribuídas a estas variedades juízos de valor e surgem:  Desigualdade sociolinguística  Preconceitos linguísticos  Crenças

31 Falar híbrido: causas Os lusodescendentes possuem crenças que povoam o seu imaginário sociolinguístico, de que a forma de falar deles é “pior do que” a dos portugueses de Portugal. Estes juízos de valor, dão lugar a representações, atitudes e estereótipos que levam à discriminação dos lusodescendentes que veiculam falares diferentes da norma-padrão. É necessário: Desconstruir preconceitos e representações negativos, relativamente aos seus falares.

32 Identidade linguística plural Identificam-se com variedades não padronizadas: –traços da variedade de origem dos avós –e/ou traços de uma variedade híbrida/mista. Os lusodescendentes mantêm esse falar de origem, pese embora os professores obrem para que dominem também a variedade padrão. À diversidade intralinguística corresponde uma diversidade cultural, que devemos enaltecer e aprender a respeitar.

33 Áreas problemáticas Como áreas mais problemáticas : –a pronúncia, –o vocabulário, –a construção sintáctica, –As interferências, empréstimos e alternância de códigos são as ferramentas comunicativas que caracterizam os comportamentos linguísticos dos lusodescendentes. Fazem um bricolage identitário e linguístico: as suas representações estão enraízadas em processos cognitivos, discursivos, sócio-históricos, próprios a cada indivíduo e a cada comunidade, fazendo parte do seu processo de construção da realidade. Os factores responsáveis por esse processo são os mecanismos identitários, os aspectos socioeconómicos e políticos e o valor das línguas no território francês

34 Interferências linguísticas As interferências caracterizam-se sobretudo pelo empréstimo e contaminação que podem ser de ordem fonológica, gramatical, lexical e semântica. As interferências podem ser fonéticas, morfológicas, sintáticas, lexicais e semânticas (Thomason e Kaufman,1998: 37-57).

35 Variação linguística ao nível oral melodia francesa que se sobrepõe à articulação das palavras em Português, transposições semânticas,pronúncia, variante de contacto, possui marcas fonéticas do francês no que diz respeito aos traços suprasegmentais ou prosódicos, misturas códicas : uma interlíngua natural, A LP é polvilhada, salpicada com um ritmo e uma melodia próprios do francês.

36 Exemplos “A minha língua portuguesa é o Portugal” “Os meus pais são português” “Eles já me disseram que me meteram no português para poder os corrigir” “Euh” “Eu quero perceber melhor o português / é mais eu” “Eu tive com outras associações/tive à Vaires […] depois fui a Torcy […]uma que não havia muitos alunos[…]mas que o ambiente ficava bem […]e de boca a orelha” “As pessoas lá são diferentes que aqui” “ Mas eu sou… comment on dit fière? ” “Não sabemos o que é que somos”…

37 “Tou tão ansiosa de ir em Portugal” “Vivemos num fio no meio do Portugal e França” (artigo) “Quando eu vou lá eu fica com uma energia máxima/e fico com uma saudade enorme quando eu vou-me embora mas quando eu vou-me embora daqui também” “A minha mãe aprendeu com as patroas” “Há pessoas que são raciste” “Na minha generação” “Bein euh” “Os meus pais transmitiram-me a cultura português” “Sinto-me mais portuguesa que francesa”

38 Variação linguística ao nível da escrita  acentuação,  léxico,  estrutura de frase,  concordância de formas verbais,  interjeições,  alteração da forma gráfica da palavra,  supressão de letras,  transcrição de formas de Oralidade Corrente Resultado de dois sistemas linguísticos co-presentes nas suas bagagens culturais.

39 “O que eu mais gosto de Portugal é as aldeias os pais deixa-te sair quando quer […]”. “Não, na minha aldeia pelo menos porque eu so conhecou a minha aldeia so nas ferias dorante o ano não é o mesmo então não queria”. “As festa de Verão la em Portugal são muita boas”. “Eu não gusto de olhar os cachor na rua sem homem”. “Não, eu não veu-me viver em Portugal, tem medo de fazer erros na escola […]”.

