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PublicouRoberto Wagner Camelo Alterado mais de 8 anos atrás
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PSICODIAGNÓSTICO CLASSICO/TRADICIONAL X INTERVENTIVO
TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO DA PERSONALIDADE II
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Em Psicologia Clínica, o diagnóstico é um passo anterior à psicoterapia, tendo como objetivo investigar os recursos e dificuldades do indivíduo e indicar a intervenção apropriada. Intervenções terapêuticas não fazem parte do seu processo. A sessão destinada à devolução dos resultados tem um intuito principalmente informativo, embora nela possam sobrevir, de maneira involuntária, efeitos terapêuticos.
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Mecanismos terapêuticos presentes na avaliação psicológica
Investigações sobre sua potencialização e viabilidade de atualização Nasceu assim o Psicodiagnóstico Interventivo (ou Avaliação Terapêutica), cuja principal característica é a realização de intervenções (assinalamentos, interpretações, holding) durante as entrevistas e aplicações de técnicas projetivas.
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Os modelos mais difundidos de realização do Psicodiagnóstico Interventivo no Brasil são o de orientação Psicanalítica e o Fenomenológico-Existencial Psicanalítico - enraizado nas "Consultas Terapêuticas" de Winnicott (1971/1984) e também descendente direto do Psicodiagnóstico Compreensivo, definido por Trinca (1984) como aquele que visa abarcar e integrar o conjunto de informações disponíveis sobre o paciente de modo a encontrar um sentido para elas. Fenomenológico-Existencial - inspirado nas propostas de Fischer (1979), foi adaptado por Ancona-Lopez et al. (1995) para a realidade dos contextos institucionais brasileiros, especialmente as clínicas-escola de Psicologia.
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PSICODIAGNOSTICO CLASSICO/TRADICIONAL Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986) Cunha, Freitas e Raymundo (1986) Resultou de uma série de modificações ao longo da história da Psicologia, iniciadas com a adoção, pelo psicólogo, do modelo médico, visando localizar nos protocolos dos testes sinais de patologias específicas, até a incorporação do referencial psicanalítico em sua realização. Processo temporalmente limitado, que emprega métodos e técnicas psicológicas para compreender os problemas, avaliar, classificar e prever o curso do caso, culminando na comunicação dos resultados.
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PSICODIAGNOSTICO CLASSICO/TRADICIONAL Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986) Cunha, Freitas e Raymundo (1986) Institucionalmente configura papéis bem definidos. Com contrato: Alguém pede ajuda (o paciente); O outro (o psicólogo) aceita seu pedido e se compromete a satisfazê-la na medida de suas possibilidades; É uma situação bipessoal (psicólogo – paciente ou psicólogo – grupo familiar); De duração limitada
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PSICODIAGNOSTICO CLASSICO/TRADICIONAL Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986) Cunha, Freitas e Raymundo (1986 Objetivo: conseguir uma descrição e compreensão, o mais profunda e completa possível, da personalidade total do paciente ou do grupo familiar. Enfatiza um aspecto em particular, segundo sintomatologia e as características da indicação (se houver); Abrange os aspectos passado, presentes (diagnóstico) e futuro (prognóstico) dessa personalidade; Para alcançar tais objetivos utiliza certas técnicas: Entrevista dirigida, semidirigida, Técnicas projetivas, Entrevista de devolução
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PSICODIAGNOSTICO CLASSICO/TRADICIONAL Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986) Cunha, Freitas e Raymundo (1986 A investigação psicológica deve conseguir uma descrição e compreensão da personalidade do paciente Mencionar seus elementos constitutivos não satisfaz as nossas exigências Explicar a dinâmica do caso tal como aparece no material recolhido, integrando-o num quadro global. Alcançado o panorama preciso e completo do caso Incluindo os aspectos patológicos e os adaptativos
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PSICODIAGNOSTICO CLASSICO/TRADICIONAL Ocampo, Arzeno e Piccolo (1979/1986) Cunha, Freitas e Raymundo (1986 MOMETOS DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO Seguindo o enfoque psicanalítico no processo psicodiagnóstico, reconhecem-se os seguintes passos: 1º) Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente. 2º) Aplicação de testes e técnicas projetivas. 3º) Encerramento do processo: devolução oral ao paciente (e/ou a seus pais) 4º) Informe escrito para o remetente.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO
