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Relato de Caso - Priapismo no Recém-Nascido

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Apresentação em tema: "Relato de Caso - Priapismo no Recém-Nascido"— Transcrição da apresentação:

1 Relato de Caso - Priapismo no Recém-Nascido
Universidade Católica de Brasília – UCB Graduação em Medicina Interno em Pediatria – 11° semestre Relato de Caso - Priapismo no Recém-Nascido Apresentação: Camila Laiana, Nathalia Merheb Coordenação: Paulo R. Margotto Brasília, 25 de julho de 2014

2 Identificação RN de E.S.S Data Nascimento: 18/05/2014 as 11:37
Sexo masculino Peso ao nascer: 2.620g IG: 36+6 Estatura: 47cm Perímetro cefálico: 34cm Apgar: 7/8

3 RN, nascido de parto normal, bolsa rota há 4 horas, liquido claro, apresentação cefálica, não chorou ao nascer, aspirado boca e nariz , realizada ventilação por pressão positiva (VPP) com bolsa e máscara. Apresentou taquipnéia, batimento de asa de nariz e leve tiragem subcostal.

4 Antecedentes Maternos Pré-natais
Idade da mãe: 20 anos G1P1C0A0 Tipagem sanguínea: O+ Consultas PN: 5/ iniciadas no 2° trimestre Data da última menstruação: 03/09/2013 Sorologias: HIV e VDRL solicitados na admissão não reagentes HIV: neg VDRL:neg Hepatite B: neg Toxoplasmose: neg

5 mãe internou em trabalho de parto no dia 18/05/2014, usou sulfato ferroso e acido fólico.
Intercorrências durante gestação: Infecção do trato urinário no 2° trimestre.

6 Evolução 18/05/2014 – 14:29 (2h40min de vida)
Recém-Nascido (RN) evoluindo com melhora progressiva do desconforto respiratório, com retirada gradual da oferta de Oxigênio por HOOD. Saturando 99% em ar ambiente sem desconforto. Glicemia capilar: 73mg/dl. Liberado seio materno e encaminhado ao Alojamento Conjunto (ALCON).

7 19/05/2014 – 13:45 (26 HORAS DE VIDA) RN evoluindo bem em ALCON, com boa sucção ao seio. Mãe sem colostro. Aceitando bem dieta no copo. Eliminações fisiológicas. AO exame: genitália: testículos não palpáveis na bolsa. Priapismo. CD: Complemento + auxílio do Banco de Leite Solicitado ecografia de região pélvica e genital.

8 22/05/2014 – 23:37 (4 dias e meio de vida)
20/05/2014 – 11:50 (2 dias de vida) Distopia testicular Ao Exame: testículo esquerdo palpável em região ventral do pênis + priapismo. Testículo direito não palpável. CD: solicitado parecer da Cirurgia Pediátrica com urgência; 22/05/2014 – 23:37 (4 dias e meio de vida) Gemente, taquidispneico e com sucção débil. No momento da Visita encontrava-se: mal perfundido, taquidispneico, hipoativo e desidratado leve.

9 - Fase rápida (20ml/kg com SF 0,9%) agora
Ao exame: Regular estado geral, corado, desidratado ( mucosas secas), ictérico ++/zona III, Frequência Cardíaca (FC): bpm, Frequência Respiratória (FR): 70irpm. AR: tiragem subcostal leve EXT: aquecidas, pulsos cheios e simétricos, pele mosqueada. Conduta: - Dieta zero - Fase rápida (20ml/kg com SF 0,9%) agora - Colho exames (hemocultura, hemograma, PCR e bilirrubinas) - Hidratação Venosa. Com taxa hídrica de 120ml/kg e taca de infusão de glicose (TIG) de 4mg/kg/min. - Incubadora aquecida, monitorização, curva térmica - AGUARDA parecer de urgência à cirurgia pediátrica