40 Que estratégias de aprendizagem? Partindo da tipologia apresentada por O’Malley e Chamot (1990), citada também em Cyr (1998), procedemos à categorização das estratégias de aprendizagem mencionadas pelos informantes, de acordo com a seguinte taxionomia: 1.estratégias metacognitivas; 2.estratégias cognitivas; 3.estratégias sócio-afectivas.

41 Estratégias metacognitivas Reflexão sobre o processo de aprendizagem, o que engloba a compreensão das condições que o favorecem, a planificação e organização das actividades, a autoavaliação, a identificação das áreas problemáticas, o controlo ou a monitorização das atividades de aprendizagem e a autocorreção.

42 Estratégias cognitivas Implicam uma interacção entre o aprendente e o objeto de estudo, neste caso a LP, a sua manipulação mental e física e a aplicação de técnicas específicas com vista a resolver um problema ou executar uma tarefa de aprendizagem. São concretas e facilmente observáveis.

43 Estratégias socioafetivas As implicam uma interacção com locutores nativos ou com pares com o intuito de favorecer a apropriação da LP e o controlo ou a gestão da dimensão afectiva, como a cooperação e a solicitação de apreciação/correcção sobre a sua performance linguística, bem como o processo de aprendizagem.

44 Estratégias metacognitivas  Sensibilizar o aluno para uma atitude activa perante o processo de aprendizagem e as tarefas;  Sensibilizar o aluno para a definição de objetivos, e ainda ajudá-lo a planificar as actividades;  Conduzir o aluno a explorar as condições que facilitam a aprendizagem, a gerir o tempo e as atividades;  Incentivar o aluno a verificar e corrigir a sua performance;

45 Estratégias cognitivas O aluno tem de ter consciência da sua performance na língua, deve saber fazer um trabalho comparativo entre o leque de línguas que conhece. O professor deve:  Ajudar o aluno a praticar a língua nas suas diferentes modalidades;  Ajudar o aluno a analisar a língua, fazer deduções, preocupar-se com o sentido, os erros…  Ajudar o aluno a memorizar;  Sensibilizar o aluno a tomar notas;  Fomentar a exploração de estratégias: agrupar/classificar/ deduzir regras gramaticais;  Ensinar a inferir;

46 Estratégias socioafetivas  Adoptar atitude de abertura e tolerância;  Ajudá-lo a colocar perguntas, a ponderar frustrações, hesitações;  Usar a pedagogia de cooperação; Ajudá-lo a gerir emoções. As estratégias ligam a Didática de Línguas e a Psicologia Cognitiva.

47 Sugestões didáticas para o ensino da LP 1. Dinamização de actividades de interacção verbal que simulem situações reais, concretas e utilitárias para os lusodescendentes; 2. Promoção de atividades de escrita para fins específicos (ex.: exames, administração portuguesa); 3. Desenvolvimento da consciência metalinguística dos lusodescendentes no que se refere aos domínios de língua mais problemáticos, às formas de colmatar essas lacunas e à capacidade de inferir e verbalizar regras de funcionamento da língua; 4. Consciencialização das potencialidades que o recurso aos seus repertórios linguísticos constitui, designadamente, através da utilização de comparação entre línguas.

48 Conclusão O ensino da LP, para lusodescendentes no estrangeiro, constitui um património comum que convém proteger e desenvolver, sendo necessários esforços consideráveis no domínio da educação, de modo a que a diversidade linguística e cultural, em vez de ser um obstáculo à comunicação, se torne numa fonte de enriquecimento e de compreensão recíprocos.

49 Conclusão Na realidade, se o francês é a língua mais utilizada na vida quotidiana, as razões para a escolha de aprender Português revelam uma tendência altamente socioafetiva. O PL torna-se uma referência afetiva. Em ambas as línguas, eles organizam a sua própria função linguística e constroem a sua personalidade. Os pais escolhem o ensino / aprendizagem do PL porque querem preservar as suas raízes e transmitir uma consciência de pertença comunidade que oferece, mais possibilidades de alimentar a identidade cultural Portuguesa.

50 LEIP – Laboratório de Investigação em Educação em Português Departamento de Educação Universidade de Aveiro Rosa Maria Faneca – rfaneca@ua.pt


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