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PROJETO COLABORATIVO ABGLT – GALE - Pathfinder do Brasil – Reprolatina – ECOS APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização.

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1 PROJETO COLABORATIVO ABGLT – GALE - Pathfinder do Brasil – Reprolatina – ECOS APOIO TÉCNICO E FINANCEIRO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Ministério de Educação e Cultura (MEC) 1 1

2 RELATÓRIO PRELIMINAR: RIO DE JANEIRO – RJ
Estudo qualitativo sobre a homofobia na comunidade escolar em 11 capitais brasileiras Pesquisadora principal: Margarita Díaz RELATÓRIO PRELIMINAR: RIO DE JANEIRO – RJ Instituição responsável pela pesquisa: Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva APOIO FINANCEIRO Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos do Rio de Janeiro, com recursos provenientes de parceria entre a Secretaria Estadual de Educação e Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro 2 2

3 Capitais incluídas no estudo
Norte: Manaus (AM) e Porto Velho (RO) Nordeste: Recife (PE) e Natal (RN) Centro-Oeste: Goiânia (GO) e Cuiabá (MT) Sudeste: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Rio de Janeiro (RJ) Sul: Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) 3 3

4 Equipe de pesquisa Investigadora principal: Coordenadores:
Margarita Díaz Coordenadores: Magda Chinaglia e Juan Díaz Pesquisadores associados: Rodrigo Braga e Tiago Duque 4

5 EQUIPE DE PESQUISA NO RIO DE JANEIRO
Visita preparatória: 04 de fevereiro de 2010 Pesquisadores: Magda Chinaglia e Margarita Díaz Trabalho de campo: 08 a 12 de março de 2010 Magda Chinaglia e Tiago Duque Assistentes locais: Almir França, Carla Mattos, Fernando Pinheiro, Joilson Santana l 5

6 OBJETIVO DA PESQUISA Conhecer a percepção da equipe docente, autoridades e estudantes do 6ª ao 9º ano da rede pública de ensino sobre a situação da homofobia no ambiente escolar, para dar subsídios ao programa Brasil sem Homofobia 6

7 Marcos de Referência Programa Brasil sem Homofobia Direitos humanos
Direitos sexuais Direitos reprodutivos Conceito de homofobia Construção sócio-histórica do conceito de sexualidade Referencial teórico de pesquisa qualitativa 7

8 SUJEITOS E METODOS PESQUISA QUALITATIVA
Amostragem proposital (Michael Patton) Foco no ensino fundamental (6° ao 9° ano) Participantes: Autoridades educacionais estaduais e municipais, gestores/as, professores/as, pessoal de apoio e estudantes de escolas estaduais e municipais Roteiros e formulários de TCLE elaborados e pré-testados em dois municípios da região metropolitana de Campinas 8 8

9 Sujeitos e Métodos (2) MÉTODO DE COLETA DE DADOS
Entrevistas individuais em profundidade: Secretários(as) de Educação (Estadual e Municipal) ou representantes, Diretores/as e coordenadores(as) pedagógicos(a)s nas escolas. Grupos focais: Educadores(as)e estudantes Observação dirigida: Banheiros, bibliotecas, salas de aula e outros espaços das escolas. Comportamento de estudantes e dinâmica fora da sala de aula. Entrevistas informais: Guardas, merendeiras, porteiros, pessoal administrativo das escolas, estudantes e educadores(as) 9 9

10 Etapas do processo Seminários de discussão dos resultados
Preparação do projeto – Definição das cidades Apresentação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa FCM/UNICAMP - Aspectos éticos Visitas preparatórias aos municípios participantes Contratação de pesquisadores(as) e assistentes de pesquisa Capacitação de pesquisadores(as) e assistentes de pesquisa Trabalho de campo Processamento dos dados – Notas, gravações e transcrições Análise por município Seminários de discussão dos resultados Análise consolidada Relatório Final 10

11 ESCOLHA DAS ESCOLAS Quatro escolas em cada município (municipais e estaduais) Escolhidas aleatoriamente, considerando qualificação no IDEB 2007 e localização Duas com IDEB alto (percentil >75), sendo uma central e uma periférica Duas com IDEB baixo (percentil < 25), sendo uma central e outra periférica Sempre que possível, duas escolas estaduais e duas municipais 11 11

