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A Sexualidade e seus Transtornos

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Apresentação em tema: "A Sexualidade e seus Transtornos"— Transcrição da apresentação:

1 A Sexualidade e seus Transtornos
Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier A Sexualidade e seus Transtornos Angélica Venturini Eliana Martinazzo

2 A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS
Psicanálise: A sexualidade infantil não se limita às atividades e aos prazeres que dependem do funcionamento do aparelho genital propriamente dito, mas diz respeito, na realidade, ao conjunto do corpo. O que caracteriza a adolescência? 1. O desenvolvimento do aparelho genital 2. A atividade sexual 3. As modificações intrapsíquicas decorrentes A sexualidade é um ponto focal da vida do adolescente e inclui em si uma parte do agir, necessita uma elaboração mental e mobiliza o corpo e sua imagem. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

3 A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS
É neste período que há o estabelecimento de uma organização sexual definitiva (órgãos genitais maduros, representa uma das tarefas fundamentais da adolescência). O estabelecimento dessa organização não se faz sem variações segundo o ambiente sociocultural e segundo os indivíduos. É importante: O adolescente distinguir a realização sexual que se situa no nível comportamental, da fantasia e dos devaneios sexuais que se situam no nível da psique. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

4 A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS
É preciso distinguir o comportamento em si e a maneira como ele repercute na personalidade e depois se integra a ela. Distinguir: comportamento sexual que às vezes adquire dimensões inquietantes por sua repetição ou sua intensidade, mas que não provoca uma ruptura no desenvolvimento psíquico de atividades sexuais que representam invariavelmente um deslocamento desse desenvolvimento psíquico. A sexualidade do adolescente é objeto de curiosidade, objeto de inquietação, nostalgia, objeto revelador da evolução social. (Ex: Tabus, Sífilis / Aids, DST, gravidez precoce). Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

5 A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS DADOS QUANTITATIVOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Orgasmo Masturbação Fantasias Sexuais Conscientes Primeira Relação Sexual Homossexualidade Condutas Ligadas à Sexualidade: Contracepção, Aborto, Gravidez As Condutas Sexuais Desviantes Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

6 Fatores Afetivos e Relacionais Fatores Socioculturais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Orgânicos Fatores Cognitivos Fatores Afetivos e Relacionais Fatores Socioculturais Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

7 Fatores Orgânicos O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Orgânicos Apesar de sua importância ser ainda desconhecida, é aceita por todos no desenvolvimento psicossexual dos adolescentes: a libido depende em parte dos hormônios. Toda situação crônica de estresse tende a bloquear a atividade gonádica, retardando ou atenuando o aparecimento de características sexuais. O aparecimento de características sexuais secundárias, a capacidade fisiológica de ter relações sexuais, a capacidade de procriar representam, incontestavelmente, uma perturbação fisiológica e psicológica. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

8 Fatores Cognitivos O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Cognitivos Ter acesso à fase das operações formais e compreendê-las interfere na simbolização do erotismo, na apreensão, na abstração e na racionalização necessária das transformações sexuais, dos roteiros imagináveis, das relações sexuais interpessoais e dos conflitos associados a isso. Embora essa capacidade cognitiva não seja o fator determinante de uma sexualidade satisfatória, ela é um elemento do sentido da reciprocidade e um meio de modulação em face das exigências pulsionais. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

9 Fatores Cognitivos O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Cognitivos Adolescentes com encefalopatia e débeis profundos  o desenvolvimento de uma sexualidade não integrável representa um papel potencialmente agravante, sério e, geralmente, mal resolvido nesses casos. O emergir de necessidades sexuais nesses adolescentes normalmente ocasiona condutas caóticas: masturbação violenta, heteroagressividade sexual, exibicionismo sem controle, etc. Essas condutas são imediatamente refreadas, mas essa repressão acaba suscitando uma exacerbação dos transtornos sintomáticos anteriores (estereotipia, automutilação, etc.). Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

10 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais Transformações intrapsíquicas muito estudadas por psicanalistas  Duas correntes distintas: Freud  Uma nova etapa, onde o indivíduo chega com uma sexualidade já estabelecida e organizada desde a infância: a adolescência é apenas uma terminação ou uma renovação das experiências sexuais infantis já expressadas, que se completarão e depois se realizarão graças à transformação do aparelho genital; Erikson  Originalidade profunda da adolescência, ligada justamente às novas potencialidades e às novas capacidades. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

