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ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA

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Apresentação em tema: "ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA"— Transcrição da apresentação:

1 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA

2 CURSO DE HIPNOSE

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 HISTÓRIA DA HIPNOSE A história da hipnose, na realidade, iniciou-se antes da existência de qualquer relato escrito da história humana. Nas cerimônias religiosas e de cura de todos os povos primitivos que já habitaram este planeta existem elementos essenciais para induzir seus participantes em transe hipnótico. Assume-se, portanto, pelo estudo das cerimônias de povos primitivos ainda existentes na África, na Austrália e em outros lugares, que, mesmo antes da história começar a ser gravada, as induções eram realizadas através de cantos rítmicos, batidas monótonas de tambores, juntamente com o olhar fixo dos olhos acompanhado de catalepsia do resto do corpo. Também nos achados da Antiguidade, existem textos, com mais de a.C., nos relatando como os sacerdotes da Mesopotâmia, usavam o Transe - "um estado diferenciado da consciência usual" - para realizar diagnóstico objetivando curas. Os Antigos egípcios a 2000 a.C., já utilizavam empiricamente

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 encantamentos, amuletos, imposição de mãos, sem se darem conta da imaginação e sugestão envolvidas nesses procedimentos. Historicamente, os primeiros registros de práticas hipnóticas, remontam a 2400 a.C., na Índia e na Caldéia. Podemos identificá-las, também, na Pérsia, Babilônia, Assíria, Suméria, Egito, Grécia, Roma, nos antigos Hebreus, nos Deltas. Nas cerimônias primitivas tinham como ponto essencial o foco central da atenção, com áreas neurológicas vizinhas de inibição, sendo estes dois fatores responsáveis por 95% da indução do transe hipnótico. Na realidade é sem importância que estas cerimônias sejam chamadas de religiosas, curandeirismo ou uma combinação de ambas. O fato é que o estado de transe existia e seu caráter era hipnótico, apesar de que a palavra "hipnose" jamais fora aplicada a ele antes de Braid cunhar o termo em 1842

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Todos aqueles que viajam através do mundo estão familiarizados com hindus, faquires, iogues, encantadores de serpentes, e adeptos da Magia no ocidente que induzem em si e em outros, estados catalépticos através da fixação dos olhos e de outras técnicas de mesmerismo, capazes de realizar proezas físicas e de eliminar a dor. Séc. XXX aC. – Egito Os sacerdotes induziam um certo tipo de estado hipnótico. Séc. XVIII aC. – China Induzia-se um certo tipo de transe hipnótico para se buscar a aproximação entre os pacientes e seus antepassados. Mitologia Grega Asclépios aprendeu com Centauro Quíron um tipo de sono especial que curava as pessoas.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Séc. XI - Avicena ( ) Sábio filósofo e médico iraniano acreditava que a imaginação era capaz de enfermar e de curar pessoas. "A imaginação pode fascinar e modificar o corpo de um homem, tornando-o doente ou restaurando-lhe a saúde". Séc. XVI ( ) Philippe Bombast Von Hohenheim (Paracelsus) era médico e filosofo suíço, viveu de 1493 a 1541, e considerava que todos os seres humanos estavam sobre a ação do influxo sideromagnético dos astros. Para ele, considerado o pai da medicina hermética, o corpo humano se comportava como um verdadeiro íma, que podia atrair o fluxo dos astros e absorvê-lo, bem como assimilar ou eliminar os elementos terrestres. O polo norte do corpo humano corresponderia aos pés e o pólo sul aos genitais. Ele empregava minerais magnéticos para o tratamento das doenças e relatava

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 várias curas. Em virtude das suas idéias Paracelso foi perseguido, tendo que ir de uma cidade para outra.(Marlus, p. 9) Séc. XVIII

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 É irônico o fato de que a história moderna da hipnose inicie-se não com um médico, mas com um membro do clero, um padre católico que viveu em Klosters. O Padre Gassner defendia a tese de que, de acordo com as crenças da época, os pacientes doentes estavam possuídos por demônios, que deviam ser banidos, antes que o paciente pudesse novamente gozar de boa saúde. Gassner obteve o consentimento da Igreja para suas ações através da afirmação de que Deus estava agindo através dele para expulsar os demônios que estavam possuindo seus infelizes pacientes. Diferentemente de outros homens de sua época, o Padre Gassner não fazia segredos de seus métodos, e frequentemente permitia que médicos observassemno administrando seu tratamento. Os médicos que se apresentavam para observálo em ação eram conduzidos a uma sala parecida com um pequeno teatro onde se acomodavam, e então o paciente era posicionado numa espécie de palco no centro desta sala para esperar pelo Padre Gassner. Com o objetivo de melhorar ainda mais o espetáculo, no ‘timing’ de sua entrada, Gassner caminhava

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 até a plataforma através de um longo promontório negro, segurando um grande crucifixo de "ouro" com a mão estendida ao alto. O paciente era de antemão avisado que quando o Padre Gassner o tocasse com o crucifixo, ele prontamente cairia ao chão e permaneceria ali esperando novas instruções. Os pacientes de Gassner eram instruídos a "morrer" enquanto jaziam prostrados ao chão, e que durante este período de "morte" Gassner expulsaria os demônios de seus corpos, devolvendo-lhes a vida normal novamente. (Esta idéia de renascimento permeia tanto a hipnose quanto a religião, inclusive suas formas mais primitivas. Depois que algum médico examinava o paciente, não sentindo seu pulso, não ouvindo as batidas do coração e dando-o como morto, o Padre Gassner ordenava que o demônio partisse e, logo após, o paciente ‘ressuscitava’ e se levantava completamente curado. É dito que Mesmer assistiu várias performances do Padre Gassner por volta de 1770, sendo depois responsável pela introdução do fenômeno na prática médica.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Séc. XVIII – Franz Anton Mesmer ( ) Inaugurou a fase científica da hipnose. O início da história formal da hipnose se deu em 1765 com os trabalhos de Mesmer com seu magnetismo animal...

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Franz Anton Mesmer, filho de um guarda florestal, nasceu em 23 de maio de 1734, em Iznang, no Lago Constance, Alemanha. Ele estudou nas Universidades de Dillingen e Ingolstadt, na Áustria, onde recebeu seu Ph.D., estudando Direito posteriormente. Recebeu seu grau de Doutor em Medicina no ano de 1766, depois de apresentar um artigo com o título de 'De Planetarum Influx' (Sobre a Influência dos Planetas). Dois anos depois de sua graduação, Mesmer casou-se com a rica viúva de um Tenente-Coronel do exército, de nome Marie Anna Von Posch, em 10 de janeiro de Incapaz de aceitar a hipótese do Padre Gassner de que os pacientes eram possuídos por demônios, Mesmer acreditava que de alguma maneira o crucifixo de metal empunhado por Gassner fosse talvez o responsável pela magnetização do paciente; então desenvolveu suas idéias e explicou os resultados na teoria do magnetismo animal, testada pela primeira vez em 1773, em uma jovem de 28 anos, Franziska Osterlin, que por acaso se casou com Fredrich Von Posch, enteado de Mesmer. Mesmer publicou seu primeiro relato da cura magnética em 1775, sob o título de Schreiben Uber die

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Magnetiker. Apesar de sua fama continuar a se espalhar, ele foi forçado a deixar Viena após o famoso caso Paradis, no qual o Dr. Von Stoerck e o Dr. Barth foram seus oponentes. Em 1777, Maria Theresa Paradis, uma jovem pianista cega, e favorita da Imperatriz da Áustria, que recuperou sua visão depois de ser tratada por Mesmer, apesar do fato de ter estado por dez anos sob os cuidados do maior especialista em olhos da Europa, o Dr. Von Stoerck, sem qualquer melhora. Influenciada por médicos ciumentos, a mãe da criança afastou-a dos cuidados de Mesmer antes da cura estar completa. Numa cena de emocionalismo, a mãe deu um tapa no rosto da criança por ela não querer deixar a clínica do Dr. Mesmer, fazendo com que a cegueira histérica se reafirmasse. No entanto, a influência de Mesmer ainda era grande o bastante para garantir uma recomendação do Ministro do Exterior austríaco à Embaixada Imperial em Paris, para onde se mudou em fevereiro de Ele fundou uma clínica com D'Eslon, na Place Vendôme, e publicou seu famoso livro em 1779, Mémoire Sur La Découverte Du Magnetisme Animal.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Em 1784, o governo francês investigou Mesmer, declarando-o um farsante. Entretanto, Benjamin Franklin, que era membro do comitê de investigação, escreveu o relatório da minoria, que afirmava que o fenômeno era digno de maiores considerações. Outros membros da comissão eram Jussieu, famoso por sua ligação com os Twilleries; Guillotin, o inventor da guilhotina, que leva seu nome; e Lavoisier, o famoso químico francês cujo nome ainda é familiar aos americanos como o nome de uma marca de antisséptico bucal! A descrição fascinante de Esdaile a respeito da investigação afirma que ele acreditava que o veredito era justo o bastante, considerando a natureza das provas apresentadas aos membros da comissão. Ele continua afirmando: “...mas entretanto, (tal é a falibilidade humana), neste caso, summum jus também era summa injuria; a verdade foi sacrificada à falsidade, como penso que se tornará claro de uma rápida análise dos procedimentos. Este provavelmente não será tempo perdido, pois tenho ouvido cavalheiros inteligentes dizerem que o relato dos filósofos franceses ainda decidiam suas opiniões.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Eles tinham uma série de axiomas sobre o Mesmerismo que lhes foram apresentados, cuja verdade eles examinariam e a eficácia de certos processos deveria ser provada para sua satisfação através de experimento. O objetivo dos Mesmeristas parece ter sido tentar convencer a comissão de que Mesmer possuía um segredo digno de ser aprendido, e ao mesmo tempo continuar a guardá-lo para si ocultando sua extrema simplicidade sob o manto de um complicado mecanismo e vários tipos de teatralismos. D'Eslon, aluno de Mesmer, propôs suas leis do Magnetismo Animal desta forma: I. O magnetismo Animal é um fluído universal, constituindo um polônio absoluto na natureza, e o meio de toda influência mútua entre os corpos celestes, e entre a terra e os corpos animais. Esta é uma afirmação muito exagerada. II. É o fluído mais sutil na natureza, capaz de fluxo e de refluxo, e de receber, propagar, e dar continuidade a todas as formas de movimento. III. O corpo animal está sujeito às influências deste fluído através dos nervos, que são imediatamente afetados por ele. Não vemos outra maneira no presente.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 IV. O corpo humano possui pólos e outras propriedades, análogas ao ímã. A primeira proposição jamais foi provada, e admite tudo como sendo correto; e na segunda existe apenas probabilidade. V. A ação e a virtude do magnetismo animal pode ser transmitida de um corpo a outro, quer animado ou inanimado. Isto está correto, no que diz respeito às relações entre corpos animados; e estes podem também impregnar substâncias inanimadas. VI. Opera a uma grande distância, sem a intervenção de qualquer pessoa. Verdadeiro. VII. É aumentado e refletido por espelhos, transmitido, propagado e aumentado pelo som, e pode ser acumulado, concentrado, e transportado. VIII. Não obstante a universalidade deste fluído, todos os corpos animais não são afetados por ele; por outro lado existem alguns, apesar de que pequeno em número, cuja presença, destrói todos os efeitos do magnetismo animal. A primeira parte está correta, a última não é improvável. IX. Por meio deste fluído, doenças nervosas são curadas imediatamente, e outras

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 medialmente; e suas virtudes, de fato, estendem-se à cura universal e a preservação da Verdade da humanidade, a um grau tão elevado, que ainda não sabemos o quão longe poderá ir. Surpreende o fato de que a comissão desdenhosamente recusou tamanha quantidade de asserções absolutas e de teorias insustentáveis, com certeza temperadas com verdade, porém tão diluídas e obscurecidas a ponto de se tornarem irreconhecíveis? Como uma testemunha de Bengala, D'Eslon não se contentou em simplesmente dizer a verdade, mas acrescentou por conta própria tantas invenções corroboradoras a ponto de ninguém saber em que acreditar, e o caso foi encerrado como indigno de posterior investigação. Ele arruinou a si e a sua causa também, (talvez por ignorância) ao carregar a verdade com um pacote de maquinarias espalhafatosas, através das quais esperava que o poder da natureza penetrasse. Mas a Natureza, como um camelo sobrecarregado, virou-se contra seu condutor, jogando a si e sua parafernália de plataformas magnéticas, bastões e cordas condutoras, pianos, árvores e baldes magnetizados, na lama; e a

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 verdade retirou-se em desgosto para o fundo de seu poço, para lá permanecer até que homens mais honestos pudessem novamente extraí-la para surpreender e beneficiar o mundo. Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do operador. O processo sendo natural, quanto mais as partes estiverem num estado natural, melhor: os corpos de meus pacientes estando despidos, e suas cabeças geralmente raspadas, provavelmente não é de pouca consequência. Existem algumas asserções muito importantes neste excerto do livro de Esdaile. Em primeiro lugar, ele certamente salienta claramente a razão por que a comissão rejeitou o fenômeno como sendo indigno de posteriores investigações. nos procedimentos…“

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Segundo: ele também ilustra a questão de forma dupla através do acréscimo de um número de suas próprias concepções erradas, concepções estas que no entanto eram aceitas como verdadeiras em sua época, no que diz respeito à prática médica. Terceiro: ele sumariza uma teoria realmente astuta e brilhante em apenas uma sentença: ‘Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada por parte do operador.’ Quarto: ele faz uma observação que poderia servir para outros experimentos: O processo sendo natural, quanto mais as partes estejam num estado natural, melhor. Isto poderia ser conseguido de uma forma melhor por outros meios que não a mera nudez, apesar de que, talvez, possivelmente o fato de estar nu, o indivíduo psicologicamente está "sem defesa", ou mais "submisso". Meu método favorito de indução é levar o paciente com todos os seus sentidos para uma viagem a uma área de floresta primitiva, cheia de paz e quieta, tranqüila e calma, onde a concentração e o relaxamento são maiores. Os espíritos da obediência passiva, bem como da viagem à vastidão da natureza para buscar comunhão com Deus, fazem parte de toda grande religião do mundo.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 O acima já é o suficiente no que tange ao relatório da comissão que teve como seu principal efeito a denúncia de Mesmer, seus métodos e suas teorias, apesar de que suas teorias estavam, na realidade, sendo mais julgadas do que seus métodos. Depois de ser denunciado em Paris, a popularidade de Mesmer rapidamente diminuiu, e então ele viajou para a Inglaterra, Itália e Alemanha, retornando para uma rápida visita a Paris antes do início da revolução. Ele então estabeleceu-se em Frauenfeld, na Suíça, até o verão de 1814, quando mudou-se para Morsburg, onde faleceu no dia 5 de março de 1815. Não é de conhecimento geral, mas no entanto verdadeiro, que Mesmer e seu filho publicaram trabalhos sobre o magnetismo animal, e até mesmo hoje cópias destas obras completas podem ser obtidas.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Quando os pacientes de Mesmer eram colocados em banheiras cheias de água e de limalhas de ferro das quais sobressaíam-se varas maiores de ferro, Mesmer sugeria a eles que, quando os tocasse com seu bastão magnético, eles se tornariam magnetizados e eventualmente entrariam num estado de "crise" do qual sairiam curados. Seus pacientes invariavelmente se curavam e Mesmer considerava a crise uma necessidade absoluta para a cura. Mesmer era uma figura muito imponente com seus longos robes, segurando seu bastão magnético e passando de quarto em quarto em sua clínica. Seus métodos de magnetismo, portanto, permaneceram inquestionados e seu discípulo e aluno de boa fé, o Marquês de Puysegur, colocava pacientes em um transe que chamava de sonambulismo artificial, no qual os pacientes não entravam num estado de crise, mas num estado de calmo relaxamento. (O Marquês havia se esquecido de sugerir de antemão aos seus pacientes que eles experimentariam um ‘ataque’!)