12 Escolas participantes da pesquisa no Rio de Janeiro
CIEP Raul Seixas (Estadual, IDEB p ≤25, localização periférica) CIEP Nação Mangueirense (Estadual, IDEB p ≥ 75, localização central) E.M.Vicente Licínio Cardoso (Municipal, IDEB p ≤ 25, localização central) EM Engenheiro Roberto Magno de Carvalho (Municipal, IDEB p ≥ 75, localização periférica).

13 Aspectos Éticos Projeto revisado pela equipe de pesquisa e aprovado pela SECAD Aprovado pelo CEP da UNICAMP em 15 de julho de 2008 De acordo à Resolução 196/96 do CNS, o Termo de consentimento livre e esclarecido foi assinado por todos(as) os(as) participantes em entrevistas em profundidade e grupos focais Em entrevistas informais o Consentimento foi verbal 13 13

14 Aspectos éticos Liberdade total de participar ou não participar ou interromper a participação em qualquer momento Respeito à confidencialidade e anonimato Todos(as) os(as) pesquisadores(as), assistentes e transcritores(as) se comprometeram a cumprir todas as disposições éticas 14

15 Visita preparatória Solicitar confirmação de autorização para realizar a pesquisa com as autoridades de educação Visitas nas escolas selecionadas para explicar objetivos da pesquisa e as atividades que seriam realizadas Confirmar a participação das escolas selecionadas ou escolher nova(s) escolas se alguma(s) não podia participar 15 15

16 Contratação de pesquisadores e assistentes de pesquisa
Critérios de seleção: Postulação por edital Pesquisadores/as: Residentes da região metropolitana de Campinas ou cidade de São Paulo De preferência título de mestrado ou doutorado Antecedentes comprovados de trabalho de pesquisa em ciências sociais “Não ter vínculo empregatício com o serviço público federal, estadual ou municipal” 16

17 Contratação de pesquisadores e assistentes de pesquisa
Critérios de seleção: Postulação por edital Assistentes Locais: Morar num dos municípios participantes Ter graduação universitária completa, de preferência mestrado Trabalhar em área de educação e experiência na área da pesquisa Um pelo menos pertencer ao movimento social “Não ter vínculo empregatício com o serviço público federal, estadual ou municipal” 17 17

18 Capacitação de pesquisadores e assistentes de pesquisa
Curso teórico prático utilizando metodologia participativa 30 participantes Data:31agosto a 4 setembro 2009 32 horas de duração. Margarita Díaz e Francisco Cabral 18 18

19 Capacitação da equipe 19

20 Avaliação da capacitação
Foram alcançados os objetivos e expectativas. Os(as) participantes declararam que o curso superou as suas expectativas. O ambiente de diálogo franco e aberto possibilitou a integração entre acadêmicos e ativistas do movimento A participação de todos(as) foi muito importante Todos os temas, até os mais sensíveis, foram discutidos abertamente e com o devido respeito à diversidade de ideias e opiniões A equipe ficou bem preparada e motivada para o trabalho de campo 20 20

21 Trabalho de campo Cinco dias em cada cidade
A equipe esteve constituída por dois pesquisadores da Reprolatina e quatro assistentes locais no Rio de Janeiro(sendo um voluntário). Todas as atividades foram realizadas por uma equipe de duas pessoas: um/a pesquisador/a da Reprolatina e um/a assistente local. No final de cada dia a equipe (trabalhando em colaboração) redigia os resumos de todas as atividades, organizava notas e gravações e planejava o dia seguinte. Ao fim da semana cada grupo redigiu um resumo do trabalho de campo. 21 21

22 Atividades em cada cidade
Uma entrevista com autoridade da Secretaria Estadual de Educação Uma entrevista com autoridade da Secretaria Municipal de Educação Em cada uma das quatro escolas escolhidas Uma entrevista com Diretor(a) da escola Uma entrevista com Coordenador(a) pedagógico(a) Dois grupos focais com Educadores(as) incluindo professores(as) de diferentes disciplinas, de ambos os sexos Um grupo focal com estudantes selecionados(as) por sorteio, de ambos os sexos, com um ou dois representantes de cada série Observação dirigida do ambiente escolar Entrevistas informais com funcionários(as), merendeiras, porteiros, estudantes e professores/as . 22 22

