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Duas palavras da introdução

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Apresentação em tema: "Duas palavras da introdução"— Transcrição da apresentação:

1 Duas palavras da introdução
Doxa Paveau e Sarfati afirmam que a doxa da lingüística confere à disciplina aparente homogeneidade, mas também limites freqüentemente restritivos. Acepções ■ substantivo feminino Rubrica: filosofia. sistema ou conjunto de juízos que uma sociedade elabora em um determinado momento histórico supondo tratar-se de uma verdade óbvia ou evidência natural, mas que para a filosofia não passa de crença ingênua, a ser superada para a obtenção do verdadeiro conhecimento

2 Duas palavras da introdução
Epistemologia Acepções ■ substantivo feminino Rubrica: filosofia. 1    reflexão geral em torno da natureza, etapas e limites do conhecimento humano, esp. nas relações que se estabelecem entre o sujeito indagativo e o objeto inerte, as duas polaridades tradicionais do processo cognitivo; teoria do conhecimento 2    Derivação: freqüentemente.      estudo dos postulados, conclusões e métodos dos diferentes ramos do saber científico, ou das teorias e práticas em geral, avaliadas em sua validade cognitiva, ou descritas em suas trajetórias evolutivas, seus paradigmas estruturais ou suas relações com a sociedade e a história; teoria da ciência

3 Introdução Objetivos do livro, segundo seus autores:
Tentar dar uma visão coerente das concepções lingüísticas do sec. XIX que integre as principais cesuras teóricas por meio das quais, a partir de então, reunem-se as condições de desenvolvimento ulterior da ciência da linguagem no sec. XX. Por isso, a obra pretende ser um panorama das teorias lingüísticas, desde a gramática comparada até os questionamentos teóricos mais recentes. Responder a uma tripla exigência: a) pedagógica: primeira síntese global das grandes teorias da lingüística apoiada na mobilização dos grandes quadros conceituais que balizam a formação da disciplina; b) histórica: dar ao leitor uma visão de conjunto, geral e dinâmica, que evite, o quanto possível, os posicionamentos redutores e dogmáticos; c) epistemológica: contribuir para uma melhor compreensão da disciplina lingüística, de suas fundações, de seus bastidores teóricos e de suas evoluções. Fundamental: respeitar, ao mesmo tempo, a singularidade das teorias e suas determinações conceituais históricas.

4 Resumo dos Capítulos 1. Gramática comparada: do comparatismo à versão historicista. 2. Reação neogramática aos excessos do comparatismo. 3. Escola Lingüística Francesa: construção de domínios específicos (romanísticos, dialectológicos); emergência de novas orientações teóricas (semântica); reflexão sobre as condições de uma ciência da linguagem (Henry); primeiro modelo lingüístico completo (Meillet). 4. Dimensão da ruptura teórica do pensamento de Saussure no Curso de Lingüística Geral. 5. Analise do CLG visto da perspectiva da posteridade (estilística de Bally; psicomecânica de Guillaume; sintaxe estrutural de Tesnière.) 6. Implicações da interpretção estrutural funcionalista do CGL desde a contribuição fundadora do Círculo de Parga (Trobetsköi e Jakobson).

5 Resumo dos Capítulos 7. Especificação das linhas de leitura funcionalista da contribuição saussureana (Martinet, Hallyday, Jakobson). 8. Exposição das principais opções teóricas da interpretação formalista (Bloomfield, Harris, Pike, Gross, Chomsky). 9. Teorizações que, provindas de Bally e Bakhtin, tentam pensar os mecanismos da discursivização, abrindo a reflexão lingüística à problemática da enunciação, integrando, segundo ênfases diversas, a questão das regulações do discurso e do lugar que nele Ocupa o sujeito falante (Benveniste, Ducrot, Culioli). 10. Domínio no qual a lingüística tenta ultrapassar os limites de se restringir somente aos objetos morfossintáticos com três modelos: a lingüística textual (Adam), a análise do discurso (Maingueneau), a semântica de textos (Rastier). 11. Consideração da originalidade da perspectiva pragmática sob vários pontos de vista: origem filosófica (Austin, Grice); relação com a retórica contemporânea (Perelman), contribuição à lingüística (Ducrot); retomada sob a ótica cognitivista (Sperber-wilson), generalização das abordagens no quadro de uma semiótica compreensiva (Escola de Palo Alto).

6 A gramática comparada Denominação consagrada pelo uso que designa tradicionalmente os desenvolvimentos da lingüística durante o sec. XIX (1810 a 1875).