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Discípulo de Mesmer (Armand Marie Jacques de Chastenet) conhecido como Marquês de Puysegur, tratando separadamente um paciente de 23 anos de idade de nome Victor Race, em 1784, observou que ao invés de o mesmo apresentar

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 convulsões como ocorria com os pacientes de Mesmer, ele dormia tranquilamente e durante esse sono podia falara, responder ordens, e após ser acordado não lembrava de nada. Então denominou esse estado de sonabulismo artificial por analogia ao sonambulismo do sono fisiológico. Foi responsável pela descrição das três características fundamentais da Hipnose: 1) concentração dos sentidos no operador, 2) aceitação das sugestões sem questionamento, e 3) amnésia em relação a acontecimentos em transe. Séc. XVIII ( ) José Custódio de Faria. Sacerdote português, nascido em Condolim de Bardez (Goa), Ídia Portuguesa, chegou em Paris por volta de 1813, e considerava que não podia haver influência de um “fluido” nas experiência do marquês de Puységur. Para o abade Faria era a vontade do paciente que conduzia ao que chamava de “sono lúcido”. Faria foi o primeiro a afirmar que a vontade receptiva do paciente e o rapport entre o paciente e o magnetizador determinava a formação do processo de cura. No

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 entanto, a popularidade de Mesmer estava tão bem estabelecida que a hipótese de Faria foi logo esquecida. O Dr. Wolfart, a pedido do governo da Prússia, viajou de Berlim para Frauenfeld em 1812, para investigar Mesmer e para aprender tudo o que o que fosse capaz a respeito do magnetismo animal, trazendo posteriormente este conhecimento para a Universidade de Berlin. No mesmo período, Koreff já estava em Paris numa missão semelhante. O Mesmerismo espalhou-se rapidamente através da Europa, incluindo a Suíça, a Itália e até mesmo os países Escandinavos. Isto produziu muitos especialistas, incluindo Eschenmayer, Kerner, Lallemant, Schelling, Passavant, Kluge, Pace, Ostermeyer, Pfaff, Pezold, Selle, Bartels e muitos outros. Séc. XVIII ( ) James Braid

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Nascido em Fifeshire na Escócia, adepto do ocultismo, médico oftomologista e cirurgião de Manchester, Inglaterra, apareceram os primeiros conceitos científicos sobre o hipnotismo. No dia 13 de novembro de 1841, um magnetizador francês chamado La Fontaine, que demonstrou o Mesmerismo, introduziu James Braid pela primeira vez ao Mesmerismo (teoria baseada no magnetismo animal) e aos experimentos mesméricos numa reunião acontecida

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 naquele dia. Uma descrição completa desta reunião pode ser encontrada por escrito juntamente com uma história detalhada da atividade de Braid, no livro de Bramwell, Hypnotism, Its History, Practice and Theory. Seis dias depois assistiu novamente e, o fato do indivíduo não poder abrir as pálpebras lhe chamou atenção. Braind achou que ali estava as causas dos fenômenos, e ao voltar para casa fez experiências com a sua esposa, um amigo e um criado. Pediu para que olhasse fixamente um determinado ponto brilhante até que seus olhos entregassem extenuados ao reposo. A partir desse momento teve em suas mãos essas pessoas “magnetizadas”. As primeiras conclusões de James Braind foram: a)O fenômeno do mesmerismo era puramente subjetivo e não dependia de qualquer poder mágico, de nenhuma influência astral, de qualquer fluido mineral ou animal, nem sequer de qualquer influencia da pessoa do operador; b) esses fenômenos deviam-se exclusivamente à natureza física, mecânica e funcional, produzindo alterações nos órgãos dos sentidos, especialmente na visão, levando a um esgotamento do centro visual pela estimulação continuada e monótona;

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 c) introduziu o método de indução da fixação do olhar, que ainda hoje pode sesr utilizado, com ou sem modificações. James Braid é mais conhecido pelo fato de ter renomeado o Mesmerismo para "Hipnotismo", em 1842, com base na palavra grega "Hypnos", que significa "sono", e por ter se oferecido a apresentar um documento a seu respeito numa reunião da British Medical Association, em Manchester, que recusou. Apesar disso, ao contrário de Mesmer, ele manteve uma boa reputação profissional em sua comunidade durante toda sua vida, e não apenas ficou conhecido como um excelente hipnotista, mas também como foi amplamente aclamado por suas cirurgias de pé plano (chato) e outras deformidades. No final de sua vida, Braid concluiu que o hipnotismo não era um verdadeiro sono, mas uma concentração da mente, e tentou mudar o nome para monoideísmo. Mas, na época, "Hipnose" e "Hipnotismo" já eram palavras bem enraizadas em todas as línguas da Europa, abandonando por fim este esforço de mudar o nome.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Ele cultivou a prática e o interesse no hipnotismo durante toda sua vida, escrevendo vários documentos e monografias sobre o assunto. Apesar de Braid ser mais conhecido por ter renomeado a arte de Mesmer para hipnotismo, ele também foi responsável por várias ideias. Estas são como descritas a seguir: 1: Que a hipnose é uma ferramenta poderosa que deveria ser limitada somente aos profissionais da medicina e da odontologia. 2: Que apesar de ter o hipnotismo sido capaz de curar muitas doenças para as quais antes não havia remédio, não era, no entanto, uma panaceia, mas era apenas uma ferramenta médica que deveria ser usada em combinação com outras informações médicas, drogas, remédios, etc., para apropriadamente tratar os pacientes. 3: Que em mãos qualificadas não há grande perigo associado ao tratamento com a hipnose, nem sequer dor ou desconforto.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 4: Que muitos estudos e pesquisas seriam necessários para compreendermos por completo vários conceitos teóricos a respeito da hipnose. Estes enunciados filosóficos eram extremamente sólidos, especialmente para um médico que viveu no século XIX e que possuía conhecimentos limitados, disponíveis naquela época. O fato de que estes conceitos permaneceram virtualmente imutáveis até hoje demonstra, claramente, o brilhantismo deste grande médico e hipnotista de Manchester. que ainda persistem até o presente. John Elliotson Tal como Braid, Elliotson graduou-se em medicina em Edinburgo, mas continuou seus estudos no continente e em Cambridge e no Sir Guy's Hospita.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Ele nasceu em 1791 e morreu no dia 29 de julho de 1868, após uma longa doença, na casa de seu amigo, o Dr. Symes, um aluno formal. Assim como Braid, Elliotson foi um brilhante médico, palestrante e Professor de Medicina. A fama de Elliotson, entretanto, até mesmo excedeu a de seu predecessor, o Dr. Braid, pois Elliotson chegou ao topo da vida acadêmica de Professorado em Medicina na Universidade de Londres. Ele também foi nomeado Presidente da Royal Medical and Surgical Society, e foi um dos fundadores do University College Hospital, em Londres.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Ele introduziu o estetoscópio na Inglaterra, juntamente com os métodos de se examinar o coração e os pulmões da forma que são utilizados até hoje. Uma história completa de sua vida aparece também no livro de Bramwell. Elliotson é mais conhecido pelo fato de ter estabelecido o primeiro periódico a tratar do hipnotismo, em Esta revista tinha o título de ‘The Zoist’, e cópias completas de seus números ainda podem ser obtidas através de algumas fontes. Ele foi expulso do University College Hospital por ter escolhido a hipnose como o assunto do discurso Harveiano de Neste discurso, Elliotson citou esta passagem memorável das obras de Harvey: "Os verdadeiros filósofos, compelidos pelo amor à verdade e à sabedoria, nunca se imaginam tão sábios e cheios de si a ponto de não se renderem à verdade, de qualquer fonte e a qualquer tempo; nem possuem eles mentes tão estreitas a ponto de acreditar que qualquer arte ou ciência nos foi transmitida por nossos predecessores em tal estado de perfeição a ponto de nada restar para futura dedicação".

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Elliotson aplicou então as palavras de Harvey à ciência do Hipnotismo e afirmou em termos nada duvidosos que era o dever dos médicos daquela época analisar cuidadosamente e com isenção sua pesquisa sobre o assunto. Muitos artigos interessantes foram publicados em seu periódico The Zoist, que foi publicado trimestralmente de abril de 1843 até 31 de dezembro de Durante treze anos, artigo após artigo foi publicado por Elliotson, Esdaile e muitos outros médicos brilhantes da época, testemunhando os excelentes resultados do tratamento com hipnose para insanidade, epilepsia, histeria, gagueira, nevralgia, asma, torcicolo, dores de cabeça, dificuldades funcionais do coração, reumatismo, tic doloroso, cólicas espasmódicas, ciática, lumbago, paralisia, convulsões, inflamações agudas dos olhos e dos testículos, e relatos de centenas de operações sem dor, desde a remoção de uma catarata até a amputação do pênis, a qual James Esdalie relatou dois casos. Parker (que originou a expressão "Parker Sem Dor") relatou cerca de 200 operações sem dor na Exeter, uma instituição que Elliotson ajudou-o a fundar. Elliotson era excelente no campo da hipnose infantil, e trabalhou com muitas crianças e com muitas doenças infantís,

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 tais como Dança de São Vito, coréia, tiques e outras enfermidades. Ao contrário de Braid, no entanto, Elliotson continuou a acreditar na clarividência e outros fenômenos místicos até sua morte. James Esdaile O Dr. James Esdaile provavelmente realizou mais operações cirúrgicas sob hipnoanestesia do que qualquer outro médico, pelo menos até a presente época. Ele era um homem de extrema perspicácia e inteligência que trabalhou a maior parte de sua vida na Índia, e provavelmente é mais conhecido por seu trabalho com a hipnose do que qualquer outro homem, com a possível exceção do próprio Mesmer. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1808, filho de um ministro, e como Elliotson e Braid, estudou em Edinburgo, onde graduou-se em 1830, obtendo um cargo na East India Company.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Esdaile realizou sua primeira operação sob hipnose no dia 4 de abril de 1845, em um hindu condenado à prisão que tinha dupla hidrocele, no hospital de Hooghly. Após realizar 75 operações sob hipnoanestesia, ele escreveu à junta médica, porém sua carta não foi nem sequer reconhecida. Mais tarde, no final daquele mesmo ano, tendo mais de cem operações em seu crédito, ele contatou Sir Herbert Maddock, o então vice-governador de Bengala, que nomeou um comitê de investigação composto primariamente de médicos. Ao receber o relatório favorável deste comitê, o Governador então colocou Esdaile como responsável de um pequeno hospital experimental próximo a Calcutá, para que ele pudesse dar continuidade em sua pesquisa sobre a hipnose, sejam quais fossem os valores que esta pudesse ter. Esdaile iniciou sua pesquisa em novembro de 1846, com os seguintes médicos nomeados para auxiliá-lo: R. Thompson, D. Stuart, J. Jackson, F Mouatt, R. O'Shaughnessy. E, ao final do primeiro ano do trabalho experimental de Esdaile, ele já tinha mais 133 operações em seu crédito, bem como um grande número de casos médicos. Os

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 relatos daqueles que visitaram a instituição continuaram a ser favoráveis, e, portanto, com o continuado apoio do vice-governador, Esdaile foi então indicado para trabalhar no Lane Hospital and Dispensary de Sarkea, para dar continuidade ao seu trabalho e expandi-lo para outros campos da medicina. A fama de Esdaile espalhou-se para todos os cantos, e certa vez ele afirmou com sinceridade que havia feito mais operações em tumores escrotais em um mês do que todas as que aconteceram em todos os hospitais de Calcutá em um ano inteiro. Alguns médicos locais que achavam seus pacientes serem histéricos, criticaram-no nas revistas médicas. O comentário de Esdaile quanto a isto foi que o seu próprio relato dos casos ainda era digno de nota, nem que se fosse como um exemplo de uma epidemia da insanidade. Seu senso de humor o acompanhou até quando deixou a Índia, em Ao deixar aquele país, ele tinha milhares de operações sem dor em seu crédito, e cerca de 300 grandes operações, todas executadas com a hipnose.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Enquanto estava na Índia, o clorofórmio foi introduzido como um anestésico e depois de ter deixado a Índia, um prêmio de dez mil dólares foi oferecido em 1853 ao descobridor das propriedades anestésicas do éter, que foi descrito como o primeiro dos anestésicos. Esdaile enviou uma carta revoltada de protesto contra isso, chamando a atenção ao fato de que ele havia realizado cirurgias sem dor com o Mesmerismo anos antes que qualquer pessoa tivesse ouvido falar do éter. (A propósito, o clorofórmio surgiu antes do éter.) Desgostoso com a Índia, e "não dando a mínima" a respeito de uma grandiosa prática em Calcutá, Esdaile retornou a Perth, o lar de seu pai, onde estabeleceu-se e permaneceu até desenvolver uma doença nos pulmões (tuberculose?), mudando-se então da Escócia para a cidade de Sydenham, na Inglaterra, onde morreu com a idade de 50 anos, no dia 10 de janeiro de Suas obras foram numerosas, mas talvez a mais famosa seja um livro originalmente entitulado Mesmerism in India, e posteriormente publicado sob o título Hypnosis in

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Medicine and Surgery. Neste livro, ele não apenas relatou 73 operações sem dor, mas também descreveu 18 casos médicos de paralisia, lumbago, ciática, convulsões e tic doloroso, além de informar o público sobre a hipnose. Ele atacava a estupidez de certos médicos que eram cegos para quaisquer novas idéias, citando a frase em latim "Stare super vias Antiquas", para descrever tais médicos. Ele chegou ao ponto de dizer que, como um amante da verdade por si só, ele ficava pouco satisfeito quando seus amigos lhe diziam: "Eu acredito porque você está dizendo". Ele achava que esta era uma crença estéril e constantemente procurava médicos para demonstrar-lhes sua recém descoberta ferramenta médica. O médico Jacob Conn, da Universidade de Medicina Hopkins, afirmou que ninguém trabalhou mais diligentemente do que James Esdaile para trazer o valor da analgesia e da anestesia hipnótica à atenção dos profissionais da medicina. A obra de Esdaile evidentemente se pagou, pois a Associação Médica Britânica relatou favoravelmente em 1891 que "Como um agente terapêutico, o hipnotismo é com freqüência eficaz no alívio da dor, proporcionando sono e suavizando muitas indisposições funcionais".