23 Análise dos Dados Todas as entrevistas e grupos focais foram
gravados e transcritos Realizada leitura de todas as transcrições, entrevistas informais e anotações de campo por dois /duas pesquisadores(as) e análise para identificação e classificação das categorias de análise Elaboração da primeira versão do relatório Revisão do relatório pelo segundo(a) pesquisador(a) Revisão do relatório por um terceiro(a) pesquisador(a) 23 23

24 Análise preliminar do processo
100% das atividades programadas foram realizadas Boa receptividade e colaboração das autoridades que reconheceram a importância do tema A amostra de GF de professores(as) foi menor do programado (escolas menores, professores(as) com vários trabalhos, dificuldades de comunicação) A participação dos(as) assistentes locais da pesquisa foi crucial para o sucesso do trabalho de campo 24 24

25 Sujeitos de pesquisa BH Cui Cur Goi Man Nat PA PV Rec RJ SP Total
Autoridades Estaduais 1 - 10 Autoridades municipais 11 Gestores escolas 8 9 7 87 Professores 54 27 45 31 55 32 21 44 26 36 403 Estudantes 41 29 37 40 34 385 Comunidade escolar 70 74 53 16 60 30 510 150 139 128 152 157 91 135 94 109 134 117 1406

26 RESULTADOS PRELIMINARES
26

27 ATIVIDADES REALIZADAS NO RIO DE JANEIRO 08 a 12 de março de 2010
Tipo de Atividade Nº atividades Nº participantes Homens Mulheres Entrevistas com autoridades das Secretarias de Educação 02 Entrevistas com Diretores(as) ou vice-diretores (as) das escolas 04 Entrevistas com coordenadores(as) pedagógicos(as) 03 Grupos focais com professores(as) 05 13 Grupos focais com estudantes 16 Entrevistas informais 70 20 50 Total participantes 134

28 Principais categorias de análise
O ambiente Escolar Política de educação sexual e sua implementação nas escolas Diversidade Sexual na Escola Postura, atitudes e prática da escola frente a estudantes LGBT Percepção sobre a reação da família frente a filhos(as) LGBT Homofobia na Escola Causas e consequências da homofobia Programa Brasil sem Homofobia 28 28

29 O ambiente escolar Escolas organizadas, sinalizadas e em condições razoáveis de limpeza e conservação, com poucas áreas de vegetação e de lazer, havia grades em todas as escolas Cartazes e mensagens: divulgação do GDE, ofício da SE orientando para a inclusão do tema sexualidade/LGBT no planejamento 2010, prevenção uso de drogas, prevenção DST/HIV, prevenção violência contra crianças e adolescentes Símbolos religiosos em algumas escolas. Escola Laica? Banheiros bem conservados, pichações com referências ao narcotráfico e palavrões Não foram observadas cenas de agressão física, poucos namoros, poucas manifestações de discriminação. 29 29

30 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
Políticas públicas de educação sexual: Secretaria Estadual de Educação: Parceria entre educação, saúde e cultura: oficinas sobre sexualidade incluindo diversidade sexual para estudantes e professores(as) Capacitação de professores(as) – curso de educação à distância UERJ Criação da coordenação de diversidade Participação no movimento Rio sem Homofobia: palestras nas escolas e seminários sobre diversidade sexual para coordenadorias pedagógicas, professores(as) e diretores(as). 30 30

31 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
Políticas públicas de educação sexual: Secretaria Municipal de Educação: Projetos de educação sexual desde 1994 voltados para a capacitação de educadores(as) nos temas de sexualidade e saúde, sendo que um deles também objetivou criar núcleos de adolescentes para formá-los nesta temática Na atualidade: Programa de orientação sexual e prevenção ao uso indevido de drogas, inclui o tema da diversidade sexual 31 31