10 22/05/2014- 23:58 (4 dias e meio de vida)
Apresentou melhora após fase rápida: Regular estado geral, corado, hidratado, acianótico, ictérico ++/zona III, normotérmico, mais ativo e reativo. Sat 96% / FC 150 batimento por minuto/ FR 65 incurssões respiratórias. AR: MVF, sem ruídos adventícios, presença de tiragem intercostal leve. Diurese e mecônio em fralda. Conduta: - Rx de tórax -O2 livre na incubadora (2L/min) para conforto -Solicitado urgência nos exames -Fototerapia

11 Conduta: ampicilina e gentamicina
23/05/2014 – 00:56 RN regulado para Unidade de Cuidados Intensivos Resultado exames: Hemograma: 3,16 hemácias/11,4 Hb/34,2 HTC/3300 leucócitos: neotrófilos totais 53%/seg 53%/ 0 bastões/ 1%eos/ 0 baso/ 6% mono/ 40%linfo/ plaquetas BT: 12,4 - BD: 1,3 - BI: 11,1 Conduta: ampicilina e gentamicina

12 23/05/2014 – 09:36 (quase 5 dias de vida)
paciente com piora do estado geral. Sob Ventilação mecânica com FiO2 50%. Em uso de Dobutamina, cefepime e vancomicina. Necessita UTI Neonatal. Prioridade definida em 1. 23/05/2014 – 10:27 sucção ineficaz e taquipnéia importante, desidratada, taquicárdica,pele mosqueada; Puncionado acesso periférico, feita expansão volêmica, iniciada HV e Ampicilina + Genta;

13 Colhido hemograma : leucopenia e plaquetopenia, Bilirrubinas sem nível de fototerapia.
Piora clinica, apresenta edema importante do pênis, com priapismo. Oligúrico. Nova expansão volêmica e intubação orotraqueal. Instalada sonda vesical de demora com saída de 30 mL de urina muito concentrada . Passado PICC em membro superior direito. Ao exame: Ausculta pulmonar: MV rude, roncos difusos.

14 Conduta: - Dieta zero - Repetido expansão volêmica. - Hidratação venosa com Taxa hídrica total de 175mg/kg e TIG de 4mg/kg/min, Na+ 3%, sem potássio. - Dobutamina de 5, fentanil de 0,96, cefepime e vancomicina. - Solicitado radiografia de tórax. - Aguardando avaliação da cirurgia. - Aguardando transferência à UTI Neonatal

15 23/05/2014- 13:24(5 dias de vida) Conduta:
Sangramento vivo em pequena quantidade no tubo orotraqueal e resíduo gástrico escuro e com rajas de sangue discretas. Feito dose de vitamina K e prescrito omeprazol. Recebeu 2 expansões volêmicas de 20mL/kg cada, porem urinou apenas 20mL de urina muito concentrada em saco coletor. Feita furosemida 1 mg/kg/dia e aumentada a dobutamina para 10mcg/kg/min. Conduta: Colhido coagulograma, eletrólitos, ureia e creatinina

16 Conduta: Feita novamente furosemida 1mg/kg/dia 15:08
14:33 RN mantendo grave, edemaciado, sem diurese significativa após primeira dose de furosemida. Ritmo de galope e fígado a 2cm do RCD. Conduta: Feita novamente furosemida 1mg/kg/dia 15:08 Transferido para UTI Neonatal do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), sem intercorrências.

17 ADMISSÃO UTI Neonatal – HRSM
RN em incubadora, intubado, ventilado em ambu com PICC em MSD e sonda vesical de demora, com 6 dias de vida. Tentando contato urgente com a Cirurgia Pediátrica. Admissão no HRAS/HMIB: 24/05/2014 – 01:27 RN deu entrada transportado pelo SAMU, intubado, ventilado com ventilador manual (CFR), PICC funcionante, infundindo Dobutamina (10), Fentanil (1,4), sonda vesical de demora, oximetria de pulso. RN extremamente irritado. Encaminhado p/ este Serviço p/ avaliação da Cirurgia Pediátrica quanto ao priapismo e criptorquidia.