7 1. As Origens Dois momentos distintos:
Estabelecer ligações de parentesco entre dois ou vários idiomas separados no tempo e no espaço Lingüística histórica (1860): reconstituir com detalhe o intervalo e as linhas de evolução, inacessíveis que, em princípio, ligam numa relação de dependência uma língua B – atual ou tardativa – a uma língua A que lhe é cronologicamente e culturalmente anterior.

8 1.1. A Impulsão Descoberta da língua brahmi (sânscrito) por eruditos e tradutores ingleses no final do sec. XVIII (1784). W. Jones destacou, em 1970, a importância da descoberta. Evidenciou o fato de o sânscrito, o latim e o grego terem afinidades nas raízes dos verbos e nas formas gramaticais. O que apontaria para uma origem comum entre essas línguas, provavelmente perdida.

9 1.2. Os Precedentes No decorrer dos séculos XVII e XVIII foram feitos vários estudos com curiosidade do tipo comparatista: H.W. Lodolf (1624 – 1704) provou a proximidade e a continuidade existente entre o etíope e o amharique. G. W. Leibnitz (1646 – 1716) encorajou a constituição de uma vasta enciclopédia de línguas faladas nas fronteiras do Império Russo. Em 1756, A. Turgot redige um artigo (“Etimologia”) que será objeto de reflexão para os primeiros comparatistas.

10 1.2. Os Precedentes J. C. Adelung (1732 – 1806) pretende redigir um tratado das línguas então conhecidas, publicado inacabado postumamente, intitulado Mithridates. P.S. Pallas (1741 – 1811) publica um Vocabulaire comparé des langues du monde (1786 – 1789). C.J. Kraus continuará a apronfundar a pesquisa sobre a repartição geográfica das línguas, interessando-se também, de maneira detalhada, pela sua organização fonética, morfológica e semântica.

11 1.2. Os Precedentes Antes de considerar as etapas da gramática comparada, Paveau e Sarfati consideram importante ressaltar que os parentescos lingüísticos foram primeiramente estudados por lingüistas que trabalhavam fora do domínio indo-europeu, tais como: P. Sanovics e S. Gyarnathi.

12 1.3. O Método Comparativo Em seu princípio pode ser resumido a duas orientações fundamentais: aproximação do sânscrito, latim e grego e, do sânscrito com línguas européias. Verificáveis segundo as seguintes perspectivas: As línguas (da Índia à Escandinávia) são procedentes por herança de uma mesma língua tronco (“o indo-europeu”) desconhecida, mas acessível por reconstrução. É possível, por meio da comparação de seus elementos gramaticais estabelecer as correspondências formais entre essas línguas, ou ainda de restabelecer os detalhes de sua evolução nas suas grandes linhas (língua mãe/ grandes línguas / famílias de línguas).

13 2. O Advento da Disciplina
Denominações variaram no curso de um intervalo muito breve, o que é indício de um domínio em busca de seus quadros e de suas referências. Os principais eruditos e cientistas do domínio indo-europeu eram alemães ou eram cientistas que haviam estudado na Alemanha: Schlegel, Grimm, Humbolt, Boop, Pott, Schleicher, Whitney. O desenvolvimento da pesquisa coincide com os momentos mais marcantes do romantismo

14 Principais Contribuições
2.1. F. von Schlegel ( ): a idéia de “gramática comparada” Irmãos Schlegel: co-fundadores do círculo do Romântico Iéna (1797 a 1801) e participantes do movimento Sturm and Drang (Tempestade e Paixão). Instauram, ao mesmo tempo que os irmãos Grimm, as primeiras balizas da disciplina sob o clima de exaltação da sensibilidade frente ao racionalismo das Luzes. Schlegel valoriza a análise morfológica e sublinha sua importância para a elucidação das relações genético-lingüísticas, mas no contexto romântico a reflexão lingüística e filológica permanece indissociável da exasperação da ideologia nacional.

15 Principais Contribuições
A. W. Schlegel propõe uma tipologia tripartite das línguas a partir de então diferenciadas em “isolantes”, “afixantes” e “flexionais”. Por meio dessa descrição organizacional das línguas, fixa-se uma hirarquização filosófica implícita que consiste em observar as línguas flexionais (européias) como provenientes das mesmas formações culturais e, considerando que elas atingiram um grau mais acabado de constituição, presume-se que tenham maior aptidão expressiva (um ponto de vista etnocentrista).

