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PublicouLorena Prados Alterado mais de 9 anos atrás
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Condições de Trabalho, Saúde e Qualidade de Vida dos Policiais Civis e Militares da Cidade do Rio de Janeiro: estudo comparativo Edinilsa Ramos de Souza Patrícia Constantino Maria Cecília de Souza Minayo Bruna Soares Chaves Correia
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OBJETIVO Realizar amplo panorama sobre as condições de trabalho, de saúde e de qualidade de vida de policiais civis e militares atuantes na capital do Estado do Rio de Janeiro.
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METODOLOGIA Dois estudos seccionais usando-se triangulação de métodos.
(Minayo e Souza, 2003; Minayo, Souza e Constantino, 2008) Quantitativo - Aplicação de questionário a amostra representativa das duas corporações (aleatória simples de conglomerados (delegacia, academia de polícia, batalhão etc), com o seu respectivo grupo de profissionais. Polícia Civil: policiais e 38 unidades; Polícia Militar: policiais e 17 unidades. Qualitativo - foram realizadas: Entrevistas: 17 PC e 7 PM; Grupos focais: 7 PC e 11 PM (51 e 92 profissionais, respectivamente).
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METODOLOGIA Questionário – autopreenchido, anônimo, contendo 124 questões para PC e 107 para a PM. Nele constam duas escalas previamente estruturadas e validadas: Escala de Apoio Social; SRQ20.
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METODOLOGIA Escala de Apoio Social
(SHERBOURNE & STEWART apud CHOR et al., 2003) Possui 19 itens e é constituída por cinco dimensões: Emocional (compreensão dos seus problemas por outrem); Informação (recebimento de sugestões, bons conselhos e informação); Material (ajuda nas tarefas diárias caso fique doente); Afetiva (demonstração de afeto e amor); Interação positiva (diversão em conjunto com outros). A dimensão afetiva tem três variáveis, as demais dimensões tem quatro variáveis. Cinco escores são obtidos, para cada dimensão: nunca, raramente, às vezes, quase sempre, sempre.
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METODOLOGIA SRQ20 – Self Report Questionnaire (HARDING et al.,1980)
Mede a existência de distúrbios psiquiátricos menores ou sofrimento psíquico (depressão leve, ansiedade e agravos psicossomáticos: como dores de cabeça, insônia, entre outros, causados por distúrbios psicológicos). Validada no Brasil por MARI & WILLIAMS (1986). Consiste em 20 questões dicotômicas, onde a presença de 7 itens no sexo feminino e 8 itens no masculino é indicadora de sofrimento psíquico.
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METODOLOGIA Os dados foram processados cumprindo-se quatro etapas: codificação, digitação, crítica da digitação e consistência. Foi feita, inicialmente, uma análise exploratória na qual as duas Polícias foram comparadas em relação a todas as questões. O Qui-quadrado de Pearson foi usado para verificar diferenças estatisticas significativas (p<0,05).
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METODOLOGIA Outras análises
Análise Fatorial – foi a técnica usada para analisar a Escala de Apoio Social (JOHNSON & WICHERN, 1998). Regressão Logística – foi feita modelagem para analisar a vitimização dos policiais. O indicador incluiu seis questões dicotômicas: ferimento por projétil de arma de fogo, ferimento por arma branca, agressão física, violência sexual, tentativa de suicídio e tentativa de homicídio. Foram feitas abordagens: univariada, em blocos de variáveis e uma modelagem unindo as duas anteriores.
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RESULTADOS
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Sexo Masculino – 95,1% PM e 82,3% PC
PERFIL Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo cargo (p < 0,000) Sexo Masculino – 95,1% PM e 82,3% PC
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PERFIL Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo faixa etária
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PERFIL Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo escolaridade
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PERFIL tempo de trabalho na Polícia
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo tempo de trabalho na Polícia
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PERFIL Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo renda líquida
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PERFIL Em quase todos os itens tratados neste item, os policiais militares aparecem em desvantagem em relação aos policiais civis. Na Corporação Militar: é menor a participação do sexo feminino; existe maior quantidade de jovens; a escolaridade dos policiais é mais baixa; estão a menos tempo na Polícia; em média, ganham menos.