18 Conduta: -Jejum + restrição hídrica 600ml/m2/SC -Hemodinâmico: Dobutamina de 10ug/kg/min.. -Furosemida: 3 mg agora -Sedação: Fentanil: 1ug/kg/min -Exames laboratoriais + Rx tórax -Suspenso Vancomicina e prescrito Teicoplanina.

19 24/05/2014 – 08:00 Grave, em Ventilação Mecânica com FiO2 de 40%.
Levemente hipocorado, hidratado, com perfusão aceitável. Ausculta respiratória: rude, levemente diminuído em hemitórax esquerdo, sem dispnéia, com edema generalizado moderado. Conduta: mantida + RX de tórax e abdome. Exames: Bilirrubina total: 12,53.BD: 2,81 BI: 9,72. Ca: 10,3; Creatinina: 1,70;Mg:2,3;Potássio: 5,10; Sódio: 128,0; Uréia: 67

20 HEMOGRAMA COMPLETO ***** Eritrograma ***** Hemácias: 2,62 x10 6/uL (3,90 - 5,30) VCM: 95,4 fl (75,0 -80,0) Hemoglobina: 9,1 g/dL (16,0 - 24,0) HCM: 34,7 pg (28,0 - 30,0) Hematócrito: 25,0 % (28,0 - 40,0) CHCM: 36,4 g/dL (33,0 -37,0) RDW: 17,0 % (12,0 - 17,0) ***** Leucograma ***** Leucócitos: 4,8 x10 3/uL 103/uL (6,5 - 18,0) Neutrófilos Totais: 81,0 % (40,0 - 78,0) 3,9 (2,8 - 15,4) Bastonetes: 7,0 % 0,3 Segmentados: 74,0 % 3,6 Eosinófilos: 0,0 % (1,0 - 4,0) 0,0 (0,2 - 1,0) Basófilos: 0,0 % (0,0 - 3,0) 0,0 (0,0 - 0,4) Monócitos: 4,0 % (6,0 - 13,0) 0,2 (0,3 - 9,7) Linfócitos: 15,0 % (38,0 - 58,0) 0,7 (2,0 - 15,0) Plaquetas: 24 x10 3/uL ( )

21 26/05/2014 Ultrassonografia (USG) testicular e peniana : testículo D não identificado. Testículo E tópico. Pequena hidrocele à E. Coleção e debris na face ventral da base do pênis, em íntima relação com os corpos cavernosos sem fluxo ao Doppler (volume 1,2 mL). Iniciado ketamina

22 27/05/2014 1°Dia pós-operatório (DPO) (figura abaixo):drenagem de abscesso peniano – Carvenite Melhora parcial do priapismo, curativo drenando pequena quantidade de secreção serohemática. Suspenso Ketamina. USG transfontanela normal. Triagem auditiva neonatal sem alterações. Ecocardiograma : Foramen oval patente. Margotto PR

23 28/05/2014 (com 10 dias de vida) 28/05/2014 – 17:31
Genética: fáscies sem dismorfias significativas, orelhas pequenas com sobredobramento de hélices, sindactilia cutânea parcial entre 2ºe 3º pododáctilos, genitália típica masculina. 28/05/2014 – 17:31 Bom estado clinico, extubado e colocado em HOOD (capacete). Boa diurese por Sonda vesical. Após drenagem paciente evoluiu com melhora do priapismo, sem débito serosanguinolento pelo orifício de drenagem hoje.

24 29/05/2014 Evoluindo bem, aguardando discussão com Urologista sobre retirada da sonda. AS 21:19 – retirado sonda vesical de demora. Iniciar sucção no peito materno. 30/05/2014 Hemocultura: crescimento de Enterococo sensível à ampicilina. Na cultura da secreção de abscesso mesmo germe + S. aureus e E. coli – ampicilina por 4 dias.