16 Principais Contribuições
.2.2. J. Grimm (1785 – 1863): a idéia de “lei fonética” Compara as línguas germânicas com o latim e o grego e aponta uma série de correspondências entre o sânscrito, o grego, o latim e o gótico, que ele mesmo esclarece afirmando que “a mudança fonética é uma tendência geral” e que “não é seguida em todos os casos”. Com seu irmão W. Grimm (1786 – 1859) leva a cabo a Histoire de la langue allemande e o Dictionnaire allemand (1852 – 1859 ambos), além dos Contes d’enfants et du fouyer (1812) e as Légendes héroïques allemandes (1829) com a contribuição do escritor nacionalista J.J von Görres (1776 – 1848).

17 Principais Contribuições
2.3. R. Rask (1787 – 1832): a idéia de mudança lingüística Ultrapassou os limites do comparatismo lingüístico ao transpor para a gramática comparada a contribuição do naturalismo de C. von Linné (1707 – 1778) e do evolucionismo de J. B. Lamarck. Afirma que “Se descobrirmos que em duas línguas as formas de palavras indispensáveis concordam a um tal ponto que se pode descobrir as regras das mudanças de letras que permitem passar de uma a outra, então existe um parentesco fundamental entre essas línguas”, embora se recuse a acreditar na hipótese de uma língua mãe. Está, segundo Hjelmslev, entre os precursores da lingüística estrutural; é “um dos que reconheceram e estabeleceram nas suas grandes linhas a família (lingüística) indo-européia” e o “fundador da filologia nórdica”.

18 Principais Contribuições
2.4. F. Bopp (1791 – 1867): a idéia do organismo lingüístico Projeto marcado por forte ambição de totalização. Apesar de se distanciar da maior parte das interpretações românticas da filosofia da linguagem continua ligado à hipótese de uma “língua mãe”. Orienta a gramática comparada para o exame da organização morfológica das palavras (nome e verbo).

19 Principais Contribuições
Toma posição em favor de que todas as línguas indo-européias derivariam do sânscrito ao final de uma longa seqüência de transformações. Essa perspectiva traçava o caminho para a formulação de uma lei da evolução que afetaria diretamente as formações idiomáticas. Propondo uma reconstrução da gramática original do sânscrito, sustenta a tese segundo a qual as línguas indo-européias são o resultado de uma desintegração progressiva do antigo sistema flexional (elas teriam um sistema flexional resultante de um estado de afixação anterior de termos auxiliares que estavam disjuntos pelo passado).

20 3. W. von Humboldt (1767 -1835): A Antropologia da Lingüística
Para Paveau e Sarfati, Humboldt ocupa lugar à parte no campo da gramática comparada porque, contrariamente aos outros teóricos, suas perspectivas não conferem à historia um estatuto privilegiado; bem ao contrário, elas desenham uma concepção dinâmica e estrutural da linguagem. Essa distinção parece ser o que, para as autoras, justifica um maior detalhamento ao falarem de Humboldt.

21 3.1. A formulação do projeto
Humboldt Pretende ver nas línguas uma parte da história da espécie humana e o mais importante na economia da natureza intelectual. Subordina a concepção geral à análise dos fatos. Recusa, de um lado toda racionalização a priori, e toma por outro lado uma decisão metodológica que consiste em pluralizar os elementos de comparação. Observa-se grande tensão entre a reflexão sobre a linguagem e a análise das línguas.

22 3.2. O contexto histórico Influências: Boop, Goethe, Herder e Kant.
De Herder retoma a idéia de sua filosofia da história segundo a qual uma língua é a expressão do gênio popular e aprofunda a ligação de interação que condiciona a relação língua/cultura ao dizer que “a língua de um povo é seu espírito, e seu espírito é sua língua”. Caracterizando a linguagem e as línguas como atividades distintivas do humano, instaura uma primeira definição da competência lingüística (consistindo esta no aspecto criador da utilização da linguagem), assim como uma concepção da língua compreendida como dinâmica e como sistema. A língua assemelha-se a um processo em perpétua emergência . Emprestando o modelo de tipo orgânico de Goethe vê cada língua como um organismo vivo, que comporta em potência todas as suas formações posteriores.

23 3.3. A Forma Interna da Linguagem
Reconhecer em cada idioma, dotado de sua forma interna, um mecanismo ativo de síntese das percepções assim elaboradas num continuum sonoro. A forma interna da linguagem seria uma “arte escondida nas profundezas da alma humana, da qual será sempre difícil arrancar o mecanismo verdadeiro para expô-lo à descoberta” (HANSEN-LOVE, 1972, p.72)

24 Três Princípios A linguagem é um modo de atividade do espírito humano.
A linguagem unifica uma dimensão espiritual e uma matéria sonora sensível. A forma interna da linguagem determina para cada idioma um modo de organização particular.

