A apresentação está carregando. Por favor, espere

A apresentação está carregando. Por favor, espere

GEOGRAFIA AGRÁRIA Thiago Vedova.

Apresentações semelhantes


Apresentação em tema: "GEOGRAFIA AGRÁRIA Thiago Vedova."— Transcrição da apresentação:

1 GEOGRAFIA AGRÁRIA Thiago Vedova

2 A atual configuração sócio-espacial das atividades agrícolas é resultado da ação humana sobre a natureza ao longo da história, que pode se alterar ao longo do tempo. como essa ação ocorreu de forma desigual, a produção agrícola é obtida em condições bem diversificadas no mundo. Influenciadas por: Condições socioeconômicas aspectos físicos e ambientais hábitos alimentares capitalização e escassez de recursos nível de des. Tecnológico modelo de política agrícola índices de produtividade estruturas fundiárias relações de trabalho

3  Os sistemas agrícolas Em qualquer sistema agrícola, a produtividade dependerá da combinação de três fatores principais, que são trabalho, terra e capital constante. Os sistemas agrícolas podem ser classificados como intensivos ou extensivos. Essa classificação está ao grau de capitalização e ao índice de produtividade. Eles estão organizados em: AGRICULTURA INTENSIVA AGRICULTURA EXTENSIVA

4 AGRICULTURA INTENSIVA:
A agricultura intensiva é um sistema de produção agrícola que faz uso intensivo dos meios de produção, utilizam modernas técnicas de preparo do solo, cultivo e colheita, apresentam altos índices de produtividades, pouca MDO, grande fluxo de combustível e maquinaria elétrica. usa insumos de alto custo, tais como fertilizantes, máquinas e pesticidas. Neste tipo de agricultura tem alta produtividade, se produz quantidades imensas em reduzidos espaços do solo.

5 Vantagens permitiu incrementar a produtividade agrícola no último século, assegurando ao mesmo tempo uma fonte estével de alimentos no tempo que aumenta a população mundial . Desvantagens -Não permite que as terras se regenerem quanto aos seus nutrientes naturais, que não sejam os fertilizantes colocados pelo homem, pois este gênero de agricultura prevê o cultivo constante, e sem pousio, de culturas agrícolas com o objetivo de produzir produtos agrícolas para as cotas de mercado - Eliminação de seres vivos para aumentar o tamanho das exportações e aumentar a produtividade. -Perda da biodiversidade. Utilização de monoculturas.

6 AGRICULTURA EXTENSIVA:

7 Agricultura praticada nas grandes extensões dos países subdesenvolvidos, onde há terra e falta de mão-de-obra, não sendo prioridade a produtividade por área, mas sim o volume da produção. As propriedades que utilizam a agricultura tradicional, aplicando técnicas rudimentares e baixo índice de exploração da terra. As regiões tecnicamente atrasadas se vêem obrigadas a consumir basicamente o que produzem e são bem sensíveis aos rigorosos impostos pelas condições naturais.

8 Tipos de cultivos ao redor do mundo:
Plantation: É baseado em uma monocultura de exportação, mediante a utilização de latifundios e mão-de-obra escrava ou muito explorada. Foi bastante utilizado na colonização dos países principalmente no cultivo de gêneros tropicais e é atualmente comum em países subdesenvolvidos. se caracteriza por: > grandes propriedades; > cultivo de produtos tropicais; > monocultura; > emprego de mão-de-obra barata,> utilização de recursos técnicos; >produção voltada para a exportação.

9 A agricultura itinerante:
É aplicada em regiões onde a agricultura é descapitalizada. A produção é obtida em pequenas e medias propriedades ou em parcelas de grande latifúndio, com utilizações de mão-de-obra familiar e técnicas tradicionais. Por falta de recursos, não há preocupação com a conservação do solo, as sementes são de qualidade inferior e não há investimentos em fertilizantes, por isso, a rentabilidade e, as produções são baixas. Depois de alguns anos de cultivo, há uma diminuição da fertilidade natural do solo. Quando percebem que o rendimento está diminuindo, a família desmata uma área próxima e pratica queimada para acelerar o plantio, dando inicio a degradação acelerada de uma nova área, que em breve também será abandonada. Daí o nome da agricultura itinerante.  Em algumas regiões do planeta, a agricultura de subsistência, itinerante e roça, está voltadas as necessidades de consumo alimentar dos próprios agricultores. Tal realidade ainda existe em boa parte dos países africanos, em regiões do Sul e Sudeste Asiáticos e na América Latina, mas tem prevalecido hoje é uma agricultura de subsistência voltada ao comercio urbano.  Esse tipo de agricultura é comum em áreas distantes dos centros urbanos, onde a terra é mais barata; predominam as pequenas propriedades, cultivadas em parceria.