25 Hipótese diagnóstica: Síndrome de Abstinência? Meningite? Desidratação
31/05/2014 evoluindo bem. 01/06/2014 (com 14 dias de vida) apresentou vômitos e choroso. No momento da visita apresentava-se em bom estado geral. Vespertino: continua choroso, irritado. Sem febre. Apresentou novamente episódios de vômitos após dieta no copinho. Exame físico: desidratado. Hipótese diagnóstica: Síndrome de Abstinência? Meningite? Desidratação

26 CD: Prescrito fase rápida, hidratação venosa com TIG de 3mg/kg/minuto
CD: Prescrito fase rápida, hidratação venosa com TIG de 3mg/kg/minuto. Sonda orogástrica para dieta (mantido 40 ml 8x),Fentanil – push. Iniciado metadona 0,05 mg/kg/dose 12/12h 02/05/2014 (com 15 dias de vida) - Apresentou saída de urina pelo orificio de drenagem do abscesso peniano (figura abaixo). - iniciado Domperidona. 04/06/014: - Discutido com a Cirurgia Pediátrica: provável fístula. Reavaliação em 48 horas. Mesmo após estimulo, não foi observado diurese pelo meato.

27 Passou a tarde irritado, choroso, com vários episódios de vômitos.
Feito 1x expansão. 05/06/2014 (com 18 dias de vida) Sem vômitos nas 24 horas. Eliminação de diurese na face lateral esquerda, corpo peniano com fistula uretral. Apresentou diurese pelo local de drenagem do abscesso peniano. (vide figuras) 06/06/2014 Evoluído bem Conduta: Progressão da dieta para 50 ml 8x, tentar translactação e copo Suspender hidratação venosa no final Mantido metadona 1x/dia Camila Laiana Margotto PR

28 08/06/2014 Passado sonda vesical de demora com Alta Hospitalar e retorno em 3 semanas ao Ambulatório da Cirurgia Pediátrica. Cefalexina 50mg/kg/dia 6/6horas por 7d.

29 (ereção prolongada no recém-nascido)
PRIAPISMO NEONATAL (ereção prolongada no recém-nascido) DISCUSSÃO CLÍNICA Dust N, 2011

30 Introdução O termo priapismo tem sua origem histórica, em referência ao deus grego Príapo, que era adorado como deus da fertilidade e possui em suas representações, a peculiar característica, de apresentar um falo muito grande. Ladeia AMA, 2013 Download - Faculdade de Medicina da Bahia

31 Introdução O priapismo é definido como uma ereção persistente e prolongada não associada a um estímulo sexual(Aktoz et al), e que não termina em ejaculação (Sood et al) e a maioria dos casos resolve-se espontaneamente em 5 dias (Burgu et al). Os recém-nascidos (RN) masculinos frequentemente apresentam ereções com leve estimulação táctil e geralmente são iniciadas or uma bexiga cheia (Aktoz et al). Ereções demonstram que os nervos do pênis são normais (Aktoz et al). Outros autores discutem que “priapismo neonatal” não é um termo apropriado e recomendam chamar de “ereção prolongada no RN”) (Aktoz et al).

32 Introdução O priapismo é considerado uma patologia rara no RN; no entanto, as possíveis consequências de um tratamento impróprio torna o seu manuseio clinicamente relevante (Meijer e Bakker, 2003). Faltam revisões do manuseio e seguimento do priapismo neonatal (Meijer e Bakker,2003) O primeiro caso de priapismo em um recém-nascido foi descrito em 1876, por Nuckols (Meijer e Bakker, 2003). Tornou-se mais frequente após 1980, com a introdução de injeções de drogas vasoativas intracavernosas para a disfunção erétil (Sood,2006).

33 Etiologia Apenas 17 casos de priapismo neonatal foram relatados na literatura desde 1876 (Dust et al,2010) 10 casos  idiopáticos; 4 casos  policitemia; 2 casos  sífilis congênita e trauma no parto (fórceps); 1 casos  piocavernosite bilateral.

