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Teoria / Poética da imagem

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Apresentação em tema: "Teoria / Poética da imagem"— Transcrição da apresentação:

1 Teoria / Poética da imagem
imagens e as visões

2 Imagens, imagem A imagem tem inúmeras atualizações potenciais (sentidos/intelecto). A leitura pode produzir “imagens”. Quando pensamos, imaginamos coisas (imagens mentais). Trataremos apenas das imagens visuais (aquelas que possuem uma forma visível). As imagens visuais são apenas uma modalidade particular das imagens em geral.

3 Imagens, imagem Há elementos comuns a todas as imagens visuais, independente das diferenças de natureza, de forma, de uso, de produção. Além de cada vez mais diversificadas, as imagens visuais são também intercambiáveis (intertextualizáveis). É praticamente impossível estudar um tipo de imagem visual sem fazer referência a outros (cruzamentos, citações, trocas, passagens).

4 Percepção visual A percepção visual é um dos modos de relação entre o homem e o mundo que o cerca. Esse campo tem sido estudado pelo menos desde 300 aC (Euclides, pai da óptica), passando por artistas, teóricos, físicos e filósofos de todos os tempos. A visão é um processo que mobiliza operações ópticas, químicas e nervosas, sem falar de parâmetros psicológicos, sociológicos, ideológicos, etc.

5 Percepção visual O olho humano está equipado para ver a luminosidade, a cor e as bordas dos objetos. Nossos olhos estão em constante movimento (movimento irregular, de perseguição, de compensação, de deriva). A percepção não é instantânea: certos estágios são rápidos e outros lentos. O olho não percebe as distâncias e a idéia de espaço está vinculada ao corpo e ao seu deslocamento.

6 Percepção visual A existência de elementos invariáveis (tamanho dos objetos, formas, localização, orientações, superfícies) faz com que tentemos encontrar uma constância perceptiva. A estabilidade perceptiva permite que nossa percepção interprete os vazios, os desfoques e outras “falhas”. Nossa percepção natural é binocular, mas as imagens visuais são produtos de uma óptica monocular.

7 Percepção visual A atenção visual varia entre a atenção central (aspectos importantes do campo visual) e atenção periférica (fenômenos novos na periferia do campo). Olhamos as imagens não de maneira global, mas por fixações sucessivas. A imagem requer tempo e exploração (motivada).

8 Percepção visual Quando estamos diante de uma imagem, percebemos ao mesmo simultaneamente: É um fragmento de superfície plana (ou não) É um fragmento de um espaço tridimensional. É a dupla realidade perceptiva das imagens: ao mesmo tempo bi e tridimensional.

9 Percepção visual A percepção da forma depende das bordas visuais e da separação figura/fundo. Toda forma é percebida em seu ambiente (ou contexto). Por isso, mesmo que a percepção das imagens seja comum a toda espécie humana, ela pode ser mais ou menos aprimorada em certas sociedades.

10 O espectador Além da capacidade perceptiva (comum entre todos os humanos) nossa relação com as imagens visuais é definida pelos: Afetos Crenças História Posição social Mas existem constantes trans-históricas e interculturais.

11 O espectador A produção, distribuição e recepção de imagens visuais nunca é gratuita. Todas as imagens são fabricadas, divulgadas e consumidas para atender a determinados usos, individuais ou coletivos. Imagens para informar, para vender, para atrair, para revelar, para elevar... A imagem se relaciona com o simbólico e propõe uma mediação entre o espectador e a realidade.

12 O espectador Toda imagem tem um valores diferentes:
Pode ser um valor de representação, quando ocupa o lugar de coisas concretas. Pode ser um valor de símbolo, ao evocar coisas abstratas. Pode ser um valor de signo, quando as características do que ela substitiu não estão na imagem. A maioria das imagens apresenta mais de um valor.

13 O espectador As imagens têm ainda diversos modos:
O modo simbólico, como no caso ‘das imagens religiosas, permitindo acesso à esfera do sagrado. O modo epistêmico, quando a imagem propõe informações visuais sobre o mundo, como uma prancha de botânica. O modo estético, quando a imagem é voltada para oferecer sensações (aisthésis) específicas. Muitas imagens operam em vários modos.

14 O espectador A imagem tem como função primeira explicitar nossa relação com o mundo visual. Ou seja: a imagem serve, antes de tudo, para ser imagem. O espectador é parceiro ativo: constrói e é construído pela imagem. Trabalho de reconhecimento (ver nas imagens “a mesma coisa da realidade”) e trabalho de rememoração (ao produzir um saber sobre o real).

15 O espectador Não há olhar fortuito (expectativas / hipóteses / verificação). A percepção visual é um processo experimental. Regra do etc.: o espectador supre a imagem daquilo que ela não possui. O êxtase: a imagem pode colocar o espectador para “fora de si” (ek-stasis). A imagem pode iludir, quando encontra condições psicológicas e sociais para tal.

16 O espectador A representação é um processo onde a imagem pretende tomar o lugar daquilo que ela representa. A representação permite ao espectador ver por procuração (a vida vicária) uma realidade ausente. A representação no tempo (presente, duração, futuro, sincronia, assincronia) varia nas imagens temporalizadas (vídeo, cinema) e nas imagens não-temporalizadas (pintura, fotografia).

17 O espectador A imagem pode produzir dois efeitos diferentes:
Um efeito de realidade, quando propõe ao espectador uma série de indícios que imitam a percepção natural. Um efeito de real, quando o efeito de realidade é tão forte que induz no espectador a sensação de que o que ele vê na imagem existe de fato, ou pôde existir, na realidade. É isso que institui a dupla conceitual documentário/ficção e suas variações.

18 O espectador O trabalho de quem vê uma imagem é duplo: de um lado, empregando atividades perceptivas e cognitivas, o espectador compreende a imagem. Por outro lado, empregando o saber (ou as modalidade de saber), determina um modo de usar aquela imagem. Exemplo: o poder de convicção da imagem fotográfica vem de um saber implícito sobre a gênese dessa imagem (traço automaticamente produzido). Exemplo: superposição = conhecimento do dispositivo.

19 O espectador O espectador é um sujeito com afetos, pulsões, emoções que intervem na sua relação com as imagens. A imagem “contém” o inconsciente e, inversamente, o inconsciente “contém” a imagem. O imaginário (domínio da imaginação) permite a produção de imagens interiores passíveis de serem externadas. Toda imagem provoca redes identificadoras do espectador consigo mesmo e com os outros.

20 O espectador As imagens provocam processos emocionais incompletos, já que não permitem a passagem da emoção à ação. Não há uma verdadeira comunicação entre espectador e imagem. Mas as imagens podem produzir emoções “fortes” (de sobrevivência, estressantes: medo, susto, ansiedade) e emoções “sociais” (tristeza, afeição, desejo).

21 O espectador O espectador apresenta um tipo particular de “instinto”, ou melhor de pulsão. Trata-se da pulsão escópica, que aciona a necessidade de ver. Essa pulsão compõem-se de um objetivo (ver), uma fonte (o sistema visual) e um objeto (o olhar); O olhar é um objeto do desejo.

22 O espectador A pulsão escópica pode gerar um tipo específico de perversão: o voyeurismo. Trata-se de uma exacerbação da pulsão escópica. Se a imagem é feita para ser olhada, deve proporcionar algum tipo de prazer. Não apenas acreditamos na imagem (na realidade representada), mas a imagem produz uma revelação sobre o objeto representado.

23 O espectador A imagem é sempre modelada por estruturas profundas.
Essas estruturas são ligadas ao exercício de uma linguagem. São ainda vinculadas a uma organização simbólica (cultura, sociedade). Imagem é um meio de comunicação e de representação do mundo.

24 O dispositivo Há elementos propriamente plásticos nas imagens.
Esses elementos caracterizam as imagens como formas visuais. A superfície da imagem (organização, composição, relações geométricas entre as diversas partes da imagem). A gama de valores (maior ou menor luminosidade de cada região da imagem). A gama de cores (e suas relações de contraste). Os elementos gráficos. A matéria da imagem (pincelada, grão...)

25 O dispositivo Todo dispositivo de imagens regula a distância entre o espectador e os valores plásticos. Através do dispositivo, o espectador percebe o que está representado na imagem mas também a forma plástica que é a própria imagem. Por exemplo: as principais fontes atuais de imagens (revistas, livros, TV, DVD) fazem parecer que todas as imagens têm dimensões médias e nos levam a privilegiar relações especiais fundadas em distâncias médias.

26 O dispositivo O sucesso de certos dispositivos provém da relação especial que propõem para as imagens. Exemplo: o sucesso do cinema é em grande parte devido ao tamanho da imagem projetada. Há efeitos de ampliação e redução que transformam o sentido da distância e levam o espectador a se aproximar ou se distanciar psicologicamente da representação.

27 O dispositivo Os dispositivos acentuam a relação entre as molduras concretas e as molduras abstratas. Toda imagem tem suporte material porque é, em si, um objeto. A moldura-limite é o que interrompe a imagem e define o seu domínio. A moldura separa a imagem do que não é imagem, instituindo um dentro e fora do campo visual.

28 O dispositivo As molduras tem funções diferenciadas:
Funções visuais, ao isolar um pedaço do campo visual, tornando a percepção mais nítida. Funções econômicas, ao realçar o valor da mercadoria-imagem. Funções simbólicas, ao indicar ao espectador o que deve ser olhado. Funções narrativas, ao designar o mundo imaginário que é contado, a diegese. Funções retóricas, ao proferir um discurso sobre a própria representação.

29 O dispositivo Os dispositivos permitem que as imagens estabeleçam relações de centramento ou de descentramento. Há, numa imagem, vários centros: geométrico, de gravidade visual, de composição, diegéticos. Observar uma imagem é analisar e organizar estes diversos centros e relacioná-los ao centro absoluto (o próprio espectador).