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Dr. Ambroise-Auguste Liebeault Liébeault é descrito pelos seus biógrafos como um homem sereno, bondoso e estimado pelos pobres, que o chamavam Lebon père Liébeault. Dizia Liébeault aos seus clintes, em quase sua totalidade humildes camponeses: “ Se desejais que vos trate com drogas, o farei, mas tereis de me pagar antes. Se, entretanto, me permitis que vos hipnotize, farei o tratamento de graça”. Ao método de

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Fixação ocular de Braid, liébaul acrescentou o da sugestão verbal. Liebeault é amplamente conhecido como o "Pai da Hipnose Moderna". A razão para isto é, antes de tudo, ter sido Liebeault o homem que concluiu e publicou a observação de que todos os fenômenos do hipnotismo são subjetivos em origem. Liebeault foi um humilde médico francês que, apesar de ser desinteressado pela pesquisa de uma maneira geral, foi, no entanto, um gênio na terapêutica. Ele manteve a prática médica de forma constante no campo, que o manteve ocupado dia e noite até receber seu diploma em medicina em Sua prática no hipnotismo era quase totalmente gratuita, e por causa disto obteve o sereno respeito de todos que o conheciam. Ele nasceu em 1823, começou seus estudos em medicina em 1844, e iniciou seus experimentos com o hipnotismo em 1848, mesmo antes de ter concluído a universidade. Após ter completado várias sessões terapêuticas de hipnose, ele escreveu um livro que demorou dois anos

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 para ser concluído. O ceticismo no entanto, era tão grande que ele vendeu apenas uma cópia, e foi para Bernheim. Em 1882, Liebeault curou um caso obstinado de ciática, que Bernheim havia tratado sem resultados por cerca de seis meses. Em parte por causa de sua curiosidade, e em parte porque queria expor Liebeault como um charlatão, Bernheim comprou o livro e viajou para se encontrar com ele, convencido de que de fato Liebeault era um charlatão. Entretanto, Bernheim ficou tão impressionado pelo seu trabalho a ponto de decidir ficar com ele e dele tornou-se um devotado aluno e amigo por toda a vida. Bernheim e Liebeault, então, publicaram juntos outro livro, que foi amplamente aclamado. Isto assim o foi especialmente por causa do grande número de fascinantes históricos dos casos de Liebeault.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Enquanto Parker e seus contemporâneos estavam primariamente interessados na cirurgia sem dor, Liebeault invadiu todos os campos da medicina, sendo de fato o médico mais importante na ampliação do escopo da terapêutica através do uso dahipnose. Uma descrição excelente da clínica de Liebeault aparece no livro de Bramwell. Liebeault tornou-se um adepto da hipnose rápida e, de fato, foi um dos primeiros a perceber que para a maior parte dos casos de hipnoterapia, um transe profundo era desnecessário, fato assinalado com frequência pelo Dr. S. J. Van Pelt. Ao contrário, Liebeault induzia seus pacientes com não mais do que um aceno de sua mão e uma frase rápida, tal como "Durma, meu gatinho"; sugeria que os sintomas mórbidos se fossem e permitia que os pacientes acordassem quando desejassem. Ele atendia centenas de pacientes, raramente demorando-se mais do que quinze minutos com eles. Bramwell afirma que todos os pacientes de Liebeault melhoravam ou se curavam, após seus tratamentos de sugestão rápida.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Liebeault, com a assistência de Bernheim, estabeleceu o que ficou conhecida como a "Escola de Nancy". Este foi um período de desenvolvimento da hipnose durante o qual uma grande quantidade de trabalhos experimentais foram feitos com muitos tipos de indução. Ao mesmo tempo que Liebeault estava meramente usando a palavra "durma", com um gesto de sua mão, Charcot, por outro lado, estava violentamente tocando gongos e piscando ‘luzes de drummond’. Os alemães Weinhold e Heidenhain preferiam o tique-taque de um relógio, e Berger usava chapas quentes de metal. As idéias do magnetismo e dos processos magnéticos ainda não haviam desaparecido por completo. Apesar de Liebeault explicar os fenômenos como sendo subjetivos, Piteres sustentava que certas partes do corpo eram particularmente sensíveis ao estímulo da pele, e estas assim chamadas zonas hipnóticas que foram descritas por ele, existiam, algumas vezes, em apenas um lado do corpo e, em outras, em ambas.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Moll afirmou ter ele mesmo visto muitas pessoas serem hipnotizadas apenas quando suas testas eram tocadas. Purkinje e Spitt afirmaram que toques na testa induziam um estado sonolento em muitas pessoas. A técnica de balançar o berço para induzir crianças era bem conhecida, e Eisenhart mencionou que o toque na testa era uma excelente técnica de indução em crianças. Hirt usava com freqüência a eletricidade para induzir a hipnose, e Sperling, um contemporâneo de Bramwell e de Moll, descreveu os transes hipnóticos dos Dervixes que havia visto em Constantinopla (atual Istambul). Drzewiecki sentiu que havia uma diferença na suscetibilidade à hipnose por causa da nacionalidade, e chegou a afirmar que os russos eram mais facilmente hipnotizáveis do que qualquer outro povo. Entretanto, percebeu-se mais tarde que nem nacionalidade e nem sexo contavam na habilidade de uma pessoa ser hipnotizada. Foi somente depois de Liebeault atingir uma idade avançada e ter-se aposentado da medicina, que ele desfrutou um pouco da aprovação que certamente lhe era devida. Ele não buscou e nem fez fortuna. Até sua morte, permaneceu feliz e tranqüilo, cônscio de uma vida bem vivida no tratamento dos pobres.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 O Dr. Bernheim, da Escola Nancy, é talvez mais conhecido pela propaganda do uso da hipnose. Apesar de ter Liebeault sido responsável pela ampliação da terapêutica, seu livro nunca foi amplamente lido. No entanto, quando Bernheim publicou seu livro sobre hipnose (com os históricos dos casos de Liebeault), este foi imediatamente aceito em todos os lugares. De fato, não obstante a tremenda reputação de Charcot e de seu pioneirismo com a Escola de Salpêtrière, mais e mais pessoas adotaram o modo de pensar da Escola Nancy. A disputa médica continuou através de todo o século XIX e até o início do século XX, com cada lado reivindicando vitórias na explicação da hipnose. Bernheim simplesmente pedia ao paciente para olhar para ele, não pensar em nada além de sono, e então dizia-lhe: "Suas pálpebras começarão a ficar pesadas, seus olhos estão cansados e começam a piscar, eles estão ficando úmidos, seus olhos não podem ver distintamente, e eles estão fechados." Se o paciente não fechasse seus olhos e caísse no sono quase imediatamente, como acontecia com muitos, ele então repetiria o processo até ser bem sucedido. Caso os pacientes não mostrassem quaisquer sinais de sono ou entorpecimento, ele então lhes asseguraria que o

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 sono não era essencial e que a influência hipnótica poderia ser exercida sem ele. Bernheim inspirou centenas de médicos-hipnotistas famosos, tais como Von Schrenk, Noltzing, Babinski e muitos outros. Charles Richet foi reconhecido como o introdutor do método de indução com o pressionar dos polegares e das mãos juntas. (1825—1893) Jean Martin Charcot Jean Martin Charcot, o famoso neurologista francês, tratava de pacientes histéricos no hospital dela Salpêtrière em Paris, deduzia que a hipnose era uma manifestação histérica. E, ainda, que a hipnose era obtida essencialmente por meios físicos, dando mínimo ou nenhum valor à sugestão. É óbvio que foram dois grandes erros desse famoso neurologista, que segunda a história, nunca teria hipnotizado ninguém porque seus pacientes histéricos eram preparados pelos seus assistentes.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Nasceu em 1825 e morreu em Era muito bem conhecido pelos profissionais de medicina por tantas e variadas realizações, e sua biografia é tão fácil de ser obtida que nenhum estudo detalhado a seu respeito será dado aqui. Ele provavelmente foi o médico mais famoso a adotar o hipnotismo naquela época e, além de seu trabalho com o hipnotismo, era conhecido pelo banho de Charcot, pela doença de Charcot, pela junta de Charcot, pela síndrome de

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Charcot, etc., bem como pelo tipo de dente Charcot-Marie, e seu trabalho com a atrofia muscular neuropática progressiva, de conhecimento de todos os estudantes de medicina. A Síndrome de Charcot-Weiss-Barber (síndrome do seio da carótida) e o sinal Charcot-Vigouroux também são bastante conhecidos. Vários cristais foram nomeados em homenagem a Charcot, incluindo os cristais Charcot-Leyden, os cristais Charcot-Neuman e os cristais Charcot-Robin. Apesar de sua grande fama no campo da medicina, ele mergulhou no hipnotismo sem a costumeira pesquisa cuidadosa que cercava seus outros trabalhos. Consequentemente, sua reputação enfraqueceu quando suas teorias de que a hipnose era um estado patológico que enfraquecia a mente foram mais tarde desaprovadas pela Escola Nancy de Medicina. De fato, quando Charcot morreu, Babinski denunciou muitas das curas de Charcot, afirmando que algumas foram na realidade falsificadas, e outras invenções da imaginação de Charcot. O amargo ataque de Babinski contra Charcot, mais do que qualquer outra coisa, foi responsável pelo declínio do uso

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 da hipnose na França. Este declínio continuou até tempos modernos, com apenas algumas exceções, tal como Pierre Janet e o Dr. Joseph Morlaas, que usaram a hipnose até que esta fosse oficialmente introduzida nas escolas francesas de medicina, em 1958. Josef Breuer

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Até a época de Breuer, a hipnose havia primariamente sido usada para o alívio da dor em cirurgias, e esta de acordo com o método de Liebeault, que simplesmente sugeria que os sintomas se fossem. Entretanto, por volta de 1880, Breuer fez uma descoberta acidental que mudou os métodos da hipnoterapia. Na verdade esta descoberta não apenas mudou os métodos da hipnoterapia, mas na realidade introduziu uma arte completamente nova em si, pois foi a obra de Breuer que atraiu Freud e o direcionou aos métodos da psicanálise que são tão comuns hoje em dia aos psiquiatras. Breuer estava tratando uma paciente a qual chamou de Anna O.. O caso é longo e complexo, sendo bem conhecido de todos os estudantes de psiquiatria. Durante uma parte da terapia, eles descobriram, para grande agonia da paciente, (e Anna O. era uma paciente histérica com muitos problemas e muito diferenciados) que ela não conseguia beber água. Na verdade, não importava a intensidade da sede que ela sentia, ela sentia que era uma impossibilidade física engolir água. Devido a isso, ela sobreviveu por alguns meses comendo frutas aquosas e melões, até que, durante uma sessão de hipnose, ela revelou num

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 ataque de raiva, como, para sua grande aversão, uma ex-governanta havia deixado um cão beber água que estava num copo, em sua presença. Tão logo acordou do transe, ela imediatamente pediu água a Breuer, esvaziando o copo com facilidade. Isto fez com que Breuer concluísse que a simples recordação das experiências traumáticas do passado (do cão bebendo água num copo) foi responsável pela remoção dos sintomas. Depois de chegar a esta conclusão, Breuer tentou então associar todos os sintomas dos pacientes com experiências traumáticas no passado. Depois de trabalhar com Anna O. por quase um ano, Breuer foi capaz de remover seus sintomas de cegueira, paralisia, surdez, a contratura de seu braço direito, sua falta de sensibilidade, tosse, tremores e outros sintomas, apenas através da repetição dos transes que revelaram mais e mais suas experiências do passado, que continham incidentes traumáticos danosos. Tal como Wolberg afirma em seu livro Medical Hypnosis, “A importância da obra de Breuer jaz na mudança de ênfase na terapia com hipnose, da remoção direta dos sintomas para o enfoque na causa aparente desses sintomas".

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Apesar de Janet ter chegado a esta mesma conclusão simultaneamente, o crédito por esta descoberta foi dado a Breuer. Dr. Eugene Azam

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Azam, um professor da Faculdade de Medicina em Bordeaux, e correspondente na Academia de Medicina em Paris, escreveu em 1887 um livro sobre um caso de consciência dividida. Ele descreveu em detalhes o caso de uma jovem, chamada Felita X., que o procurou pela primeira vez durante o mês de junho de 1858. Ele percebeu muitos fenômenos hipnóticos nesta paciente, fazendo algumas deduções psicológicas que confirmaram muitas das conclusões de Braid. O Professor Jean Martin Charcot (supra) escreveu o prefácio do livro, elogiando muito a obra do Dr. Azam. Traduzido do francês, dizia o texto: “Na época de hoje, em que o Hipnotismo chegou e é agora a aplicação regular deste método de descrição de doenças, que finalmente tomou seu lugar entre os fatos da ciência positiva, seria injusto esquecer os nomes daqueles que tiveram a coragem de estudar esta questão numa época em que estava sob a desaprovação universal. O Dr. Azam foi um dos pioneiros, sendo o primeiro na França. Ele buscou controlar, através de sua experiência pessoal, os resultados anunciados por Braid. A boa sorte de uma descoberta inesperada, é verdade, foi-lhe favorável ao dispor-lhe a experiência de uma paciente, que

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 espontaneamente apresentou vários fenômenos que haviam sido descritos por Braid. Mas, quantos médicos que estivessem no lugar do Dr. Azam teriam passado por estes fatos interessantes sem se deterem, quer por medo de serem confundidos por uma histeria jugular, ou por medo de comprometerem suas reputações ao realizar estudos que haviam sido desacreditados, ou simplesmente por seguir a preguiça científica que nos desprovê do benefício de novas coisas no desenvolvimento moderno? Os resultados do Dr. Azam não são apenas de interesse históricos: esta análise redescobriu a parte mais importante dos fenômenos somáticos e da anestesia psíquica, hiper-anestesia, contratura e catalepsia, que aprendemos, desde que neste ano foram apresentados, de acordo com uma determinação rigorosa, uma categoria especial de indivíduos (pacientes). Seria interessante observar, a bem da verdade, que pela escolha dos indivíduos e pela natureza dos fenômenos produzidos, os casos clínicos do Dr. Azam pertencem à hipnose histérica. É dito que esta forma de hipnose primeiro tomou seu lugar na ciência e somente agora chegou até nós. Ela manifesta sintomas tão característicos a ponto da pessoa mais cética não poder duvidar de sua existência. Portanto, devemos convidar nossos eminentes colegas a tomar

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 parte no sucesso da obra ao qual ele contribuiu, após termos registrado a pesquisa do Dr. Azam com aqueles da escola de Salpêtrière.” Azam enfrentou grandes dificuldades para remover a aura de mistério da hipnose, e foi elogiado por Charcot por isso. O Dr. Heinz Hammerschlag afirma em seu livro Hypnose und Verbrechen que os estudos de Azam em Bordeaux, apesar de importantes, foram importantes primariamente porque estes estudos atraíram a atenção de Liebeault, que foi o primeiro a ser bem sucedido em dar a estes pesquisadores uma novo ponto de vista. Ele esforçou-se para atribuir os fenômenos da hipnose à influência psiquiátrica da sugestão, em vez da influência do magnetismo, que havia antes sido tão popular na época de Mesmer. Como Charcot pôde continuar a manter a afirmação ridícula de que todos os assuntos hipnóticos eram "histéricos", face a face com a pesquisa de Braid, e do

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 lado oposto de sua boca elogiar o Dr. Azam por esclarecer e reiterar as conclusões de Braid, é algo completamente incompreensível. Sigmund Freud