10 Agricultura de jardinagem:
 Essa expressão tem origem no Sul e no Sudeste da Ásia, onde há uma enorme produção de arroz em planícies inundáveis, com a utilização de mão-de-obra (INTENSIVA por MDO).  É praticado em pequenas e medias propriedades com uso intensivo de mão de obra. A diferença é que nelas se obtém alta produtividade, através do selecionamento de sementes, da utilização de fertilizantes e de técnicas de preservação do solo que permitem a fixação da família na propriedade por tempo indeterminado.  Devido a grande população, o excedente a modernização da produção agrícola foi substituída pela utilização de enormes contingentes de mão-de-obra. Em algumas províncias, porém, está havendo um processo de modernização, impulsionando pela expansão de propriedades particulares e da capitalização proporcionada pela abertura econômica a parti de Sua produção é essencialmente voltada para abastecer o mercado interno.

11 Agricultura Familiar:
Voltado para o abastecimento do mercado interno. Nessas áreas, produzem-se hortifrutigranjeiros e cria-se gado para a produção de leite e laticínios em pequenas e medias propriedades, com predomínio da utilização de mão-de-obra familiar. Após a comercialização da produção, o excedente obtido é aplicado na modernização das técnicas. Dois séculos atrás, a maioria das fazendas eram altamente auto-suficientes com operações familiares. Um granjeiro produzia de acordo com a própria necessidade e somente vendia alguns produtos. Agora, a maioria das pessoas nas cidades compram seus alimentos de mercados altamente diversificados. Estes mercados obtém alimentos de muitas fazendas intensivas diferentes, cada uma delas especializada e com produção em massa de alguns produtos para venda. Ao redor dos centros urbanos, pratica a agricultura e pecuária intensiva para atender as necessidades de consumo da população local (Cinturão Verde).

12 As empresas agrícolas ou rurais:
São as responsáveis pelo desenvolvimento do sistema agrícola dos países desenvolvidos. Nesses sistemas, a produção é obtida em medias e grandes propriedades altamente capitalizadas. A produtividade é bem alta devido ao selecionamento de sementes, uso intensivo de fertilizantes, elevado de mecanização no preparo do solo, no plantio e na colheita, utilização de silos de armazenagem, sistemático de todas as etapas da produção e comercialização por técnicas.     Funciona como uma empresa e sua produção são voltadas ao abastecimento tanto do mercado interno como o externo. Nas regiões onde se implantou esse sistema agrícola, há uma tendência a concentração de terras. Baseadas em um mercado mundial de "commodities" e estruturas agroindustriais a elas relacionadas, apenas quatro principais culturas de cereais destacam-se na produção mundial: trigo, milho, arroz e soja.

13 O Caso dos EUA: Nos EUA, o sistema de cultivo dominante caracteriza-se por alta tecnologia e mecanização, com elevados rendimentos por unidade de área 1 - Dairy belt, 2 - Corn belt, 3 - Cotton belt

14 O caso de Israel: Embora a predominância de climas áridos e semi-áridos dificulte o desenvolvimento das atividades agrícolas, este país conseguiu, graças à utilização de sofisticadas técnicas de produção e modernos métodos de irrigação, posição de destaque neste setor, no Oriente Médio. Israel tem apresentado desenvolvimento agropecuário baseado em tecnologias de ponta. Dessa forma, amparado pelo Estado, o país amplia o controle do homem sobre as condições naturais adversas. Assinale a alternativa que indica, corretamente, o nome do país e os dois sistemas de exploração do solo agrícola, nele vigentes. 1 - Turquia 2 - Síria 3 - Iraque 4 - Arábia Saudita 5 - Jordânia 6 - Líbano 7 - Chipre 8 - África 9 - Mar Vermelho 10 - Rio Nilo 11 - Mar Mediterrâneo

15 A Geografia Agrária Brasileira

16 Estrutura Agrária Clássica do Brasil
Mão de obra: Altamente explorada (inicialmente escrava) Produção: Extensiva voltada para o mercado externo Regime de Propriedade: Latifúndios: altamente concentrados, elitistas e desiguais Cultura: Economia em ciclos de monoculturas, espalhadas em ilhas (Economia de Arquipélago), sem relação de trocas internas. Sempre estruturada por um carro chefe (Atividade econômica principal)

