ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Maísa Dutra Veloso (Arquiteta e Urbanista)

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1 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Maísa Dutra Veloso (Arquiteta e Urbanista) Iana Alexandra Alves Rufino (Engenheira Civil)

2 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO

3 - Novo cenário nas escolas de arquitetura:
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Introdução - Novo cenário nas escolas de arquitetura: Substituição dos instrumentos convencionais de representação gráfica por computadores; Laboratórios informatizados substituindo as salas de aula tradicionalmente equipadas com pranchetas e carteiras; Uso crescente da Internet como ambiente virtual de ensino, com disponibilização de material de apoio didático em geral e como ferramenta de comunicação professor-aluno.

4 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Introdução - Novo perfil de aluno: Ambiente doméstico informatizado torna-se uma extensão do laboratório e da sala de aula; Dificuldades para conceber e desenvolver projetos no ateliê tradicional = local de assessorias apenas; Os novos recursos parecem requerer uma mudança de mentalidade e uma nova práxis no ensino e no aprendizado do projeto; Ensinar projeto: desafio profissional e institucional de acompanhamento da dinâmica das novas tecnologias (atualizações).

5 O paradigma da Colaboração O paradigma da Simulação
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas Informacionais O paradigma da Colaboração O paradigma da Simulação O paradigma da Flexibilidade

6 O paradigma da Colaboração
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Colaboração Projeto Individual Projeto Colaborativo Fluxo de informações seqüencial Fluxo de informações simultâneo Arquiteto “domina” todo o processo: trabalho individual da concepção aos detalhes Arquiteto domina parte do processo: trabalho coletivo em redes retro-alimentando a concepção inicial do(s) arquiteto(s) Ambiente de trabalho solitário: prancheta individual Ambientes de trabalho colaborativo: portais na internet; softwares com recursos multi-usuário

7 O paradigma da Colaboração
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Colaboração Como promover o ensino de projetos colaborativos”? Como implementar estas novas práticas em sala de aula? O ensino de projeto (mesmo que coletivo) ainda estimula uma produção individual O que muda no ato de projetar ao considerar a colaboração? Nossos alunos (e professores) estão preparados para esta prática?

8 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Mesmo no modelo tradicional, o esforço individual não elimina a colaboração, o projeto de equipe.

9 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA NFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Os mega-projetos, de alta tecnologia, são necessariamente colaborativos, mas não dispensam o esforço individual

10 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA NFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO. Porém, neste caso, o esforço humano depende muito dos recursos tecnológicos.....

11 O paradigma da Simulação
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Simulação Projeto Convencional Projeto Simulado Representação da realidade Simulação, aproximação da realidade A “tomada de decisões” é apoiada unicamente no conhecimento do arquiteto A simulação tem um papel fundamental no ato de projetar, pois tanto pode atuar como influenciar diretamente na “tomada de decisões”. Representações Gráficas auxiliando na escolha de formas, cores e texturas Simulações podem testar aspectos funcionais e estruturais, além de aspectos formais e estéticos

12 O paradigma da Simulação
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Simulação O “que simular passa ser mais importante do que “como” simular; É mais importante despertar no aluno a capacidade de estabelecer simulações realmente relevantes no contexto da concepção de um espaço, do que “treiná-lo” em softwares A, B ou C para realizar procedimentos complexos de simulação; Muitas vezes o excesso de simulações causa confusão na escolha; e, apesar da aproximação cada vez mais intensa com a realidade, não elimina erros de concepção, projeto e execução.

13 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: A simulação é importante mas não elimina erros...