11 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais Psicanalistas são unânimes: uma parte importante do que ocorre durante o desenvolvimento psicossexual do adolescente depende do que se passou na infância. Contudo, a experiência da sexualidade na adolescência está ligada às experiências atuais e novas. Pontos a serem abordados: A imagem do corpo; A escolha do objeto sexual; A identidade sexual. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

12 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais A imagem do corpo  P. Schilder vê uma correspondência entre a construção definitiva da imagem do corpo e a fase de acesso à genitalidade. O homem tem a percepção do corpo como um todo, uma unidade após o acesso à genitalidade, que ocorre durante a adolescência. O adolescente descobre a imagem de seu corpo graças às tendências libidinais de outros dirigidas a ele. A escolha do objeto na puberdade é um elemento integrador da personalidade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

13 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais A imagem do corpo  Para Schilder, a imagem do corpo nunca é isolada, mas é sempre acompanhada pela de outros, e se estrutura mais precisamente na genitalidade. A construção da imagem do corpo não é uma aquisição estática, mas pode ser influenciada pela vivência física, pelas emoções, pelas sensações, pelo olhar do outro. A escolha de objeto sexual  Dois elementos preponderantes na escolha de objeto sexual: O reagrupamento das pulsões parciais no interior da pulsão genital subordinada à organização da capacidade reprodutiva; A harmonização e o estabelecimento de um equilíbrio na adolescência entre a linha objetal e a linha narcísica. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

14 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais Uma série de passagens, de movimentos dinâmicos, progressivos e regressivos, que caracterizam o processo da adolescência, infiltram a escolha de objeto sexual e suas dificuldades: - O desligamento progressivo de objetos parentais (desengajamento dos objetos parentais  dessimbiotização); - A passagem progressiva do auto-erotismo à heterossexualidade (importância e fantasia associadas a conduta masturbatória); - A resolução da bissexualidade. Esses movimentos dinâmicos se expressam por meio da flutuação transitória  sentido das oscilações entre a heterossexualidade e a homossexualidade, ligação aos pais e o amor dedicado a um novo objeto, o grupo e o amigo único idealizado, primeiro amor e relação sexual passageira. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

15 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais A identidade sexual  A identidade do Ego (Erikson) difere da imagem corporal: engloba as identificações do indivíduo e enfatiza as interações psicossociais. A busca e depois a constituição da identidade são uma das tarefas importantes da adolescência. Organização estável da identidade: capacidade de se identificar de modo permanente em seus objetivos, ambições, sexualidade e nas relações com o outro sexo, ao mesmo tempo no plano coletivo social e no individual. Identidade de gênero: refere-se ao sexo psíquico ≠ Sexo biológico: manifesta-se na puberdade pelo aparecimento de características sexuais secundárias. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

16 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais Freud: oposição masculino-feminino na adolescência  a sexualidade se caracteriza pela oposição fálico-castrado; o Édipo modifica a bissexualidade psíquica, com uma identificação masculina preponderante sobre a identificação feminina no menino, o inverso para a menina. Autores sucessores de Freud  identidade sexual é adquirida bem antes da puberdade. R. J. Stoller distingue o sentimento precoce de pertencer a um sexo e a realidade anatômica de seu próprio sexo, “identidade nuclear de gênero” (1ª infância), do sentimento que é elaborado posteriormente com base no primeiro graças à evolução libidinal descrita por Freud: identidade sexual propriamente dita ou “identidade de gênero”. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

17 Fatores Afetivos e Relacionais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Afetivos e Relacionais Para Stoller a identidade de gênero se estabelece antes da puberdade por ser originária diretamente do conflito edipiano. A masculinidade e feminilidade correspondem às identificações secundárias constituídas pela criança graças à fantasia do complexo de Édipo. O acesso à sexualidade genital implica uma organização satisfatória da identidade sexual e de suas identificações. A identidade sexual se “constrói” progressivamente ao longo das etapas sucessivas as infância e da adolescência. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