17 Economia de Arquipélago
As terras mais férteis e acessíveis foram ocupadas por plantations. (mata atlântica) Interior > Pecuária extensiva e cultura de subsistência (abastecimento do merc. interno) Regiões que não interessavam a elite foram oferecidos aos imigrantes que praticaram Agricultura Familiar (Região Sul) Norte > Extrativismo Ciclos Econômicos: Cana de Açucar – Nordeste – Zona da Mata e litoral Algodão- Maranhão e agreste nordestino Mineração- MG e Goiás Extrativismo (Borracha e drogas do sertão) – Amazônia Pecuária- Sul Café- Vale do Paraíba e oeste paulista

18

19

20 Projetos de Colonização
projeto de colonização realizado pelo INCRA e FUNAI objetivo de ocupar e povoar os imensos espaços vazios da região Controlar os excedentes demográficos da região nordestina, retirantes nordestinos fugindo da seca e da miséria crônicas do Nordeste em busca das riquezas da floresta instalações de pequenas cidades ao longo das rodovias, aproveitando a população da frente trabalhista. Distribuídas em tese: Agrovilas – 45 a 60 fam. Agrópolis- 22 agrovilas num raio de 50 Km Rurópolis- (“centro urbano”) INCRA forneceria casa, terra, salário e preço mínimo

21 Falência do projeto Baixa fertilidade dos solos inadaptação Doenças (malária) falta de assistência dificuldade de armazenamento e escoamento

22 Revolução Verde Projeto de grande modernização do campo, momento em que foram estabelecidas grandes inovações tecnológicas. Origem: Capital proveniente de grandes grupos financeiros, com o objetivo de diversificar seus investimentos. Justificativa ideológica Neomalthusiana. Medo dos Norte Americanos de que problemas sociais no campo, estimulasse o crescimento do socialismo.

23 Modernização das atividades Agropecuárias

24 Outras características:
atuação de empresas transnacionais, participação do grande capital privado nacional. mudanças nas bases técnicas da produção. apoio do Estado, através de políticas de fomento (crédito) e criação de laboratórios de pesquisas agrícolas (EMBRAPA – Brasil).

25 Consequências: Mudanças nas relações de produção (relações sociais e relações técnicas). Enorme salto de produtividade.

26 Problemas: -Estas inovações só alcançam as empresas agrícolas, acabando com os pequenos produtores = Processo extremamente seletivo. -Cultura de Rico – Abandono das lavouras tradicionais - escolha dos produtos valorizados no mercado externo (commodities). Os melhores produtos são voltados para o exterior - substituição da importação (importação de produtos que não eram importados antes).

27 Desertos Verde – perda de Biodiversidade.
-O Uso indiscriminado de produtos químicos, sem o controle correto, acarreta em problemas ecológicos e em doenças nos consumidores.

28 Ainda sobre a cultura de Rico:
Taxa de crescimento anual, entre 1970 e 1980, da áreas cultivadas: com soja - mais 22,5 % com laranja - mais 12,6% com cana-de-acúcar - mais 6,4% com feijão - menos 1,9% com mandioca - menos 2,0% com arroz - mais 1,5% as áreas de cultivo de lavouras comerciais, dada a sua importância na exportação e na industrialização, expandiram-se mais do que as áreas de lavouras de subsistência.Isto revela o traço mais marcante de uma política de “cultura de rico”.

29

30 Os complexos agroindustriais resultam da integração (entrelaçamento) dos capitais bancários, industriais e agrários

31 Integração vertical. Realização de todas as atividades do campo em uma mesma empresa. (integração de todos os setores da produção). Deles fazem parte a produção de adubos, máquinas e equipamentos, realização de pesquisas; as atividades de armazenamento, transporte e industrialização dos produtos agropecuários. Nos complexos agro-industriais estão incluídos todos os setores e atividades que envolvem o mercado de alimentos e de matérias-prima para a agroindústria. Indica o grau de penetração do capital urbano-industrial no campo, no sentido de organizar sua produção, sendo mais uma atividade de seu interesse.

32 Etapas da Produção:

33 O impacto dos CAI para o pequeno agricultor.

34 A concentração da propriedade da terra é um dos traços marcantes da estrutura fundiária brasileira, cujas origens remontam ao modelo de colonização implantado no país. Muita terra nas mãos dos grandes proprietários e pouca terra nas mãos dos pequenos produtores, determinando uma forma desigual de distribuição e acesso à terra. No Nordeste, em especial na Zona da Mata, a herança colonial de dominação levou a apropriação da terra pelos senhores de engenho, em cujas propriedades a principal atividade econômica sempre foi o cultivo da cana e a produção de açúcar. A "modernização conservadora" levou à valorização da terra, acentuou a concentração fundiária e liberou a mão-de-obra rural. A mecanização da agricultura reduziu a mão-de-obra no campo, ampliando as áreas de culturas comerciais e a diminuição das roças de subsistência. Reduzidos incentivos governamentais à pequena produção familiar, obrigando esses pequenos produtores a abandonar suas atividades. Dispensa em massa de trabalhadores rurais e utilização da mão-de-obra temporária, como também o uso do trabalho infantil. Descapitalização do homem do campo, forçado a sair à busca de trabalho, o que vai configurar o fluxo migratório temporário em diferentes escalas.