34 Etiologia Em 15 casos (todos sem relato de dor), veja o a idade de início, tratamento, duração, possível causa e seguimento. Em 12 casos, o manuseio foi conservador (Aktoz et al, 2010) Portanto, a etiologia idiopática é a mais comum, seguida da policitemia. A piocavernosite espontânea bilateral foi descrita por Sood et al (2006)

35 Fisiopatologia A fisiopatologia do priapismo não está totalmente esclarecida (Amlies et al,1977;Burgu et al, 2007; Dust et al, 2011;Aktoz et al, 2010) Envolvendo: Estase venosa (transfusão sanguínea:a hipoxia pode ter causado constrição vascular, sendo a hipótese:a combinação de mudanças hemodinâmicas e transfusão sanguínea causoando a estase no plexo venoso da pelves)(Meijer e Bakker, 2003) Aumento da viscosidade sanguínea (policitemia causa aumento da viscosidade sanguínea, impedindo a saída do sangue do pênis (Meijer e Bakker,2003) Isquemia vascular; Priapismo se divide: Isquêmico (veno-oclusivo) Não isquêmico (arterial)

36 Fisiopatologia A drenagem venosa do pênis é realizada por um plexo venoso que se une à veia dorsal profunda do pênis que por sua vez drena para o plexo prostático. O sangue dos revestimentos superficiais do pênis drena para as veias dorsais superficiais que drenam para a veia pudenda externa superficial.Veja a vascularizalçao do pênis Ladeia AMA, 2013

37 Relaxamento dos corpos penianos + ↑ fluxo sanguíneo
Fisiopatologia Ereção normal: Estímulo Óxido Nítrico Detumescência Flacidez peniana + ↓ fluxo sanguíneo Relaxamento dos corpos penianos ↑ fluxo sanguíneo Inibidores da fosfadilesterase 5 Ereção PDE-5

38 Classificação Priapismo isquêmico (baixo fluxo ou veno-oclusivo):
É o mais frequente; Doloroso; Diminuição do retorno venoso + estase vascular  isquemia tecidual; Fluxo sanguíneo diminuído ou ausente no corpo cavernoso; Emergência clínica: Pode evoluir com fibrose dos corpos cavernosos  disfunção erétil; Piocavernosite (o presente caso!) Amostra sanguínea do corpo cavernoso: Hipoxia, hipercapnia e acidose. Meijer e Bakker,2003; Burgu et al, 2007; Dust et al, 2010 A primeira atitude para o diagnóstico de priapismo é a realização de uma boa história clínica. O contexto no qual o priapismo se apresenta é evidente: a criança se apresentará com uma queixa de ereção com duração de quatro horas ou mais, abaixo deste tempo é considerado ereção prolongada. Também é preciso investigar se ocorreu algum evento que desencadeou, se este é um fato recorrente ou é a primeira vez que a criança apresenta priapismo, se faz preciso na investigação, saber se o quadro cursa com dor ou se essa não está associada. Durante o exame físico é preciso descrever qual a rigidez dos corpos cavernosos.

39 Classificação Priapismo não isquêmico (alto fluxo ou arterial):
Mais associado ao priapismo em RN; Aumento do fluxo arterial + retorno venoso normal  elevação da pressão parcial de oxigênio; Em geral, ereção é indolor; É comum relato de antecedente de trauma perineal ou peniano; Não há hipóxia ou acidose na amostra sanguínea do corpo cavernoso. Meijer e Bakker,2003; Burgu et al, 2007; Dust et al, 2010 Aktoz T et al, 2010