18 Fatores Socioculturais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Socioculturais A sexualidade e as principais fantasias sexuais são comuns a todos os adolescentes, o que difere é como as relações sexuais, sua preparação, frequência, maior ou menor facilidade e aceitação pelo grupo e pelos demais, são encarados pelas culturas. As ligações existentes entre a organização social e a sexualidade dos adolescentes estão mais do que provadas. Na civilização ocidental, as mudanças constatadas no nível dos comportamentos sexuais dos adolescentes não podem ser isoladas das modificações sociais globais relacionadas a essa faixa etária ao longo dos últimos 30 anos. Contudo, encontra-se uma constante quaisquer que sejam as épocas ou as sociedades. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

19 Fatores Socioculturais
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL NA ADOLESCÊNCIA Fatores Socioculturais A reação do grupo em face do casal é fundamentalmente ambivalente: a idealização e a esperança que o casal evoca no grupo do qual faz parte são contrabalançadas pela inveja, o ressentimento e o desejo do grupo de destruir essa união  os indivíduos ou os casais reagem sempre por um distanciamento em face da “ideologia oficial”. Tarefa do adolescente: capacidade de estabelecer pouco a pouco uma sexualidade pessoal satisfatória e realizá-la na intimidade de um casal. Comportamentos que fazem crer em uma grande liberação sexual, na verdade mascaram uma séria inibição e refletem um fracasso na diferenciação do casal ou do indivíduo em face dos valores ideológicos convencionais do grupo de iguais. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

20 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS É preciso distinguir o ponto de vista sociológico da anormalidade e o ponto de vista clínico e psicopatológico sobre a anormalidade em relação ao desenvolvimento psíquico. Para M. Laufer : De um ponto de vista semiológico, certas formas de atividades ou de comportamentos sexuais durante a adolescência representariam uma ruptura no desenvolvimento psicológico; De um ponto de vista estrutural, certas rupturas, quando ocorrem, manifestam-se por uma atividade ou um comportamento que aparece como anormal na evolução ou no tratamento; De um ponto de vista epistemológico, finalmente, o psicanalista deve estabelecer um julgamento sobre tal atividade ou tal comportamento na evolução de um tratamento? “As formas de atividades sexuais que necessitam ser consideradas como anormais em termos de desenvolvimento psicológico (…) são aquelas que excluem a heterossexualidade como atividade sexual primária entre dois indivíduos”. . Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

21 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS Logo, a homossexualidade, o fetichismo, o travestismo e as perversões pertencem a essa categoria. As condutas podem ser consideradas patológicas na medida em que constituem sinal de que o adolescente não integrou uma imagem do corpo fisicamente madura ou não estabeleceu uma identidade sexual pessoal. Três categorias de dificuldades no domínio da sexualidade do adolescente: 1. As Dificuldades da Realização Sexual; 2. As Dificuldades da Escolha Sexual; 3. As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

22 As Dificuldades da Realização Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Realização Sexual 1) Ausência total de realizações sexuais (essa ausência pode ser sinal de inibição neurótica, massiva, ou de uma angústia ainda mais arcaica). 2) Relacões Sexuais Múltiplas, com vários parceiros (podem ser o sinal de uma depressão intensa, centrada não tanto no prazer ou no não-prazer do funcionamento do corpo, mas em uma inibição intelectual). 3) O primeiro orgasmo, a primeira ejaculação, a primeira masturbação, as primeiras regras, as primeiras relações sexuais podem estar na origem de um traumatismo psíquico, traumatismo encobridor em face dos traumatismos sexuais infantis. Em um nível incosciente, essa primeira experiência marca a participação na cena primitiva e reativa a angústia inerente ao conflito edipiano: angústia de castração, e depois, mais profundamente, angústia de fragmentação. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

23 As Dificuldades da Realização Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Realização Sexual 4) A frigidez primária ou secundária, a ejaculação precoce e a impotência. Depois de eliminada uma causa orgânica, esses transtornos reportam ao mesmo tipo de mecanismo psicopatológico, e se relacionam à angústia ligada ao conflito edipiano. 5) Transtornos menstruais da adolescência: amenorréia, metrorragia ou menorragia. Eles requerem um balanço orgânico, mas em geral traduzem uma aceitação difícil pela adolescente de sua feminilidade e de sua sexualidade. (Nestas questões constuma-se desprezar um apoio psicológico). Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