35 Os Casos: Aumento da Fronteira Agrícola

36 Assalariamento temporário, destacando três de suas características:
- sem registro; - sem benefícios e assistência; - baixa remuneração; - baixa qualificação.

37 Fatores que levam ao êxodo rural
a) A estrutura fundiária injusta que, através do minifúndio, é incapaz de atender às necessidades básicas de uma família. b) A procura de emprego nas capitais para atender às mínimas necessidades de sobrevivência dos trabalhadores rurais desempregados. c) A concentração de terras através de grandes latifúndios improdutivos. d) O difícil acesso à terra através de uma política de concentração da mesma realizada pelo grande capital. e) A maioria da população rural não é proprietária da terra em que trabalha.

38 Relação CAI com a Agricultura Familiar
Razões que os pequenos produtores têm para a integração: a garantia de compra do produto, protegendo o pequeno produtor das oscilações do mercado; o apoio técnico especializado; a redução da dificuldade de conseguir financiamento bancário; o fornecimento de insumos e equipamentos pelas grandes empresas. b) Razões para a grande empresa Evitar a gestão e controle do trabalho agrícola; evitar investimentos na compra de terras para concentrá-los nas fases mais lucrativas da cadeia produtiva; deixar para os produtores diretos os riscos ambientais (esgotamento dos solos, pragas, intempéries); garantir o fornecimento de matéria prima através de um grande número de produtores.

39 Aspectos da modernização do Campo
A modernização no campo manifesta-se por progressos técnicos (utilização de adubos químicos e fertilizantes, aumento de número de tratores e máquinas - arados e semeadeiras etc), que não levaram à solução dos problemas sociais no campo. A modernização no campo, chamada por alguns de "modernização conservadora", não pode ser tomada como característica única no conjunto do país, pois a tecnificação não está generalizada, e sim concentrada no Centro-Sul do país. A intensificação das relações capitalistas no campo gera a expulsão do trabalhador rural das áreas de origem, assim como a expropriação do pequeno agricultor. Direcionamento de parte da produção do pequeno produtor para o mercado consumidor urbano ou para a agroindústria de transformação de matérias primas agrícolas, exigindo melhores condições de comercialização, financiamento e acesso a equipamentos agrícolas mais eficientes. Maior integração entre a economia agrária e a economia industrial, unindo a cidade e o campo no processo produtivo, na luta por melhores salários, por melhores preços para os produtos da agropecuária e pela Reforma Agrária. Presença de complexos agroindustriais que exigem grandes investimentos de capitais, atingindo tanto a grande quanto a pequena propriedade, e fazendo com que o ritmo da produção industrial e o mercado organizem a produção do campo.

40 Situação anterior a modernização Após o processo de modernização
Aspectos do meio rural Situação anterior a modernização Após o processo de modernização ATIVIDADES ECONÔMICAS -Atividades agropecuárias -Ligação restrita com a atividade industrial -Beneficiamento de parte da produção -Novas atividades e serviços NATUREZA - Dependência às condições naturais -Prevalece o planejamento humano, adoção de tecnologias > maior autonomia DEMOGRAFIA Densidade demográfica baixa Dispersão populacional DD + baixa ainda Desenvolvimento de pequenos núcleos urbanos HOMOGENEIDADE SOCIAL Maior homogeneidade Comportamento/cultura/valores Menor homogeneidade: Mobilidade e comunicação INTERAÇÃO SOCIAL Relações comunitárias e de vizinhança Maior circulação de pessoas e maior interação MOBILIDADE SOCIAL -Pouca mobilidade -pouca diferenciação de classes -Grande mobilidade -Aumento da desigualdade

41 E o campo vai ficando cada vez mais dependente das cidades...
Legenda: 1 - Poder Político; 2 - Bancos; 3 - Indústrias agro-alimentares; 4 - Mercado Urbano. A cidade como lugar de comando da agricultura.

42 Principais problemas do campo brasileiro
concentração da terra nas mãos de poucos; utilização de grande parte das terras para a agricultura de exportação em detrimento da produção da pequena propriedade (gêneros para o abastecimento alimentar no mercado interno); políticas governamentais socialmente insuficientes; dificuldade de fixação do trabalhador rural no campo, como reflexo das precárias condições de vida; tensão social crescente.