14 O paradigma da Flexibilidade
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Flexibilidade Projeto Convencional Projeto Flexível Redesenhos de projetos inteiros, rasuras, etc; Copiar, colar, esticar, encolher, mover, apagar: caráter flexível da informática Processo mais lento: estimula a reflexão, a percepção conjunta do todo e dos detalhes desenhados; Concepção em princípio mais ágil com possibilidade de correções a qualquer momento: menos “cuidado” e “rigidez” com as correções; Percepção de escala mais desenvolvida Percepção da escala reduzida Escala definida apenas no momento da “plotagem”

15 O paradigma da Flexibilidade
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Novos Paradigmas O paradigma da Flexibilidade Esta flexibilidade é suficiente para a elaboração de um projeto de qualidade? O ensino de projeto pode e deve considerar estas possibilidades de flexibilização de concepção arquitetural Mas, somente a pesquisa e a reflexão crítica acerca do objeto a ser projetado, podem diminuir o nível de incerteza e de mera especulação técnica, funcional ou formal.

16 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Esforços Profissionais Adoção dos recursos da informática como única forma de projetar desprezando conceitos e métodos anteriores Professor recebe os trabalhos em meio digital ou impressos mas não considera necessário uma mudança de conteúdo Acreditam que só se pode aprender a projetar nas “velhas” bicicletas X Diminuição do Esforço Individual Desconhecem as possibilidades da Realidade Virtual Consideram que são apenas mudanças no âmbito da representação: não implicam em avanços no processo projetual Incorporação incondicional (sem maiores reflexões) dos novos instrumentos disponíveis Geração “Softwares”

17 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL... Postura Conciliadora: Esforço humano com auxílio da tecnologia & Tecnologia com o indispensável esforço humano O Vôo possível da bicicleta...

18 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Esforços Institucionais Melhoria na infra-estrutura física (laboratórios, equipamentos e programas de última geração); esforço importante mas não suficiente Nas escolas públicas : dificuldades de obtenção de recursos para compra e manutenção; busca via projetos de pesquisa junto a órgãos de fomento Necessidade também de qualificação/capacitação/ atualização de técnicos, docentes e discentes

19 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Conclusões Em síntese, consideram-se imprescindíveis para melhoria do ensino de projeto nos dias atuais: Melhor inserção dos paradigmas da colaboração, da simulação e da flexibilidade; Maior esforço de capacitação e atualização profissional, em especial dos professores; Maior esforço institucional, o que vai além da mera aquisição de equipamentos.

20 ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO: Conclusões Entretanto, estes aspectos não garantem per si uma melhor formação do aluno nem a qualidade dos projetos por eles concebidos. A pesquisa, a reflexão intelectual e a orientação segura do docente sobre o projetar continuam valendo.... Esforços individuais e coletivos & recursos tradicionais e de última geração (são complementares, não são excludentes)

21 Referências: Ilustrações:
ENTRE A BICICLETA E A NAVE ESPACIAL: OS NOVOS PARADIGMAS DA INFORMÁTICA E O ENSINO DO PROJETO ARQUITETÔNICO Referências: Bouchlaghem, Dino; Shang, Huiping; Whyte, Jennifer; Ganah, Abdulkadir (2005). “Visualisation in architecture, engineering and construction (AEC)”. In: Automation in Construction 14, páginas: 287– 295. Ed. Elsevier. Boudon, Philippe et al (2000). Enseigner la conception architecturale – Cours d’Architecturologie. Paris: Éditions de la Villette. Chupin, Jean-Pierre (1999). “L’alpiniste, le nageur et l’architecte” - Créativité & Informatique. In: Cours de Stratégies de Design (Recueil des textes). Montreal: Université de Montréal, École d’Architecture. Eichenberg, André Teruya (2003). Arquitetura Digital. Entre a realidade e o esquecimento. Vitruvius Arquitextos – URL: Goldman, Glenn (1997). Architectural Graphics: Traditional and Digital Communication. New Jersey: Institute of Technology. Prentice Hall, 297 pp. Kalay, Yehuda E. Digital Design Divergence. Architecture Week, page T2.1, 01 December URL: Silva, Itamiro Nogueira da. (2000). O processo de representação na arquitetura: a imagem e os novos instrumentos de percepção e expressão da linguagem arquitetônica. Dissertação de Mestrado. EESC/USP, São Carlos. Ilustrações: