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Amazônia: outras escalas territoriais

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Apresentação em tema: "Amazônia: outras escalas territoriais"— Transcrição da apresentação:

1 Amazônia: outras escalas territoriais

2 Primeiras aproximações
Até o século XVIII não há registro do nome Amazônia como denominação para a região. O nome Amazônia está associado ao chamado “ciclo gomero” (Ciclo da Borracha em português) até com a explotação do caucho e das heveas (brasiliensis e guineensis). A região corresponde a uma área de 8 milhões de km2, 16 vezes maior que o território de Espanha; Abrange 8 países (Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname) e ainda abriga em seu território as marcas do colonialismo direto na Güiana sob domínio colonial francês. Amazônia tem as marcas da formação Geopolítica do sistema mundo moderno- colonial com a presença de 5 línguas coloniais – português, espanhol, inglês, francês e holandês. Bacia amazônica Espanha Toda Europa sem a parte russa 8 mi km2

3 Delimitando a região Os limites científicos da região Amazônica estão associados à exploração do “ciclo da borracha”. Limites dados pela presença das espécies de heveas e do caucho. Limites pela acessibilidade oferecida pela bacia hidrográfica.

4 Bacia Hidrográfica do Amazonas

5 Imagens sobre a Amazônia (não imagens desde a região)‏
Amazônia como Reserva inesgotável de recursos naturais. Amazônia como Região do futuro. [ATENÇÃO: O “futuro” chegou]. Amazônia como natureza imaginária, Natureza prístina ou natureza intocada. Amazônia como vazio demográfico.

6 IMAGENS SOBRE A AMAZÔNIA (e não imagens desde a região)‏
Em síntese, as imagens que formaram nossas visões de Amazônia são fortemente marcadas pela colonialidade do saber e do poder pois mais do que imagens da região são imagens sobre a região. Seus habitantes originários e seus grupos subalternos são, assim, invisibilizados. Se é “uma região do futuro” não é do presente e nem dos que ali estão presentes que, assim, são olvidados. Se é uma região caracterizada como “vazio demográfico” autoriza- se, por ser um vazio, que seja ocupada (por quem?). Visões coloniais, visões “dos de cima”. Há, deste modo, um enorme desperdício de experiência humana construída ao longo de milhares de anos pelos povos originários (como vêm se auto-designando os povos indígenas) e, pelo menos, a 4 séculos pelos demais grupos sociais subalternos da região (afroamazônidas em seus pallenques, quilombos e cumbes e campesinos diversos como os seringueiros, ribeirinhos).

7 América do Sul entre 12.000 e 18.000 anos
AB’SABER, Aziz, 1970.

8 AMAZÔNIA: Território-Territorialidade-Territorialização
A Amazônia enquanto território, ou seja, enquanto espaço conformado por relações sociais e de poder abriga dentro de si mesma diferentes territorialidades em processo de territorialização. Assim, temos um território abrigando diferentes territorialidades (diferentes modos de sentir/pensar/agir conformados na relação com aquele espaço por diferentes grupos sociais) em processo tenso e contraditório de territorialização.

9 A Amazônia conheceu três grandes Padrões Sociogeográficos:
O Atual Padrão Sociogeográfico de Conflitos Amazônicos - 1 (o espaço geográfico como acumulação desigual de tempos ou locus da convivência do não coetâneo) A Amazônia conheceu três grandes Padrões Sociogeográficos: 1º- Desde + ou – anos antes de nossa era até o início do período colonial (1492). . Estrutura-se em torno de seus rios e bosques e foi/é conformado pelos povos originários (6,8 milhões de habitantes até a chegada do invasor) . Somente na Amazônia brasileira vivem hoje 180 etnias distintas. . Vivem da exploração criativa da produtividade biológica primária da região (de 500 a 700 toneladas de biomassa por hectarea em promedio) e da complemeantariedade com outros ecossistemas (pisos ecológicos da costa do Pacífico e da serra andina e do sub-sistema “várzea – terra firme”). Caça, coleta e pesca e práticas agrícolas. A consciência extrativista – Chico Mendes e suas Reservas Extrativistas.

10 O Atual Padrão Sociogeográfico de Conflitos Amazônicos - 2
2° Período - Tem início no período colonial (1492) e, a julgar pela periodização feita desde o Brasil, predomina até a década de1960 quando se dá a abertura da Rodovia Belém-Brasília. O fim do período histórico do colonialismo não significou o fim da colonialidade. Os povos subalternizados da Amazônia brasileira sofreram o maior massacre de toda a história do Brasil logo após a independência (a Cabanagem com mortos entre “cabanos”: brancos pobres, negros e indígenas). . Desenvolve-se em torno da exploração (do ciclo) “das drogas do sertão” tendo como protagonistas principais o conquistador colonial – colono-comerciante- religioso-militar – e milhares de comunidades campesinas, de etnias e nacionalidades indígenas e de afroamazônidas em seus pallenques e quilombos com práticas agrícolas e de caça, pesca e coleta. . Foi/é organizado em torno de seus rios e várzeas em complenentariedade com a “terra fime” e o bosque florestal. Caracteriza-se por uma extrema diversidade produtiva: ex. 1: censo econômico de 1830 dá conta de que nenhum produto exportado pela Amazônia brasileira ultrapassava 4 porcento do total dos produtos; ex. 2 : A Heladeria Cayru da cidade de Belém manejada na década de 1980 cerca de 180 sabores de helados (sabores são saberes). . O sub-período de é uma exceção, por seu mono-extrativismo de caucho/heveas, mas de enormes ensinamentos do ponto de vista político e sobretudo geopolítica (perda de soberania boliviana sobre o Acre, por exemplo).