40 PIOCAVERNOSITE Sood et al (2006) relatam um caso de priapismo neonatal associado a piocavernosite espontânea bilateral A criança chegou ao Pronto Socorro com história de 20 dias de priaspismo e febre há 4 dias com edema peniano. Ao exame:pênis ereto, quente, eritematoso, com um elevação na base (Figura 1) Realizado aspiração cavernosa e evidenciou franco pus, sendo tratado com drenagem e antibiótico(cultura: Klebisella) Com 9 meses, houve uma recuperação funcional total com função erétil normal (Figura 2) Os autores propõem uma possível fisiopatologia (Figura3) Devido a longa apresentação, é difícil determinar se a piocavernosite foi a causa ou a consequência do priapismo neste caso (Dust e al, 2011)

41 Fig.1. Exame local sob anestesia mostrou pênis ereto com uma elevação na base (seta)
Fig. 2. Fotografia da bexiga cheia, no seguimento, mostrou forma e turmescência normais do pênis (Sood R et al, 2006)

42 Fig. 3-Possível fisiopatologia do presente caso
Sood R et al, 2006

43 Diagnóstico Torna-se importante descriminar as duas formas de priapismo (não isquêmico e isquêmico) que pode ser feito através de: (Dust et al, 2011;Burgu et al, 2007;Meijer e Bakker, 2003) Ultrassonografia Doppler peniano:essecial para documentar o fluxo arterial normal Pode evidenciar sinais de fístula artériocavernosa e aumento de fluxo nas artérias cavernosas; A ultrassonografia com Doppler permite a obtenção de imagens vasculares com fluxo colorido, confirmando a presença de fluxo sanguíneo e sua direção, detectando estenose, oclusão e lacerações de vasos, avaliando a perfusão dos órgãos e caracterizando a dinâmica do fluxo sanguíneo para detectar anormalidades fisiológicas. Reservado em condições excepcionais em consulta com o urologista pediátrico: Gasometria dos corpos cavernosos (sangue vermelho brilhante, sem acidose, hipoxia e hpercapnia, pensar em Priapismo Nãoi Isquêmico ou de Alto Fluxo Arterial) Arteriografia (Cherian J, 2006) Indicada no priapismo não-isquêmico  embolização seletiva. A arteriografia deve ser considerada apenas em casos de priapismo de alto fluxo resistente a terapia medicamentosa . Nestes casos o exame visa à definição do vaso lesado para a realização da embolização

44 Diagnóstico Figura (A,B) RN com priapismo no dia 1; Ultrassom Doppler no 20 dia de vida:(C) fluxo arterial normal no pênis no ultrassom Doppler; (D) fluxo venoso normal no pênis no ultrassom Doppler Este RN apresentou priapismo com 4 horas de vida; persistiu por 2 dias, com melhora da rigidez e detumescência no final do 4º dia de vida BURGU B, 2007

45 Dust N et al, 2011 Ereção persistente em um recém-nascido com 1 dia
de vida Dust N et al, 2011 Fluxo arterial normal no ultrassom Doppler do pênis Em um recém-nascido com priapismo

46 Manuseio A principal preocupação é a preservação da função erétil; necessitam de mais publicações que incluem a puberdade; os poucos casos publicados de prispismo com disfunçaõ eétil se deveram a doença falciforme (devido à abundância de hemoglobina fetal no RN esta casa praticamente não existe no período neonatal (Meijer e Bakker, 2003) Medidas gerais A avaliação inicial deve excluir causas secundárias como policitemia, condições neurológicas ou obstrução urinária e tratá-las, sendo fundamental a realização do Doppler (Dust et al, 2011). Como o priapismo no período neonatal possa representar uma forma relativamente benigna de priapismo não-isquêmico, é justificável apenas a observação inicial mais do que uma intervenção agressiva (Dust et al, 2011). O manuseio conservador com rigorosa observação é apropriada em muitos casos de priapismo neonatal idiopático (a maioria resolve espontaneamente dentro de aproximadamente 5 dias sem graves sequelas)(Burgu et al, 2007). Compressas frias no pênis, porém seu uso é controverso (Cherian J, 2006) priapismo não isquêmico  constrição do vaso lesado  resolução; Priapismo isquêmico  aumento da isquemia, piorando o prognóstico.