25 O módulo língua Humboldt concebe a linguagem como receptáculo do espírito inquieto que apreende a matéria sonora para se exprimir. Essa operação de informação mútua e constante permite forjar, por diferenciações sucessivas, o caráter próprio de cada idioma.

26 A Influência de Humboldt
Exerceu-se muito além de sua época, de tal modo que não é exagero identificar o desenvolvimento de uma verdadeira escola de pensamento. Foram influênciados por ele: H. Sieinthal (1823 – 1899); W. Wunt (1832 – 1920); L. Weisberger; G. Guillaume, D. G. Briton; F. Boas (1858 – 1942); E. Spair (1884 – 1939); B.L. Whorf (1897 – 1941); L. Bloomfield (1887 – 1949); Z.S. Harris (1909 – 1992); N. Chomsky (nascido em 1928).

27 4. A. Schleicher (1821 - 1868): A Língüística Histórica
4.1. O fim do comparatismo Contribuições de Schleicher: introdução do tema historicista, formulação da hipótese indo-européia, reflexão sobre o estatuto científico da lingüística. Num contexto teórico que levou à maturidade o evolucionismo científico e o romantismo filosófico, sua obra constitui ao mesmo tempo uma síntese e uma superação do empreendimento de Rask e Bopp: conduz à visada histórica, em germe na escola comparatista.

28 4.2. A Hipótese indo-européia A Idéia de Ursprache
Para Schleicher, a superação do comparatismo consiste em ultrapassar a demonstração das correspondências interlingüísticas. O método comparatista deve ter por finalidade reconstituir os intervalos que separam duas línguas parentes ou dois estados da mesma língua. Recusando o postulado do sânscrito como “língua mãe” das línguas européias, formula a hipótese do indo-europeu verdadeiro (Ursprache: língua primeira). A partir dessa hipótese, todo o empreendimento comparatista redefini-se em lingüística histórica.

29 A Stammbaumtheorie (teoria genealógica)
Duas grandes inovacões metodológicas: introduçlão do esquema da árvore genealógica em lingüística e reconstrução hipotética do indo-europeu primitivo. Duas leituras dessa representação genealógica são desde então possíveis: a) uma leitura ascendente; uma leitura descendente (ver p.21).

30 4.3. O Estatuto das Ciências da Linguagem
Ponto de vista sobre a lingüística: A cientificidade da lingüística resulta de seu pertencimento às ciências naturais, embora tenha um ponto de articulação com a filologia, uma ciência histórica. Objetiva subdividi-la em teoria do fonetismo, teoria da forma das palavras (morfologia), teoria da função (funcional) e teoria da estrutura das frases (sintaxe). Nessa subdivisão a lexicografia não tinha lugar por ser freqüentemente considerada como auxiliar ou periférica.

31 A Concepção da Linguagem
As línguas como organismos vivos que, na condição de objetos possíveis de estudo, prestam-se a uma classificação científica. Schleicher distingue, no desenvolvimento das línguas, diferentes estados de evolução: um estado pré-histórico e um estado histórico. A linguagem, de maneira universal, representa uma formalização sonora do pensamento. Uma das premissas do “mito ariano”: as línguas possuidoras de declinação seriam mais aptas à expressão da nuance intelectual.

32 A Influência de Schleicher
J. Schmidt propôs uma alternativa à Stammbaumtheorie, a Willwntheorie (“teoria das mudanças voluntárias). M. Müller impulsionou, o mais longe possível, as teorias naturalistas. Na França, V. Henry, ao mesmo tempo que M. Bréal teve um papel preponderante na promoção da gramática comparada. Entre cientistas como G. Parris ou P. Meyer a sensibilidade evolucionista lembra, em vários aspectos, as posições desenvolvidas por Schleicher.

33 A Influência de Schleicher
A. Darmesteter não deixa dúvida quanto ao caráter imediato da ascendência exercida pela lingüística histórica sobre suas pesquisas. Enfim, está estabelecido que o pensamento de Schleicher promoveu diretamente o nascimento da escola naturalista francesa, com teóricos como A. Hovelacque (1843 – 1896) ou H. Chauvée (1815 – 1877) – assim como de toda uma linhagem de pesquisadores originais – que impulsionaram a reflexão lingüística até as fronteiras da antropologia, mas também da pré-história nascente.


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