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Até mesmo começar a tentar resumir a vida e a obra de um gênio é naturalmente impossível. Da mesma maneira, escolher incidentes específicos em sua vida e, ao descrevê-los, esperar que se compreenda o raciocínio intricado da mente de Freud, seria tão ridículo quanto descrever George Washington como "o garoto que cortou uma cerejeira". Várias centenas de livros foram escritos sobre Sigmund Freud, possivelmente o mais completo deles sendo The Life and Work of Sigmund Freud, de Ernest Jones ( ), em três volumes. Para uma compreensão completa de Freud, esta obra em três volumes supera todas as outras, mas estando tal tarefa além do escopo deste texto, devemos nos satisfazer com um pequeno resumo da ligação de Freud com o desenvolvimento da hipnose. Foi a obra de Breuer que atraiu Freud e que o fez publicar seu famoso livro coautorado por Breuer, Studien uber Hysterie, que foi publicado em Breuer e Freud concluíram corretamente que os sintomas histéricos são desenvolvidos como resultado de experiências repressivas danosas, e que se estas experiências

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 danosas fossem novamente liberadas da mente subconsciente por uma catarse mental, os sintomas histéricos seriam eliminados. Breuer conseguiu isso através do uso da hipnose, mas Freud, um hipnotista pobre, achou que a livre associação conjugada com a psicanálise eram veículos através dos quais poderia realizar seu trabalho de forma melhor. Parlour observou que, apesar de que Freud menosprezou a "hipnose" formal, ele no entanto usou constantemente muitas técnicas de hipnose, tais como "tocar a testa do paciente", "a concentração da mente do paciente", "o relaxamento do corpo sobre um sofá" e "o farto uso da imaginação". Este fato foi muito negligenciado durante o tempo em que Freud viveu, atenção sendo dada às palavras de Freud que nem sempre explicavam as ações do mesmo. Foi durante este período que uma das idéias mais errôneas a respeito da hipnose ganhou terreno, e que ainda hoje, infelizmente, é difícil desalojar das mentes de muitos médicos e de milhares de leigos. Devido à condenação da hipnose feita por Freud em favor da psicanálise, as pessoas começaram a associar a hipnose com "sugestões diretas" (este sendo apenas um dos aspectos do hipnotismo).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Por conseguinte, o público em geral e os leigos também começaram a pensar em termos de psicanálise versus sugestão direta. O que não foi suficientemente explicado foi que a ciência e arte do hipnotismo contém tanto análise quanto sugestão, e quando corretamente aplicada não apenas fraciona o problema em seus componentes para análise, mas recompõe o indivíduo novamente com uma Síntese. A psicanálise convencional, entretanto, com sua falta de orientação diretiva, elimina inteiramente a última parte mencionada acima e torna a primeira delas lenta, incômoda e muitas vezes ineficaz. Todavia, devido ao grande brilho e popularidade de Freud, as palavras “associações livres” e “psicanálise” tornaram-se as senhas da época, e a hipnose novamente mergulhou na obscuridade.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Alguns especialistas, tal como Pierre Janet da França, Bramwell e Moll da Grã- Bretanha, Morton Prince e McDougall dos Estados Unidos, e Pavlov na Rússia, continuaram a fazer uso do hipnotismo. A maioria dos neurologistas (naquela época, a maior parte das doenças mentais era investigada do ponto de vista da “neurologia”) foi imediatamente influenciada pela teoria e métodos de Freud. Freud era um homem fascinante. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1856, na cidade morávia de Freiberg, uma pequena e antiga cidade industrial que então pertencia ao Império Austro-Húngaro. Sua mãe, Amália, por quem teve um forte apego edipiano, era vinte anos mais nova que seu pai Jacob. A família mudou-se para Viena, onde viveu sua vida. Seu pai morreu em outubro de 1896, quando Freud tinha quatro anos, afetando-o profundamente, o que expressou numa carta que escreveu ao seu amigo, o Dr. Fliess. A família de Freud era judia, mas Freud ignorava as comemorações dos judeus, e em vez disso celebrava o Natal e o Ano Novo porque "era mais fácil". Este tipo de comportamento parece muito incomum para um não conformista, mas como afirmamos acima, Freud era na realidade um paradoxo, dizendo algumas coisas e

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 praticando outras. Ele constantemente afirmava, por exemplo, que era um cientista de primeira linha, que buscava sempre a verdade e somente a verdade. Até sua morte, ele continuou a acreditar na teoria de Lamarch de que características pessoais adquiridas poderiam ser herdadas, algo que nenhum verdadeiro cientista da época acreditava mais, da mesma forma que não acreditava que o mundo era plano. Freud também interessou-se pelo ocultismo e pela telepatia, e abertamente afirmava sua crença neles, apesar de nunca ter publicado obras deste teor. Freud acreditava sobremaneira na magia dos números, e seu amigo íntimo William Fliess, mencionado acima, afirmou que Freud acreditava que coisas importantes aconteciam aos seres humanos em ciclos de 23 a 28 dias. Ele previu sua própria morte na idade de 61 ou 62 anos, e ficou um tanto quanto desapontado depois de ter passado por essa idade, elevando assim sua predição para 85 anos e meio, a idade em que seu pai e seu meio irmão morreram. O filho mais velho de Freud, Jean Martin Freud, cujo nome lhe foi dado em homenagem a Charcot, o qual Sigmund admirava tanto, publicou um livro relativamente novo sobre a vida doméstica de Freud como pai e como homem. Freud conheceu sua esposa em abril de 1882, e apaixonou-se à

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Primeira vista, apesar de não ter se casado antes de ter prestado um mês de serviço em manobras do Exército Austríaco em 1886, quando foi promovido de Primeiro Tenente a Capitão. Freud trabalhava como especialista em doenças nervosas, e era um professor iniciante na Universidade de Viena quando Jean Martin nasceu. Ele vivia em Suenhaus, frente a Ringstrasze, mas escreveu muitos de seus melhores livros em cenários naturalistas. A Interpretação dos Sonhos, provavelmente um dos livros mais famosos de Freud, foi escrito numa vila em Berchtesgaden, uma linda estância situada no alto das montanhas da Bavária, que mais tarde se tornaria famosa como o bem guardado refúgio de Adolph Hitler. Freud estava sempre imaculada e cuidadosamente vestido, mesmo durante os últimos dezessete anos de sua vida, nos quais dolorosamente submeteu-se a uma operação após a outra por causa dos cânceres incuráveis que tanto o incomodaram. Ele manteve seu senso de humor mesmo após a maior parte da estrutura de sua boca, pálato e maxilar ter sido removida, e de ter sido forçado a

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 usar uma prótese monstruosa para poder fechar a abertura entre a cavidade nasal e a garganta para poder falar. Fraco e incapaz de falar, exceto em seu alemão nativo (apesar de que antes falasse bem o francês e o inglês), disse certa vez àcantora francesa Yvette Guilbert: "Meine Prosthese Spricht Keine Franzosisch“ (Minha prótese não fala francês). Freud submeteu-se a um total de 33 operações, incluindo uma operação de esterilização, a qual esperava que de alguma maneira mudaria a configuração hormonal de seu corpo, evitando que o câncer se espalhasse. Ele fugiu para a Inglaterra em 1938 para escapar de Hitler, e aos 82 anos de idade, em Londres, recuperou-se o suficiente para fazer quatro tratamentos de análise por dia. Freud odiava as drogas e tomava apenas aspirina ocasionalmente. Em fevereiro de 1939 seu câncer finalmente o encurralou, sendo considerado inoperável e completamente incurável na época, e, no dia 21 de setembro daquele ano, pediu ao seu médico, o Dr. Max Schur, que lhe desse um sedativo. "É somente tortura

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 agora, e não faz mais qualquer sentido", disse Freud, e dias depois, com 83 anos de idade, ele morreu. Sua filha Anna permaneceu ao seu lado durante sua longa enfermidade, mantendo-o confortado. "O mais importante," disse o biógrafo Jones (que talvez foi o psicanalista de língua inglesa número um em sua época), "é a crescente consciência que as pessoas têm de serem movidas por forças obscuras dentro de si mesmas, as quais não conseguem definir. Poucos pensadores hoje em dia poderiam afirmar possuir um conhecimento completo de si mesmos, ou de que o que estão conscientemente cientes engloba o total de sua mentalidade, e este reconhecimento, com todas suas consequências formidáveis para o futuro das organizações sociais, nós devemos acima de tudo a Freud. O principal inimigo e perigo do homem é sua própria natureza incontrolável e as forças negras enclausuradas em seu interior. Se nossa raça tiver sorte de sobreviver por outros mil anos, o nome de Sigmund Freud será lembrado como aquele do homem que foi o primeiro a averiguar a origem e a natureza destas forças e que apontou a maneira de obter algum controle sobre elas".

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 EMILE COUÉ - ( ) Farmacêutico francês, seu nome está associado às pesquisas sobre o "Efeito Placebo", é considerado o pai da Auto-Hipnose. Coué se baseou num fato que ocorreu "por acaso": Ao administrar um medicamento a um paciente, disse-lhe que era um remédio poderoso recém-chegado de Paris e que, sem dúvida, promoveria a cura - mas o medicamento não tinha essa especificação.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 Interessado pela hipnose, ele conclui dessa experiência que "na verdade, não é a sugestão que o hipnotizador faz que realiza qualquer coisa, é a sugestão que é aceita pela mente do paciente. Todas as sugestões efetivas devem ser ou são transformar em auto-sugestões" . Descobriu, assim, que não era necessário "hipnotizar" um paciente para induzi-lo a reagir desta ou daquela forma. Bastava "relaxar" o paciente e "fazer a sugestão", com voz firme, decidida, para obter o mesmo resultado. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que fundamentam a aplicação e sistematização do processo sugestivo. Foi no início do séc. XX que Emile Coué começou a popularizar a auto-sugestão consciente. Autor de alguns livros sobre o tema, dois deles, publicados em português, propunha uma auto-hipnose genérica, extremamente simples e, por isso mesmo, muito popular. A frase que se tornou a sua marca registrada foi: "De dia para dia, em tudo e por tudo, vou cada vez melhor". Esta frase destinada a serrepetida 20 vezes todas às noites, antes de dormir e logo ao acordar, faz parte docélebre método que ele chamou de "Domínio de si mesmo pela auto-sugestão consciente" e começou a popularizar a auto-sugestão consciente. Essa frase se

66 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 tornou muito popular no Brasil, graças a Omar Cardoso, radialista e astrólogo que a utilizava na abertura de seu programa nos anos 70. Milton Hyland Erickson, ( ) A partir do 1980 a hipnose tornou-se muito popular devido a uma nova orientação conhecida como Psicoterapia Ericksoniana ou Hipnose Naturalista Fruto do trabalho do médico e psiquiatra americano Milton Hyland Erickson, ( ). Dentre as inúmeras contribuições para o campo da Psicologia deixadas por ele, pode-se citar o conceito de utilização da realidade

67 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 individual do paciente, levando sempre em consideração o indivíduo que está passando pelo processo terapêutico e sua realidade pessoal. Erickson trabalhava em cima do sintoma do paciente, entrando, através de uma hipnose naturalista, na forma em que a pessoa causava o problema a si mesmo. Outros Grandes autores do século XX que cunharam a Hipnose - Ivan Pavlov ( ) - Transe Þ “sono incompleto”, causado por sugestões hipnóticas. As sugestões provocariam uma excitação em algumas partes do córtex cerebral e inibição em outras partes. Criador da indução reflexológica. - Pierre Janet ( ) - descreveu o transe como dissociação. Introduziu o termo subconsciente para diferenciá-lo do inconsciente. No Congresso de Psicanálise de Budapeste - frisou a importância de aliar a psicanálise à hipnose Falou da legitimidade de alguns fenômenos

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 01 hipnóticos – no Esboço de Psicanálise. Ernest Simmel - psicanalista alemão (1918) - desenvolveu a hipnoanálise. Clark L.Hull ( ) - professor de Psicologia em Yale, interessou-se pelos aspectos experimentais da hipnose. Autor do livro, “Hypnosis and Sugestibility” - considerava os fenômenos hipnóticos como uma resposta adquirida, igual aos hábitos. Teoria da aprendizagem: repetição associativa, condicionamento e formação de hábito. Kris (1952) - regressão dirigida a serviço do ego. André M. Waitzenhoffer ( ) - reforça o conceito da aprendizagem, mas caracteriza o transe como experiência naturalista.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 02 HIPNOSE NO BRASIL No Brasil a hipnose ficou proibida no decorrer do governo do então Presidente Jânio Quadros num ato presidencial que contrariava os principais conselhos de saúde brasileiros, além de atrasar muito o trabalho sério e as pesquisas da área. Entretanto, na década seguinte, com o advento das perseguições militares, algo muito importante foi confirmado sobre a hipnose: É sabido que alguns agentes da repressão do governo tentaram utilizar o transe hipnótico para obter informações de presos políticos; a única informação importante obtida nessas tentativas foi que a hipnose legítima não pode ser obtida contra a vontade da pessoa ou em situação de pressão psicológica. O procedimento utilizado pelos agentes de repressão, vulgarmente conhecido pela maior parte da população como “lavagem cerebral”, é baseado em uma técnica de profundo esgotamento nervoso (através de tortura física e/ou psicológica) e apenas torna a vítima incapaz de reagir negativamente às determinações do torturador, sendo assim, obrigada a concordar com o que lhe é

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 02 imposto, independente de ser verdade ou não. Tal técnica é considerada tortura e, como tal, é passível de punição como Crime segundo a legislação de nosso país. Existe a possibilidade de obter um "transe químico" com a administração de Barbitúricos (vulgarmente chamado de "soro da verdade") e alguns determinados psicotrópicos. A hipnose passou a ser, no Brasil, legalmente utilizada primeiramente por odontólogos (dentistas) a cerca de quarenta anos, depois por médicos psiquiatras, psicólogos e terapeutas; hoje existem inclusive no Brasil, departamentos de polícia com a chamada Hipnose Forense que busca esclarecer crimes através da técnica do reforço da memória (hipermnésia) das vítimas de estupro e rapto principalmente, dando assim o conforto às pessoas, de que criminosos podem ser mais facilmente localizados e não mais ameacem suas vidas. Assim sendo, pode-se dizer que o Brasil está na vanguarda do uso da hipnose com fins realmente importantes para a sociedade, com Psicólogos, Psiquiatras, Dentistas, Terapeutas, Cirurgiões e Policiais se utilizando de um

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 02 procedimento técnico-científico legítimo, com resultados práticos muito bons, a disposição da população brasileira. É importante dizer que, o uso da hipnose por pessoas que não estejam legalmente inscritas em um sindicato, conselho de classe ou órgão profissional reconhecido pelo Ministério do Trabalho, não as torna apta a tratar pessoas. Apenas pessoas devidamente capacitadas podem utilizar a hipnose de forma terapêutica. Não se deve confundir Hipnose de Palco com Hipnose Clínica, assim como um hipnólogo não pode tratar do bem-estar de ninguém.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 MITOS SOBRE A HIPNOSE A hipnose é terapia ou psicanálise ? Falso A hipnose é mais uma ferramenta que pode ser utilizada em uma terapia. A psicanálise utiliza o método da livre associação. Existe hipnose sem permissão? É preciso a concordância do sujeito que vai ser hipnotizado para que o efeito hipnótico aconteça. Não há hipnose sem a anuência do sujeito. Não há perda do livre arbítrio em estado hipnótico. Não há perda de consciência na hipnose. Existe um estado de atenção concentrada. Existe um aprofundamento dos conceitos e valores. Durante a hipnose se perde a lucidez?