43 REFORMA AGRÁRIA

44

45 O Motivo para a improdutividade de terras
A terra é reservada de valor, sendo um investimento seguro, especialmente, em fases de desestabilização da economia. O potencial de valorização é elevado, tendo em vista o próprio processo de adensamento da ocupação das áreas de fronteira, bem como a implantação de obras de infra-estrutura, principalmente, por órgãos governamentais. A propriedade da terra permite o acesso a incentivos fiscais e a linhas de crédito agrícola, cujas taxas de juros são especiais. O ITR é muito Barato. O Acesso a terra muitas vezes foi ilegal.

46 A menor incidência de terras improdutivas na região Sul pode ser explicada:
1) como fronteira agrícola, no final do século XIX e início do século XX, esta área foi destinada à colonização por migrantes europeus que se dedicaram à policultura em pequenos lotes de terra de propriedade familiar; 2) pela modernização da agricultura, sendo a implantação dos Complexos Agroindustriais, associada à atuação de cooperativas, um dos fatores que contribui para um aproveitamento mais intenso das terras.

47

48 Violência no campo: "O período de 1974 a 1983 representa o alastramento da violência por quase todo o território brasileiro." (...) "o Pará, Maranhão e Extremo Norte de Goiás - atual Tocantins - vão representar a área mais sangrenta do país". A violência mencionada no texto intensifica-se a partir dos anos 70, provavelmente devido à luta pela posse da terra nas áreas de maior concentração dos projetos agropecuários incentivados basicamente pela SUDAM.

49 As legislações Brasileiras e a Reforma Agrária.

50 Estatuto de Terras (1964) “Antítese de Reforma Agrária”
Estatuto Demagógico que anunciava a Reforma agrária em uma época autoritária (Ditadura-Governo Castello Branco) Reproduz as relações capitalistas excludentes, isola as elites e abafa os movimentos sociais. Estatuto controlado pelo poder central, que impedia o acesso de fato da propriedade familiar. Administração dos problemas da terra sem tocar no direito de propriedade- privilegia o controle das tensões sociais, com a transferência de população para a Amazônia. Prioridade em projetos capitalistas

51 CRITÉRIOS: Módulo Rural: pedaço de terra suficiente para sustentar uma família (4 pessoas) Minifúndio- Até 1 módulo Rural. Empresas Rurais –Até 600 MR totalmente produtivos. Latifúndio por exploração- não explorado. Latifúndio por Dimensão- Mais de 600 MR

52 Lei de Terras de 1993 (em vigor)
Introdução de módulos fiscais continuidade de indenizações bem altas Criação do Ministério da Reforma Agrária Terra classificada como bem, e deve cumprir sua função social. (Minifúndio, Médio-Fúndio, Grande-fúndio, Latifúndio)

53 A partir dos anos de 1990, várias legislações regulamentaram aspectos da reforma agrária no Brasil. Entre elas, destacam-se:  1. Alteração da Lei do Rito Sumário: regulamentou a imediata posse, pelo governo, das terras em processo de desapropriação para fins de reforma agrária, após depósito judicial correspondente ao preço oferecido pelas benfeitorias e do lançamento dos Títulos da Dívida Agrária, para pagamento do valor da terra nua. Assim, mesmo que o proprietário entre com contestação judicial contraqualquer aspecto do processo de desapropriação, a posse da terra tornou-se imediata para o Governo. 

54 2. Aumento do Imposto Territorial Rural para os proprietários de grandes extensões de terra e pequeno grau de utilização produtiva, que pode chegar a 20% do valor da propriedade.  3. Proibição de que a propriedade rural ocupada por trabalhadores rurais sem terra seja vistoriada ou desapropriada para fins de reforma agrária durante a ocupação e nos dois anos seguintes à sua desocupação.

55 Questões relativas a Reforma Agrária.

56 Não pode se reduzir a mudanças na estrutura fundiária (terras), e sim a transformação da estrutura agrária de um país. Com o objetivo de melhorar o nível de vida da população agrária e não só com o princípio da redistribuição de terras. Não pode ser feita por ações pontuais e sim por um processo contínuo de políticas públicas, como o apoio a Agricultura familiar. Abordagens possíveis de Reforma Agrária: Compensatória : ataca os sintomas mas não as causa, apenas redistriubui as terras. Novo Tipo: Completa e universalista

57 A pior reforma agrária é a realizada pela metade,
ela precisa contemplar diversos aspectos: Diversidade Geoecológica: Estudar solos com potenciais diferentes, variedade de culturas e agrosistemas. Acesso ao Crédito e a Assistência técnica. Adequação da Infra-strutura de armazenagem e escoamento.