32 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
Houve consenso de que a educação sexual não é realizada de maneira sistemática na escola. O(a) responsável pela abordagem de sexualidade na escola é o(a) professor(a) de ciências ou biologia, com ênfase no enfoque biológico. O tema é tratado quando surge uma situação específica. ...”formalmente em sala de aula poucos são os professores que abordam alguma coisa e algo específico não tem” (autoridade de ensino)

33 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
Os principais motivos apontados para a não realização de educação sexual nas escolas foram a falta de preparo, de tempo ou de interesse de educadores(as) e o temor da reação desfavorável das famílias ...”Ainda é muito nova essa questão. Não é uma questão de desrespeito, mas de saber até onde. Até porque existe uma questão legal, de melindre frente à criança e ao adolescente. Você não pode expor, fazer umas perguntas sem autorização do responsável. Até porque existe essa base legal.” (autoridade de ensino) ...”Por mais que falem que existem políticas e disciplinas de educação sexual na escola eu acho que isso é muito complicado, mas o grande problema é a família porque você trabalhar com adolescente como é que isso vai ser feito, aí eu acho que o processo vai ter que ser, pedir autorização pra família pra vê se você pode tá abordando questões que possam ser delicadas ao ver deles, por eles serem menores a gente esbarra nesses problemas”. (professor/a)

34 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
O tema da diversidade sexual não é discutido na escola. Os motivos apontados são a falta de informação e o preconceito em relação ao tema e houve o discurso de que a diversidade sexual não deve ser destacada na escola. ...Agora o professor tem que ter uma cabeça assim, pra não demonstrar um...um certo preconceito, ao falar né, sobre essa diversidade sexual né, tentar demonstrar uma certa neutralidade né, e não aquela forma preconceituosa né que às vezes acontece...(autoridade de ensino) “A meu ver não deveria ter tratamento especial, tal como uma pessoa com deficiência física (...) se não dá muita atenção para isso. “Alunos são todos iguais, não tem sexo...” (autoridade de ensino) “Tanto que eu digo pra eles quando estou em sala de aula, não, aluno não tem sexo. Não, pra mim não, aluno é aluno. Não existe os alunos, as alunas. Não, é tudo uma coisa só...” (autoridade de ensino).

35 Política de educação sexual e sua implementação nas escolas
Algumas Recomendações: Informação para a comunidade escolar, incluindo as famílias Capacitação de docentes e funcionários(as) Oferta de materiais sobre o tema

36 Diversidade Sexual na Escola
Desconhecimento dos conceitos de Orientação Sexual e Identidade de Gênero conforme definido nos marcos da pesquisa. Sigla LGBT pouco conhecida “Pra mim, identidade, identidade sexual, identidade de gênero seria a mesma coisa que orientação sexual” (professor/a) “Pra mim isso é uma escolha, e cada um tem a sua escolha. É normal.” (estudante) “Talvez é a identidade de ser perante ao que ele entenda de ser masculino e feminino e ele entender onde ele se enquadra, a visão dele para isso”. (professor/a) 36 36

37 Diversidade Sexual na Escola
Existe uma invisibilidade de estudantes LGBT nas escolas. A percepção da existência de estudantes LGBT foi mais relacionada a estudantes com marcadores de gênero comportamentais e predominou o discurso de não dar visibilidade para não transgredir a ordem da escola. ..que você tem que respeitar o lugar onde você está, você sendo o que você é, né? Correto, como homem você tem que respeitar o lugar onde você está.” (autoridade de ensino) Eu acho assim, a opção sexual dele não deveria influir na...em ele achar em agredir o lugar ou a ele mesmo, entendeu?...então eu acho que você tem que se colocar, se respeitar, não se mostrar. Isso não é legal pra você, né? (autoridade de ensino) 37 37