47 Manuseio Uso de Ketamina no priapismo Pietras JR et al(1979):
Analgesia Uso de Ketamina no priapismo Pietras JR et al(1979): - em dois meninos de 2 e 4 anos que desenvolveram ereção após reparo de hipospádia -0,5mg/kg/peso -detumescência entre 1-2 minutos Stothers e Ritchie (1992): RN de 3,6 kg;priapismo idiopático Administração de 0,3 mL de solução de cloridrato Ketamina a 1% por via intravenosa associada sob supervisão anestésica Evoluiu com detumescência rápida.

48 Uso de Ketamina no Priapismo (Em adultos!)
Villalonga A et al, 1985: Caso Homem de 44 anos, 70 kg, foi internado com quadro clínico priapismo idiopático com duração de 12 horas; Exames laboratoriais normais; Sem comorbidades; Tratamento: Ketamina 2 mg / kg; Neostigmina 1 mg; Diazepam 5 mg; atropina não foi dado;

49 Uso de Ketamina no Priapismo (Em adultos!)
Segundo Villalonga A et al (1985): Na revisão da literatura por Ravindran et al: Gale, o primeiro a usar, recomenda uma dose de 1 mg/kg; Ravindran et al., recomendam a associação ketamina (0,5 mg/kg) + fisostigmina (1,5 mg); Fisostigmina pode  estimula o sistema parassimpático periférico relaxamento dos esfíncteres penianos; A associação Ketamina e neostigmina pode ser mais eficaz em comparação a combinação de Ketamina e fisostigmina. 49

50 Uso de Ketamina no Priapismo Nem sempre funciona! (Em adultos!)
Apaddu B e Calder I (1990): -homem de 68 anos com priapismo após hemorroidectomia e resecção periuteteral da próstata -apresentou priapismo no final da hemorrodectomia, não sendo feita então, a a ressecção prstática como planejado -foi usada ketamina sem sucesso e o cirurgião injetou na parte fina do pênis, 1 mg de metaraminol (estimulante alfa adrenoreceptor, comercialmente conhecida como AraminR), ocorrendo a detumescência e a ressecção da próstada foi realizada. A ereção reapareceu 30 minutos depois, mas a a cirurgia foi completada. Assim, faltam evidências no período neonatal para o uso de ketamina no priapismo. Se usar, segundo Aydin M; Dong C, Anand KJS e Bai X et al considerar o seu uso por tempo restrito devido as suas graves consequência no desenvolvimento cerebral:o bloqueio dos receptores NMDA por somente poucas horas durante o período fetal tardio ou neonatal precoce pode iniciar uma ampla neurodegeneração apoptótica no cérebro. Os receptores NMDA controlam a sobrevivência neuronal.

51 Tratamento Cirúrgico Deve ser considerado para ereções que persistem por mais de 5 dias e que apresentaram falha ao manuseio conservador (Burgu et al, 2003) A seguir, os autores Sood et al propõem um algoritmo para esta condição rara na Neonatologia.

52 Rajeev Sood; Surender Nath Wadhwa; Vikas Jain
Rajeev Sood; Surender Nath Wadhwa; Vikas Jain. Neonatal Priapism Associated With Spontaneous Bilateral Pyocavernositis. Ann Acad Med Singapore 2006;35:425-7.