58 Não se trata mais de mero assentamento.
REFORMA AGRÁRIA DE NOVO TIPO: É uma Reforma Agrária que não se restringe apenas a redistribuir as terras. Não se trata mais de mero assentamento. Envolve políticas de apoio financeiro (crédito) e tecnológico (assistência técnica). Entende as dificuldades da agricultura familiar.

59 "Evidentemente que hoje a reforma agrária que sonhamos não é mais a reforma agrária clássica capitalista (...). Hoje, o desenvolvimento das forças produtivas na agricultura e na sociedade e o modelo agrícola que foi adotado exigem o que chamamos de reforma agrária de novo tipo (...) em que não é mais suficiente apenas dividir a terra, lotear em parcelas e botar o pobre em cima e que se vire. Cinqüenta anos atrás, ele se viraria, mas hoje não consegue mais". João Pedro Stedile, um dos coordenadores nacionais do MST. Entrevista à revista "Caros Amigos", n. 18, p. 05, Set 2003.

60 Equacionamento das questões Agrárias em outros países:
Modernização da agricultura combinada a criação de empregos industriais e complementado com a quebra da produção do poder dos proprietários fundiários (Europa Ocidental) Transferência de “excedentes populacionais” para os países do novo mundo (diversos países da Europa) Reforma Agrária redistributiva por pressão estrangeira (Japão, Coréia do Sul) Colonização relativamente espontânea com a formação de produtores independentes. o trabalhador familiar teve acesso à terra desde meados do século passado, na "conquista do Oeste". O Ato de Propriedade Rural (Homestead Law ) fixou o tamanho dos lotes a serem distribuídos para os colonos, que deviam cultivá-los, pelo menos por 5 anos.(EUA) Reforma Agrária com a introdução consistente de impostos progressivos sobre a propriedade rural (N.Zelândia)

61 Estratégias Agrárias:
Tecnologias alternativas – novas tecnologias que não tragam tanto choque com a mão de obra. 2. “Nichos de mercado não tão sujeitos a pressão tecnológica. Programas efetivos de apoio a Agricultura familiar e a lavouras alimentares Imposto Efetivo sobre a terra.