Principal característica - realização de intervenções (assinalamentos, interpretações, holding) durante as entrevistas e aplicações de técnicas projetivas. Sistematizado na década de 1990 Existem maneiras diversas de realizar o Psicodiagnóstico Interventivo, baseadas em diferentes referenciais teóricos e/ou utilizando variados tipos de instrumento, não se podendo falar de uniformidade de procedimentos.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial psicanalítico
O Psicodiagnóstico Interventivo concebido no contexto do referencial psicanalítico de compreensão da personalidade - instrumentalizado pelas técnicas projetivas e entrevista clínica É descendente do Psicodiagnóstico Compreensivo (W. Trinca, 1984) que abrange as dinâmicas intrapsíquicas, intrafamiliares e socioculturais como forças em interação, formando uma teia que pode resultar em sofrimento e desajuste.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO referencial psicanalítico
O Psicodiagnóstico Interventivo de orientação psicanalítica não se organiza em termos de passos a serem seguidos, mas de eixos estruturantes que compartilha com o Psicodiagnóstico Compreensivo A adoção desses eixos permite alcançar a compreensão da pessoa em sua singularidade
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO referencial psicanalítico
Há pouco lugar para interpretações oriundas dos estudos de padronização de testes psicológicos A realização de devolutivas não tem apenas o intuito de informar o paciente, como acontece no trabalho tradicional, mas de oferecer a ele uma experiência transformadora por meio do vínculo com o psicólogo, que coloque em marcha os seus processos de desenvolvimento
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
Fischer (USA) e Ancona-Lopez, M. (Brasil) - precursoras na introdução do Psicodiagnóstico Interventivo - processo ativo e cooperativo. As intervenções se caracterizam por propostas devolutivas ao longo do processo, acerca do mundo interno do cliente.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
Psicodiagnóstico como prática colaborativa - O psicólogo não se põe no lugar de quem “detém o saber” - dialoga com os clientes no sentido de construírem juntos possíveis modos de compreensão acerca do que está acontecendo com a criança Psicodiagnóstico como prática compartilhada -Tanto as experiências do cliente quanto as impressões do psicólogo sobre elas são compartilhadas.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
Psicodiagnóstico como prática de compreensão de vivências O registro das experiências que as pessoas vão tendo ao longo da vida e às quais atribuem sentido constituem o seu campo fenomenal -O psicólogo busca compreender o campo fenomenal e evita que as explicações teóricas se anteponham ao sentido dado pelo cliente.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
O psicólogo deve com os clientes, desconstruir a situação apresentada e buscar seu significado principal. É preciso que haja um envolvimento existencial e deixar-se enredar pela trama de sentidos do cliente ao mesmo tempo em que consiga uma distância suficiente para refletir sobre a situação.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
Psicodiagnóstico como prática descritiva Evita classificações - é um modelo descritivo na medida em que faz um recorte na vida da pessoa, em dado momento e em determinado espaço, focalizando seu modo de estar no mundo, com os significados nele implícitos
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
O papel do psicólogo e dos clientes O cliente tem papel ativo e participa da construção de uma compreensão do que acontece com ele. O psicólogo solicita e valoriza sua colaboração na intenção de que o esforço conjunto possa produzir novo entendimento para as questões por ele trazidas. Tanto as experiências do cliente quanto as impressões do psicólogo sobre elas são compartilhadas
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
Apesar de exibirem vários pontos em comum, esses dois modelos apresentam importantes diferenças de natureza epistemológica, teórica e metodológica, que se corporificam em seu manejo prático.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
No modelo psicanalítico é fundamental oferecer ao paciente a oportunidade de constituir o profissional como objeto subjetivo, capaz de proporcionar a experiência emocional necessária para a retomada do seu desenvolvimento (Winnicott, 1965/1993, 1971/1984). A concepção do profissional como aquele que oferece ajuda é essencial, e sua opinião, nesse sentido, não pode ser compreendida como um simples ponto de vista dentre vários possíveis. Com isso, a relação profissional-paciente não é concebida de modo simétrico como no modelo fenomenológico-existencial.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
Na relação terapêutica, no procedimento fenomenológico a neutralidade do profissional é vista como um distanciamento do paciente (Ancona-Lopez, S., 1995), enquanto no psicanalítico ela é ferramenta essencial para a constituição do psicólogo como objeto subjetivo (Winnicott, 1965/1993, 1971/1984).