24 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual A escolha do objeto sexual passa por vicissitudes mais ou menos significativos ao longo de toda a adoslescência. As 3 condutas da escolha de objeto: 1) A Masturbação 2) A Homossexualidade 3) Condutas Incestuosas Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

25 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Masturbação  Atividade natural, se não necessária. Joyce MacDougall fala de “processo masturbatório” – Ato e Fantasia. (Elas podem ter destinos diferentes na vida psíquica). Se o ato masturbatório aparece antes da adolescência ele culmina na possibilidade de uma ejaculação e, portanto, de um orgasmo. Para a Psicanálise  O adolescente que se masturba introjeta uma imagem da cena primitiva na qual, por seu ato, ele pode ser pai e mãe ao mesmo tempo. O “processo masturbatório” realiza então, por excelência, a ilusão bissexual da vida erótica, o ideal hermafrodita. Assim ao se masturbar, o adolescente controla magicamente seus pais e nega o período de castraçãoo. O ato e a fantasia associada a ele são, portanto, o lugar de um desejo profundamente proibido, e criam sentimentos de culpabilidade e, de vergonha e ansiedade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

26 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Se o ato masturbatório é facilmente admissível e confessável, o mesmo não ocorre com a fantasia que o acompanha. O conteúdo das fantasias masturbatórias, para alguns atravessa 2 etapas: No início da adolescência, as fantasias masturbatórias são mais de natureza regressiva; encontram-se aí as fases eróticas do início da vida, orais, anais, sádicas, narcísicas, homossexuais e heterossexuais, posteriormente elas se tornam mais heterossexuais e se centram em um parceiro sexual preciso. A masturbação é vivida pelo Ego como uma preparação para assumir o papel de parceiro sexual, o que lhe dá um valor positivo. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

27 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Na adolescência, o processo masturbatório, que associa masturbação e fantasia, torna possível a integração e depois a evolução de fantasias perversas da infância: ele ajuda o Ego a se organizar em torno da supremacia da genitalidade e do prazer terminal. No caso em que o ato masturbatório é ausente ou reprimido, a fantasia não tem mais saída corporal e, nessas condições, a libido e a energia que seriam descarregadas no ato podem se infiltrar em atividades do Ego e alterar seu desenvolvimento. M. Klein (1927) – artigo “Contribuição a psicogênese dos tiques” : Ela mostra como uma supressão radical da masturbação engendrou em um pré-adolescente, além de uma grande inibição relacionada aos interesses intelectuais e as relações sociais, o surgimento de um tique importante e preocupante. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

28 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Também afirma que “o tique e o equivalente da masturbaçãoo” e, mais do que isso, das fantasias masturbatórias ligadas a ela. Assim, a análise dessas fantasias masturbatórias foi a chave da compreensão do tique e, depois, de seu desaparecimento. Uma tal análise permitiu a esse pré-adolescente superar seu medo, tocar seus órgãos genitais e assim vencer seu temor diante da masturbação. M. Laufer mostrou que, no tratamento de adolescente que apresentam um “desmoronamento psíquico” ou uma perturbação mental grave, a masturbação é sentida como algo de profundamente angustiante ou mesmo em discordância com eles. Toda sensação pelo corpo e no corpo e experimentada como uma verdadeira efração e como uma ameaça para seu próprio Ego: a ejaculação noturna, as relações sexuais e a masturbação representam para esses adolescentes uma perpetua demanda pelo corpo de sentir algo que eles justamente tentam negar. No nível da fantasia masturbatória, surge uma confusão a propósito do papel respectivo do homem e da mulher no ato sexual, não há mais ilusão bissexual, mas uma confusão de identidade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