62

63 Carta da terra Em defesa da reforma agrária e da agricultura familiar
As organizações que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo – acreditando na urgência da democratização do acesso à terra e à água – defendem a realização de uma ampla reforma agrária e o fortalecimento da agricultura familiar, pois só elas garantirão o direito ao trabalho para a população rural, historicamente excluída, e a produção de alimentos para o mercado interno, estruturando o caminho para a soberania alimentar para nosso país. As entidades do Fórum defendem, por isso, a criação e a implementação de um Plano Nacional de Reforma Agrária e a construção de alternativas de desenvolvimento rural sustentável e solidário para o Brasil, que alterem radicalmente o atual modelo de desenvolvimento agropecuário, excludente, predatório e concentrador de terra, renda e poder. Com este objetivo, lutam para: 1 – a desapropriação dos latifúndios como o caminho constitucional para garantir a função social da terra; uma legislação que limite o tamanho das propriedades rurais através de emenda constitucional e o confisco integral de todas as terras onde houver trabalho escravo, exploração de trabalho infantil, cultivo de plantas psicotrópicas e daquelas usadas para práticas de contrabando ou adquiridas mediante práticas ilegais; 2 – o respeito aos direitos humanos no campo, combatendo todas as formas de violência e o fim da impunidade; o reconhecimento e a demarcação das terras das comunidades indígenas e das áreas de remanescentes de quilombos; a criação de reservas extrativistas; a formulação de políticas públicas que respeitem a organização sócio-cultural e as formas de apropriação e uso dos recursos naturais dos índios e quilombolas e de populações como os ribeirinhos, seringueiros, quebradeiras de coco e outras; 3 – um planejamento da produção familiar que leve em consideração: as diversidades regionais, sua viabilidade e sustentabilidade econômica, social e ambiental com linhas de crédito de custeio e investimento acessíveis, com programas de seguro agrícola e de serviços de assistência técnica pública, gratuita e de qualidade e com garantia de preços mínimos justos e de comercialização da produção; 4 – a implantação de agroindústrias populares nos municípios do interior, nas diversas formas cooperativas e associativas, para as quais sejam destinados prioritariamente os recursos públicos, para melhorar a renda das famílias e promover um processo de interiorização do desenvolvimento e da economia solidária; 5 – a produção de sementes pelos próprios agricultores e agricultoras – inclusive com incentivos às iniciativas populares de resgate das sementes crioulas –, como forma de garantir as sementes como patrimônio da humanidade. Para tanto, combatem o patenteamento de seres vivos e a liberação da produção comercial e uso de sementes transgênicas, indutoras de monopólio que destrói a soberania dos agricultores e são nocivas ao meio ambiente e à saúde humana; 6 – o desenvolvimento e a disseminação de novas técnicas agrícolas não agressivas ao meio ambiente, implantando sistemas agropecuários sustentáveis que eliminem o uso de agrotóxicos; a preservação dos recursos hídricos e a democratização do acesso a fontes e mananciais de águas como bens públicos e patrimônio da sociedade; 7 – a melhoria e o fortalecimento do sistema previdenciário baseado na seguridade social, pública e universal, permitindo o acesso e a permanência dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Regime Geral da Previdência Social, garantindo uma vida digna à população do campo; 8 – a implementação das diretrizes operacionais para a educação básica – aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação – nas escolas no campo, localizadas prioritariamente nos projetos de assentamentos, comunidades e distritos rurais, reforçando a utilização de práticas educativas que tenham como referência a terra e a água, a organização e a cultura do campo, facilitando o acesso às escolas, combatendo o analfabetismo e garantindo o direito de todos à educação de qualidade em todos os níveis; 9 – a garantia de igualdade de oportunidades e direitos para mulheres e jovens que corrijam discriminações decorrentes de práticas e sistemas sociais injustos, buscando sua inclusão social a partir de ações afirmativas para que seu potencial organizativo e suas habilidades produtivas sejam aproveitados na construção de alternativas de desenvolvimento e de soberania; e 10 – a elaboração de políticas públicas específicas para cada região do País, sobretudo para as que sofrem com condições climáticas adversas, com ênfase ao desenvolvimento de políticas de convivência com o semi-árido brasileiro, especialmente o nordestino (onde se concentra o maior número de agricultores e agricultoras familiares) que, submetido ao esgotamento dos recursos naturais, a práticas clientelistas históricas e a tecnologias inadequadas, fica à mercê de programas compensatórios, fazendo-se urgente uma política de desenvolvimento sustentável para o mesmo. Nesta luta pela reforma agrária e em defesa da agricultura familiar, as entidades e movimentos sociais signatários desta, querem fortalecer a solidariedade entre os povos do Continente Latino-americano através da construção de mecanismos justos de cooperação e comercialização. Posicionam-se, por isto, contrários à criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) que representa o monopólio comercial estadunidense, inclusive das multinacionais do setor de alimentação e que vem sendo imposta, concretizando um modelo oposto às históricas lutas populares pela democratização da terra, das riquezas e do poder. A continuidade deste tipo de negociações e acordos requer a realização de um plebiscito como forma de diálogo e participação ampla da população nos mesmos. As entidades esperam ainda que os órgãos públicos, em todos os níveis de governo, sejam estruturados e organizados para viabilizarem o Plano Nacional de Reforma Agrária, implementando as políticas públicas definidas para sua área de atuação e que construam alternativas de desenvolvimento para o meio rural, garantindo qualidade de vida para a população brasileira. Brasília, 20 de novembro de CONTAG – MST – FETRAF-SUL/CUT - CPT – CÁRITAS – ANMTR – MPA – MAB – CNBB - CMP - CONIC – CONDSEF – Pastorais Sociais/CNBB - MNDH – MTL – ABRA – ABONG - APR – ASPTA – CAPOIB – Centro de Justiça Global - CESE – CIMI – CNASI – DESER – ESPLAR – FASE – FAZER – FEAB – FIAN-Brasil – FISENGE - IBASE – IBRADES – IDACO – IECLB - IFAS – INESC – MLST – PJR – REDE BRASIL – Rede Social de Justiça - RENAP – SINPAF – TERRA DE DIREITOS.

64

65 Questões Contemporâneas da Agricultura Brasileira.

66 -Transgênicos: O homem, na tentativa de encontrar formas que levam ao aumento da produtividade agrícola, tem investido em tecnologia, cujos resultados têm causado polêmica, a chamada biotecnologia. Um dos casos mais recentes trata das plantas transgênicas, que tem sido aplicada já há algum tempo e a avaliação de seus resultados tem sido controvertida podendo-se afirmar que: - são derivadas de alteração da composição genética; - podem resultar em produtos agrícolas mais resistentes à deterioração após a colheita; Requerem maiores estudos sobre sua influência para a saúde humana, porque ainda não estão completamente definidos os riscos à saúde. (princípio da precaução). porque as novas variedades são produzidas por grandes corporações, e só é possível através da compra de patentes e pacotes tecnológicos; porque a homogeneidade das espécies cultivadas torna toda safra vulnerável a uma única praga ou doença.