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QUALIDADE DE VIDA Distribuição proporcional dos policiais civis segundo a condição de contar sempre ou quase sempre com alguém quando precisa
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Distribuição proporcional dos policiais militares segundo
QUALIDADE DE VIDA Distribuição proporcional dos policiais militares segundo apoio social
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Distribuição proporcional dos policiais civis segundo
QUALIDADE DE VIDA Distribuição proporcional dos policiais civis segundo apoio social
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CONDIÇÕES DE TRABALHO formação inicial oferecida na Polícia
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo formação inicial oferecida na Polícia
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CONDIÇÕES DE TRABALHO Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo notas médias atribuídas a algumas condições de trabalho
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CONDIÇÕES DE TRABALHO Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo trabalho em serviços diferentes na Polícia, sem descanso
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CONDIÇÕES DE TRABALHO atividades fora da Polícia
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo atividades fora da Polícia Outro – PM: professor, vendedor e pedreiro; PC: professor e vendedor
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CONDIÇÕES DE TRABALHO Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo últimas férias
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo percepção de risco e vitimização
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Variáveis associadas a vitimização dos policiais civis
CONDIÇÕES DE TRABALHO Variáveis associadas a vitimização dos policiais civis
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Variáveis associadas à vitimização dos policiais militares
CONDIÇÕES DE TRABALHO Variáveis associadas à vitimização dos policiais militares
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CONDIÇÕES DE SAÚDE índice de massa corporal
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo índice de massa corporal IMC – peso dividido pela estatura elevada ao quadrado, estabelecendo quatro categorias: baixo peso (<20 kg/m2); normal (20-25 kg/m2); sobrepeso: (25-30 kg/m2) e obesidade (>=30,0 kg/m2).
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Excesso de peso dos policiais é superior ao da população brasileira adulta (32%) medido na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (Waissman, 1993). Dieta hipercalórica e hiperlipídica, configurando um estilo de vida sedentário. Entre os policiais militares, 24,8% não realiza nenhum exercício físico regular. Entre os civis, o sedentarismo está mais presente, 46,4%. Níveis elevados de colesterol - 31% dos civis e 26,1% dos militares (p.000).
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo sofrimento psíquico
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Problemas de saúde de policiais militares e civis mais apresentados ou tratados no último ano
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo o atendimento em serviços de emergências no último ano A busca pelas emergências é similar entre as Corporações, mas os civis utilizam mais o atendimento do SUS e da rede privada de saúde, face à precária assistência médica oferecida por esta Corporação.
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo internação hospitalar no último ano, exceto em serviços de emergência
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais civis e militares segundo os sintomas de sofrimento psíquico atual
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Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo
CONDIÇÕES DE SAÚDE Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo consumo de tabaco No estudo realizado com entrevistados em 108 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes - 56% da população brasileira e 52,4% dos residentes na Região Sudeste nunca fumaram e 19,1% da população faz uso regular/eventual de tabaco . (Carline, 2006)
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CONDIÇÕES DE SAÚDE consumo de álcool
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo consumo de álcool Do conjunto dos homens adultos, 11% bebem todos os dias (Laranjeiras, 2007).
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CONDIÇÕES DE SAÚDE consumo de outras substâncias
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo consumo de outras substâncias O uso de tranquilizantes é seis vezes maior entre os policiais quando comparado à população em geral e cinco vezes em relação à população da região Sudeste.
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CONDIÇÕES DE SAÚDE Problemas decorrentes do uso de substâncias
Distribuição proporcional dos policiais militares e civis segundo Problemas decorrentes do uso de substâncias
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CONCLUSÕES (1) Sobre o Perfil Sócio-Demográfico - Em quase todos os itens os policiais militares ficam em desvantagem em relação à Policia Civil. Destacamos: a questão dos baixos salários e da desigualdade de renda entre as praças e os oficiais da PM; (2) Do ponto de vista do processo de trabalho - Os policiais militares que ocupam o ciclo das praças se queixam muito do excessivo peso da hierarquia e da disciplina.
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O bico : estende a jornada de forma quase insuportável para que os salários sejam complementados; cria uma confusão entre público e privado; e é responsável por um aumento absurdo das mortes dos policiais (hoje eles morrem mais nas folgas que no serviço e muitos em confronto nas atividades de segurança privada).
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Carga excessiva de trabalho e turnos muito longos que, além de prejudicar a efetividade das ações, trazem um prejuízo muito grande à saúde dos profissionais. Equipamentos de trabalho mal avaliados; Formação inicial considerada insatisfatória e inadequada;
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3) Sobre problemas de saúde - (a) excesso de peso e obesidade bastante acima dos níveis desejados e dos parâmetros da população brasileira;
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(b) Além das enfermidades gerais nas quais os policiais se igualam em termos do perfil epidemiológico brasileiro, quase todas os agravos e distúrbios que ocorrem tanto com os civis como com os militares (os militares em piores condições) relacionam saúde física e mental, sofrimento psíquico e estresse. (c) Necessidade urgente de se instituírem formas eficazes e bem elaboradas de apoio psicológico. (d) Os serviços de assistência merecem atenção especial das duas corporações, principalmente na Polícia Civil.
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Imagem: degradada. Tanto as corporações como a sociedade têm uma visão negativa do policial;
Mesmo assim, uma parcela significativa pontua que escolheria a mesma profissão;
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(4) Risco e Vitimização –excessiva carga de vitimização - os Policiais Militares são as categorias com taxas absurdas de mortalidade. A vitimização é maior no grupo das praças- confronto direto com a violência;
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