30 O dispositivo A noção de enquadramento designa o processo mental e material pelo qual se constitui uma imagem de um determinado campo sob determinado ângulo. Enquadrar é estabelecer uma relação entre um olho fictício (autor/câmera) e o conjunto de objetos do campo visual. Disso derivam técnicas de superenquandramento (quadro no quadro, janelas, espelhos). Nesse sentido, o desenquadramento é um enquadramento desviante.

31 O dispositivo A noção de ponto de vista faz equivaler o olho do produtor da imagem ao olho do espectador da imagem. Um local, real ou imaginário, a partir do qual uma imagem é olhada. Um modo particular de considerar um problema. Uma opinião, um sentimento, uma posição ideológica.

32 O dispositivo Todo dispositivo define para as imagens uma dimensão temporal. Há imagens não-temporalizadas, idênticas a si próprias no tempo (pinturas, fotografias). Há imagens temporalizadas, que se modificam ao longo do tempo (cinema, vídeo). Por isso consideramos as relações entre imagens fixas/móveis, únicas/múltiplas, autônoma/seqüencial.

33 O dispositivo Há ainda uma relação variável entre o tempo da imagem e o tempo do espectador. A percepção da imagem única pressupõe um scanning, já uma tira de quadrinhos é lida imagem por imagem mas também no conjunto. Há um tempo que pertence à imagem e um outro que pertence ao espectador. Oposição discurso/história.

34 O dispositivo Mesmo as imagens de base fotográfica, antes de serem reproduções da realidade, são um registro de tal situação luminosa em tal lugar e em tal momento. Certas imagens embalsamam o passado: “isso foi” (Barthes). Mesmo um desenho, essa múmia do passado aponta para um momento de um traço que não retornará mais.

35 O dispositivo Nas imagens seqüenciais, agenciam-se blocos de espaço-duração, em certas condições de ordem e duração. A montagem é resultado da seqüencialização de blocos de tempo, entre os quais há apenas relações temporais implícitas. No caso das imagens não-temporalizadas seqüenciais (quadrinhos) as relações de tempo são marcadas de modo muito mais codificado.

36 O dispositivo Todo dispositivo implica num aparato tecnológico.
Todo aparato tecnológico implica numa ideologia (uma forma determinada de intervenção no mundo). “A câmera veicula uma ideologia do visível” (Comolli). Assim, as imagens devem ser percebidas de maneira diferente se nascem de dispositivos diferentes.

37 O dispositivo O dispositivo, portanto, é aquilo que regula a relação do espectador com a imagem. Produz, necessariamente, efeitos sobre este espectador. O dispositivo induz tipos particulares de espectador: o cinéfilo, o amante da pintura, o viciado em quadrinhos...)

38 A imagem A imagem existe (e só existe) para ser vista por um espectador historicamente definido por certos dispositivos. Toda imagem é produzida de maneira deliberada, calculada, para atingir certos efeitos. Tudo, na imagem, é produzido, distribuído e recebido como um processo (social, comunicacional, artístico...).

39 A imagem A noção de analogia indica a existência de uma relação de semelhança entre a imagem e a realidade. Mas a analogia é relativa, pois toda representação é convencional. Há convenções mais ou menos naturais, ou seja, mais ou menos parecidas com as propriedades do sistema visual natural.

40 A imagem A noção de mimese vem do grego mimesis, que significa imitação. É sinônimo de analogia, mas designa um ideal de semelhança absoluta. Toda imagem é, de um lado, fruto de uma necessidade de ilusão e, de outro lado, da necessidade de expressão concreta do mundo. A analogia faz parte do processo de referência (o referente é o modelo da realidade que se pretende representar.

41 A imagem A imagem é mais analógica quando fornece o máximo de informação possível sobre a realidade. Não há realismo absoluto. O realismo é uma tendência, uma concepção particular da representação. Em certas épocas, as representações não visava o realismo (as representações do além).

42 A imagem Na observação da imagem, uma das principais tensões se dá entre campo e cena. O campo é o espaço representado nos limites da imagem onde se passa uma cena. Mas ele admite um fora-de-campo: elementos que estão invisíveis mas que são admitidos pelo espectador. O campo dá acesso potencial às parte não vistas da cena.

43 A imagem Falamos de narração quando a imagem representa um acontecimento. Narrativa é um conjunto organizado de significantes cujos significados continuem uma história. A imagem propõe uma narrativa do tipo mimético: a mostração. A representação imagética é quase sempre determinada por uma intenção maior, de ordem narrativa.

44 A imagem Se a imagem contém sentido, este pode ser “lido” pelo espectador. A imagem é lida num trabalho de interpretação. A interpretação semiológica pretende detectar os códigos mobilizados na representação. A interpretação iconográfica pretende situar a representação num contexto determinado.


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