67 PS: As vantagens da biotecnologia:
Há várias décadas, seu desenvolvimento vem proporcionando benefícios socioeconômicos e ambientais nas regiões agrícolas. Entre esses benefícios temos: a) cultivar plantas de clima temperado, como a soja, o trigo e a uva, em regiões de clima tropical; b) acelerar o ritmo de crescimento das plantas e a engorda dos animais; c) aumentar o teor de proteínas, vitaminas e sais minerais em algumas frutas, verduras e cereais; d) aumentar o intervalo de tempo entre o amadurecimento e a deterioração das frutas;

68 A Agricultura Familiar.

69 Política de Subsídios:
“Na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Cancún (México) no ano de 2003, o Brasil e mais 19 países em desenvolvimento protagonizaram um movimento contra a política de subsídios agrícolas, desenvolvida pelos países europeus e pelos EUA, que beneficia os agricultores desses países desenvolvidos.” os enormes subsídios agrícolas aos agricultores dos países desenvolvidos são uma forma de protecionismo ("fechamento") de seus mercados internos, o que contraria a abertura muitas vezes exigida dos mercados dos países em desenvolvimento. Essa política restringe as possibilidades de venda de produtos da agropecuária brasileira no exterior, tanto em termos de exportações para os países desenvolvidos quanto para os países para onde eles exportam seus produtos subsidiados.

70 As justificativas dos Países Desenvolvidos para esta política :
- preservação dos empregos rurais - política de segurança alimentar, para evitar a total dependência da importação de alimentos - força política e capacidade de mobilização e pressão por parte dos agricultores dos países desenvolvidos - interesse em favorecer toda a cadeia de produção e circulação de produtos associada à agricultura (agronegócio) - alto custo da produção agropecuária nos países centrais, especialmente na Europa e no Japão, o que torna essa atividade pouco competitiva frente aos países periféricos.

71 A indústria da seca no NE:
"A seca ocasiona no Nordeste o colapso parcial ou total do sistema produtivo rural, dificulta o abastecimento da população do semi-árido quanto à água e aos gêneros alimentícios de primeira necessidade e aumenta o desemprego na agricultura. A combinação desses fatores provoca o empobrecimento generalizado, o desemprego de muitos, a pressão junto às autoridades, a invasão de cidades, a migração forçada e a INDÚSTRIA DAS SECAS". Uma das conseqüências da seca no Sertão, é a Indústria da seca, problema onde é verificado o aumento da concentração, os mais pobres perdem terras e os mais ricos aumentam , sobretudo por receberem verbas emergenciais dos governos, que não chegam ao homem realmente necessitado.

72 São atividades que respondem pelo crescimento da renda não-agrícola:
1) serviços domésticos em condomínios rurais, sítios e estabelecimentos de lazer; 2) serviços de hotelaria na indústria do turismo rural (hotéis-fazenda, "spas", turismo ecológico/rural); 3) atividades de administração pública vinculadas à criação de novos municípios; 4) empregos ligados à construção civil devido à demanda por obras de infra-estrutura; 5) atividades de comércio ambulante associadas a eventos e festas típicas, rodeios, exposições agropecuárias ("indústria country"); 6) atividades de comércio ligadas ao turismo: artesanato, fabricação de doces, etc. Podemos citar como exemplos de atividades não-agrícolas no meio rural, que estão atraindo mão de obra, o reflorestamento (silvicultura), a atividade madeireira, a mineração, o garimpo e, até mesmo, o turismo rural.

73 Mudanças que contribuíram para o desaparecimento das antigas áreas alimentares brasileiras estão:
a urbanização e a industrialização do país, que padronizaram a dieta alimentar, fazendo com que ela hoje se diferencie sobretudo pelo poder aquisitivo do consumidor; a capitalização e os avanços técnicos da agricultura, que permitiram a modernização agrária e, com ela, a mudança da base produtiva de cada região; o desenvolvimento do sistema de transportes, que barateou o preço do frete e permitiu a extensão dos mercados; a especialização agrícola, que barateou o preço dos produtos e permitiu sua venda em territórios distantes da área de produção.

74 A questão da fome do mundo:
O diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) declarou, em entrevista à "Folha de São Paulo" de 19/12/93, que passam fome em todo o mundo 786 milhões de pessoas. Tal situação, entretanto, está acompanhada de um grande paradoxo, que consiste no fato de que existem centenas de milhões de famintos num mundo onde há comida para todos.

75


Carregar ppt "GEOGRAFIA AGRÁRIA Thiago Vedova."

Apresentações semelhantes


Anúncios Google