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 Caracterizada por um estado de profundo relaxamento onde o paciente mantém a lucidez e se mostra altamente responsivo às sugestões, se pode observar que existe um aumento da capacidade de concentração. Esta concentração pode ser direcionada a execução de determinadas atividades orgânicas internas a nível até mesmo celular. Aumentando e melhorando o trabalho destas células, glândulas, órgãos ou sistemas a favor de uma recuperação mais rápida e mais eficiente. E diminuindo os fatores que intensificariam esta doença. Este mesmo recurso é conseguido a noite ao dormir ou quando a pessoa esta em repouso (convalescente). A atividade orgânica esta diminuída e mais energia fica disponível para a recuperação e reposição de substâncias e estruturas ao corpo, maior concentração no trabalho e na atividade celular. A diferença é que na hipnose este recurso pode ser conduzido.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 Como definir o estado hipnótico? Dá-se este nome, escreve Jolivet, a uma espécie de sono anormal cuja profundeza é variável, e durante o qual o sujeito se levanta, escreve ou fala, isto é, realiza o seu sonho. Distinguem-se os sonambulismos naturais ou espontâneos, estados patológico que em geral se desenvolve no curso do sono, e os sonambulismos artificiais ou provocados, que é uma forma do estado hipnótico, caracterizado pelo fato de se poder conversar com o sujeito, que, de seu lado, pode apresentar, para um observador inadvertido, a aparência de uma pessoa normal e perfeitamente acordada. Todas as pessoas são hipnotizáveis? Falso. Somente 10% da população não é hipnotizável, ao contrário do que se acreditava. Pessoas alcoolizadas ou com deficiência mental estão nesse grupo. Crianças de pouca idade são hipnotizadas, mas com maior dificuldade.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 Existem três estágios de profundidade hipnótica: leve, médio e profundo. O estágio mais profundo só é percebido numa pequena parte da população. Daí a conclusão errada que somente 10% da população era hipnotizável A hipnose é causada pelo poder do hipnotizador? Falso Esta ideia vem desde os tempos de Mesmer, que vinculou o transe ao poder do magnetismo animal. Porém a hipnose não acontece apenas pelo poder do hipnotizador, mas pela aceitação e interação da pessoa que entra em transe e deseja experimentar aquilo que se pede. A hipnose só acontece quando existe a empatia (interação e confiança) entre o hipnotizado e o hipnotizador. O hipnotizador controla o desejo do paciente? O sujeito é protegido pelo inconsciente de fazer aquilo que não deseja. Caso ele faça é porque julgou inofensivo, ou por acreditar que aquilo possa ajudar.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 A pessoa pode não voltar do transe, ficar presa nele? Falso O máximo que acontece é a pessoa adormecer, que seria o passo seguinte ao transe profundo. Sabe-se que o transe é um estado entre a vigília e o sono. Se você aprofunda, dorme e pode ser acordado. A hipnose é sono? A hipnose é um estágio anterior. Às vezes, confunde-se o estado da pessoa em transe profundo, pensando que adormeceu. Mas mentalmente a pessoa é capaz de estar concentrada e com certo grau de consciência e responder aos seus comandos, ou seja, a pessoa está relaxada de forma alerta. Toda hipnose tem regressão? Para haver regressão é necessário um transe médio ou profundo na hipermnésia e nem toda pessoa regride. A regressão não é hipnose.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 Na regressão as memórias podem ser construídas. O que vale é a realidade psíquica para o trabalho na psicanálise. Há perigos na hipnose? Verdadeiro. Os riscos existem quando o paciente se presta a participar de shows e demonstrações sem finalidades terapêuticas que normalmente são conduzidas por pessoas que se intitulam hipnotizadores, sem formação profissional adequada, podendo este leigo prejudicar o paciente. É uma técnica que trabalha com o desconhecido, a mente inconsciente do ser humano. Ela pode ser uma ferramenta de trabalho para o psicoterapeuta, entretanto se torna uma arma perigosa se aplicada indevidamente por pessoas não qualificadas ou mal intencionadas. Uma pessoa hipnotizada revela seus segredos involuntariamente? Falso

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 03 A pessoa só falará, se assim o desejar, porque pode ocorrer a hipermnésia, a lembrança vívida de um fato esquecido.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 04 CONCEITUAÇÃO HIPNOSE Conceitos mais antigos de hipnose: 1) Hipnose é guiar um sonho. 2) Hipnose é um natural, alterado estado de consciência. 3) Hipnose é um estado de relaxamento e hipersugestionabilidade - maior responsividade. 4) Hipnose é um estado de transição entre estar acordado e adormecer Tradicionalmente, hipnose tem sido considerada como estado subjetivo de experienciação no qual o indivíduo tem capacidades ou experiências geralmente diferentes daquelas que experimenta quando acordado. Numa visão mais “moderna” hipnose é um processo de comunicação efetiva que influencia e produz mudanças. Hipnose é vista como um fenômeno relacional. * Hipnose é um processo sistêmico. * Hipnose é uma ponte entre o hemisfério cerebral direito e o esquerdo (Zeig).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 04 * Hipnose é a zona neutra, o ponto morto para que aconteça a troca de marcha (Zeig). * Hipnose é um ato de amor (Sofia). * Toda hipnose é transe, nem todo transe é hipnose. * “Um estado de transe é um estado alternativo de consciência, isto é, uma forma diferente de estar acordado, onde a atenção está orientada mais intensamente para o interior do que para o exterior, com flutuações particulares em cada caso. Durante o transe a pessoa tem uma grande atividade interna, sem perder o estado de alerta, isto é, estando acordada.” (Tereza Robles). “O transe é um período no qual as limitações que uma pessoa tem, no que dizem respeito a sua estrutura comum de referências e crenças, ficam temporariamente alterados, de modo que o paciente se torna receptivo aos padrões, às associações e aos moldes de funcionamento que conduzem a solução de problemas.” (M. Erickson).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 04 “É um estado alterado de consciência, ou é um estado de consciência no qual o conhecimento que você adquiriu durante toda sua vida e que você usa automaticamente torna-se, de repente, disponível, Milton Erickson”. “É um estado temporário de atenção modificada que se caracteriza por uma sugestionabilidade aumentada, Abrahan Mason”. “Abrange qualquer procedimento que venha causar, por meio de sugestões, mudanças no estado físico e mental, podendo produzir alterações na percepção, nas sensações, no comportamento, nos sentimentos, nos pensamentos e na memória Sociedade Brasileira de hipnose”. “Resulta da ação direta de uma vontade mais forte, ou seja, a vontade do hipnotista, sobre uma vontade mais fraca, ou seja, a vontade do “sujet”, Karl Wessmann”. "A Hipnose é a habilidade de entrarmos em contato com a nossa capacidade de

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 04 otimização e criatividade, vencendo nossos limites. A hipnose é a ciência voltada para a expansão do potencial humano", (Brian Weiss). “É um estado artificialmente induzido, às vezes semelhante ao sono, porém sempre fisiologicamente distinto do mesmo, tendente a aguçar a sugestibilidade, acarretando modificações sensoriais e motoras, além de alterações de memória, Karl Wessmann”. É um estado de estreitamento de consciência, geralmente provocado artificialmente, que se parece com o sono, porém dele se distingue fisiologicamente, Antonio Carlos morais Passos”. Sendo toda hipnose uma forma de auto-hipnose, é o próprio paciente que permite que a mesma aconteça, detendo ele o controle durante todo o tempo que passa em transe. Não se pode obrigar o hipnotizado a fazer o que não quer ou o que fira seus princípios morais e mesmo revele segredos do seu passado.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 04 Mesmo que a hipnose tenha sido desenvolvida, inicialmente, como um método de cura (Mesmer), ela por si não cura nada. A hipnose é uma emoção límbica, como qualquer emoção do nosso dia-a-dia, sua utilidade na educação e reprogramação do comportamento supera qualquer outro procedimento, porque polariza a atenção de forma seletiva, e concentrada, facilitando a programação do subconsciente. Por meio da hipnose podemos desenvolver nossas habilidades naturais e desbloquear nossas energias represadas, liberando o potencial do nosso inconsciente elevando nossa capacidade de otimização.

84 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA HIPNOSE E A LEGISLAÇÃO NO BRASIL
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 05 HIPNOSE E A LEGISLAÇÃO NO BRASIL A palavra hipnose vem do grego - Hipnos que significa sono - Quem a usou primeiro foi o Dr. James Braid,  de Manchestesr ainda no século XIX, porque comparou o estado que a pessoa fica quando hipnotizada com o sono, ela parece estar dormindo. Mas não está dormindo, está relaxada, respiração suave, poderia ser comparado ao estado entre o sono e a vigília, aqueles poucos momentos antes do sono em que sua mente vaga sem destino. Mentalmente a pessoa hipnotizada, está relaxada de forma alerta e consciente. Segundo Milton Erickson, entramos em transe espontaneamente, por algumas vezes, num mesmo dia. Exemplo, dirigir, andar quilômetros e só depois verificar que havia andado muito sem se dar conta, rezar, meditação, concentração no computador, numa palestra, numa conversa...

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 05 A hipnose propicia a comunicação direta com o interior da pessoa, o que facilita a mudança de hábitos e comportamentos quando são necessários, por isso mesmo tenho a consciência que prudência, respeito e ética devem andar juntos quando se trata de hipnose, é por isso também que seu uso não é incentivado para uso por leigos. Não existe legislação específica sobre o uso da Hipnose no Brasil. Médicos, Psicólogos e Dentistas, tem seu uso regulamentado  por seus próprios órgãos de controle, seus Conselhos Federais que é preciso lembrar só tem valor para suas especialidades, uma vez que as resoluções dos Conselhos Federais no Brasil, não tem força de lei no país. Uma única vez houve lei a respeito de hipnose,  foi o Decreto de 22/7/1961 do Presidente Janio Quadros, que proibia shows públicos de hipnose, mas ao mesmo tempo reconhecia a técnica no Brasil.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 05 Uma curiosidade : Na época ele proibiu também o uso do biquíni e sabemos que ninguém obedeceu... Esse Decreto foi revogado em 1991 pelo  Presidente Fernando Collor de Mello através do Decreto 11 de 21/1/ Quando você ler em algum lugar, o que acontece com frequência,  que somente médicos, dentistas e psicólogos podem usar hipnose, já sabe que não é lei e sim a regulamentação interna da prática em cada uma das profissões 

87 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 06 A TERAPÊUTICA HIPNÓTICA Atendidas as peculiaridades intrínsecas de cada caso, na prática as técnicas terapêuticas aliadas à hipnose, comparadas a outras modalidades, apresentam inestimável ganho pela maior eficácia que adquirem e pela abreviação no tempo de tratamento. Não é isto, porém, sinônimo de resultado quase mágico, instantâneo e infalível. Uma sugestão bem aplicada é frequentemente mais eficaz e, simultaneamente, menos danosa que a ingestão de qualquer medicamento. Para agir num ponto do organismo, o medicamento dissolve-se em todo ele, perturba e envenena mais ou menos todas as células. Voltaire definiu a medicina como a arte de introduzir drogas pouco conhecidas em um organismo mais desconhecido ainda. Isso obviamente não se aplica à sugestão hipnótica!

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 06 HIPNOTERAPIA Quando se usa a hipnose para tratar um problema psicológico, chamamos o processo de Hipnose Clínica ou de Hipnoterapia, denominação que deriva da junção das palavras hipnose e terapia em grego, sendo que a primeira vem de Hypnos, o "Deus do Sono" da mitologia e a segunda vem de Therapéutikos que significa "cura" ou "cuidado". Em outras palavras, Hipnoterapia é o cuidado ou cura através da Hipnose. Hoje oficialmente considera-se a Hipnoterapia não como uma terapia alternativa, mas uma alternativa terapêutica, uma das primeiras a ser escolhida devido a ser completamente natural e segura, aos seus resultados rápidos e persistentes, custo/efetividade e "efeitos colaterais" benéficos.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 06 HIPNOANÁLISE Termo usado por Hadfield em 1920, para denominar uma combinação de catarse hipnótica e de sugestões re-educativas, que utiliza hipnose para ajudar a vencer as resistências do paciente, e aceitar a assimilar as experiências relembradas. A Hipnose facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o trabalho analítico em relação às fantasias inconscientes. Não faz sentido supor que a psicoterapia no estado de vigília, que se dirige à cerebração consciente, seja mais eficaz que a Hipnoanálise, que se dirige diretamente ao sub-consciente, onde reside a causa do mal. Pode-se dizer que a dependência do analisado em relação ao analista (psicanalista) é ainda mais forte, muitas vezes chega a ponto de fazer o paciente aceitar passar anos no divã.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 06 HIPINATRIA A Sociedade de Hipnose Médica de São Paulo, na expectativa de homogeneizar a terminologia adotada pelas diversas correntes, definiu-a da seguinte maneira: Procedimento ou ato médico que utiliza a hipnose como parte predominante do conjunto terapêutico. A referida Sociedade observa que este é o termo mais adequado para o tratamento médico feito através da hipnose pura ou combinada com fármacos. Esta nomenclatura deveu-se à demanda do Departamento de Hipnologia, numa analogia com algumas especialidades médicas (Pediatria, Psiquiatria, Foniatria, Fisiatria, etc.). Este termo, criado em 1968 pelos professores Miguel Calille Junior e Antônio Carlos de Moraes Passos, foi adotado pelo Conselho Federal de Medicina, no ano 2000, como adequado a ser utilizado quando um médico fizer abordagem através do uso da Hipnose para diagnóstico ou tratamento (iatria, do grego, "arte de curar"), sendo unanimemente considerado por todas as escolas médicas de hipnose no Brasil. [PROCESSOCONSULTA CFM Nº 2.172/97 PC/CFM/Nº42/1999].

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 06 HIPNODONTIA Aplicação da hipnose e sugestões controladas na prática odontológica.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 HIPÓTESES E TEORIAS ACERCA DO FUNCIONAMENTO DA HIPNOSE Afinal de contas, o que é a Hipnose? Diversas teorias surgiram para tentar explicar esse estranho estado. A hipnose é um construto complexo e na atualidade não existe uma teoria predominante sobre a mesma ou que seja consensualmente aceita, mas sim um contínuo de pontos de vista teóricos; e se entende a razão... Estamos tentando definir um fenômeno do cérebro, este órgão sobre o qual conhecemos tão pouco e do qual utilizamos somente uma parte mínima. As provas apresentadas a favor de cada uma dessas filiações, desde os experimentos laboratoriais ao conteúdo de verbalizações, fantasias, sonhos e manifestações do comportamento, são em número deveras impressionante.