38 Diversidade Sexual na Escola
Não há travestis e transexuais na escola. A escola é um ambiente hostil à/ao travesti e transexual ...“Eu tenho um problema que na verdade não permitiria. Eu tenho uniforme...maquiagem a gente não permite..Então assim, a gente tenta manter um padrão universal.”(autoridade de educação) Não aceitação do uso do banheiro feminino por temor da reação das famílias, das próprias estudantes e pela “inadequação”(menores de idade) Não aceitação do nome social ...”eu acho que dentro de uma escola você tem as regras estabelecidas e aí não depende da opção sexual de cada um...ele tem que respeitar o que tá lá na certidão dele e o que a instituição diz, porque se a gente vai pra uma instituição a gente tem que aprender a obedecer as regras daquela instituição”...(professor/a) 38 38

39 Diversidade Sexual na Escola
Houve o reconhecimento de que a exclusão da travesti representa um desafio para a escola ...”esse talvez seja o nosso grande desafio hoje. Fazer um travesti permanecer na escola”. (autoridade) Houve também a percepção da disposição e interesse em se buscar meios para resolver o problema ...”Que o que precisa é disso, a gente ter um trabalho na escola de preparação para receber....(autoridade de ensino) “Sim, eu aceitaria porque faço isso, acho que nós temos que respeitar as pessoas como elas são”. (professor/a) “Ah, eu ia adorar, porque assim é uma pessoa que encara a vida de um modo diferente, de um jeito mais feliz vamos dizer assim...e pra mim se tivesse mais no mundo acho que ajudaria a melhorar um pouco, porque pensa, encara a vida de um modo diferente”...(estudante) 39 39

40 Diversidade Sexual na Escola
Os sentimentos de autoridades, educadores(as) e de estudantes em relação a pessoas LGBT, variaram em uma escala desde “é normal”, “tranquilo”, até “nojo” ou “horror”. Sentimentos de não aceitação predominaram entre os(as) que se expõem mais. “A opção do camarada não precisa caracterizar a postura efeminada ou masculinizada”. (autoridade de ensino) Professor(a) A: “– O que eu não gosto particularmente... eu não sei como vocês vêem isso, mas o desmunhecar eu não gosto, o apelativo...” Professor(a) B: “– Quando é exagerado.” Professor(a) A: “– Quando é apelativo eu particularmente não gosto, é uma maneira de chamar a atenção pra ele, então, acaba atrapalhando a aula.” Professor(a) B: “– É isso.” 40 40

41 Diversidade Sexual na Escola
Alguns opinaram que é fácil para estudantes LGBT frequentar a escola “só não frequenta se não quer” (autoridade) “eles são a alegria da escola” (estudante) “aqui eles não têm trejeitos, são pessoas normais”.(funcionário/a) “Depende muito. Se ele se impõe as pessoas passam a respeitar. O comportamento dele é que vai fazer com que seja respeitado. A pessoa tem que se dar ao respeito para ser respeitada”. (funcionário/a) 41 41

42 Diversidade Sexual na Escola
Entretanto, predominou o reconhecimento de que é difícil para estudantes LGBT frequentar a escola por causa do preconceito“É difícil. “As pessoas zoam, chama de viado, mona”. (estudante) “Por mais que ninguém fale nada, sempre tem o olhar.” (funcionário/a) 42 42

43 Postura, atitude e práticas da escola frente a estudantes LGBT
Não há uma diretriz oficial. O discurso foi de tratamento “igualitário”, “com respeito”. Entretanto, predominou o discurso, entre professores (as) e autoridades de ensino, de reprimir manifestações de diversidade sexual sob o argumento de que interferem na disciplina dentro da escola ...”O que a gente se posiciona é que o aluno não use dessa opção para fazer desordem na disciplina”. (autoridade) 43 43

44 Postura, atitude e práticas da escola frente a estudantes LGBT
As regras da escola deveriam ser iguais, mas na prática são diferentes. Não há namoro entre casais LGBT e não seria aceito “Eu tenho uma comunidade muito conservadora, isso eu não posso te negar, não. Se meus pais souberem que tem dois meninos aqui se beijando, se abraçando, andando de mãos dadas, o barulho vai ser grande!”(autoridade de ensino) ...Se for um casal ou de meninos ou de meninas, talvez ainda não esteja tão evoluída assim pra chegar na escola e ver essa cena, entende? (professor/a) “Olha, eu sou um pouco radical nessa questão. Poderiam até demonstrar um carinho, é... ficarem de mãos dadas e tal; mas o beijo, o beijo ainda me choca, entendeu?”(autoridade de ensino) 44 44