29 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Homossexualidade  Os dados epidemiológicos mostram-nos que a prática regular da homossexualidade em geral só se instala após os 21 anos. É preciso distinguir: A construção de identificações, as fantasias ou devaneios homossexuais, os temores conscientes da homossexualidade, os jogos e as carícias entre colegas do mesmo sexo, as relações homossexuais intermitentes e a prática homossexual exclusiva. A homossexualidade não é um diagnóstico em si, mas que se trata de avaliar por meio de uma fantasia, de um desejo, de um temor ou de uma prática a relação que o adolescente estabelece com seu corpo e com o outro, aceitando (ou não) levar em conta a realidade da diferença anatômica dos sexos. Para Lebovici e Kreisler não se pode qualificar de homossexuais os adolescentes que tenham contatos homossexuais isolados ou nos quais se alternam experiências homossexuais e heterossexuais, nem aqueles em que não há repetição dessas experiências. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

30 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual 1. Temor e/ou pensamento homossexual  essas fantasias tão frequentes geralmente se integram a uma relação de amizade intensa, ou a uma atração no grupo de colegas do mesmo sexo. Às vezes, esses temores ou pensamentos se integram em um quadro semiológico mais preciso, em particular uma neurose obsessiva marcada pelo repúdio desses pensamentos/desejos sentidos como homossexuais ou a inquietação que eles provocam. Esses pensamentos são projetados no exterior em forma paranóide (medo de ser seguido ou perseguido por um adulto do mesmo sexo) ou delirante (convicção delirante de ser homossexual). Às vezes, são os pais que levam o adolescente a consulta com temor que ele seja homossexual. Diante dessas recriminações dos pais, o adolescente corre o risco de entrar em contado com um processo de identificação negativa (identificar-se com os aspectos temidos pelos pais para tentar se livrar de uma ligação edipiana invasiva). Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

31 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual 2. As fantasias ou devaneios homossexuais  traduzem o trabalho psíquico de elaboração identitária, de reconhecimento e de integração da imagem sexuada de seu próprio corpo e reconhecimento e aceitação do seu outro sexo como complementar do seu. Costumam estar ligadas ao trabalho de luto da onipotência infantil. As fantasias, às vezes, são tão intensas que o adolescente desenvolve as condutas de luta que estão na origem da consulta ou do tratamento. (anorexia, toxicomania, etc) 3. As relações homossexuais  representam uma situação clínica muito menos frequente. Laufer esclarece: A) Se a atividade homossexual existiu antes da adolescência, o que em geral testemunha que as distorções na imagem do corpo preexistem antes da puberdade; B) Se as passagens ao ato homossexuis ocorreram pouco depois da transformação pubertária e se duraram toda a adolescencia, situação em que a elaboração psicodinâmica da adolescência corre o sério risco de ter sido seriamente entravada; Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

32 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual C) Se a atividade homossexual implica uma penetração (anal, oral) ou apenas uma masturbação recíproca, o que em geral testemunha um apego à fantasia de completude da primeira infancia; D) Se o parceiro homossexual é o único e carregado de uma significação afetiva particular (o que ainda pode se integrar a uma relação de apoio identitário ou de submissão a uma ligaçao edipiana particularmente intensa) ou, ao contrário, se hás vários parceiros sexuais sem envolvimento afetivo, o que pode representar necessidades compulsionais de ataque do próprio corpo ou do objeto. 4. A homossexualidade venal  situação polimorfa. Pode marcar: A) A entrada na psicose; B) A luta contra a ansiedade neurótica; C) Insere-se no quadro de condutas psicopáticas, sendo acompanhada de prostituição ou toxicomania. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

33 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Termo homossexual : Deve ser reservado aos adolescentes que “se dedicam a práticas homoeróticas com um gosto exclusivo e de forma repetida”. Significações psicológicas e psicopatológicas Para Freud, a homossexualidade é uma inversão quanto ao objeto sexual. A inversão na adolescência é frequente e normal. Dados que explicam porque a inversão não se prolonga na idade adulta: 1- A atração que as características do sexo oposto exerce sobre um e outro; 2- A influência inibidora exercida pela sociedade; 3- As lembranças da infância. Anna Freud considera as manifestações homossexuais da adolescência como normais, são “recorrências de ligações objetais pré-genitais, sexualmente indiferenciadas, que se reativam durante a pré-adolescência, ao mesmo tempo em que muitas outras atitudes pré-genitais e edipianas. A escolha de objeto sexual na adolescência se deve também à regressão do investimento de objeto para o amor por sua própria pessoa e para a identificação com o objeto”. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