93 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA O CÉREBRO DO HIPNOTIZADO
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 O CÉREBRO DO HIPNOTIZADO Com o avanço tecnológico, a hipnose vem sendo estudada por meio de exames como eletroencefalografia digital (EEG-D), mapeamento cerebral, potenciais evocados, ressonância funcional e tomografia por emissão de pósitrons - PET (Positron Emition Tomography), que possibilita a partir de injeção de glicose ativada, identificar as áreas cerebrais ativas em diferentes situações experimentadas em pacientes, mas o importante é que estas avaliações acontecem de forma dinâmica, não estática como acontece com os tomógrafos convencionais. E se pode observar estrutura mais profundas do que a limitação imposta pelos eletroencefalógrafos que monitoram somente a camada cortical, podendo ser estudadas estruturas mais profundas do sistema nervoso, neste caso nos interessa o Sistema Límbico-Hipotalâmico e suas relações com o estado alterado de consciência do transe hipnótico. Estes estudos abrem novas perspectivas e outras questões surgem como resultado.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 Baseado nestes estudos de pesquisa de ponta há 8 anos estão sendo realizadas pesquisas com o Pet Scan direcionadas ao estudo do transe hipnótico como estado alterado de consciência em renomadas e conceituadas instituições norte americanas como Universidade de Standford e Harvard e os Hospital Geral de Massachusetts e Memorial Hospital de Neva York. Neurologistas, radiologistas, psiquiatras entre outros profissionais estão tentando desvendar os mistérios da hipnose clínica. Em 1998, a hipnose saiu do campo da especulação para o campo científico através de uma experiência coordenada pelo psicólogo e neurologista da Universidade de Harvard, Stephen Kosslyn, que contou com auxílio de psiquiatras, radiologistas e neurologistas da Universidade de Stanford nos EUA. Dezesseis voluntários observaram imagens em cores na tela de um computador. Depois de hipnotizados, eles foram levados a acreditar que a mesma figura colorida, vista outra vez no monitor, era toda em tons de cinza. Com o auxílio de

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 um equipamento de última geração na área da tomografia computadorizada, eles foram avaliados pela tomografia por emissão de pósitrons (PET), um exame capaz de mapear áreas cerebrais e que aponta as áreas que são ativadas durante atividades cerebrais específicas, verificou-se que a área do cérebro responsável pela percepção das cores permaneceu desligada. Em compensação, a chamada área lingual foi acionada - ela é capaz de inibir informações sensoriais, como os estímulos visuais provocados pela cor. Ou seja, sem nenhuma possibilidade de farsa, o cérebro passou a ver em preto e branco.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 Mais tarde, os mesmos voluntários foram induzidos a ver cores numa figura em preto e branco. Comprovou-se que a região relacionada à visão das cores, próxima da nuca, era especificamente ativada. Se eles não estivessem hipnotizados e vissem uma figura em preto e branco, o cérebro dos voluntários não apresentaria esta área ativada; afinal, o nervo óptico não levaria à massa cinzenta informação de cor. Os resultados preliminares desse estudo são espantosos! Esta experiência foi um marco definitivo para a validação da hipnose como método científico pela Organização Mundial da Saúde em 1998. A tese mais aceita é de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo auditivo, alcançam a ponta de uma rede, na base do cérebro (tronco cerebral), chamada substância reticular ascendente (SRA) - a qual também é responsável pelo estado de consciência desperta, assim como pelas atividades do hipotálamo e sistema límbico - e se espalham por toda a massa cinzenta. Por se tratar de estímulos repetitivos, quando eles chegam ao lobo frontal, região atrás da testa, concentram a atenção do paciente em um único foco, inibindo tudo o que está

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 Ao redor. Quando alguma coisa chama a nossa atenção, três áreas do cérebro ficam especialmente ativas. Primeiro, a região parietal direita aciona a nossa percepção. Logo depois, é a vez da região pré-frontal direcionar nosso olhar para o alvo da atenção. Então, uma outra área, conhecida como o giro do cíngulo, avalia: vale a pena ou não continuar olhando para aquilo? O alvo interessa de alguma forma pra nós? Quando cai o nível de atividade na base do cérebro, muda a predominância do externo (exteriorização) para o interno (interiorização). Quando alguém dá menos atenção para a informação que vem dos sentidos, mais atenção é dada para a informação interna.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 No estado hipnótico os fenômenos observados são tipicamente de origem límbica. Os fenômenos de rememoração (recuperação de memórias esquecidas ou reprimidas) e revivificação (ressurgência da experiência emocional vivenciada no evento rememorado), comumente reunidos no termo "regressão"; as amnésias espontâneas experimentadas quando se sai do estado hipnótico; a aprendizagem acelerada que ocorre neste estado; as analgesias; a estimulação do sistema imunológico; as alterações subjetivas do esquema corporal e as vivências alucinatórias induzidas por sugestão, são fenômenos típicos associados à formação hipocampal do sistema límbico. Esta região é responsável pela formação da memória, pela aprendizagem, pela imagem do corpo (esquema corporal) e pela regulação do sistema imunológico. Compreende-se, agora, como a hipnose favorece a liberação de emoções reprimidas juntamente com a memória do evento que a gerou. A repressão de lembranças desagradáveis e as defesas que impedem que elas aflorem é um processo ativo do córtex pré-frontal (formação recente na evolução, sede da

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 07 personalidade e da vida intelectiva)* O sistema límbico se vê, assim, impedido de descarregar a estase energética e regular o equilíbrio e a distribuição da energia dinâmico-afetiva. O córtex pré-frontal modula a energia límbica e tem a possibilidade de criar comportamentos adaptativos adequados ao tomar consciência das emoções. Por outro lado, o sistema límbico através do hipotálamo pode exercer um efeito supressor sobre o neocórtex (inibição momentânea da cognição e também sobre o tônus muscular tônico, como se observa nas fortes excitações emocionais). (*) O lobo frontal é responsável pelo nosso temperamento, nossa relação com as pessoas, nosso jeito de ser. É o que nos faz indivíduos ímpares. A parte mais sofisticada do cérebro. Referência Bibliográfica: Revista SuperInteressante, Ano 12, n. 5, Maio 1998, Cérebro "Visão Hipnótica", pág chamada de capa: HIPNOSE - Ela já foi condenada como um truque de charlatães. Hoje, comprovada pela ciência, ajuda a Medicina a curar muitas doenças.

101 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 HIPNOSE NA VIDA DIARIA Segundo Marlus Vinicius as manifestações da hipnose ocorrem na vida diária sem que a maioria das pessoas perceba: 1. Quando assistimos a um filme, no cinema ou na televisão, e estamos realmente gostando, nós nos emocionamos com as cenas do filme. Podemos rir, chorar, ficar revoltados ou alegres com determinadas sequencias do filme; pode ocorrer sudorese nas mãos, redução do ritmo respiratório. Nesses momentos em que nossa atenção está focalizada nas cenas, e segundo o conteúdo das próprias cenas e de acordo com as nossas experiências passadas, estamos hipnotizados. Durantes essas cenas, nosso juízo crítico não se preocupa com a velocidade e número das cenas, nem com a definição das imagens, ou até mesmo como foram produzidas as cenas. Não pensamos tratar-se de um conto, nos envolvemos com as cenas, sentimos as cenas com todos os nossos sentidos, e muitas vezes deixamos de ouvir ou de prestar a atenção num barulho estranho ao filme, como o som da campainha da nossa residência;

102 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 2. Quando estamos interessados na leitura de um determinado livro, reagimos emocionalmente às descrições das situações interessantes sem estarmos analisando criticamente o tamanho das letras, a ortografia, falhas na impressão. Limitamos, desse modo, a nossa atenção visual ao conteúdo do que estamos lendo e somos auto-hipnotizados; 3. Quando estamos ouvindo com entusiasmo uma música de nossa preferência, permanecemos sem analisar criticamente a afinação do cantor ou a performance da orquestra. Essencialmente, concentramos a nossa atenção no som musical, permitindo que a música entre em nossa mente e em nosso corpo, e até podemos ser hipnotizados pela música, a qual pode nos fazer recordar de um acontecimento passado, ocorrendo uma relembrança ou mesmo uma revivificação; 4. Quando estamos dirigindo nosso carro de casa para o trabalho,posicioná-los. Enfim, procura seguir o professor ou o seu par.

103 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 prestamos atenção consciente ao transito, contudo a direção do carro é realizada em nível inconsciente. Nós não ficamos, conscientemente, engatando as marchas e pisando no freio. Assim mesmo quando dirigimos o veículo prestando atenção ao transito, uma série de estímulos chega ao nosso cérebro sem se tornar consciente neste exato momento e pode ser armazenada em algum lugar do encéfalo; 5. Quando uma pessoa está aprendendo a dançar, presta atenção ao compasso musical, presta atenção na sua posição corporal, olha para os pés para saber aonde irá posicioná-los. Enfim, procura seguir o professor ou o seu par. Essa fase pode ser comparada às sugestões que o hipnoterapeuta formula ao paciente durante o tratamento pela hipnose. Posteriormente, quando a pessoa já sabe dançar, simplesmente ouve a música, deixa-a entrar pelo seu corpo e sai dançando automaticamente;

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 O Tratamento bem-sucedido, pela hipnose, pode ser observado quando, por exemplo: 1. O paciente reprogramou seu modo de alimentar-se para tornar-se e permanecer esbelto; 2. Quando, por meio da hipnose, ampliou sua capacidade de aprender e relembrar o aprendido; Quando, por meio da hipnose, eliminou uma fobia; Durante uma conferência ou uma aula, quando o aluno se interessa pela matéria e o professor é habilidoso, o aluno permanece com sua atenção tão focalizada e limitada ao assunto, isto é, está hipnotizado, que os ensinamentos são gravados no seu inconsciente e mesmo no seu inconsciente. Ao terminar a conferência ou a aula, o aluno sai satisfeito com os ensinamentos compreendidos, sendo capaz de lembrá-los durante uma prova. Alternativamente quando o professor é chato, fala bastante e apenas lê os dispositivos projetados, o aluno não se interessa pela matéria e se distrai com qualquer coisa, não há focalização da atenção, nem

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 hipnose. Consequentemente, não há aprendizagem adequada. Muito provavelmente o aluno será incapaz de lembrar durante a prova, nem para o seu proveito durante a sua vida, o que esse professor tentou transmitir; Muitas sugestões indiretas ocorrem no cotidiano e conduzem a respostas similares às ocorridas na hipnose formal. Quantas vezes estamos passeando num “shopping center” com o desejo de adquirir alguma peça para o vestuário quando, passando pela frente de uma lanchonete, sentimos o odor do café, recebemos uma sugestão sensorial olfativa direta, e somos levados a entrar e saborear um cafezinho. Da mesma forma uma sugestão direta aplicada na hora certa com palavras corretas e poderosas, com tom emocional adequado ao contexto, pode fazer uma multidão mover-se imediatamente sem que as pessoas parem para raciocinar e optar pela melhor alternativa de comportamento. Isto ocorre quando num cinema durante a exibição de um filme alguém grita: “Fogo! Está pegando fogo!”.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 08 Quantas vezes ao tirarmos uma roupa descobrimos que nos arranhamos num braço ou numa extremidade do corpo, sendo que no momento do arranhão nada sentimos, pois estávamos com a atenção concentrada em outra coisa, pois nesta hora estávamos anestesiados. Muitas vezes nos podemos entrar em hipnose, sem nenhuma sugestão verbal, simplesmente dirigindo um veículo numa estrada com longas retas ou numa autoestrada; outras vezes, simplesmente assistindo a um programa de televisão. Assim podemos compreender que a hipnose, na vida diária ocorre mais frequentemente do que imaginarmos, e contribui para o entendimento de que não é necessária a indução formal para obtermos a hipnose. No consultório do hipnólogo, faz-se a indução formal de hipnose para obtê-la no momento desejado e com finalidades específicas.

107 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA CONTRA INDICAÇÕES DA HIPNOSE
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 09 CONTRA INDICAÇÕES DA HIPNOSE · O uso em Psicóticos, bordeline ou compensados, (mas que podem ser tratadas por hipnoterapeutas e psicanalistas bem treinado); · Sem objetivo definido e construtivo, apenas para satisfazer insistentes pedidos do paciente; · Se o estado do paciente não está determinado; · Satisfação do EGO do hipnotizador; · Remoção de sintomas sem se preocupar com a causa dos mesmos (o que alguns questionam dizendo que o alívio pode ser permanente e que o paciente, eventualmente, pode aproveitar esse período, sem sintomas, para melhor adapatar-se a vida); · Eliminar sensações (fadiga, por exemplo) o que pode levar o paciente a ultrapassar os limites de sua capacidade física.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 09 CONSTELAÇÃO HIPNÓTICA (SEGUNDO JEFFREY K. ZEIG)1 - Economia de movimentos (catalepsia) - Literalismo (interpretação literal) - Demora para iniciar resposta - Mudança nos reflexos de salivação e deglutição - Diminuição na freqüência respiratória, pulso e pressão sangüínea - há uma diminuição geral dos reflexos - Relaxamento muscular - Mudanças no comportamento ocular: Mudanças pupilares Tremor palpebral Perda de foco Olhar fixo Mudanças na frequência das piscadas Mudanças no movimento lado a lado do olho (REM)

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 09 Lacrimejamento - Redução dos movimentos de orientação - Perseveração - Assimetria direito / esquerdo - Mudanças na circulação periférica - Fasciculação Aumento da responsividade - Aumento da atividade ideomotora e ideossensória 1 Extraído da Apostila de Drª Sofia Bauer

110 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA FENOMENOLOGIAS DOS ESTADOS HIPNÓTICOS
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 FENOMENOLOGIAS DOS ESTADOS HIPNÓTICOS Durante o transe hipnótico, de acordo com a sensibilidade individual momentânea e segundo a profundidade do transe alcançada, pode-se verificar ou induzir o surgimento de alguns fenômenos psicossomáticos. Vejamos alguns deles: RELACIONADOS À MEMÓRIA · Amnésia :Esquecer-se de pensamentos ou de fatos passados durante o transe (espontaneamente ou não) ou em uma ocasião específica, o que pode dar-se espontaneamente ou de acordo com orientações sugestivas do hipnotizador. · Hipermnésia: É a capacidade de lembrar-se de forma nítida e com riqueza de detalhes de pensamentos, sentimentos ou eventos ocorridos e completamente esquecidos. · Regressão de idade ( memória): O fenômeno de regressão de idade é parcialmente baseado nos mecanismos de hipermnésia e amnésia. É a