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
No modelo fenomenológico, o processo de metabolização psíquica que ocorre no paciente ao longo do processo é compreendido como conseqüência direta da intervenção ativa (verbal) do profissional (Ancona-Lopez, S., 1995); já no modelo psicanalítico a própria atividade do paciente de abordar o material das técnicas projetivas e de constituí-lo de uma maneira pessoal é concebida como potencialmente capaz de colocar em marcha a retomada do desenvolvimento (Barbieri, 2002).
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO PSICANALÍTICO X FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL
Embora ambos preconizem a existência de um significado subjacente ao sintoma, no Psicodiagnóstico Interventivo fenomenológico ele é de ordem consciente (Ancona-Lopez, M., 1995), ao passo que no psicanalítico ele é de natureza inconsciente (Freud, 1917/1976; Trinca, 1984). No Psicodiagnóstico Interventivo fenomenológico há valorização da capacidade intelectual do paciente (Ancona-Lopez, M., 1995), enquanto no psicanalítico (à exceção de casos de acentuada deficiência cognitiva) ela não é tão relevante, já que é possível obter bons resultados sem a ocorrência do insight (Winnicott, 1953/1993).
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O ATENDIMENTO em PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
O ATENDIMENTO NESTA MODALIDADE: Pode ser individual ou mais freqüentemente em grupo nas instituições. Para a entrevista inicial, os pais são convocados. As apresentações habituais são feitas e eles falam sobre como vieram ao atendimento, por que e o que esperam. Depois é apresentado a forma de trabalho do psicólogo, compartilhando com eles que o Psicodiagnóstico é um processo que visa a compreensão daquilo que ocorre com a criança e com os pais. É enfatizado que os pais são parte ativa do atendimento e que tanto as informações por eles fornecidas como seu modo de entendimento da criança são essenciais para a efetivação do processo.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
É explicado sobre as visitas domiciliar e escolar que são realizadas neste processo. O dia, horário, e a questão do sigilo, são conversados com os pais. È certificado se os pais compreenderam a fala do psicólogo e se concordam com as informações apresentadas.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
O segundo encontro destina-se a anamnese que pode ser feita de duas formas: os pais podem levar o questionário para casa para o responderem ou são entrevistados durante o atendimento. A idéia embutida nesse procedimento é apresentar novas formas de ver a situação, novas possibilidades de pensar o fenômeno em questão. Se a anamnese for concluída em um único encontro é dito aos pais que tragam a criança no próximo atendimento.
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
No primeiro contato com a criança, o psicólogo se apresenta e pergunta-lhe se ela sabe o que faz um psicólogo, e se conhece os motivos pelos quais foi trazida a esse atendimento. A primeira sessão com a criança é uma observação lúdica. Para realizá-la trabalha-se com caixa lúdica (lápis preto, de cor, e de cera, papel sulfite, canetas coloridas, tinta, pincel, bonecos da família, damas, móveis de casa, utensílios domésticos, carros diferentes tipos, etc)
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PSICODIAGNÓSTICO INTERVENTIVO – referencial fenomenológico existencial
A caixa é apresentada fechada para a criança, para que se possa observar sua iniciativa de abri-la, se espera pela ajuda do psicólogo para fazê-lo, enfim, para ver sua reação em situação desconhecida. È observado a natureza e o conteúdo do seu brincar: se há criatividade; se há agressividade; se reproduz aspectos de sua vida, enfim tenta-se entender qual é a sua lógica, sua realidade. Nas sessões devolutivas com os pais é compartilhado as percepções do psicólogo sobre a criança, seu comportamento no atendimento e como eles se articulam com a queixa de um modo geral. Os sentimentos dos pais também são trabalhados nesta situação.
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