34 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Significações psicológicas e psicopatológicas Portanto o objeto passa a representar o Eu real e o ideal de Eu. As manifestações homossexuais são então fenômenos de ordem narcísica. “Elas (as manifestações homosssexuais) são mais significativas da profundidade da regressão do que do papel sexual posteior do indivíduo”. Para Anna Freud, a distinção entre a homossexualidade latente e a manifesta aplica-se à sexualidade adulta, e não pode servir para explicar a masturbação mútua e outros jogos sexuais entre adolescentes. Para Laufer: A relação sexual pode constituir “um meio de experimentar sua maturidade física e as sensações corporais relacionadas a isso”. Uma perturbação, pois “ele deverá ter aceito sua maturidade corporal e ser capaz de relações heterossexuais. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

35 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Significações psicológicas e psicopatológicas Dois critérios para avaliar as condutas homossexuais: 1- Temporal (podem ser consideradas como patológicas em uma época e normais em outra); 2- Qualitativo (uma mesma conduta pode ter significações diferentes em uma mesma época da adolescência). Importante: não se pode deixar de assinalar a importância do grupo identificatório de iguais, que tem como função a integração da libido homossexual e a resolução de problemas colocados pela identificação com o genitor do sexo oposto. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

36 As Dificuldades da Escolha Sexual
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades da Escolha Sexual Travestismo e fetichismo  O travestismo é observado em um homem heterossexual que utiliza uma ou várias peças do vestuário feminino para provocar uma excitação sexual, seja ela seguida de masturbação solitária, seja integrada a uma troca com um parceiro sexual mais ou menos cúmplice. 1.Gostam de se disfarçar de mulher; 2. Preferem brincadeiras de meninas; 3. Preferência de companhia de meninas; 4. São rejeitados pelos outros meninos e alvos de zombaria. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

37 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Transexualismo: sujeito normal que recalca a alteridade sexual, a participação do outro sexo nele tem sentimento de pertencer exclusivamente a um sexo (castração real). No transexual não há uma escolha sexual, todos os problemas se colocam no nível da identidade sexual. Intersexualidade ambígua: a escolha não se coloca mais em relação ao objeto sexual suporte do objeto interno, mas em relação às representações do eu enquanto objeto sexual e, portanto, enquanto eu em sua identidade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

38 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Transexualismo  Geralmente inicia-se na infância. “Sentimento experimentado por um sujeito de determinado sexo de pertencer ao sexo oposto e do desejo intenso, muitas vezes obsessivo, de mudar de conformação sexual, para viver sob uma aparência condizente com a imagem que construiu de si mesmo” (Alby, 1959) Crise de identidade / conflito: Interno  impacto do desenvolvimento da puberdade que ele não deseja e não aceita; Externo  pressão crescente da família e sociedade em relação às suas aspirações. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

39 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Nem todos os adolescentes transexuais consideram a puberdade intolerável, porém nunca conseguem suprimir seus sentimentos (Kronberg et al., 1981). O transexualismo pode ser compreendido como fazendo parte do grupo de perversões, última defesa contra a psicose. A compreensão psicanalítica do transexualismo  mais estabelecida para o masculino do que para o feminino. Transexualismo masculino  a inibição ou aniquilação de toda angústia de castração até a castração real encontraria sua origem na simbiose original e excessiva com a mãe e a carência paterna. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