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 capacidade de reviver pensamentos e sentimentos passados como se fossem presentes, como se a pessoa estivesse em um momento específico de uma idade anterior, no qual se comporta, pensa e reage de forma similar à idade em questão, mas guarda todos os mecanismos de aprendizado da idade atual [de forma que ela apresentará todo o controle dos esfíncteres, e não irá urinar nas calças quando "regredir" a uma idade em que ainda não tinha o controle sobre esses músculos, embora reproduza comportamentos infantis. · Xenoglassia: Capacidade em relembrar e fazer uso lógico de uma língua estrangeira que se ouviu na infância, e da qual não se tem domínio conscientemente. IDEOSOMÁTICAS (OU IDEOMOTORAS) Há uma associação entre a postura e a fisionomia do indivíduo hipnotizado: se o paciente for colocado em posição de boxe, sua fisionomia adotará feição de ferocidade; se o colocarmos de joelhos e com as mão unidas, sua fisionomia adotará uma placidez de quem está a orar.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 Estigmatização e Hematidrose - Em 1885 Focachon, farmacêutico de Charmes produzia na presença dos drs. Bernheim, Legeois, Dumont etc. vesicações sob sugestão enquanto três médicos de La Rochelle obtinham algumas gotas de sangue na pele de um hipnotizado. Catalepsia: Enrijecimento dos músculos sem a fadiga durante o estado hipnótico, paralelamente à suspensão das sensações. A catalepsia seria, portanto, a permanência de pelo menos alguma parte do corpo em determinada posição por algum tempo sem as dores causadas pela constância.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 · Movimentos "Alavancados": São movimentos pausados, e na maioria das vezes lentos, como se o indivíduo estivesse levando pequenos choques. Muitas vezes ocorre durante o teste sugestivo da "levitação da mão". · Hiperpraxe: Aumento da capacidade muscular. Tomemos como exemplo a força da mandíbula: todo mundo tem aproximadamente 600 libras de pressão nos músculos da mandíbula, mas poucas pessoas já usaram-na. Não obstante, isto permite que os acrobatas pendurem-se pelos dentes de um trapézio e executem os feitos mais surpreendentes enquanto estão assim apoiando o peso do corpo pelos dentes... IDEOSENSORIEDADE · Dissociação: É uma cisão, uma separação dos estados psicológicos entre

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 consciente e inconsciente, ou separação entre emoções e os pensamentos, comportamentos e sensações. É um processo mental no qual sistemas de idéias são separados da personalidade normal e operam independentemente. Na dissociação uma palavra, símbolo ou lembrança deixa de estar associada a certas ideias, lembranças etc. · Alucinações: O detalhe mais impressionante da hipnose é o fato do paciente vivenciar alucinações sugestionadas; podemos alterar as percepções, induzindo ilusões e alucinações positivas (ver, sentir ou ouvir o que não existe) ou alucinações negativas (deixar de ver, sentir ou ouvir o que existe) mesmo que a pessoa mantenha seus olhos abertos durante o transe hipnótico. E pode-se obter o mesmo efeito em sugestões pós-hipnóticas, dadas durante a hipnose e executadas depois, em estado de vigília, executadas horas, dias, meses ou anos depois. · Analgesia: É a sensação de dormência (diminuição da percepção tátil) em alguma parte do corpo (estes fenômenos são utilizados na terapêutica da dor).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 · Hiperestesia: A hiperestesia é o aumento da percepção das sensações, com a ampliação do limiar perceptivo a níveis mais sensíveis de estimulação. · "Transfert": A transferência de sensibilidade de uma parte do corpo para a parte correspondente do outro lado. Trata-se meramente do exagero de uma relação normalmente presente em partes simétricas do corpo. RACIOCÍNIOS SOBRE O FUTURO Pseudo-orientação no futuro: pensar o futuro a partir do presente. O indivíduo pensa o futuro, sabendo que é apenas uma projeção, e através dos cinco sentidos pode pensar e dar formas a situações que irá passar. Progressão de idade: O indivíduo pensa estar num futuro. Pode-se passar por uma situação antes dela acontecer para saber quais serão as reações quando isso se tornar realidade (isto não está ligado à previsão do futuro).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 COGNIÇÃO Signo-sinal: São comandos associados aos estados hipnóticos, como uma palavra ou frase dita ao paciente durante o transe e que funcionam como uma "chave" para induções futuras. São usados normalmente para facilitar cada uma das próximas sessões para que o trabalho seja iniciado e conduzido de uma forma mais rápida. Duplicação de sistemas de raciocínio: Duplicação é a atividade psíquica onde duas linhas de raciocínio acontecem simultaneamente e de forma independente uma da outra (o que permite obter-se a Escrita Automática, popularmente conhecida como "psicografia", a Escrita Ambidestra, em que o indivíduo hipnotizado é levado a escrever ou digitar um texto diferente lógico e coerente com cada mão, às vezes em línguas diferentes). Sugestão pós-hipnótica: É o estabelecimento de comportamentos, atitudes, relações e formas de pensar que terão efeito depois do processo formal de

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 Transe hipnótico, sendo executados os comandos com o indivíduo em estado de vigília. Refere-se à execução, no tempo de pós-transe ou a algum tempo especificado, de sugestões dadas durante o transe. Alteração de consciência reflexiva: É a maneira como a pessoa vê a si mesma, em estado de vigília e em estado de hipnose. A percepção da área corporal fica notadamente alterada, assim como a identificação com a massa corpórea (alguns indivíduos referem-se a si mesmos na terceira pessoa). NOÇÃO DE TEMPO A distorção da noção de tempo se divide em duas categorias: · Expansão da noção de tempo: Tem-se a impressão de que passou um tempo muito maior do que realmente se passou. 20 minutos podem parecer 4 horas para a pessoa hipnotizada, e muitas vezes segue-se uma noite de "insônia" com muita vitalidade, uma vez que o transe repõe o descanso fisiológico necessário.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 10 · Condensação da noção de tempo: Ao indivíduo hipnotizado se parece ter transcorrido menos tempo do que passou. É muito comum após despertar de um transe profundo o sujeito completar uma história que estava contando minutos antes da indução, e perguntar ao seu terapeuta quando este vai começar, e mesmo negar que tenha estado em transe.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 COMO SE DESENVOLVEM OS PROCESSOS MENTAIS Como funciona a mente A mente funciona através de áreas cerebrais distintas, que são: percepção, nãoconsciente (que engloba: subconsciente, inconsciente, inconsciente coletivo, pré-consciente, etc. . aos efeitos de resumir e fazer uma divisão mais objetiva), consciente e pré-motora. Zona A: Percepção Através desta zona captamos as imagens e sensações que nos chegam do mundo exterior, por meio dos cinco sentidos. Esta zona está situada na região occipital. Zona B: Não consciente (atividade automática) É a mente subjetiva. Esta zona está integrada pelo tálamo, e hipotálamo que são pequenas glândulas situadas abaixo do corpo caloso, de onde partem e para onde vão parar infinidades de ramificações nervosas, destinadas às diversas áreas cerebrais. No seu interior está situado o centro da memória.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Podemos dizer pois, que é um grande armazém de experiências e vivências compiladas ao longo de nossas vidas. No tálamo e hipotálamo se registram assim mesmo todos os nossos conhecimentos e, portanto, nossos impulsos básicos, sensações, instintos e hábitos. Tudo quanto sabemos e conhecemos da vida, fica registrado e arquivado em nosso subconsciente até o fim de nossa vida, pois nada se apaga nele. O material recebido vai se acumulando e nada é esquecido. O subconsciente governa o sistema nervoso simpático, que tem sua sede na espinha dorsal e desta forma controla os órgãos e músculos involuntários e suas diversas funções no organismo, tais como: coração, fígado, pulmões, rins, intestinos, glândulas, etc. Em ocasiões de perigo assume um controle efetivo sobre os órgãos vitais, como por exemplo, em um colapso, acidente, etc. Assim, a pessoa pode permanecer em estado de coma profundo ou completamente anestesiado, ou ficarem imobilizadas em certas partes do corpo, apesar das quais, o organismo continua cumprindo as funções vitais, tais como respirar, etc., de uma forma totalmente automática, sem que aparentemente ninguém o

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 dirija. É muito importante lembrar que o subconsciente induz. Seus movimentos são involuntários e não dependem da consciência. Zona C: Consciente - Mente Objetiva Localiza-se na zona frontal e faz parte do córtex e sub-córtex cerebral. Sua função é a de ordenar, analisar e discernir toda a informação que recebe do subconsciente, e fazer com que se cumpram as ordens que lá chegam. O consciente é a mente objetiva, governa o sistema nervoso e tem sua base no cérebro. Governa os músculos voluntários e os sentidos (paladar, tato, audição, visão e olfato). É a parte da mente que analisa, sintetiza, deduz, raciocina, etc. A memória do consciente é imperfeita e nula, porque esquece e não armazena informações. Zona D: Pré-Motora É a que recebe ordens do consciente e, ao estar conectada diretamente ao sistema motor, transmite as ordens ao sistema nervoso central, e este, por sua vez, aos diversos grupos musculares, para que, dessa forma, culmine no

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 processo mental e a ideia se converta em ação por meio do efeito ideomotor. Zona B1: Inconsciente É uma pequena zona que estaria situada debaixo do subconsciente, na qual estão gravados todos os instintos primários do indivíduo (sexo, perpetuação, defesa, etc.), ou seja, todos os instintos elementares que acompanham o ser humano, desde sua origem selvagem, perdido na noite dos tempos. Estas gravações nunca chegam a ser conscientes com facilidade. O cérebro humano funciona com dois tipos de energia diferentes que se complementam: a FÍSICA (ELÉTRICA) e a PSÍQUICA (QUÍMICA). O cérebro está formado por células. A célula principal se chama neurônio. Existem entre dez e doze bilhões de neurônios, que são considerados células nervosas, que estão localizadas no córtex cerebral (a parte mais nova do cérebro) e existem configurações no sub-córtex (o interior).

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Um só de tais neurônios possui um número incalculável de ramificações. Para se ter uma ideia podemos dizer que um só neurônio está relacionado com outros dez mil neurônios. A conexão dos neurônios se chama sinapse. A sinapse se realiza através da liberação de substâncias químicas (neurotransmissores) e que vão gerando estímulos elétricos, chamadas de ondas cerebrais. As ondas cerebrais são de diferentes intensidades, que se medem em ciclos por segundo. Estas ondas, na atualidade são de cinco; das quais duas indicam estado de vigília e as outras três um estado por debaixo da vigília, que vai desde um leve sono até o coma. Para mudar uma resposta temos que reprogramar esta forma de união desses

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 neurônios. Isso se consegue modificando a intensidade das ondas cerebrais. Muitos medicamentos podem alterar o sistema neurotransmissor. Existem elementos eletrônicos (como jogos de luzes e sons) que chegam a mudar as ondas cerebrais. Há também outras técnicas mais naturais que acabam por modificarem tais ondas do cérebro. Ao mudar a intensidade se conseguem diferentes estados de consciência. Entre esses estados estão os chamados estados alterados de consciência, que são os que concentram o foco da atenção, deixando sensações que vão do êxtase contemplativo, até a excitação descontrolada. Segundo o investigador Héctor González Ordi, professor de Psicologia Básica da Universidade Complutense de Madri, temos a seguinte explicação “tradicionalmente, tem se definido um estado alterado de consciência como toda aquela experiência diferente à vigília. Mas esta curta definição já é antiga. Muitas vezes, atingir um estado alterado de consciência depende das expectativas que cada um tenha do fenômeno”. E alguns estudos realizados com

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 consumidores de drogas psicoativas reforçam esta opinião. Sabe-se, por exemplo, que é possível sugestionar uma pessoa para que experimente as sensações subjetivas próprias do consumo de cannabis ou LSD, ainda que na realidade esteja tomando um simples placebo. Aqui está a chave do estudo dos estados alterados da consciência. Existe muita informação segundo a qual as drogas, a hipnose ou a meditação “levam” o sujeito a mundos superiores mais criativos, mas a evidência científica parece demonstrar o contrário. Não se tem achado variações nos padrões fisiológicos próprios destas práticas, e se tem demonstrado que seus efeitos subjetivos podem conseguir-se por meio de outras técnicas muito mais simples, como é o caso da sugestão. O que acontece na realidade nos casos de estados alterados de consciência? Na realidade, se pode dizer que as excitações que se produzem no sistema nervoso central causam um estado especial de percepção quando a estimulação

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Sensorial externa diminui. Isso também acontece com o estado alterado de consciência mais estudado: o sono, sempre que os estímulos do redor descem de intensidade rapidamente, as pessoas experimentam distorções de percepção e alucinações. Esta redução dos estímulos pode-se conseguir por meio de muitas técnicas fisiológicas, psicológicas e farmacológicas. Há inúmeros acontecimentos naturais e artificiais que podem modificar nossa experiência subjetiva. A mais famosa é o consumo de drogas, mas os investigadores usam outros truques para conseguir estes efeitos tão particulares. Por exemplo, a atividade física tem uma conhecida repercussão sobre nosso estado consciente, já seja por defeito (o relaxamento e a meditação), ou por excesso (as danças rituais que acabam com um suposto estado de transe ou os

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 atletas de maratona que perdem a percepção do redor quando superam um certo nível de cansaço). Também os estímulos externos têm resultados similares. Uma voz sugestiva, o som de um gongo, o movimento monótono de objetos ou a música podem nos transladar a um estado alterado de consciência. Por último, há situações clínicas que ocasionam alguns destes estados. Entre elas a hipoglicemia, a febre ou a má nutrição, que são, as vezes, indutores de alucinações. Como podemos ver, não há nada de misterioso nestas manifestações da mente sadia, simplesmente são modificações de nosso estado de atenção. O xamanismo, o transe religioso, as experiências próximas à morte, as possessões e as visões místicas poderiam ser perfeitamente explicadas por estes mecanismos físicos e psíquicos.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Segundo González Ordi, “um profissional da saúde pode induzir um estado alterado da consciência como terapia para certos transtornos, sobretudo para os relacionados com a ansiedade e o estresse. Mas é muito perigoso pretender atingir ditos estados por meio de drogas ou com práticas de sugestão não controladas”. De fato não é estranha a aparição de certos episódios psicóticos e transtornos mentais graves relacionados com estas práticas, como o xamanismo, que agora fazem furor nos círculos esotéricos – no abuso de ervas e chás alucinógenos, que são usados com pretensões de encurtar o caminho para sabedoria e a expansão mental, e com “curas”, usando conhecimentos ancestrais. Ao entrar nas ondas alfa, um pouco mais abaixo da vigília, entra-se num estado de consciência alterado de meditação, contemplação e abstração. Este estado segrega um hormônio chamado de acetilcolina, que produz uma sensação de relaxamento muscular. Isto se vê no tipo de auto-hipnose provocado nas religiões orientais, como o Yoga.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Quando se aumenta a intensidade de beta, que é o estado de vigília no qual você está agora, e as descargas elétricas se aceleram, passa as ondas gamma, um estado de consciência alterado, que provoca excitação, descontrole, e enquanto em alfa o corpo pode estar relaxado e tranquilo, em gamma, o movimento é desordenado, com muito pouca coordenação. Este estado alterado faz que a mente segregue um outro hormônio chamado de adrenalina, que provoca uma sensação-reflexo de luta ou fuga. Este fenômeno se vê nas religiões pentecostais e nos rituais afro. As duas ondas alfa e gamma, produzem uma dissociação temporária, que provoca inibição cortical seletiva, e a atenção é desviada intencionalmente. Então vemos que, quando saímos da faixa de beta, tanto para cima (gamma) ou para abaixo (alfa) entramos num estado de consciência alterada. Sabe-se que a oração profunda, algumas danças (do tipo dervixe) o jejum prolongado, o orgasmo, certas drogas, jogos de luzes (como nas danceterias, os