45 Percepção sobre a reação da família frente a filhos(as) LGBT
É consenso de que a reação dos pais frente a descoberta da homossexualidade do(a) filho(a) é quase sempre negativa. Esta não aceitação pode se expressar de maneira violenta “Ele pegou o telefone da mão dele, tacou na parede e começou a bater nele (...) aí depois ele falou: ‘Olha só, se eu descobrir que você fica andando com essas viadagens eu te boto pra fora de casa’. Aí, nunca mais ele continuou sendo gay”.(estudante) “ O pai dele agrediu muito ele, falava várias coisas com ele, já tacou cadeira nele, na cabeça, por causa disso. Porque ele assumiu e o pai dele não aceitou, então botou ele pra fora de casa, ele e a madrasta dele”. (estudante) 45 45

46 Percepção sobre a reação da família frente a filhos(as) LGBT
Há um receio da escola em dialogar com a família “Mas, a mãe dele...eu não sei se ela já sabe, mas há um tempo atrás ela invadiu uma sala, e queria dar numa garota que tava chamando o filho dela de gay”. (professor/a) 46 46

47 Homofobia na Escola A maioria das pessoas desconhecia o conceito de Homofobia; entretanto, algumas respostas foram próximas ao conceito usado na pesquisa ... “um horror a qualquer gay, (...) a sua homossexualidade”.(professor/a) “Homem que tem repulsa por homossexuais” (funcionário/a) 47 47

48 ...”não sei se chega a ser homofobia mas nessa mesma sexta série tem um menino lá ‘agora é o purpurina que vai falar’, não sei...” Homofobia na Escola Existe homofobia na escola mas ela de uma certa maneira é negada primeiro pelo discurso que invisibiliza estudantes LGBT na escola e, em segundo lugar, porque as expressões de homofobia são muitas vezes minimizadas ou naturalizadas “Não acho que seja homofobia, até porque são crianças...eu tô dando aula pro oitavo ano, tem um menino que é homossexual, aí quando ele começa a agir desmunhecado, começa a falar que nem menininha, aí os colegas ficam rindo, aí depois ele percebe que isso chama a atenção. É só quando ele fala fino”... (professor/a) ...”E tanto aluno, quanto professor, quanto funcionários fazem suas piadinhas sim. Mas são coisas que entram num ouvido e saem no outro.” (autoridade de ensino) 48 48

49 Homofobia na Escola A percepção da homofobia é maior entre estudantes do que entre autoridades e docentes “ – Ele apanhou tanto que ele ficou... uns garotos grandões que a tarde tinha muita gente grande, da oitava e sétima série, meteram a porrada nele e ele ficou cheio de marca azul, roxa. (...) e por isso ele saiu da escola”.(estudante) “Tipo, não bate na frente de todo mundo; aí o garoto tá descendo a escada, aí passa um e fala ‘viadinho” e dá um chute, aí o garoto vai e chega lá fora aí um fala ‘vou te pegar”, tudo assim”. (estudante) “Aí teve outra vez que ele apanhou, ele veio aqui na secretaria e falou mas não adiantou muito não...ele foi pra outra escola, tal, trocou de turma mas não adianta, entendeu, os garotos pegavam e batiam nele mesmo” (estudante). 49 49

50 Homofobia na Escola Houve também a expressão de sentimentos de repúdio, incômodo e revolta frente à homofobia “Esse amigo meu, esse amigo meu que as pessoas ficam chamando ele, cara, eu sou louca de amizade com esse garoto, eu amo muito ele e tipo se eu vejo uma pessoa zoando ele dá vontade de sair rebocando todo mundo, cara, porque eu acho uma idiotice”. (estudante) 50 50

51 Causas e consequências da homofobia
A construção sócio-histórica da heteronormatividade reconhecida como um fenômeno construído e reforçado pelos valores e pela educação nas famílias ao longo do tempo. A influência religiosa A culpabilização da população LGBT 51 51