40 PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS
A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Para Ovesey e Person (1973), a criança teria sido vítima de uma intensa angústia de abandono materno que tenta superar com uma fantasia de fusão com ela. Já Stoller (1989) acredita que haveria no passado desses indivíduos uma infância feita de “excesso de mãe e escassez de pai”. Simbiose estreita estaria na origem de uma “identidade de gênero” perturbada, marcada por uma feminilidade precoce e acentuada no menino. Para C.Chiland (1989) “a criança se conforma àquilo que ela imagina que é preciso ser para que a amem”. É em torno dessa necessidade-desejo que se constitui sua identidade primária. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Intersexualidade ambígua  Anomalia dos órgãos genitais externos. Origem orgânica, com grande repercussão no equilíbrio psicoafetivo. Duas categorias principais: Pseudo-hermafroditismo feminino  mais frequente. Meninas cujos órgãos sexuais externos são de aparência viril, sendo a origem dessa aparência diversa. Evolução para morfologia corporal masculina. Pseudo-hermafroditismo masculino  Meninos que tem testículos em posição ectópica, epidídimo, canais deferentes, broto genital reduzido e de aspecto clitoridiano, fenda vulviforme e cavidade vaginal. Não apresenta transtornos endócrinos evolutivos. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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A SEXUALIDADE E SEUS TRANSTORNOS PSICOPATOLOGIA DAS PRINCIPAIS CONDUTAS SEXUAIS As Dificuldades Específicas no Estabelecimento da Identidade Sexual Dois tipos de problema na adolescência: Falta de diagnóstico e tratamento X Diagnóstico feito precocemente: momento de intervenção cirúrgica conforme a “identidade de gênero”. Problemas psicopatológicos variáveis: Aceitação da situação e tratamento necessário; Instalação de um estado depressivo, com gestos suicidas; Condição de ambiguidade se estabelece na própria personalidade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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ATITUDE DOS PAIS Sexualidade do adolescente  repercussão inevitável sobre os pais. Duas etapas: Atitudes concretas dos pais em face da mudança recente da sexualidade dos adolescentes; Modificações intrapsíquicas dos pais em face das questões suscitadas pelo aparecimento de novas potencialidades dos adolescentes. Mudanças Recentes de Atitudes Informação sexual – pais são favoráveis à educação sexual de suas crianças e de seus adolescentes. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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ATITUDE DOS PAIS Mudanças Recentes de Atitudes Os temas mais facilmente abordados são a gravidez, o parto, a puberdade, a anatomia; no fim da lista são mencionados o ato sexual, o aspecto afetivo e moral e, bem por último, as doenças venéreas, as perversões e os desejos. Contracepção – os pais aceitam com muito mais facilidade a contracepção para sua filha, antecipando-se a sua solicitação. Marcos institucionais e morais ligados à sexualidade: resistência bastante firme às mudanças que os filhos começam a reivindicar ou a viver. Pais ainda se surpreendem com as mudanças socioculturais. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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ATITUDE DOS PAIS Alterações Intrapsíquicas Diante de adolescentes perturbados e transformados em seus corpos e sexualidade, os pais também são levados a profundos remanejos. A sexualidade do adolescente pode ser vivida pelos pais como uma ameaça: Ligações incestuosas que existiam entre os pais e o filho são reavivadas; A sexualidade do adolescente faz reviver nos pais seus próprios traumas dessa fase do desenvolvimento; A sexualidade nascente dos jovens é inconscientemente percebida pelos pais como o fim da sua. “Contra-édipo parental”  conjunto de pulsões, defesas, investimentos e contra-investimentos no inconsciente parental com o surgimento da sexualidade no corpo dos filhos  “a crise parental”. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Frequência de gravidez apresenta uma evolução variável: Países europeus  está em franca regressão. Estados Unidos  Aumenta de forma inquietante. (Situação sempre ligada a pobreza socioeconômica, a exclusão social e ao vínculo a grupos étnicos desfavorecidos). Aspectos Somáticos A idade é um critério de distinção essencial. Depois dos 16 anos não parece haver risco mais elevado para a gravidez e para o parto do que na idade adulta, quando a adolescente recebe um acompanhamento adequado no plano somático. Antes dos 15 anos os riscos somáticos são mais elevados: ameaça de parto prematuro, frequência de anemia, infecções urinárias e partos difíceis. Para o prognóstico fetal, quanto mais jovem é a mãe, mais elevada é a mortalidade perinatal. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Aspectos Psicossociais Em jovens de 18/19 anos  Não se pode ignorar gravidez, de parto e a interação mãe-bebê, com um desenrolar plenamente favorável, pois na maioria dos casos, os riscos psicossociais são elevados. (Adolescente isolada, em conflito com os pais, rejeitadas pela família, em ruptura com a escola, condutas agressivas, fugas) Precedentes da gravidez  Tentativa de suicídio, condutas toxicomaníacas (álcool, tabagismo, haxixe). Antecedentes de separação traumática, de alojamento sociais são frequentes. O genitor em geral é ausente: ou ele abandona a adolescente, ou esta mantém segredo sobre sua identidade. O nível sociocultural da adolescente geralmente é baixo, o modo de vida e de organização social é confuso ou caótico, os conflitos familiares são habituais, e não é raro encontrar antecedentes de violência sofrida. A gravidez normalmente é ocultada e, às vezes, descoberta apenas no momento do parto, quando descoberta pode provocar a exclusão familiar, escolar, afetiva, acentuando a solidão do adolescente. O acompanhamento médico é inexistente ou irregular. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Aspectos Psicológicos e Psicopatológicos Aspectos Psicológicos: A adolescente costuma “usar” as relações sexuais para obter uma relação de ternura e de maternagem; em situação de ruptura e de fracasso escolar, os investimentos sublimativos e idealizados normalmente são falhos ou inexistentes; nessas condições, o desejo de gravidez vem substituir a ausência de projeto sublimatório, inscreve a adolescente em um projeto de identificação maternal e social e a faz esperar uma gratificação efetiva (“eu vou cuidar dessa criança, porque assim pelo menos alguém vai gostar de mim – abandono da criança é uma possibilidade raramente aceita pela adolescente”). Relações conflituosas, agressivas com sua própria mãe: sua gravidez lhe permite rivalizar ou “triunfar” sobre esta. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Aspectos Psicológicos e Psicopatológicos Aspectos Psicopatológicos: 1. Traços psicopáticos frequentes; 2. Depressão. Aspectos psicodinâmicos: 1. A ocorrência da gravidez pode ser entendida como a manifestação de uma conduta de ruptura e de ataque ao corpo. 2. A emergência da sexualidade no corpo púbere é “atacada” pela gravidez sem ser desejada e sem preocupação de se proteger. 3. A gravidez também representa um “ataque”a ligação edipiana, quer se trate da ligação com a mãe (meio de romper uma ligação de dependência/submissão excessiva, de oferecer a mãe um presente libertatório, de afirmar agressivamente uma identidade não reconhecida), ou da ligação edipiana com o pai, em particular quando ele é muito próximo, autoritário, e pretende controlar a vida relacional e afetiva da filha. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Aspectos Psicológicos e Psicopatológicos Aspectos psicodinâmicos: Contudo, se em um primeiro momento a gravidez pode aparecer como um meio de conquista de identidade, essa maternidade acaba sempre produzindo efeitos de ruptura desenvolvimental: enrijecimento dos processos identificatórios, regressão notável, compulsão de repetição por meio da rejeição, do fracasso, da desvalorização, etc. Futuro da Criança, Interações Mãe-Adolescente-Bebê 1. Durante a gravidez elas manifestam poucas preocupações maternas ansiosas, ao contrário das outras mulheres. 2. Se mostram menos expressivas, menos positivas em suas atitudes, têm menos vocalizacões, menos momento de atenção compartilhados que as mães de mais idade. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier

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Futuro da Criança, Interações Mãe-Adolescente-Bebê 3. Em geral tem uma boa capacidade de brincar com o bebê 4. Mostram-se mais intrusivas, menos sensíveis as necessidades do bebê (“ele está com fome, “ele tem de dormir”). 5. As crianças quase sempre apresentam comportamentos de apego ansioso ou ambivalente. CONCLUSÃO  A gravidez na adolescência ocorre: 1. Sempre numa situação psicossocial frágil; 2. Aumento dos riscos já presentes (marginalização social quanto de descompensação psíquica); 3. A gravidez geralmente entrava o processo de elaboração psíquica da adolescente; 4. Com o ingresso em uma parentaliade precoce pode apresentar para a adolescente um meio de se lançar em um status “pseudo-adulto”; 5. A gravidez em uma adolescente é um risco de adolescência abortada. Enfim, o tratamento é necessariamente muldisciplinar, com um acompanhamento médico reforçado, uma assistência social atenta e prolongada. Adolescência e Psicopatologia Daniel Marcelli & Alain Braconnier


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