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 aparelhos como os “mega brain“), a hipnose, a meditação transcendental, o yoga, etc., provocam variações nas ondas cerebrais. Os instrumentos de percussão, também alteram a consciência, provocando uma inibição cortical muito importante. Isto é demonstrado durante as festas de carnaval, onde se pula, se dança, num estado que vai além das forças físicas, causando muitas vezes até a morte. Na guerra se usa o tambor para ir marcando o passo, levando os soldados a um estado de alteração, onde a atenção é desviada diante da possibilidade do perigo. Os antigos barcos de remos, possuíam um tambor que marcava o ritmo, conseguindo que os remadores fizessem seu trabalho sem sentir tanto o cansaço, conseguindo também um estado de consciência alterada. Existem duas formas de chegar a um estado de transe hipnótico: a trofotrópica, que é uma maneira alimentadora, maternal e a ergotrófica, que é mais autoritária, paternal. A primeira: tem efeito sedativo, acalma. A segunda: excita, levando às vezes a um estado de estupor.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Em qualquer das duas maneiras se produzem modificações fisiológicas, como de respiração, alterações cardíacas, de pressão arterial, alterações hepáticas e hormonais, aumento ou diminuição do umbral da dor (analgesia ou hiperestesia), perturbações musculares; e alterações psicológicas, tais como alucinações e ilusões sensoriais (de tato, gosto, olfato, visual e auditiva). Quando uma criança, se machuca, e chega chorando até sua mãe, esta simplesmente, a acaricia, fala suavemente e beija meigamente no lugar da lesão, é o suficiente para produzir a liberação de substâncias, chamadas endorfinas, que alcançam um potencial analgésico muito superior ao da morfina. Esta substância está naturalmente em nosso cérebro e é liberada no estado de choque emocional. O toque carinhoso e o beijo “mágico” foram determinantes e a dor da criança “desapareceu”, por amor.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Quando essa mesma criança, chega machucada, chorando até seu pai e este lhe acena com o dedo indicador, usando um tom de voz grave, dizendo, “os homens não choram!”, automaticamente a endorfina, liberada pelo medo, entra na corrente sanguínea, e produz um estado de analgesia. O efeito final é o mesmo, conseguindo chegar até a hipnose por dois caminhos bem diferentes: o do amor e o do temor. Em certos cultos ou ritos religiosos, se observarmos, vemos que se usam os dois métodos, o autoritário e o maternal. O padre na sua igreja com o silêncio, as luzes tênues e dirigidas, o som grave do órgão, e as pregações com voz pausada e de ritmo modulado, está usando o método maternal. Ao igual que o budista ou o iogui que entram em êxtase pela contemplação intensa, –ou concentração exagerada que leva a uma hipnose conseguindo um estado de meditação profunda. Nestes dois casos se atinge a faixa das ondas alfa.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 Nos rituais afro-brasileiras se usa muito a percussão, os movimentos convulsivos do corpo, cenas fortes com sangue e animais. Isto produz um estado de excitação, provocando um transe similar, para não dizer igual, ao transe hipnótico. Em certos templos de modalidade evangélica, os pastores começam suas orações e pregações com um ritmo monótono, subindo de tom, falando permanentemente, “bombardeando” com palavras, exaltações, para a plateia, repetindo cada certo tempo reforçando, palavras que servem de apoio, estimulam e excitam como a mágica “aleluia” . Ao sentir-se cansado este pastor, outro o substitui, e o bombardeio continua. De novo se produz a dissociação temporária, desvia-se a atenção e provoca-se uma inibição cortical. Novamente aparece o transe hipnótico, onde foi usado o método autoritário ou paternal, atingindo em ambos casos a faixa das ondas gamma.

134 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 É importante esclarecer que o transe hipnótico se produz mais fácil e rapidamente por imitação. Isto explica a hipnose de massas, por contagio psíquico. Não devemos esquecer que no transe hipnótico atingimos a parte “nãoconsciente” do cérebro, esta zona simplesmente induz. A parte crítica do consciente, que é quem deduz, está censurada, adormecida. Já veremos, no capítulo seguinte, que esta censura se consegue com estímulos sensoriais e com sugestões. Mudanças fisiológicas Dentre as mudanças fisiológicas que se produzem em consequência do transe, figura geralmente uma baixa na pulsação, ocorrendo quedas mais ou menos acentuadas na pressão arterial. Ao iniciar-se o transe costuma haver uma vasoconstrição, e a esta segue-se uma vaso-dilatação, que se vai prorrogando

135 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 11 até o momento de acordar. Equivale a dizer que no começo a pressão pode subir um pouco, mas, à medida em que o transe se aprofunda, tende a cair. Observa-se geralmente uma mudança na temperatura periférica. Aumento de calor na superfície e frios nas extremidades das mãos e dos pés. A pessoa bem hipnotizada caracteriza-se quase sempre pelas extremidades frias ( as mãos geladas), conservando-as geralmente assim durante todo o transe. Não será preciso acentuar que essas mudanças fisiológicas durante a hipnose decorrem largamente as modificações que se produzem no estado de espírito e no estado emocional do indivíduo. As diferenças de reações nesse particular obedecem a fatores muito sutis, que, dada a sua complexidade, podem escapar, inclusive, ao controle dos maiores peritos em matéria de psicologia.

136 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA NÍVEIS DO TRANSE HIPNÓTICO
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 NÍVEIS DO TRANSE HIPNÓTICO A chamada "profundidade da hipnose" se refere à intensidade, variabilidade e grau de esforço das articulações específicas do pensamento. Para propósitos práticos, são descritas certas fases do nível do estado hipnótico, mas eles não devem ser considerados como divisões rígidas. É extremamente difícil, se não frequentemente impossível, dizer exatamente onde uma fase começa ou termina. Qualquer um com experiência prática considerável na prática hipnótica percebe que as divisões criadas são na verdade arbitrárias e completamente artificiais e, quando muito, não são mais que um rude guia para permitir julgar a profundidade do transe. As escalas se caracterizam pelo aparecimento de fenômenos próprios a cada nível, decorrentes das alterações sensoriais ou motoras apresentadas. Para efeitos práticos, a maioria dos autores ainda divide a Hipnose em vários graus que podem ser classificados, de um modo geral, em três estágios ou níveis (estados hipínicos), a saber:

137 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 1 - Hipnose Leve (Superficial) * É um estado de "quase" hipnose (pré-hipnose) similar ao que precede o sono e antecede o despertar. Os fenômenos são predominantemente de ordem muscular no início deste estágio: Alterações no tônus, paralisia de grupos musculares, contrações, tremores, movimentos automáticos; sensação de leveza e entorpecimento geral dos olhos e membros, alto grau de relaxamento e inibição de movimentos voluntários com lassidão acentuada (sem disposição para se mover, falar, pensar, agir – O hipnotizado não tosse, mantém-se sério e imóvel; quando retorna do transe diz que se lembra de tudo que aconteceu, mas pode afirmar que durante o transe tentou mover-se, em vão). Age como se não estivesse criticamente afetado pelo que acontece no ambiente e a respiração é mais lenta e mais profunda. 98 % dos candidatos, quando submetidos à hipnose, começam a sentir os membros pesados e finalmente todo o corpo pesado e mostram uma expressão de cansaço, apresenta-se frequentemente tremores nas pálpebras e contrações espasmódicas nos cantos da boca, do maxilar e nas mãos.

138 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 * Sugestões simples são aceitas prontamente, embora o paciente sinta que poderia desobedecer, mas não o faz, oferecendo, todavia, resistência às sugestões mais complicadas (obedece também a sugestões pós-hipnóticas simples). Um estado de alheamento de tudo que se passa ao redor, embora conserve ainda plena consciência, dando inclusive a impressão de que sequer está hipnotizado e ao despertar pode expressar dúvida de seu estado hipnótico, porém poderá indicar o tempo transcorrido incorretamente (estipulará que tenha passado dez minutos quando na realidade passou-se meia hora). 2 - Transe Médio ou Intermediário * Inibição muscular completa associada a um grau considerável de cansaço e sensação de leveza acentuada. Pode haver catalepsia das pálpebras, de forma que o paciente não pode abrir os

139 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 olhos; também é possível haver catalepsia parcial dos membros, e o paciente não consegue, por exemplo, elevar o braço. Via de regra a respiração está lenta e regular, e o paciente tem a aparência externa de um adormecido. O fato de que pode permanecer em uma posição desajeitada, durante algum tempo considerável, é evidência forte que pelo menos a primeira fase de hipnose foi alcançada. É bastante impossível para qualquer um no estado desperto normal permanecer perfeitamente imóvel para talvez meia hora, sem manifestar desconforto! Nota se ainda, uma hiperacuidade em relação às condições atmosféricas (elevada sensação de frio ou calor). * Já não oferece resistência às sugestões, salvo quando estas contrariam seu código moral ou seus interesses vitais. Geralmente são aceitas as sugestões pós-hipnóticas. Ao nível médio do estado hipnótico a capacidade de realização de sugestões complexas do paciente ainda não foi acionado (só é acionado no nível mais

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 profundo), podendo dar a impressão aos olhos do público leigo que as experiências vivenciadas pelo paciente não passam de uma boa representação teatral. Este ponto é de crucial importância para o desenvolvimento do processo hipnótico e a aceitação de novas sugestões que facilitem uma mudança comportamental. * Em muitos casos há um sentimento de dissociação, como se a mente estivesse separada do corpo. Ele não terá dúvida quanto ao estado de hipnose que experimentou. * Há amnésia parcial para eventos no transe, especialmente se sugerida pelo hipnotizador. Sugestões sobre alucinações (motoras ou sinestésicas) podem ser realizadas. No transe médio já se conseguem efeitos analgésicos e mesmo anestésicos locais, razão por que é o estágio indicado para pequenas cirurgias, de forma que o paciente não pode sentir a dor de um alfinete esterilizado atravessado na pele de sua mão. Podem ser induzidas alucinações sensórias

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 como de toque, gosto ou cheiro (tato, paladar, olfato), que pode ser inibidas ou modificadas.. * Lembranças de fatos esquecidos no passado (hiperminésia). 3 - Transe Profundo ou Sonambúlico * O hipnotizado comporta-se como um sonâmbulo; sua aparência é a de quem está submerso num sono profundo, com inibição de todas as atividades espontâneas. Neste estado o paciente pode abrir os olhos, andar, conversar, e geralmente se comporta como se desperto. Se os olhos não estiverem abertos, o hipnotizador pode mandar o hipnotizado abrir, desde que precedido pela sugestão de que ele continuará em transe (e uma vez que se tenha a convicção de que atingiu-se este estado), isso não vai afetar o transe; os olhos apresentam uma expressão impressionantemente fixa, estando as pupilas visivelmente dilatadas; pode apresentar movimentos descontrolados do globo ocular, um

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 olho move para cima e o outro para baixo, ou ainda, um olho para um lado e o outro em sentido contrário. Frequentemente terá a boca seca e entreaberta. Apresentará uma ausência total de reação mesmo quando submetidos a fortes estímulos dos sentidos convencionais como tato, audição, visão e olfato. No entanto, o hipnotizado está profundamente ligado e pronto para executar as sugestões do hipnotizador. Pode ocorrer a somatização das sugestões (encostando-se um objeto frio na pele do hipnotizado e dizendo ser uma brasa, aparece a bolha como se fosse provocada por uma queimadura). * Afastamento total a tudo que ocorre no ambiente, diminuição da capacidade de análise lógico-racional e crítica das situações (sobre este estado diz-se o seguinte: é uma consciência da consciência, sem conteúdo de consciência). Sensações de leveza, de se estar flutuando, inchando ou sensação do desaparecimento ou da aproximação da voz do hipnotizador. Hiper-sensações

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 (olfativas, táteis, gustativas e cinestésicas). * Geralmente ocorre amnésia completa e espontânea total após o término da sessão, mesmo que não tenha sido sugerida; ao acordar, declara não se recordar de nada do que se passou. Apesar da amnésia pós-hipnótica, ele terá absoluta certeza de que estava em estado hipnótico, e o que foi esquecido pelo sujeito agirá, de maneira inconsciente, no tempo oportuno, e pode constituir, em algumas circunstâncias, magnífica alavanca terapêutica. A amnésia, em especial a sugerida, que atinge a execução de ordens pós-hipnóticas com hora marcada, tem fornecido demonstrações espetaculares da eficácia da hipnose, especialmente como recurso terapêutico. Mas basta esclarecer aos pacientes que o clássico estado de inconsciência e consequentemente amnésia pós hipnótica não são essenciais e que já não constituem requisito e critério de hipnose, e o paciente se recordará de tudo por que passou, ou uma boa parte. * Sugestões altamente complicadas são aceitas e prontamente executadas;

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 sensações como alucinações visuais e audíveis positivas e negativas durante o transe e mesmo pós-hipnóticas podem ser induzidas; neste estado, o hipnotizado aceita as sugestões pós-hipnóticas mais bizarras. * É possível o controle das funções orgânicas (pulsação, pressão, digestão, ritmo da respiração, processos metabólicos, etc.). * A memória funciona excepcionalmente, permitindo lembrar vários fatos a muito esquecidos, possibilitando a regressão de idade com absoluta precisão de lembranças de fatos mesmo que ocorridos na fase mais infantil. * Sugestões relativas à analgesia e, o que é mais importante, a anestesia pós-hipnótica. Os indivíduos submetidos ao transe profundo podem ser anestesiados pós-hipnoticamente. O hipnólogo, indicando a região a ser anestesiada, determina as condições específicas como o dia, a hora ou local, quando a anestesia deve produzir efeito. Assim poderá ser submetido à

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 12 intervenção médica-odontológica, independentemente de novo transe e na ausência do hipnólogo. A anestesia hipnótica completa, além de ser um fenômeno clinicamente importante, é uma das provas mais convincentes do transe profundo. Existem relatos de ocorrências dos fenômenos extra-sensoriais espontâneos ou sugeridos, tais como: hiperestesia, telepatia etc.

146 ESCOLA DE PSICANÁLISE KOINONIA COMANDOS PÓS-HIPNÓTICOS
CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 13 COMANDOS PÓS-HIPNÓTICOS Estas ordens são a chave das sessões de hipnose, já que determinarão especificamente como atingir com eficácia o resultado desejado. As sugestões pós-hipnóticas são realizadas logo após o aprofundamento. Algumas sugestões pós-hipnóticas - Signo-sinal: Importante comando pós-hipnótico, pois facilita a reentrada no transe. - Amnésia superficial (confusão): Esquecer um número, esquecer seu próprio nome, etc. - Amnésia pós-hipnótica: Esquecer tudo o que ocorreu durante o transe (esse fenômeno pode acontecer automaticamente, principalmente se o transe for profundo); - Hipermnésia: Aumento da capacidade de lembrar fatos do passado, próximo ou remoto.

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CURSO DE HIPNOSE MÓDULO I –Aula 13 - Anestesia: O estado hipnótico já se caracteriza por diminuição da percepção de dor, e tal pode ser amplificado com sugestões de forma a produzir anestesia de determinada região do corpo, até mesmo com finalidades cirúrgicas; - Alucinações (positivas e negativas): Na alucinação positiva a pessoa vivencia uma percepção na ausência do objeto. Na alucinação negativa a pessoa não percebe um objeto presente (pode-se sugerir à pessoa que o amigo fulano de tal - presente no ambiente - não se encontra ali, a pessoa hipnotizada não será capaz de ver o tal fulano). Regressão de idade: Consiste em reviver estados psicológicos do passado espontaneamente ou por solicitação do hipnólogo.


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