52 Causas e consequências da homofobia
“ A própria família, a questão da casa, a educação já faz com que eles cresçam com aquela idéia de que eu tenho que bater porque é isso aí, tem que ser espancado, essas coisas, é isso aí, tem que espancar, tem que bater que é para aprender a ser homem né? E você já é aquilo que a sociedade preconiza né?”(autoridade) “ – Uma escola também é preconceituosa porque tem pessoas de origem de famílias conservadoras, tem pessoas que tem influência religiosa cristã. Então pra mim acho que é o que vai formar essa, essa homofobia no cidadão, no ser humano, é estas duas coisas”. (autoridade de ensino) “– ‘Olha, aqui nós temos alguns alunos que são homossexuais, mas não é... eles não precisam, né? Chamar a atenção, nem serem escandalosos nem mesmo mal educados, para nós sabermos que eles são homossexuais’, ou seja, deu uma enquadrada, né? Vamos dizer assim, ta bom, mas não de uma forma pra ele deixar de ser ou sair da escola”.(autoridade de ensino) 52 52

53 Causas e consequências da homofobia
As conseqüências da homofobia relatadas foram mágoa, tristeza, depressão, baixa auto-estima, perda de rendimento escolar, evasão escolar, violência, suicídio. ...”teve muita brincadeira na sala de aula e ela falava assim ‘é professora, os alunos ficam assim na hora do recreio’, geralmente na hora do recreio, em sala de aula a gente não vê isso. ..e aí ela começou a falta muito, a ponto de abandonar.”(professor/a) “ – Eu trabalhei em uma escola em que uma professora se declarou, né? Ela foi rotulada (...) e uma aluna chegou em casa e falou com o pai: ‘olha pai, quando eu crescer eu quero ser igual a professora fulana’ e isso causou um problema seriíssimo, os pais foram na escola pública, os pais fizeram abaixo assinado, a professora ficou tão chateada que saiu da escola. A menina falou que no caso queria ser igual a professora fulana porque a professora fulana era de família pobre, estudou em escola pública a vida inteira, (...) fez UFRJ e ainda estava fazendo o mestrado, então, a menina falou no sentido de crescer e o pai pensou no biotipo, né?” (professor/a) 53 53

54 Programa Brasil sem Homofobia
Poucos(as) ouviram falar do Programa Brasil sem Homofobia Poucas menções a parcerias com ONGs 54 54

55 Outros Achados Relevantes
Relatos espontâneos de outras formas de discriminação ...”Tem um aluno que é cadeirante, aí é discriminado, então é a questão do respeito de um modo geral”. (professor/a) Grande preocupação das escolas com outros graves problemas: gravidez não planejada, doenças sexualmente transmissíveis, exploração sexual e a violência de um modo geral. 55 55

56 Outros Achados Relevantes
Ações positivas desencadeadas pela pesquisa: professores e estudantes relataram que foram buscar informação sobre o tema vários(as) entrevistados(as) mencionaram que foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de discutir o tema. Algumas escolas fizeram reuniões com pais para solicitar autorização e tiveram boa aceitação do tema da pesquisa A pesquisa estimulou a reflexão sobre o tema para algumas autoridades “Sabe que eu nunca tinha pensado nisso?! Há uma certa euforia, me deixou assim. Por que o outro não entrar no banheiro né?” (autoridade de ensino) ...”Não sei se há essa prática em sala de aula, entendeu? Eu espero que não, vou até procurar saber disso devagar. Acontece tanta coisa que às vezes a gente nem pensa.” (autoridade de ensino) 56 56

57 Escolas Políticas Públicas
57 57

58 Escolas Políticas Públicas
58 58

59 Escolas Políticas Públicas
59 59

60 Políticas Públicas Escolas
60 60

61 “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal maneira que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”. Paulo Freire

62 A EQUIPE DE PESQUISA DA REPROLATINA, AGRADECE A TODOS E TODAS QUE, DE ALGUMA MANEIRA, CONTRIBUIRAM PARA O SUCESSO DA PESQUISA NO RIO DE JANEIRO MARGARITA DÍAZ MAGDA CHINAGLIA 62 62


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