11 Os Novos Interesses Hegemônicos/Novas R-existências - 1960/70 a 2000/2003
3° período – Dos anos 1960/70 até o ano Pela 1ª vez os rios e os bosques deixam de ser reeferências para a organização social do espaço geográfico: os dois padrões anteriores ficam subordinados à lógica da integração subordinada da região ao contexto geopolítico nacional-globalizado. Grandes projetos inovadores como a Zona Franca de Manaus (1966), de complexos mineradores, hidrelétricos e rodoferroviários (Grande Carajás) atraem para a região, por cima, as grandes corporações nacionais-globais e as oligarquias latifundiárias (ganaderos e madereiros) e, por baixo, camponeses e trabalhadores rurais sem-terra expulsos das demais regiões dos diferetes países pela modernização conservadora da revolução verde (Brasil, Colômbia?) ou por políticas neolberais que põem em crise setores minerais tradicionias (Bolívia) . De modo desigual segundo os países, tem início o novo padrão protagonizado pelas empresas de exploração mineral em grande escala, pelo setor energético e as grandes empresas de engenharia de construção civil em aliança com (1) os gestores estatais civis e militares (2) e com as velhas oligarquias latifundiárias madeireiro- pecuarista em aliança com o agribusiness. Operam com uma forte ideologia nacional-colonial em nome do progresso e do desenvolvimento, (“Acumulação por espoliação” – David Harvey). Os Povos da Floresta (Chico Mendes) e as Marchas por Dignidad y el Território (Bolívia e Equador). De los Miskitos al TIPNIS, a Cajamarca, a Famatima, a Jirau/santo Antonio/Cachuela Esperanza, Inambari, a Belo Monte.

12 Nova configuração Geopolítica Regional/Global – 2000-2003
– IIRSA ou As Vísceras Abertas da Amazônia e da América Latina Nova configuração Geopolítica Regional/Global – Declínio da Hegemonia estadunidense, emergência da China e a hegemonia brasileira na América do Sul. IIRSA-PPP – Reorganização do espaço geográfico regional para a integração na nova configuração geo-econômica global. Os EIDs e o abandono da região. O novo BNDEs sob Lula (2003). O Neoliberalismo ambiental (REDDS, ...)

13 Situação Atual da Riqueza Biológica Amazônica
Ferradura de concentração de riqueza biológica Arco de desmatamento da riqueza biológica (só Brasil) Regiões de maior concentração de Riqueza Biológica (alta concentración de familias lingüísticas).

14 A Disputa pelo Território
Fontes de água Movimentos socias Zonas estratégicas de biodiversidade Jazidas de Petróleo-gás

15 Amazônia, outras escalas
Além dos múltiplos deslocamentos assinalados, o IIRSA supõe uma mudança maior na relação de forças regional. O conceito de América Latina havia nascido no século XIX em contraposição à América imperialista, mas agora assistimos a um paulatino deslocamento que coloca no centro do cenário a idéia de América do Sul. A partir do governo Lula, América do Sul se converte em “um novo espaço de afirmação geopolítica” que coincide com a crise hegemônica dos Estados Unidos. Essa virada esvazia o caráter antiimperialista que havia gerado o conceito de América Latina. O resultado é preocupante: América do Sul é o espaço em que se expandem as grandes empresas brasileiras financiadas pelo BNDES e apoiadas por Brasília, enquanto se aceita de fato a hegemonia estadunidense na América Central e no Caribe. América do Sul é um conceito estratégico criado pela Escola Superior de Guerra brasileira que meio século depois foi retomado pelo governo Lula.  Este deslocamento político vem junto com a emergência de uma nova geração de lutas e de movimentos sociais. Os conflitos nas represas de Jirau e Santo Antônio no rio Madeira; nas represas de Inambari no Peru, em Belo Monte no Rio Xingu, em Cajamarca, a construção da estrada que corta o TIPNIS na Bolívia), mostram uma nova geografia das lutas sociais que tem como cenário os corredores do IIRSA. Essa conflitividade supera os marcos do Estado-nação para se situar ali onde os fluxos do capital afetam povos e meio ambiente. Um levantamento realizado pelo Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades da Universidade Federal Fluminense, mostra que nos eixos do IIRSA existem populações territorializadas: 664 comunidades indígenas, 247 comunidades campesinas, 146 de afrodescendentes, 139 comunidades de populações tradicionais (pescadores, marisqueiros, junqueiros...), 60 organizações sociais (sem teto, desempregados) e 59 organizações ambientais. Para essas comunidades, a IIRSA é uma iniciativa neocolonial, uma imposição vertical e externa que nada tem haver com seus interesses e que as destroem como comunidades. Esse novo colonialismo afeta tanto as comunidades que vivem no Brasil como as que estão em outros países da região e beneficiam a um bloco de poder financeiro e industrial no qual o empresariado brasileiro/paulista ocupa um lugar central. Carlos Walter Porto-Gonçalves, “Ou inventamos ou erramos. Encruzilhadas de Integração Regional Sulamericana”. Raúl Zibechi , “Brasil Potencia”.


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