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ORIGEM E DESTINO A inocência da nossa infância descansa numa profunda falta de conhecimento, sobretudo de nós mesmos. “Quem somos” é uma resposta que só.

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1 ORIGEM E DESTINO A inocência da nossa infância descansa numa profunda falta de conhecimento, sobretudo de nós mesmos. “Quem somos” é uma resposta que só os outros têm. E nos dão, nunca de vez, mas aos pouquinhos _ em notícias, na maioria das vezes furtivas e emaranhadas nas histórias familiares, na lembrança de um acontecimento qualquer. Nossos ouvidos ávidos colecionam esses pequenos cacos preciosos que, ao longo do tempo, juntamos através de significados particulares. Formamos com eles mosaicos que nos explicam. Que nos espelham. Uma personagem que ou aprovamos ou não gostamos de ver.

2 São figuras que nos marcam em silêncio. Lentes decisivas que se interpõem entre nós e os outros, entre nós e as situações que enfrentamos dia a dia. Balizam nossas ações, temperam nossos sentimentos, recrutam nossas possibilidades, abrem e fecham portas. A mais forte dessas imagens de nós mesmos é a que fala do nosso nascimento, pois nela se guarda o segredo da nossa existência. A história a respeito do nosso nascimento gruda em nós e, enquanto crescemos, nós a interpretamos e reinterpretamos, distraídos e incansavelmente. Às vezes por conta própria, às vezes ajudados pelos tons e pelos gestos de quem a narrava. Tiramos dela a orientação para os nossos atos, nossos desejos e nossas decisões.

3 Quando devemos resolver uma questão, todavia, um comando invisível nos faz buscar uma solução inusitada. É na história do nosso nascimento que reconhecemos, inocentes, o papel que nos cabe nesta vida. Nela, a fundação da nossa pessoa, o nosso mito de origem, cuja força é a de dirigir nosso destino. Mas a necessidade de uma história que marque e caracterize um começo diz também respeito à nossa existência coletiva. As nações precisam de um mito de fundação. Esse mito traduz a alma, a estrutura e o destino de um povo. É exatamente o que o mito de “Rômulo e Remo” oferece para Roma: a razão e o sentido da sua existência. Assim como a história de Jesus Cristo oferece aos cristãos sua identidade.

4 O mito de fundação brasileiro é o de uma terra descoberta por acaso, por acidente. Cabral queria ir para as Índias e veio dar aqui. Nosso povo foi formado, também, por ladrões e marginais dos quais Portugal queria se livrar. Os índios, a população natural deste país, nunca se constituíram, de fato, como nossa raça original. Esse mito povoa o imaginário popular e, certamente, contribui para a baixa auto-estima da nossa população, para um certo desprezo por nós mesmos e para uma valorização de tudo o que é estrangeiro. Enquanto não compreendemos o poder de um mito de origem ou de fundação, nem nos apropriamos dele, esse mito que determina, silenciosamente, o sentido da nossa vida. E a falta de sentido também. Ele é o oráculo da nossa história.

5 DULCE CRITELLI Professora de Filosofia PUC-SP Adaptação: Profª Sandra Branco sandrabranco@estadao.com.br


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