53 Referências NICHOLAS DUST MD, THIERRY DABOVAL MD FRCPC, LUIS GUERRA MD. Evaluation and management of priapism in a newborn: A case report and review of the literature. Paediatr Child Health 2011; 16:e6-e8. T. AKTOZ; A. TEPELER; E. O. GUÜNDOGDU; U. OZKUVANCI; A. Y. ÜSLÜMANOGLU. Priapism in the newborn: management and review of literature. Andrologia 2010:43:65–67. BURGU B .; TALAS H.; ERDEVE O.; KARAGOL B. S.; FITOZ S.; SOYGUR T. Y.; Approach to newborn priapism: A rare entity . Journal of Pediatric Urology 2007; 3: 509e511. Rajeev Sood; Surender Nath Wadhwa; Vikas Jain. Neonatal Priapism Associated With Spontaneous Bilateral Pyocavernositis. Ann Acad Med Singapore 2006;35:425-7. BOAZ MEIJER; HERMAN H. R. BAKKER. management of priapism in the newborn. Urology 2003:61: 224XVI-XVIII RAGNAR N. AMLIES; BLAISE BOURGEOIS, ROBERT F. HUXTABLE.Priapism in preterm.Urology 1997;IX: APPADU B, CALDER I. Ketamine does not always work in tretment of priapism. Anaesthesia 1991;46: Sup VILLALONGA A.; BELTRAN J.; GOMAR C.; NALDA M.A.; Ketamine for treatment of priapism. Anesth Analg 1985; 64: Supl CHERIAN J, RAO A R, THWAINI A, KAPASI F, SHERGILL I S, SAMMAN R. Medical and surgical management of priapismo. Postgrad Med Journal 2006; 82:89–94; LADEIA AMA. PRIAPISMO NA INFÂNCIA: Uma revisão de literatura enfocando diagnóstico, etiologia e terapêutica,2013. Disponível em:[PDF]Download - Faculdade de Medicina da Bahia

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Evaluation and management of priapism in a newborn: A case report and review of the literature. Dust N, Daboval T, Guerra L. Paediatr Child Health Jan;16(1):e6-8. Management of priapism in the newborn. Meijer B, Bakker HH. Urology Jan;61(1):224.

55 Portanto.... Priapismo é uma condição patológica de ereção peniana não relacionada à estimulação sexual. Há duas formas distintas de priapismo: arterial (não isquêmico; alto fluxo) e a veno-oclusiva (isquêmico; baixo fluxo), sendo esta, sempre dolorosa, associada à hipoxia, pode causar fibrose nos corpos cavernosos e frequentemente leva disfunção erétil; a forma arterial não é considerada emergência e tem resultado funcional melhor. O ultrassom é mandatório na diferenciação destas duas formas de priapismo. Entre as causas possíveis: policitemia e transfusões sanguíneas (aumento da viscosidade e alterações hemodinâmicas causadas pela policitemia e transfusão sanguíneas pode impedir a saída de sangue do pênis). Anemia falciforme não tem sido a causa em recém-nascidos devido ao predomínio da hemoglobina fetal no recém-nascido (em crianças, é causa em 70% dos casos). O presente caso tratou-se de um priapismo isquêmico, doloroso, diagnosticado pelo ultrassom Doppler.

56 Desde 1867, tem sido descritos 15 casos e em somente 5 tiveram suas etiologias identificadas (policitemia em 4 e transfusão sanguínea em 1). A maioria dos casos resolve-se espontaneamente em 5 dias. Consequência indesejáveis a longo prazo, como disfunção erétil, como vista em pacientes mais velhos, não tem sido evidenciadas no grupo de recém-nascidos. Terapia conservadora parece ser a melhor abordagem no caso de priapismo iatrogênico que começa geralmente entre o 1º e o 2º dia de vida (embora o prematuro pode iniciado com 37 dias de vida!) e dura entre 4-5 dias de vida (variou de 2-12 dias!) e não se associa com descoloração do pênis e escroto e dor. Considerar abordagem cirúrgica se persiste por mais de 5 dias. Quanto ao presente caso: a piocavernosite pode ser consequência do priapismo prolongado (aspiração do corpo cavernoso é purulento). Discute-se se é causa ou consequência. Discute-se a evidência da ketamina (limitada a 2 casos)!

57 Obrigada! Dda Nathália Dda Camila
Agora, só em 2018 (vai ser russo!) Dda Nathália Dda Camila Dr. Paulo R. Margotto e Estudantes da ESCS e Universidade Católica de Brasília


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